Bula do Betaferon produzido pelo laboratorio Bayer S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Betaferon®
Bayer S.A.
Pó liófilo injetável + solução diluente
8 milhões de UI/mL (250 µg/mL)
betainterferona 1b
APRESENTAÇÃO:
Cartucho com 15 cartuchos, cada um contendo 1 frasco-ampola com pó liófilo injetável + 1
seringa preenchida com solução diluente + 1 adaptador com agulha + 2 envelopes com
lenço.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO SUBCUTÂNEA
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Princípio ativo: betainterferona 1b
Excipientes: albumina humana e manitol
Diluente: solução de cloreto de sódio 0,54%
Após a reconstituição, cada mL da solução contém 0,25 mg (8 milhões de UI) de
betainterferona 1b recombinante.
Cada frasco-ampola com o liofilizado é formulado de maneira a conter 0,3 mg (9,6 milhões
de UI) de betainterferona 1b recombinante mais os excipientes albumina humana e
manitol.
Cada seringa preenchida com diluente contém 1,2 mL de solução de cloreto de sódio 0,54%
para a reconstituição de Betaferon® (betainterferona 1b).
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
Betaferon® é indicado para:
− Pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla (Síndrome
Clinicamente Isolada) - para retardar a progressão à Esclerose Múltipla definida.
− Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR)
Redução da frequência e gravidade das exacerbações clínicas em pacientes ambulatoriais (p.
ex., pacientes que podem andar por seus próprios meios) portadores de Esclerose Múltipla
por surtos de exacerbação-remissão, caracterizada pela ocorrência de, pelo menos, dois
episódios de disfunção neurológica durante o período precedente de 2 anos, seguidos de
recuperação completa ou incompleta.
− Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP)
Redução da frequência e gravidade de exacerbações clínicas e diminuição da progressão da
doença.
Pacientes portadores da forma secundária progressiva tratados com Betaferon®
apresentaram retardamento de até 12 meses na progressão da incapacidade, mesmo
considerando o período para atingir estágios altamente incapacitantes, ou seja, aqueles onde
o paciente depende de cadeira de rodas para qualquer locomoção. Este retardamento no
avanço da incapacidade foi observado em pacientes com ou sem exacerbações e em todos
os níveis de incapacidade investigados (EDSS - escala expandida do grau de incapacidade -
3 a 6,5).
Tanto os pacientes portadores de Esclerose Múltipla recorrente-remitente quanto os
portadores de Esclerose Múltipla secundária progressiva que receberam Betaferon®
apresentaram redução na frequência (30%) e na gravidade das exacerbações clínicas, bem
como um prolongamento do intervalo sem surtos. O número de hospitalizações e a
utilização de esteroides devido à doença foram reduzidos.
Adicionalmente, tanto na Esclerose Múltipla recorrente-remitente, quanto na forma
secundária progressiva, Betaferon® demonstrou efeito benéfico significativo sobre a
extensão das lesões (avaliado por Imagem por Ressonância Magnética – IRM, ponderada
em T2) e novas lesões ativas tanto em pacientes que apresentam EMRR (avaliado a cada 6
semanas por IRM) quanto em pacientes que apresentam EMSP (avaliado mensalmente por
IRM ponderada em T1, realçada por gadolínio, do 1o ao 6o mês e do 19o ao 24o mês de
tratamento). Sabe-se que existe correlação entre o aumento da extensão das lesões avaliadas
por IRM e o aumento da incapacidade avaliada pela escala expandida do grau de
incapacidade (EDSS).
Os resultados de eficácia estão descritos no item “Características farmacológicas -
Farmacodinâmica”.
Dados de segurança pré-clínica:
Não foram realizados estudos de toxicidade aguda. Uma vez que roedores não reagem à
betainterferona humana, a avaliação do risco foi baseada em estudos de doses repetidas
realizados em macacos Rhesus. Foi observada hipertermia transitória, assim como elevação
transitória significativa nos linfócitos e diminuição transitória significativa em plaquetas e
neutrófilos segmentados. Não foram conduzidos estudos de longa duração. Os estudos
reprodutivos em macacos Rhesus mostraram toxicidade materna e aumento na taxa de
abortamento. Não ocorreu malformação nos animais sobreviventes. Não foram conduzidas
investigações sobre a fertilidade. Não foi observada influência no ciclo estral em macacos.
Em um único estudo de genotoxicidade (teste de Ames) não foram observados efeitos
mutagênicos. Não foram realizados estudos de carcinogenicidade. Em um teste de
transformação celular in vitro não houve indicação de potencial tumorigênico.
Farmacodinâmica
As interferonas pertencem à família das citocinas (proteínas naturais) e possuem pesos
moleculares em torno de 15.000 a 21.000 daltons. Os três grupos principais de interferonas
foram classificados em alfa, beta e gama. Alfainterferona, betainterferona e gamainterferona
apresentam atividades biológicas que se sobrepõem, apesar de serem, também, distintas. As
atividades biológicas da betainterferona 1b são restritas à espécie e, portanto, as
informações farmacológicas mais pertinentes baseiam-se em estudos efetuados em culturas
de células humanas ou em estudos in vivo em seres humanos.
Foi demonstrado que a betainterferona 1b possui atividade antiviral e imunorreguladora. Os
mecanismos pelos quais a betainterferona 1b exerce sua ação na Esclerose Múltipla não
estão totalmente esclarecidos. Entretanto, sabe-se que as propriedades da betainterferona 1b,
como modificador de resposta biológica, são mediadas pela sua interação com receptores
celulares específicos encontrados na superfície de células humanas. A ligação da
betainterferona 1b a estes receptores induz a expressão de certo número de produtos de
genes, os quais se acredita serem os mediadores das ações biológicas da betainterferona 1b.
Alguns destes produtos foram avaliados no soro e em frações celulares de sangue colhido de
pacientes tratados com betainterferona 1b. A betainterferona 1b diminui a afinidade de
ligação e aumenta a interiorização e degradação do receptor de gamainterferona. A
betainterferona 1b também aumenta a atividade supressora das células mononucleares do
sangue periférico.
Não foram realizadas investigações isoladas com referência à influência de Betaferon®
sobre o sistema cardiovascular, respiratório e sobre a função de órgãos endócrinos.
Farmacocinética
Os níveis séricos de Betaferon® foram avaliados em pacientes e em voluntários por meio de
ensaio biológico não completamente específico. Após a administração subcutânea da dose
recomendada de 0,25 mg, as concentrações séricas de Betaferon® são baixas ou não-
detectáveis. Portanto, não há informações disponíveis sobre a farmacocinética de
Betaferon® em pacientes que apresentam EM (Esclerose Múltipla) tratados com a dose
recomendada.
Níveis séricos máximos de aproximadamente 40 UI/mL foram encontrados após 1 a 8 horas
de injeção subcutânea de 0,5 mg de Betaferon® em voluntários sadios. Pelos resultados de
vários ensaios efetuados com administração intravenosa de betainterferona 1b, estimou-se
que a média da taxa de depuração e da meia-vida da fase de eliminação do soro seriam de,
no máximo, 30 mL/min/kg e de 5 horas, respectivamente.
As injeções de Betaferon® em dias alternados não promovem aumento no nível sérico e a
farmacocinética não parece ser alterada durante a terapia.
Após administração subcutânea em voluntários sadios de 0,25 mg de Betaferon®, em dias
alternados, os níveis de marcadores de resposta biológica (neopterina, microglobulina beta-
2 e a citocina imunossupressora IL-10) aumentaram significativamente acima dos níveis da
linha de base dentro de 6 a 12 horas após a primeira dose de Betaferon®. Os níveis de
marcadores de resposta biológica alcançaram pico entre 40 e 124 horas e permaneceram
elevados acima da linha de base durante os 7 dias (168 horas) do período de estudo. A
relação entre os níveis séricos de betainterferona 1b ou os níveis de marcadores de resposta
biológica induzida e o mecanismo pelo qual o Betaferon® exerce seus efeitos na Esclerose
Múltipla é desconhecido.
Betaferon® é contraindicado em pacientes com história de hipersensibilidade à
betainterferona natural ou recombinante ou a qualquer excipiente do produto.
Distúrbios no sistema nervoso
Pacientes que venham a ser tratados com Betaferon® devem ser informados que
podem ocorrer distúrbios depressivos e ideias suicidas como efeitos secundários do
tratamento, devendo comunicar imediatamente ao médico a ocorrência destes
sintomas. Em casos raros, estes sintomas podem resultar em tentativa de suicídio.
Pacientes que apresentam depressão e ideias suicidas devem ser monitorados
cuidadosamente e, nesses casos, deve-se considerar a interrupção do tratamento.
Em dois estudos clínicos controlados envolvendo 1657 pacientes com Esclerose
Múltipla secundária progressiva, não houve quaisquer diferenças significativas entre
pacientes tratados com Betaferon® e aqueles tratados com placebo, com relação à
depressão e ideias suicidas. Entretanto, como não se pode excluir que o tratamento
com Betaferon® possa estar associado com a ocorrência de depressão e ideias suicidas
em determinados pacientes, o medicamento deve ser administrado com cuidado aos
pacientes com história ou diagnóstico de distúrbios depressivos ou com ideias suicidas.
Deve-se considerar a interrupção do tratamento com Betaferon® se esses eventos se
desenvolverem durante a terapia.
Este produto contém albumina humana, um derivado de sangue humano. Baseado em
um mapeamento efetivo do doador e processos de fabricação do produto, existe um
risco extremamente remoto para a transmissão de doenças virais. O risco teórico para
a transmissão da doença de Creutzfeld-Jacob também é considerado extremamente
remoto. Nenhum caso de transmissão de doença viral ou doença de Creutzfeld-Jacob
foi identificado para a albumina.
Betaferon® deve ser administrado com cautela à pacientes com histórico de
convulsões.
Testes laboratoriais
Além dos testes de laboratório requeridos normalmente para o monitoramento de
pacientes com Esclerose Múltipla, é recomendada a realização dos seguintes testes,
antes do início e no período após a introdução do tratamento em intervalos regulares,
e depois periodicamente na ausência de sintomas clínicos (ver “Reações Adversas”):
hemograma completo e leucograma diferencial, contagem de plaquetas e bioquímica
do sangue incluindo testes de função hepática (p. ex., ASAT (TGO), ALAT (TGP) e
γγγγGT).
São recomendados testes periódicos da função tireoidiana nos pacientes com histórico
de disfunção da tireoide ou com indicação clínica.
Pacientes com anemia, trombocitopenia, leucopenia (isolada ou em conjunto com
outras alterações) podem requerer monitoramento mais intenso da contagem
diferencial de células sanguíneas (completo) e contagem de plaquetas.
Distúrbios hepatobiliares
Durante os ensaios clínicos, ocorreram casos muito frequentes de elevações
assintomáticas de transaminases séricas, na maior parte das vezes leve e transitória,
em pacientes tratados com Betaferon® (ver “Reações Adversas”).
Assim como para outras betainterferonas, foram relatados casos de lesão hepática
grave, incluindo falência hepática. Os eventos mais graves frequentemente ocorreram
em pacientes que utilizavam outros fármacos ou substâncias hepatotóxicas ou na
presença de condições médicas graves concomitantes (p. ex.: doença maligna com
metástase, infecção grave e septicemia, abuso de bebidas alcoólicas).
Os pacientes devem ser monitorados quanto aos sinais de lesão hepática. A ocorrência
de elevação nos níveis de transaminases séricas deve ser investigada e monitorada
minuciosamente. Se os níveis tornarem-se significativamente elevados ou se existirem
sintomas clínicos associados, como desenvolvimento de icterícia, deve-se considerar a
interrupção do tratamento com Betaferon®. Na ausência de evidência clínica de lesão
hepática e após normalização das enzimas hepáticas, pode-se considerar a
reintrodução do tratamento com acompanhamento apropriado da função hepática.
Distúrbios cardíacos
Deve ser utilizado com cuidado em pacientes com distúrbios cardíacos preexistentes
significativos, como falência cardíaca congestiva, doença coronária arterial ou
arritmias. Enquanto não há evidência de um potencial cardiotóxico direto de
Betaferon®, estes pacientes devem ser monitorados com relação ao agravamento de
suas condições cardíacas. Isso se aplica particularmente durante o início do
tratamento com Betaferon®, onde sintomas parecidos com os da gripe, comumente
associados com betainterferonas, exercem stress cardíaco por meio de febre, calafrios e
taquicardia. Isto pode agravar os sintomas cardíacos em pacientes com significativas
doenças cardíacas preexistentes.
Durante o período de pós-comercialização, relatos muito raros foram recebidos sobre
o agravamento do status cardíaco em pacientes com doenças cardíacas significativas
preexistentes, temporariamente associados ao início da terapia com Betaferon®.
Foram relatados casos de cardiomiopatia: caso isto ocorra e haja suspeita de que
esteja relacionado com o uso de Betaferon®, o tratamento deve ser interrompido.
Distúrbios gastrintestinais
Foram relatados casos de pancreatite, frequentemente associada à
hipertrigliceridemia, com o uso de Betaferon® (ver “Reações adversas”).
Investigações / Imunogenicidade
Como todas as proteínas terapêuticas, há um potencial de imunogenicidade (ver
“Reações adversas”). A decisão para continuar ou descontinuar o tratamento deve ser
baseada mais em relação a todos os aspectos do status da doença do paciente que
somente no status da atividade de neutralização.
Distúrbios no sistema imunológico
A administração de citocinas aos pacientes com gamopatia monoclonal preexistente foi
associada com o desenvolvimento de síndrome de extravasamento capilar sistêmico,
com sintomas que se assemelham ao choque e evolução fatal.
Distúrbios gerais e reações no local de aplicação
Podem ocorrer reações graves de hipersensibilidade (reações agudas e graves tais
como broncoespasmo, anafilaxia e urticária).
Foi observada necrose no local da injeção em pacientes tratados com Betaferon® (ver
“Reações adversas”). Esta necrose pode ser extensa e pode envolver a fáscia muscular,
assim como tecido adiposo e, portanto, pode resultar em formação de cicatriz.
Ocasionalmente são necessários debridamento e, menos frequentemente, enxerto de
pele; o restabelecimento pode levar até 6 meses.
O paciente deve ser orientado a consultar seu médico antes de continuar com as
injeções de Betaferon® se apresentar qualquer ruptura na pele que possa estar
associada com edema ou drenagem do líquido no local da injeção.
Se o paciente apresentar lesões múltiplas, o tratamento com Betaferon® deve ser
interrompido até que o restabelecimento tenha ocorrido. Pacientes com lesões isoladas
podem continuar com o uso do medicamento desde que a necrose não seja muito
ampla, uma vez que alguns pacientes obtiveram cicatrização da necrose durante o uso
de Betaferon®.
Para minimizar o risco de necrose no local da injeção os pacientes devem ser
orientados a:
- utilizar técnica asséptica de injeção;
- alternar os locais de injeção a cada aplicação.
O procedimento de autoadministração deve ser revisto periodicamente, especialmente
se houverem ocorrido reações no local da injeção.
Este medicamento contém menos que 1 mmol de sódio (23 mg) por mL, ou seja, é
essencialmente livre de sódio.
Efeitos na habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Os efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas não foram investigados.
Em pacientes suscetíveis, os efeitos adversos relacionados ao SNC associados com o
uso de Betaferon® podem influenciar a habilidade de dirigir e utilizar máquinas.
Gravidez e lactação
- Gravidez
Não é conhecido se Betaferon® pode causar lesão fetal quando administrado às
mulheres grávidas ou se pode afetar a capacidade reprodutiva humana. Em estudos
clínicos controlados, foram observados abortamentos espontâneos em pacientes com
Esclerose Múltipla. Nos ensaios em macacos Rhesus, comprovou-se que a
betainterferona 1b humana recombinante é embriotóxica, causando aumento na taxa
de abortamento com as doses mais altas. Portanto, mulheres em idade fértil devem
adotar medidas contraceptivas apropriadas. Se a paciente engravidar ou planejar
engravidar durante a administração de Betaferon®, ela deve ser informada sobre os
riscos potenciais e deve ser recomendada a suspensão do tratamento (para resultados
pré-clínicos, ver “Dados de segurança Pré-Clínica”).
- Lactação
Não se sabe se a betainterferona 1b é excretada com o leite materno humano. Devido à
ocorrência potencial de reações adversas graves em crianças sendo amamentadas,
deve-se decidir entre a interrupção da amamentação ou do tratamento com
Betaferon®.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
Não foram realizados estudos sistematizados de interação de Betaferon® com outros
medicamentos.
Não se conhece o efeito de Betaferon® no metabolismo de medicamentos em pacientes
com Esclerose Múltipla. A terapêutica das recidivas com corticosteroides ou ACTH,
por períodos de até 28 dias, tem sido bem tolerada nos pacientes em tratamento com
Betaferon®.
Não foi estudada a administração concomitante de Betaferon® com outros
imunomoduladores além dos corticosteroides ou ACTH.
Foi relatado que as interferonas reduzem a atividade de enzimas hepáticas
dependentes do citocromo P450 em seres humanos e nos animais. Deve-se ter cautela
quando Betaferon® é administrado em combinação com medicamentos que
apresentam estreita margem terapêutica e são largamente dependentes do sistema
hepático citocromo P450 para a sua depuração.
Deve-se ter cuidado na administração concomitante de medicamentos que tenham
efeito sobre o sistema hematopoiético.
O medicamento, antes de ser reconstituído, deve ser guardado em sua embalagem original e
mantido sob refrigeração (temperatura entre 2°C e 8°C). Não congelar. Variações na
temperatura de armazenagem, que estejam dentro do intervalo de 2°C a 25°C também são
permitidas, o que pode facilitar a utilização pelo paciente quando for necessário, como por
exemplo, para transportar o medicamento, pois o produto é estável em temperatura de até
25°C durante seu prazo de validade (24 meses).
Este medicamento tem o prazo de validade de 24 meses.
“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.”
“Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.”
“Se após a reconstituição Betaferon® não for injetado imediatamente, a solução
reconstituída pode ser guardada em refrigerador (não congelar) por até 3 horas.”
Betaferon® é formulado como um liofilizado, branco a quase branco, estéril. O diluente é
composto por um líquido claro e incolor.
Não utilize Betaferon® se houver presença de material particulado ou alteração de cor após
reconstituição.
“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.”
“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.”
Instruções de uso
- Incompatibilidade
Na ausência de estudos de incompatibilidade, a solução de Betaferon® não deve ser
misturada com outros medicamentos.
- Reconstituição
Para reconstituição do liofilizado, injetar 1,2 mL do diluente fornecido (cloreto de sódio
0,54%) no frasco-ampola de Betaferon®. Dissolver completamente o liofilizado sem agitar.
- Inspeção antes do uso
Não utilize frascos-ampola que apresentarem rachaduras. Inspecionar visualmente a solução
antes do uso. Se apresentar material particulado ou alteração de cor, a solução deve ser
descartada.
Posologia
- Método de administração: injeção subcutânea
- Adultos
O tratamento com Betaferon® deve ser iniciado com a supervisão de um médico experiente
no tratamento da Esclerose Múltipla.
A dose recomendada de Betaferon® é de 0,25 mg (8 milhões de UI), contida em 1 mL da
solução reconstituída (ver, em anexo, instruções detalhadas para preparação e
administração), devendo ser injetada por via subcutânea, em dias alternados.
Geralmente, a titulação da dose é recomendada no início do tratamento.
Os pacientes devem iniciar o tratamento com 0,0625 mg (0,25 mL), por via subcutânea, em
dias alternados, e aumentar a dose gradualmente para 0,25 mg (1,0 mL), em dias alternados.
O período de titulação pode ser ajustado de acordo com a tolerabilidade individual.
No estudo em pacientes com um único evento clínico, a dose foi aumentada como mostra a
Tabela A.
Tabela A: Esquema posológico de titulação *
Dia de Tratamento Dose Volume
1, 3, 5 0,0625 mg 0,25 mL
7, 9, 11 0,125 mg 0,5 mL
13, 15, 17 0,1875 mg 0,75 mL
≥ 19 0,25 mg 1,0 mL
* Esquema de titulação da dose como usado no estudo em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose
Múltipla. O período de titulação pode ser modificado de acordo com a tolerabilidade de cada paciente.
Dose máxima diária recomendada: 0,25 mg.
- Duração do Tratamento
Até o momento, não se sabe por quanto tempo o paciente deve ser tratado. A eficácia do
tratamento para períodos de até 3 anos foi demonstrada em um ensaio clínico controlado.
Existem dados de acompanhamento de estudos clínicos realizados sob condições
controladas em pacientes com Esclerose Múltipla recorrente-remitente de até 5 anos e em
pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva de até 3 anos. Existem dados de
acompanhamento não-controlado de pacientes com Esclerose Múltipla secundária
progressiva de até 4,5 anos.
Para Esclerose Múltipla recorrente-remitente, os dados disponíveis de até 5 anos sugerem
que a eficácia é mantida durante todo o período de tratamento com Betaferon®.
Para Esclerose Múltipla secundária progressiva, a eficácia do tratamento durante um
período de 2 anos, com dados limitados para um período de até 3 anos de tratamento, foi
demonstrada em estudos clínicos sob condições controladas.
Em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a eficácia foi
demonstrada por um período de 5 anos.
- Crianças e adolescentes
A eficácia e a segurança de Betaferon® não foram investigadas sistematicamente em
crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Portanto, Betaferon® não deve ser
administrado a este grupo etário.
Frequentemente foram observados sintomas semelhantes aos gripais (febre, calafrios,
artralgia, indisposição geral, sudorese, cefaleia ou mialgia). A ocorrência destes
sintomas diminuiu com o passar do tempo.
De modo geral, recomenda-se a titulação da dose no início do tratamento, a fim de
aumentar a tolerabilidade ao Betaferon® (ver item “Posologia”). Sintomas semelhantes
aos gripais também podem ser reduzidos com a administração de um anti-
inflamatório não esteroidal.
Reações no local de injeção (p. ex.: vermelhidão, inchaço, alteração de cor, inflamação,
dor, hipersensibilidade, necrose e reações não específicas) ocorreram frequentemente
após a administração de Betaferon®. De modo geral, a incidência de reações no local
de injeção diminuiu com o passar do tempo. A incidência de reações no local de
injeção pode ser reduzida com o uso de um autoinjetor.
Os termos das reações adversas aos medicamentos foram baseados no MedDRA
(versão 9.1).
Foi utilizado o termo MedDRA (versão 9.1) mais apropriado para descrever uma
determinada reação. Sinônimos ou condições relacionadas não foram listadas mas
devem também ser consideradas.
As frequências são definidas como muito comum (> 1/10) e comum (> 1/100 a < 1/10).
As reações adversas identificadas somente durante a vigilância na pós-
comercialização, e para as quais uma frequência não pode ser estimada, estão listadas
abaixo de “frequência desconhecida”.
Reação muito comum (> 1/10): contagem de linfócitos diminuída (< 1500/mm3)x,
contagem de células brancas diminuída (< 3000/mm3)x, contagem absoluta de
neutrófilos diminuída (< 1500/mm3)x, cefaleia, insônia, descoordenação, dor
abdominal, aumento de alanina aminotransferase (ALAT > 5 vezes a linha basal)x,
erupção cutânea, distúrbio na pele, mialgia, hipertonia, incontinência urinária,
reações no local de injeção (vários tiposo), sintomas semelhantes aos gripais
(complexo§), dor, febre, calafrios, edemas periféricos, astenia.
Reação comum (> 1/100 a <1/10): linfoadenopatia, hipertensão, dispneia, aumento de
aspartato aminotransferase (ASAT > 5 vezes a linha basal)x, impotênciab,
metrorragiaa, necrose no local de injeção, dor no peito, indisposição.
Reação de frequência desconhecida: anemia, trombocitopenia, leucopenia, reações
anafiláticas, síndrome do extravasamento capilar sistêmico em gamopatia monoclonal
preexistente, distúrbios na tireoide, hipertireoidismo, hipotireoidismo, aumento de
triglicérides no sangue, anorexia, redução de peso, aumento de peso, depressão,
tentativa de suicídio, confusão, ansiedade, instabilidade emocional, convulsão, tontura,
cardiomiopatia, taquicardia, palpitação, vasodilatação, broncoespasmo, náusea,
vômito, pancreatite, diarreia, aumento de bilirrubina no sangue, aumento da gama-
glutamiltransferase, lesão hepática (incluindo hepatite), falência hepática, urticária,
alopecia, prurido, alteração de cor na pele, artralgia, distúrbio menstrual, menorragia,
sudorese.
* “Reações adversas ao medicamento” foram definidas baseadas em incidências
comparativas: qualquer evento adverso que ocorreu em pacientes tratados com
Betaferon® com uma frequência de pelo menos 2% acima do observado em pacientes
tratados com placebo, este foi considerado possivelmente relacionado à Betaferon®,
independente da causalidade originalmente associada nos relatórios de caso
individuais.
x anormalidade laboratorial
a mulheres na pré-menopausa
b homens
o “Reação no local de injeção (vários tipos)” compreende todos os eventos adversos que
ocorrem no local da injeção (exceto necrose no local da injeção), p. ex. os seguintes
termos: reação no local de injeção, hemorragia no local de injeção, hipersensibilidade
no local de injeção, inflamação no local de injeção, intumescimento no local de
injeção, dor no local de injeção, edema no local de injeção e atrofia no local de
injeção.
§ “Complexo de sintomas semelhantes aos gripais” denota a síndrome gripal e/ou uma
combinação de pelo menos duas reações adversas de febre, calafrios, mialgia,
indisposição e sudorese.
Investigações / Imunogenicidade
Como ocorre com todas as proteínas com finalidade terapêutica, há um potencial para
imunogenicidade. Em estudos clínicos controlados, foram coletadas amostras de soro a
cada 3 meses (no estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de
Esclerose Múltipla, a cada 6 meses) para monitorar o desenvolvimento dos anticorpos
ao Betaferon®.
Em diferentes estudos clínicos controlados, observou-se que entre 23% e 41% dos
pacientes desenvolveram atividade neutralizante à betainterferona 1b do soro,
confirmada ao menos por dois títulos positivos consecutivos; destes pacientes, entre
43% e 55% foram convertidos, de maneira estável, ao status negativo para anticorpo,
baseado em dois títulos negativos consecutivos, durante o período de observação
subsequente do estudo respectivo.
Em estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla,
a atividade neutralizante medida a cada 6 meses foi observada pelo menos uma vez em
32% (89 pacientes) dos pacientes imediatamente tratados com Betaferon®; destes,
60% (53 pacientes) retornaram ao status negativo baseado na última análise
disponível dentro do período de 5 anos. Dentro do período de estudo de 5 anos, o
desenvolvimento da atividade neutralizante não foi associado com redução da eficácia
clínica (no que diz respeito ao tempo para chegar a Esclerose Múltipla clinicamente
definida – EMCD, tempo para a progressão confirmada da escala expandida do grau
de incapacidade – EDSS e índice de remissão).
Não foi demonstrado qualquer efeito atenuador consistente nos resultados clínicos,
relacionado à presença de anticorpos neutralizantes no decorrer dos estudos,
parâmetros de eficácia, diferentes abordagens estatísticas e diversas definições de
status positivo para o anticorpo neutralizante. Os eventos adversos não foram
associados com o desenvolvimento da atividade neutralizante.
A decisão para continuar ou interromper o tratamento deve ser baseada em todos os
aspectos do status da doença do paciente do que somente no status da atividade
neutralizante.
“Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.”