Bula do Cloridrato de Ticlopidina produzido pelo laboratorio Biosintética Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de ticlopidina
Biosintética Farmacêutica Ltda.
comprimidos revestidos
250 mg
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BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
Comprimidos 250 mg: Embalagem com 30 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de cloridrato de ticlopidina contém:
cloridrato de ticlopidina ......................................................................................................................250 mg
Excipientes: ácido cítrico, celulose micro cristalina, amido, povidona, croscarmelose sódica, estearato de
magnésio, álcool polivinílico, macrogol, talco, dióxido de titânio.
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é destinado ao tratamento de:
Redução do risco de acidente vascular cerebral primário ou recorrente, em pacientes com história
de pelo menos um dos seguintes eventos: AVC isquêmico completo, AVC menor, déficit
neurológico isquêmico reversível ou ataque isquêmico transitório (inclusive amaurose
monocular transitória).
Prevenção de acidentes isquêmicos extensos, especialmente coronarianos, em pacientes com
arteriosclerose obliterante crônica dos membros inferiores, com sintomas de claudicação
intermitente.
Prevenção e correção dos distúrbios plaquetários induzidos por circuitos extracorpóreos: cirurgia
com circulação extracorpórea; e hemodiálise crônica.
Prevenção de oclusões subagudas após implantação de “stent” coronariano.
A ticlopidina é uma droga antiplaquetária com mecanismo de ação diferente do acido acetil salicílico
(aas) e dos anti-inflamatórios não esteroidais. A ticlopidina demonstrou reduzir o risco de AVC
trombótico em pacientes com AVC prévio. A droga está indicada para pacientes submetidos a implante
de “stent” coronário (junto com o aas). Devido ao risco associado à neutropenia ou agranulocitose, a
ticlopidina deve ser reservada a pacientes que sejam intolerantes ao aas, se indicado. O uso preliminar da
ticlopidina para doenças tromboembólicas demonstrou utilidade na manutenção da patência do enxerto
em pacientes com “pontes” coronárias, mantendo a patência do acesso aos sítios nos pacientes em
“regime” de hemodiálise, melhorando o desempenho do exercício nos pacientes com doença cardíaca
isquêmica e prevenindo a trombose venosa profunda pós-operatória. A ticlopidina pode também ser útil
na prevenção da mortalidade cardiovascular, do infarto do miocárdio, e na prevenção da oclusão de vasos
durante as crises de anemia falciforme (crise de “falcização”). Estudos definitivos são necessários para
avaliar a utilidade clínica da ticlopidina nestas áreas. (Anon, 2002; Panak E et al , 1983; Johnson M et al ,
1977; Knudsen JB, Gormsen J, 1979; David JL et al, 1979; O´Brien JR, 1978; Thebault JJ et al, 1975).
Uma meta-análise de estudos comparando a terapia antiplaquetária com placebo ou uma alternativa
antiplaquetária, indica que esta terapia proporciona a profilaxia efetiva contra o infarto miocárdico, AVC
ou morte vascular ou por causas desconhecidas em pacientes de alto risco (Anon, 2002). Esta meta-
análise foi desenvolvida pelo grupo ANTITHROMBOTIC TRIALISTS' COLLABORATION (localizado na
Inglaterra); este foi um estudo randomizado com estudos disponíveis antes de setembro de 1997, e estava
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constituído por 287 estudos envolvendo 135.000 pacientes em comparação do agente antiplaquetário com
placebo (197 estudos) (Panak E, 1983). 77.000 pacientes em comparação de diferentes regimes
antiplaquetários (90 estudos). Os pacientes incluídos foram agrupados de acordo com eventos vasculares
ou condições que os colocassem sob alto risco – infarto miocárdico (IM), IM prévio, AVC agudo, AVC
prévio, ou outra condição de alto risco (como angina estável, fibrilação atrial, doença arterial periférica).
A mortalidade geral (vascular), IAM não fatal, ou AVC não fatal ocorreu em 7705 dos 71.912 pacientes
(10,7%) no grupo da terapia antiplaquetária comparada com 9502 de 72.139 (13,2%) alocado para o
grupo controle (p menor que 0,0001). O grupo recebendo da terapia antiplaquetária foi associado a uma
redução de risco para morte por causas vasculares de 15%; com uma redução de risco para IM não fatal
de 34%, e uma redução de risco para o AVC não fatal de 25%. No geral, a terapia antiplaquetária resultou
em uma redução de risco proporcional de aproximadamente 25% para qualquer evento vascular sério
entre todas as categorias de pacientes de alto risco, exceto para aqueles com AVC agudo. Entre os estudos
que reportaram ao menos 1 AVC hemorrágico, houve um aumento do AVC hemorrágico fatal ou não
fatal para 22% (p menor que 0,01) e reduziu os AVC fatais e não fatais de 30% (p menor que 0,0001).O
risco absoluto de AVC foi reduzido significantemente. Entre os pacientes com AVC agudo a redução
absoluta no risco de um evento vascular sério em 9 de 1000 pacientes (p=0,0009); por comparação, o
risco foi reduzido de 22 para 38 eventos ao menos em 1000 pacientes, aqueles com IAM, com IAM
prévio, com história de AVC ou outra condição (p menor que 0,0001 para todos). AAS foi o
antiplaquetário mais comum estudado, e doses diariamente de 75 a 150 milligramas (mg) foram ao menos
tão efetivos quanto as maiores doses. O clopidogrel demonstrou reduzir os eventos vasculares para,
adicionalmente 10% comparada com AAS, e ticlopidina conferiu uma redução 12% superior ao aas;
adicionando o dipiridamol ao aas, não teve efeito significativo. Os autores notaram também que seus
achados suportavam a introdução da terapia antiplaquetária durante um AVC agudo presumido, com a
continuação a longo prazo da terapia antiplaquetária. (Anon, 2002; Panak E et al , 1983; Johnson M et al ,
Propriedades farmacodinâmicas
O cloridrato de ticlopidina é um antiagregante plaquetário que produz a inibição da agregação das
plaquetas e da liberação de fatores plaquetários. Essa inibição é dependente da dose e do tempo de
administração e reflete-se por um prolongamento do tempo de sangramento.
A ticlopidina não tem ação significativa in vitro, mas apenas in vivo. Entretanto, não há evidência de
metabólito ativo circulante.
O cloridrato de ticlopidina interfere com a agregação plaquetária inibindo a ligação ADP-dependente do
fibrinogênio à membrana da plaqueta. Sua ação não envolve inibição da ciclo-oxigenase, como ocorre
com o ácido acetilsalicílico. O AMP cíclico plaquetário não parece estar envolvido no mecanismo de ação
da ticlopidina.
O tempo de sangramento medido pelo método de Ivy, com manguito sob pressão de 40 mmHg, alcança
mais de duas vezes os valores iniciais, ao passo que essa medida sem manguito não aumenta
substancialmente. Após a suspensão do tratamento, o tempo de sangramento e outros testes da função
plaquetária voltam aos valores normais dentro de uma semana, na maioria dos pacientes.
O efeito antiagregante plaquetário pode ser observado após dois dias do início da administração de
cloridrato de ticlopidina, na dose de 250 mg duas vezes ao dia. O efeito máximo é alcançado após 5 a 8
dias de tratamento com a referida dose.
Em doses terapêuticas, o cloridrato de ticlopidina inibe 50 a 70% da agregação plaquetária induzida pelo
ADP (2,5 micromol/l). Doses menores correspondem a um menor efeito antiagregante.
Em um estudo comparativo com o ácido acetilsalicílico realizado nos Estados Unidos, mais de 3000
pacientes que haviam experimentado ataque isquêmico transitório cerebral ou acidente vascular cerebral
(AVC) menor foram tratados e controlados por um período médio de 3 anos. Os resultados mostram que
o cloridrato de ticlopidina reduziu em 48% o risco de AVC fatal ou não fatal no primeiro ano, em
comparação ao ácido acetilsalicílico. Essa redução de risco ao longo do estudo foi de 27%, valor ainda
estatisticamente significativo. Outro estudo comparando ticlopidina e placebo em 1073 pacientes com
AVC isquêmico prévio demonstrou clara superioridade da ticlopidina na redução do risco de novo AVC.
Essa redução foi de 33% no primeiro ano de tratamento. Um terceiro estudo multicêntrico em 687
pacientes com claudicação intermitente mostrou que a ticlopidina foi significativamente superior ao
placebo na redução da mortalidade (29%) e de eventos cardio ou cerebrovasculares (fatais ou não
fatais)(41%).
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Propriedades farmacocinéticas
A absorção da ticlopidina é rápida. Após administração por via oral em dose única, valores plasmáticos
máximos são alcançados em cerca de 2 horas. A absorção é praticamente completa, e a biodisponibilidade
do cloridrato de ticlopidina é aumentada quando o medicamento é administrado após as refeições.
Concentrações plasmáticas de equilíbrio são alcançadas 7 a 10 dias após administração de 250 mg duas
vezes ao dia. A meia-vida média de eliminação após o equilíbrio plasmático é de cerca de 30 a 50 horas.
Entretanto, a inibição da agregação plaquetária não está correlacionada às concentrações plasmáticas.
A ticlopidina é largamente metabolizada no fígado. Após administração oral do medicamento marcado
radioativamente, 50 a 60% da radioatividade são detectados na urina e o restante nas fezes.
Este medicamento é contraindicado para uso em:
- Diáteses hemorrágicas.
- Lesões orgânicas suscetíveis de sangramento, por exemplo, úlcera gastroduodenal em atividade, AVC
hemorrágico em fase aguda.
- Hematopatias com aumento do tempo de sangramento.
- Antecedentes de hipersensibilidade a ticlopidina ou a qualquer outro componente da fórmula.
- Antecedentes de leucopenia, trombocitopenia ou agranulocitose.
Foram observados efeitos adversos hematológicos e hemorrágicos, com consequências usualmente graves
e às vezes fatais (vide “Reações Adversas”).
Tais efeitos graves podem estar associados a:
- monitorização inadequada, diagnóstico tardio e medidas terapêuticas inadequadas quanto aos efeitos
adversos;
- administração concomitante de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários tais como ácido
acetilsalicílico ou AINEs. Entretanto, no caso de implantação de “stent”, a ticlopidina pode ser associada
ao ácido acetilsalicílico (100 a 325 mg diários) durante cerca de um mês, conforme orientação do seu
médico.
Controle hematológico
Durante os primeiros três meses de tratamento com cloridrato de ticlopidina o paciente deve realizar
hemograma completo (inclusive contagem de plaquetas) a partir do início do tratamento e a intervalos de
duas semanas durante os três primeiros meses, e no decorrer de 15 dias após a suspensão do cloridrato de
ticlopidina, caso o tratamento seja interrompido antes de três meses. Em caso de neutropenia confirmada
(menos de 1500 neutrófilos/mm3) ou de trombocitopenia (menos de 100.000 plaquetas/mm3) o
tratamento deve ser suspenso e os parâmetros hematológicos controlados até o seu retorno aos valores
normais.
Controle clínico
Todos os pacientes devem ser cuidadosamente acompanhados quanto a sinais e sintomas de reações
adversas, especialmente nos três primeiros meses de tratamento. Os pacientes devem ser instruídos sobre
sinais e sintomas possivelmente relacionados à neutropenia (febre, dor de garganta, ulcerações na mucosa
oral), a trombocitopenia ou alteração da hemostasia (sangramento prolongado ou inusitado, equimoses,
púrpura, fezes escuras) e hepatite (incluindo icterícia, urina escura e fezes claras).
Os pacientes devem ser avisados para suspender o tratamento e procurar imediatamente o médico, caso
surja algum destes sintomas.
A decisão de reiniciar o tratamento dependerá do resultado dos exames clínicos e laboratoriais.
O diagnóstico clínico de púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) caracteriza-se pela presença de
trombocitopenia, anemia hemolítica, sintomas neurológicos, disfunção renal e febre. O início pode ser
súbito. Na maioria dos casos, a PTT foi detectada nas primeiras 8 semanas de tratamento. Tendo em vista
o risco de óbito, sugere-se acompanhamento por equipe de especialistas em caso de suspeita de PTT. O
tratamento com plasmaferese pode melhorar o prognóstico
Sensibilidade cruzada entre tienopiridinas
Pacientes devem ser avaliados quanto à história de hipersensibilidade com outra tienopiridina (como
clopidogrel, prasugrel), já que sensibilidade cruzada entre tienopiridinas tem sido reportada (vide
“Reações Adversas”). As tienopiridinas podem causar reações alérgicas leves a severas, tais como rash,
angioedema ou reações hematológicas como trombocitopenia e neutropenia. Pacientes que tenham
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desenvolvido reação alérgica anteriormente e/ou reação hematológica a uma tienopiridina, podem ter um
risco aumentado de desenvolver a mesma ou outra reação com uma outra tienopiridina. É aconselhável o
monitoramento de sensibilidade cruzada.
Hemostasia
O uso do cloridrato de ticlopidina deve ser feito com prudência em pacientes com risco aumentado de
sangramento. Em princípio, a ticlopidina não deve ser associada à heparina, anticoagulantes orais e a
antiagregantes plaquetários (vide “Interações medicamentosas”). No caso excepcional de tratamento
concomitante, o controle clínico e hematológico deverá ser cuidadoso, incluindo determinações do tempo
de sangramento.
Em caso de intervenção cirúrgica eletiva, sempre que possível o tratamento com a ticlopidina deve ser
suspenso pelo menos 10 dias antes da cirurgia.
Em situação de emergência cirúrgica o risco de hemorragia e de tempo de sangramento prolongado pode
ser diminuído pelas seguintes medidas, isoladas ou combinadas: administração de 0,5 a 1,0 mg/kg de
metilprednisolona I.V., que pode ser repetida; desmopressina na dose de 0,2 a 0,4 mcg/kg I.V.;
administração de concentrado de plaquetas.
Sendo cloridrato de ticlopidina extensamente metabolizado no fígado, ele deve ser usado com cuidado
nos pacientes com insuficiência hepática e, em casos de disfunção hepática, testes da função hepática
devem ser realizados.
O tratamento deve ser descontinuado em caso de hepatite ou icterícia.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
As reações adversas da ticlopidina, como tontura, podem prejudicar a habilidade de dirigir e operar
máquinas.
Gravidez e lactação
A segurança de ticlopidina em mulheres grávidas não foi estabelecida. O cloridrato de ticlopidina não
deve ser usado por mulheres grávidas a menos que seja absolutamente necessário.
Estudos em ratas mostram que a ticlopidina é excretada no leite. A segurança da ticlopidina em lactantes
não foi estabelecida. A não ser em casos de indicação estrita, cloridrato de ticlopidina não deverá ser
administrado a lactantes.
Categoria de risco na gravidez: B.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Populações especiais
Idosos
Os principais estudos clínicos incluíram uma amostragem com idade média de 64 anos. A
farmacocinética da ticlopidina é modificada em pacientes idosos, mas as atividades farmacológicas e
terapêuticas de doses de 500mg/dia não são afetadas pela idade do paciente.
Crianças
A segurança e eficácia na população pediátrica não foram estabelecidas.
Uso em pacientes com disfunção hepática
Como a ticlopidina é extensivamente metabolizada pelo fígado, deve ser utilizada com cuidado em
pacientes com disfunção hepática. O tratamento deve ser suspenso e testes da função hepática
monitorados se o paciente desenvolver hepatite ou icterícia. Uso em pacientes com disfunção renal
A experiência em pacientes com disfunção renal é limitada. Em estudos clínicos controlados, não foram
encontrados problemas inesperados em pacientes com disfunção renal leve e não há experiência com
ajuste de dose em pacientes com disfunção renal mais severa. No entanto, pode ser necessária a redução
da dose de ticlopidina em pacientes com disfunção renal ou ainda, a descontinuação do tratamento se
- Medicamento-medicamento
Associações que aumentam o risco hemorrágico:
Anti-inflamatórios não esteroidais
Aumento de risco hemorrágico pelo aumento da atividade antiagregante plaquetária e do efeito dos
AINEs sobre a mucosa gastroduodenal. Caso o uso de anti-inflamatórios seja imprescindível ao paciente,
deve-se proceder a cuidadoso controle clínico e laboratorial.
Antiagregantes plaquetários
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Aumento do risco hemorrágico (aumento da atividade antiagregante plaquetária). Se a associação não
puder ser evitada, é necessário um estrito controle clínico e laboratorial do paciente.
Anticoagulantes orais
Aumento do risco hemorrágico pela combinação da ação anticoagulante com a atividade antiplaquetária
da ticlopidina. Caso esses fármacos sejam necessários, deve-se realizar estrito controle clínico e
biológico.
Heparinas
Aumento do risco hemorrágico (combinação da ação anticoagulante com a atividade antiplaquetária).
Caso a associação tenha que ser prescrita, o paciente deve merecer cuidadoso controle clínico e biológico
(inclusive APTT).
Derivados salicilados (inclusive ácido acetilsalicílico), via sistêmica
Aumento de risco hemorrágico pela soma do efeito antiplaquetário e da ação lesiva dos derivados
salicilados sobre a mucosa gastroduodenal. É necessário um estrito controle clínico e laboratorial do
paciente. No caso de implante de “stent” ver item Advertências.
Associações que exigem precauções especiais:
Teofilina
Possibilidade de aumento dos níveis plasmáticos de teofilina com risco de superdose (diminuição do
clearance plasmático de teofilina). Deve-se realizar controle clínico estrito e, se necessário, determinações
do nível plasmático da teofilina. Adaptar a dose de teofilina durante e após o tratamento com a
ticlopidina.
Digoxina
Possibilidade de redução (aproximadamente 15%) no nível plasmático de digoxina, sem, contudo, afetar
sua eficácia terapêutica.
Fenobarbital
Estudos em voluntários sadios não mostraram efeito de administração crônica do fenobarbital sobre a
ação antiplaquetária da ticlopidina.
Fenitoína
Estudos in vitro mostram que a ticlopidina não altera a ligação da fenitoína às proteínas plasmáticas.
Entretanto, não foram feitos estudos in vivo. Existem raros relatos de aumento nos níveis de fenitoína e
toxicidade de fenitoína quando ticlopidina é coprescrita. A administração conjunta deve ser feita com
cautela, e o nível sérico de fenitoína deve ser medido, ao se iniciar ou descontinuar a ticlopidina.
Outros medicamentos
O cloridrato de ticlopidina foi utilizado concomitantemente com beta-bloqueadores, antagonistas dos
canais de cálcio e diuréticos, sem que fosse observada nenhuma interação clinicamente significativa.
Estudos in vitro indicam que a ticlopidina se liga às proteínas plasmáticas (98%) de modo reversível, sem,
contudo, interagir com a ligação do propranolol (droga que tem alta ligação às proteínas plasmáticas) às
mesmas.
Em ocasiões muito raras, foi relatada redução dos níveis sanguíneos da ciclosporina. Portanto, os níveis
de ciclosporina devem ser monitorizados se houver coadministração com ticlopidina.
- Medicamento-alimento
Não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de alimentos na ação de cloridrato de
- Medicamento-exame laboratorial
Existe a possibilidade da ocorrência de alterações laboratoriais com o uso de cloridrato de ticlopidina. Por
isso, recomenda-se monitoramento médico (vide “Reações Adversas”).
O cloridrato de ticlopidina deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e
umidade.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas:
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Cloridrato de ticlopidina 250 mg: comprimido revestido de cor branca, oblongo, biconvexo, liso de um
lado e com gravação “CT” do outro lado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos devem ser ingeridos sem mastigar, com líquido, durante as refeições, por via oral.
Uso em adultos: 2 comprimidos ao dia, durante as refeições.
Não há estudos dos efeitos de cloridrato de ticlopidina administrado por vias não recomendadas. Portanto,
por segurança e para eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
População especial: vide item “Advertências e precauções”
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Reação muito comum (> 1/10).
Reação comum (> 1/100 e ≤ 1/10).
Reação incomum (> 1/1.000 e ≤ 1/100).
Reação rara (> 1/10.000 e ≤ 1/1.000).
Reação muito rara (≤ 1/10.000).
Distúrbios do sangue e sistema linfático
Em dois estudos clínicos de larga escala conduzidos em 2048 pacientes com ataque isquêmico
transitório/acidente vascular cerebral tratados com cloridrato de ticlopidina (estudos clínicos controlados
e multicêntricos CATS e TASS), a contagem de células sanguíneas foi cuidadosamente monitorada (vide
“Advertências e Precauções”).
Comuns: neutropenia incluindo neutropenia severa.
A maioria dos casos de neutropenia severa ou agranulocitose manifestou-se nos primeiros três meses de
tratamento com ticlopidina (necessária monitorização das células sanguíneas). A medula óssea revelou
redução dos precursores mieloides.
Raros: púrpura trombocitopênica trombótica (vide “Advertências e Precauções”), aplasia medular ou
pancitopenia.
Incomuns: trombocitopenia isolada ou excepcionalmente acompanhada de anemia hemolítica.
Sistema nervoso
Dor de cabeça, tontura e neuropatia periférica tem sido reportadas.
Distúrbios vasculares
Complicações hemorrágicas, principalmente, mas não limitado a, hematoma ou equimose e epistaxe
podem ocorrer durante o tratamento. Foram relatados casos de hemorragia pré ou pós-operatória (vide
“Advertências e Precauções”). Hemorragia intracerebral, hematúria e hemorragia da conjuntiva também
foram reportadas.
Distúrbios gastrintestinais
Diarreia foi a reação mais comumente relatada seguida em frequência, pela náusea. A diarreia é
usualmente leve e transitória, ocorrendo principalmente durante os primeiros três meses de tratamento.
Geralmente essas manifestações regridem em 1 a 2 semanas, mesmo na vigência do tratamento. Foram
relatados muito raramente casos de diarreia grave com colite (incluindo colite linfocítica). Se o efeito for
severo e persistente, o tratamento deve ser descontinuado.
Úlcera gastroduodenal também foi reportada.
Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos
Foram descritos casos de erupções cutâneas, particularmente maculopapulares ou urticariformes,
frequentemente acompanhados com prurido. Tais manifestações aparecem em geral nos primeiros três
meses de tratamento (tempo médio de início: 11 dias), e podem ser generalizadas. Com a suspensão do
tratamento as reações cutâneas regridem em poucos dias. Estes rashes cutâneos podem ser generalizados.
Têm sido relatados raros casos de eritema multiforme, Síndrome de Stevens Johnson e Síndrome de
Lyell.
Dermatite esfoliativa também foi reportada.
Distúrbios hepatobiliares
O tratamento com ticlopidina foi acompanhado do aumento das enzimas hepáticas. O aumento (isolado
ou não) de fosfatases alcalinas e transaminases (incidência maior que duas vezes o limite normal) foi
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observada em ambos os grupos (ticlopidina e placebo) (vide “Advertências e Precauções”). O tratamento
com ticlopidina também foi acompanhado de pequena elevação de bilirrubina.
Raros: hepatite (citolítica e/ou colestática) nos primeiros meses de tratamento. A evolução foi em geral
favorável após suspensão do tratamento. No entanto foram relatados casos raríssimos de óbito. Casos de
hepatite fulminante também foram reportados.
Distúrbios do sistema imune
Muito raros: reações imunológicas com diferentes manifestações, tais como: reações alérgicas, anafilaxia,
artralgia, pneumopatia alérgica, vasculite, síndrome lúpica, edema de Quincke, nefropatia por
hipersensibilidade resultando às vezes em falência renal, eosinofilia.
Desconhecidos: reação cruzada de hipersensibilidade à droga entre tienopiridinas (como clopidogrel,
prasugrel) (vide “Advertências e Precauções”).
Distúrbios gerais
Muito raro: febre isolada.
Alterações laboratoriais
Hematológicas
Neutropenia e, mais raramente, pancitopenia, assim como trombocitopenia isolada ou excepcionalmente
associada à anemia hemolítica, foram descritas durante o tratamento com a ticlopidina.
Hepáticas
O uso de ticlopidina pode ser acompanhado de elevação isolada ou não da fosfatase alcalina,
transaminases (mais que 2 vezes o limite de normalidade) e bilirrubina (pequeno aumento).
Investigações
Tratamento crônico com ticlopidina pode estar associado a aumento de colesterol e triglicerídeos séricos.
Os níveis de HDL-C, LDL-C, VLDL-C e triglicerídeos podem aumentar de 8 a 10% após 1 a 4 meses de
tratamento, sem progressão posterior com a continuação da terapia. As relações das subfrações
lipoproteicas (especialmente a relação HDL-LDL) permanecem inalteradas.
Resultados de ensaios clínicos demonstram que esse efeito é independente da idade, sexo, ingestão de
álcool ou diabetes, e não tem influência sobre o risco cardiovascular.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.