Bula do Concor para o Profissional

Bula do Concor produzido pelo laboratorio Merck S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Concor
Merck S/a - Profissional

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BULA COMPLETA DO CONCOR PARA O PROFISSIONAL

CONCOR®

hemifumarato de bisoprolol

Merck S/A

Comprimidos revestidos

1,25 mg / 2,5 mg / 5 mg / 10 mg

Concor®

APRESENTAÇÕES

Concor® 1,25 mg / Concor® 2,5 mg / Concor® 5 mg / Concor® 10 mg

Concor® 1,25 mg e Concor® 10 mg: Embalagens contendo 28 comprimidos revestidos.

Concor® 2,5 mg e Concor® 5 mg: Embalagens contendo 14 e 28 comprimidos revestidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido contém:

1,25 mg

hemifumarato de bisoprolol .......................................... 1,25 mg

Excipientes: fosfato de cálcio dibásico, amido, amido pré-gelatinizado, dióxido de silício,

celulose microcristalina, estearato de magnésio, crospovidona, hipromelose, macrogol,

dimeticona, talco e dióxido de titânio.

2,5 mg

hemifumarato de bisoprolol ......................................... 2,5 mg

Excipientes: fosfato de cálcio dibásico, amido, dióxido de silício, celulose microcristalina,

estearato de magnésio, crospovidona, hipromelose, macrogol, dimeticona e dióxido de titânio.

5 mg

hemifumarato de bisoprolol ......................................... 5 mg

estearato de magnésio, crospovidona, hipromelose, macrogol, dimeticona, dióxido de titânio e

óxido de ferro amarelo.

10 mg

hemifumarato de bisoprolol ......................................... 10 mg

estearato de magnésio, crospovidona, hipromelose, macrogol, dimeticona, dióxido de titânio,

óxido de ferro amarelo e óxido férrico.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Concor®

1,25 mg, Concor®

2,5 mg:

Tratamento de insuficiência cardíaca crônica estável com função ventricular sistólica

esquerda reduzida, em adição a inibidores da ECA, diuréticos e, opcionalmente, glicosídeos

cardíacos.

5 mg, Concor®

10 mg:

Tratamento da hipertensão.

Tratamento da doença cardíaca coronariana (angina pectoris).

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Na hipertensão ou angina pectoris

Os achados em estudos clínicos hemodinâmicos de curto prazo são consistentes com aqueles

observados com outros betabloqueadores. Os efeitos hemodinâmicos do bisoprolol são,

principalmente, mais devidos a seus efeitos cronotópicos negativos do que a seus efeitos

inotrópicos negativos, com poucas mudanças observadas no volume sistólico, na pressão da

aurícula direita ou na pressão capilar. Em dose única diária ele possui um efeito seguro, por

24 horas, em pacientes com hipertensão e angina. Em ambas as indicações o bisoprolol é

eficiente em até 90% dos casos.

Na insuficiência cardíaca crônica estável

No total, 2.647 pacientes foram incluídos no estudo CIBIS II. Destes, 83% (n = 2.202)

pertenciam à classe III da NYHA, e 17% (n = 445), à classe IV da NYHA. Apresentavam

insuficiência cardíaca sistólica sintomática estável (fração de ejeção  35%, baseada em

ecocardiografia). A mortalidade total foi reduzida de 17,3% para 11,8% (redução relativa de

34%).

Foi observada uma diminuição na taxa de morte súbita (3,6% versus 6,3%, redução relativa de

44%) e uma redução do número de episódios de insuficiência cardíaca necessitando de

hospitalização (12% versus 17,6%, redução relativa de 36%). Além disso, foi observada

melhora significativa do status funcional dos pacientes de acordo com a classificação de

NYHA. Durante o início e a fase de titulação do bisoprolol foram observadas hospitalizações

devidas à bradicardia (0,53%), hipotensão (0,23%) e descompensação aguda (4,97%), mas

estas não foram mais frequentes do que no grupo placebo (0%, 0,3% e 6,74%). O número de

acidentes vasculares cerebrais fatais ou incapacitantes durante o período total do estudo foi de

20 no grupo bisoprolol e 15 no grupo placebo.

O estudo CIBIS III investigou 1.010 pacientes com idade  65 anos com insuficiência

cardíaca crônica de leve a moderada (ICC, NYHA classe II ou III), e fração de ejeção

ventricular esquerda  35%, que não houvessem recebido tratamento anterior com inibidores

da ECA, betabloqueadores ou bloqueadores de receptores de angiotensina. Os pacientes

foram tratados com uma associação de bisoprolol e enalapril durante 6 a 24 meses após um

tratamento inicial de 6 meses com bisoprolol ou com enalapril. Verificou-se uma tendência

para uma maior frequência de piora da insuficiência cardíaca crônica quando o bisoprolol foi

utilizado como tratamento inicial de 6 meses. Na análise per-protocolo não foi comprovada a

não inferioridade do tratamento no grupo que iniciou com bisoprolol versus o que iniciou com

enalapril, embora as duas estratégias para início do tratamento da insuficiência cardíaca

congestiva terem mostrado uma taxa idêntica no objetivo primário combinado morte e

hospitalização ao final do estudo (32,4% no grupo que iniciou com bisoprolol versus 33,1%

no que iniciou com enalapril, numa avaliação da população per-protocolo) O estudo

demonstrou que o bisoprolol pode também ser utilizado em idosos com insuficiência cardíaca

crônica leve a moderada

Referências:

1. Lancaster SG, Sorkin EM. Bisoprolol: uma revisão preliminar de sua farmacodinâmica e

propriedades farmacocinéticas, e eficácia terapêutica na hipertensão e angina pectoris. Drugs

1988; 36: 256-85.

2. Johns TE, Lopez LM. Bisoprolol: apenas outro betabloqueador para hipertensão ou angina?

Ann Pharmacother 1995; 29: 403-14.

3. CIBIS-II Investigators and Committees. Insuficiência Cardíaca – Bisoprolol Estudo II

(CIBIS-II): um estudo randomizado. Lancet 1999;<0} 353: 9-13.

4. Willenheimer R et al. Efeito na sobrevivência e hospitalização com o início de tratamento

para insuficiência cardíaca crônica com Bisoprolol seguido por Enalapril, quando comparado

com a seqüência oposta. Resultados do Estudo Bisoprolol na Insuficiência Cardíaca III

(Cardiac Insuficiency Bisoprolol Study – CIBIS III). Circulation, 2005; 112: 2426-2435.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

O bisoprolol é um agente bloqueador seletivo para os receptores beta-1, sendo desprovido de

ação estimulante intrínseca e de efeito de estabilização de membrana relevante. Apresenta

afinidade muito baixa aos receptores beta-2 dos músculos lisos dos brônquios e vasos, assim

como aos receptores beta-2 relacionados com a regulação metabólica. Desta forma,

geralmente não se espera que o bisoprolol influencie a resistência das vias aéreas e os efeitos

metabólicos mediados por beta-2. Sua seletividade beta-1 estende-se além da faixa de

dosagem terapêutica.

O bisoprolol não possui efeito inotrópico negativo pronunciado.

O bisoprolol alcança seu efeito máximo 3-4 horas após administração oral. A meia-vida

plasmática de eliminação de 10-12 horas proporciona 24 horas de eficácia após uma única

dose diária.

O efeito anti-hipertensivo máximo do bisoprolol é geralmente alcançado após 2 semanas de

tratamento.

Na administração aguda em pacientes com doença coronária sem insuficiência cardíaca

crônica, o bisoprolol reduz a frequência cardíaca e o volume de ejeção, reduzindo assim o

débito cardíaco e o consumo de oxigênio. Na administração crônica, a resistência periférica,

inicialmente elevada, diminuiu. Entre outras ações, a redução da atividade renina no plasma é

discutida como sendo um mecanismo de ação subjacente ao efeito anti-hipertensivo dos

betabloqueadores.

O bisoprolol diminui a resposta à atividade simpaticoadrenérgica por meio de bloqueio dos

beta-receptores cardíacos. Isto causa uma diminuição na frequência cardíaca e na

contratilidade, com consequente redução do consumo de oxigênio por parte do miocárdio, o

qual consiste no efeito desejado na angina pectoris com doença coronária subjacente.

Propriedades farmacocinéticas

O bisoprolol possui cinética linear, independente da idade.

Absorção

O bisoprolol é quase completamente absorvido (> 90%) a partir do trato gastrointestinal e,

devido ao reduzido efeito de primeira passagem (aproximadamente 10%), possui

biodisponibilidade absoluta de cerca de 90% após a administração oral.

Distribuição

O volume de distribuição é de 3,5 l/kg. A taxa de ligação às proteínas plasmáticas é de cerca

de 30%.

Metabolismo e eliminação

O bisoprolol é eliminado do organismo mediante duas vias de depuração igualmente eficazes:

50% da substância são transformadas pelo fígado em metabolitos inativos, que são excretados

pelos rins. Os 50% restantes são excretados pelos rins sob forma de substância inalterada.

Assim, o bisoprolol normalmente não exige ajuste de dose em pacientes com distúrbios leves

ou moderados das funções hepática ou renal. O clearance total do fármaco é de

aproximadamente 15 l/h. A meia-vida de eliminação plasmática é de 10-12 horas.

Farmacocinéticas em populações especiais

Em pacientes com insuficiência cardíaca crônica (NYHA estágio III) os níveis plasmáticos do

bisoprolol são mais altos e a meia-vida é prolongada quando em comparação com voluntários

sadios. A concentração plasmática máxima no estado estável é 64+21 ng/ml com uma dose

diária de 10 mg, sendo a meia-vida de 17+5 horas. Não foi estudada a farmacocinética em

pacientes com insuficiência cardíaca crônica estável e com prejuízo concomitante das funções

renais ou hepáticas.

Dados não-clínicos de segurança

Dados não clínicos não revelaram riscos especiais para o ser humano, segundo estudos

convencionais de toxicidade de dose única e repetida, genotoxicidade ou carcinogenecidade.

Toxicidade na reprodução: em estudos toxicológicos de reprodução, o bisoprolol não

influenciou a fertilidade e a performance geral de reprodução. Da mesma forma que outros

betabloqueadores, o bisoprolol causou toxicidade materna (diminuição da quantidade de

alimentos ingeridos e diminuição do peso corporal) e toxicidade embrio/fetal (aumento da

incidência de reabsorções, peso reduzido ao nascimento e retardamento do desenvolvimento

físico) em doses elevadas, porém não se mostrou teratogênico.

4. CONTRAINDICAÇÕES

O bisoprolol é contraindicado em pacientes com:

 insuficiência cardíaca aguda ou durante episódios de descompensação da insuficiência

cardíaca que requeiram terapêutica inotrópica I.V;

 choque cardiogênico;

 bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro grau (sem marcapasso);

 síndrome do nó sinusal;

 bloqueio sinoatrial;

 bradicardia sintomática;

 hipotensão sintomática;

 asma brônquica grave;

 formas graves de doença arterial obstrutiva periférica ou síndrome de Raynaud;

 feocromocitoma não tratado;

 acidose metabólica;

 hipersensibilidade ao bisoprolol ou a qualquer dos excipientes.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

O tratamento da insuficiência cardíaca crônica estável com bisoprolol deve ser iniciado com

uma etapa especial de titulação.

O início do tratamento da insuficiência cardíaca crônica estável com bisoprolol necessita de

acompanhamento regular.

Especialmente em pacientes com doença coronariana isquêmica, o término do tratamento com

bisoprolol não pode ser realizado abruptamente, a menos que claramente indicado, uma vez

que pode ocasionar um agravamento transitório da condição cardíaca.

Não existe experiência com o uso do bisoprolol no tratamento da insuficiência cardíaca em

pacientes portadores das seguintes doenças e condições:

 diabetes mellitus insulino-dependente (tipo I)

 insuficiência renal grave (creatinina sérica ≥ 300 micromol/l)

 insuficiência hepática grave

 cardiomiopatia restritiva

 doença cardíaca congênita

 doença valvular orgânica hemodinamicamente significativa

 infarto do miocárdio ocorrido no período de três meses

O bisoprolol deve ser utilizado com especial cautela em casos de:

 diabetes mellitus com grandes flutuações nos níveis da glicemia, uma vez que sintomas de

hipoglicemia (como taquicardia, palpitações ou sudorese) podem ser mascarados;

 jejum rigoroso;

 terapia de dessensibilização em andamento (conforme ocorre com outros

betabloqueadores, o bisoprolol pode aumentar tanto a sensibilidade em relação aos

alérgenos quanto a gravidade de reações anafiláticas. O tratamento com epinefrina pode

nem sempre proporcionar o efeito terapêutico esperado);

 bloqueio AV de primeiro grau;

 angina de Prinzmetal;

 doença arterial obstrutiva periférica (pode ocorrer agravamento dos sintomas, em especial

no início do tratamento);

Pacientes com psoríase ou com histórico de psoríase somente devem receber

betabloqueadores (como o bisoprolol) após cuidadosa avaliação dos riscos e benefícios.

Sintomas de tireotoxicose podem ser mascarados sob tratamento com bisoprolol.

Em pacientes com feocromocitoma, o bisoprolol não deve ser administrado até que tenha

ocorrido o bloqueio dos alfa-receptores.

Em pacientes submetidos à anestesia geral, o betabloqueio reduz a incidência de arritmias e

isquemia do miocárdio durante indução e entubação e o período pós-operatório. Normalmente

recomenda-se que se mantenha o betabloqueio no período per-operatório. O anestesista deve

estar ciente do betabloqueio devido a interações potenciais com outros medicamentos,

resultando em bradiarritimias, atenuação da taquicardia reflexa e diminuição da capacidade

reflexa para compensar a perda de sangue. Caso seja considerado necessário interromper o

tratamento com o betabloqueador antes da cirurgia, isso deve ser feito gradualmente e

completado cerca de 48 horas antes da anestesia.

Embora betabloqueadores cardiosseletivos (beta1) possam apresentar menos efeitos sobre a

função pulmonar do que os betabloqueadores não-seletivos, como acontece com todos os

betabloqueadores, estes devem ser evitados em pacientes com doenças obstrutivas das vias

aéreas, a menos que existam razões clínicas relevantes para seu uso. Nessas situações,

Concor®

pode ser usado com cautela. Na asma brônquica ou em outras doenças pulmonares

obstrutivas crônicas, que podem causar sintomas, indica-se terapia broncodilatadora

concomitante. Pode ocorrer aumento ocasional na resistência das vias aéreas em pacientes

asmáticos, requerendo uma dose maior de estimulantes beta2.

Gravidez e lactação

Gravidez

Categoria de risco C. Os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos

disponíveis realizados em mulheres grávidas.

O bisoprolol tem efeitos farmacológicos que podem causar efeitos prejudiciais na gravidez

e/ou no feto/recém-nascido. Em geral, bloqueadores dos beta-adrenoreceptores reduzem a

perfusão placentária, o que tem sido associado a um atraso do crescimento do feto, morte

intrauterina, aborto ou parto prematuro. Podem ocorrer efeitos adversos (ex: hipoglicemia e

bradicardia) no feto e no recém-nascido. Se for necessário efetuar tratamento com

bloqueadores dos beta-adrenoreceptores é preferível utilizar bloqueadores seletivos dos

adrenoreceptores beta1.

não está recomendado durante a gravidez a não ser que seja estritamente necessário.

Se o tratamento for considerado necessário, recomenda-se a monitorização do fluxo

sanguíneo uteroplacentário e do crescimento fetal. Em caso de efeitos prejudiciais durante a

gravidez ou no feto recomenda-se que sejam considerados tratamentos alternativos. O recém-

nascido deve ser rigorosamente monitorizado. De um modo geral, espera-se a ocorrência de

sintomas de hipoglicemia e bradicardia nos primeiros 3 dias.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica

ou do cirurgião-dentista.

Lactação

Não existem dados disponíveis sobre a excreção do bisoprolol no leite humano ou sobre a

segurança da exposição dos recém-nascidos ao bisoprolol. Assim, não se recomenda a

administração de Concor®

durante a lactação.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas

Em um estudo com pacientes coronoariopatas, o bisoprolol não prejudicou o desempenho ao

dirigir. Entretanto, devido às variações individuais nas respostas ao medicamento, a

capacidade para dirigir ou para operar maquinário pode ser prejudicada. Isso deve ser levado

em consideração, particularmente no início do tratamento e no caso de troca da medicação,

assim como na administração concomitante com o álcool.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Associações não recomendadas

Tratamento da insuficiência cardíaca crônica estável

 Antiarrítmicos classe I (ex. quinidina, disopiramida, lidocaína, fenitoína, flecainida,

propafenona): o efeito sobre o tempo da condução atrioventricular pode ser potencializado

e o efeito inotrópico negativo pode ser aumentado.

Todas as indicações

 Antagonistas de cálcio do tipo verapamil e, em um menor grau, do tipo diltiazem: efeito

negativo na contratilidade e na condução atrioventricular. A administração intravenosa de

verapamil em pacientes sob tratamento com betabloqueadores pode levar a uma

hipotensão profunda e a um bloqueio atrioventricular.

 Agentes anti-hipertensivos com ação central (ex. clonidina, metildopa, moxonodina,

rilmenidina): o uso concomitante de fármacos anti-hipertensivos de ação central pode

diminuir ainda mais o tônus simpático central e assim conduzir a uma diminuição da

frequência e do débito cardíaco e a uma vasodilatação. A interrupção abrupta pode

aumentar o risco de hipertensão de rebote.

Associações a serem empregadas com cautela

Tratamento de hipertensão ou da doença cardíaca coronariana (angina pectoris)

 A utilização concomitante pode aumentar o risco de hipotensão; não se pode excluir

aumento do risco de uma maior deterioração da função ventricular em pacientes com

insuficiência cardíaca

 Agentes antiarrítmicos classe III (ex. amiodarona): o efeito sobre o tempo da condução

atrioventricular pode ser potencializado.

 Fármacos parassimpatomiméticos: o uso concomitante pode aumentar o tempo de

condução atrioventricular e o risco de bradicardia.

 Betabloqueadores tópicos (ex: colírios para tratamento de glaucoma): podem ter efeitos

aditivos nos efeitos sistêmicos de bisoprolol.

 Insulina e antidiabéticos orais: aumento do efeito hipoglicemiante. O bloqueio dos beta-

adrenorreceptores pode mascarar os sintomas de hipoglicemia.

 Anestésicos: atenuação da taquicardia reflexa e aumento do risco de hipotensão

 Glicosídeos digitálicos: aumento no tempo de condução atrioventricular, redução da

frequência cardíaca.

 Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): podem reduzir o efeito hipotensor do

bisoprolol.

 Agentes betassimpatomiméticos (ex.: isoprenalina, dobutamina): a associação com o

bisoprolol pode reduzir o efeito de ambos os fármacos.

 Agentes simpaticomiméticos que ativam adrenorreceptores alfa e beta (ex.: norepinefrina,

epinefrina): a associação de bisoprolol pode desmascarar os efeitos vasoconstritores destes

medicamentos mediados pelos alfa-adrenorreceptores, ocasionando aumento da pressão

arterial e exacerbação da claudicação intermitente. Tais interações são consideradas mais

prováveis com betabloqueadores não seletivos.

 Agentes anti-hipertensivos e outros fármacos com potencial para redução da pressão

arterial (ex. antidepressivos tricíclicos, barbitúricos, fenotiazidas): o uso concomitante

pode aumentar o risco de hipotensão.

Associações a serem consideradas

 Mefloquina: risco aumentado de bradicardia.

 Inibidores de monoamina oxidase (exceto inibidores MAO-B): efeito hipotensor

intensificado dos betabloqueadores, mas também risco de crise hipertensiva.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da luz e umidade. Prazo de

validade: 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem

original.

Características do medicamento:

Concor®

1,25 mg: comprimidos revestidos, brancos, biconvexos e redondos.

2,5 mg: comprimidos revestidos, brancos, biconvexos em forma de coração e

sulcados em ambas as faces.

5 mg: comprimidos revestidos, branco-amarelados, biconvexos em forma de coração

e sulcados em ambas as faces.

10 mg: comprimidos revestidos, ligeiramente alaranjados, biconvexos em forma de

coração e sulcados em ambas as faces.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Os comprimidos devem ser engolidos inteiros, com algum líquido, pela manhã, antes, durante

ou após o café da manhã.

Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.

Tratamento de hipertensão ou angina pectoris.

Adultos: Para ambas as indicações a dosagem é 5 mg uma vez ao dia. Caso seja necessário, a

dose pode ser aumentada para 10 mg uma vez ao dia.

A dose máxima recomendada é 20 mg uma vez ao dia.

Em todos os casos a dosagem deve ser ajustada individualmente, em particular de acordo com

a frequência cardíaca e o sucesso terapêutico.

Tratamento de insuficiência cardíaca crônica estável

Os pacientes devem estar estáveis (sem insuficiência aguda) quando for iniciado o tratamento

com bisoprolol. Piora transitória da insuficiência cardíaca, hipotensão ou bradicardia podem

ocorrer durante o período de titulação e após. O tratamento da insuficiência cardíaca crônica

estável com o bisoprolol requer uma fase de titulação.

É recomendado que o médico assistente tenha experiência no tratamento de insuficiência

cardíaca crônica.

O tratamento da insuficiência cardíaca crônica estável com bisoprolol deve ser iniciado com

uma titulação gradual, de acordo com as etapas descritas abaixo. Durante a fase de titulação, o

aumento da dose dependerá da tolerância do paciente à dose que está sendo administrada.

Fase de titulação

A dose inicial recomendada é 1,25 mg uma vez ao dia. Dependendo da tolerância individual,

a dose é gradualmente aumentada para 2,5 mg, 3,75 mg, 5 mg, 7,5 mg e 10 mg uma vez ao

dia, de acordo com o esquema de titulação abaixo. O tratamento deve ser mantido com uma

dose mais baixa, caso um aumento de dose não seja bem tolerado.

 1ª semana: 1,25 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:

 2ª semana: 2,5 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:

 3ª semana: 3,75 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:

 4ª a 7ª semana: 5 mg uma vez ao dia; caso seja bem tolerado aumentar para:

 8ª a 11ª semana: 7,5 mg uma vez ao dia; caso bem tolerado aumentar para:

 12ª semana em diante: 10 mg uma vez ao dia, como manutenção do tratamento.

A dose máxima recomendada é de 10 mg uma vez ao dia.

Recomenda-se monitoramento cuidadoso dos sinais vitais (pressão arterial, frequência

cardíaca) e de sintomas de agravamento da insuficiência cardíaca durante a fase de titulação.

Modificação do tratamento

Caso a dose máxima recomendada não seja bem tolerada, a redução gradual da dosagem deve

ser considerada. No caso de piora transitória da insuficiência cardíaca, hipotensão ou

bradicardia, recomenda-se a reconsideração de dosagem da medicação concomitante.

Também pode ser necessário baixar temporariamente a dose de bisoprolol, ou considerar sua

descontinuação. A reintrodução e/ou retitulação do bisoprolol deve sempre ser considerada

quando o paciente se tornar novamente estável.

Duração do tratamento para todas as indicações

O tratamento com o bisoprolol é geralmente de longa duração. O tratamento não deve ser

interrompido abruptamente, uma vez que isso pode levar a uma piora transitória de condição.

Especialmente em pacientes com doença cardíaca isquêmica, o tratamento não deve ser

descontinuado subitamente. Recomenda-se a redução gradual da dosagem.

Uso em presença de insuficiência renal ou hepática

Na hipertensão ou angina pectoris

Normalmente não é necessário efetuar ajuste posológico em pacientes com insuficiência renal

ou hepática de grau leve a moderado. Em pacientes com insuficiência renal grave (clearance

da creatinina < 20 ml/min) e em pacientes com distúrbios graves da função hepática,

recomenda-se não exceder uma dose diária de 10 mg de hemifumarato de bisoprolol. A

experiência com o uso de bisoprolol em pacientes em diálise renal é limitada; entretanto, não

há evidência de que seja necessário alterar o regime posológico.

Na insuficiência cardíaca crônica estável

Não há informação a respeito da farmacocinética do bisoprolol em pacientes com

insuficiência cardíaca crônica e insuficiência hepática ou renal. Assim, a titulação das doses

deve ser efetuada com cautela adicional nestes casos.

Uso em idosos

Não é necessário ajuste de dosagem.

Uso pediátrico

Não há experiência com o uso pediátrico do bisoprolol; desta forma, o emprego em crianças

não pode ser recomendado

9. REAÇÕES ADVERSAS

Podem ocorrer as reações indesejáveis descritas a seguir (as frequências são definidas em

muito comuns (≥ 10%), comuns (≥ 1% e < 10%), incomuns (≥ 0,1% e < 1%), raras (≥ 0,01%

e < 0,1%), muito raras (< 0,01%), frequência não conhecida (que não pode ser estimada a

partir dos dados disponíveis).

Distúrbios cardíacos

Muito comuns: bradicardia (em pacientes com insuficiência cardíaca crônica).

Comuns: piora de insuficiência cardíaca pré-existente (em pacientes com insuficiência

cardíaca crônica).

Incomuns: distúrbios da condução AV; bradicardia (em pacientes com hipertensão ou angina

pectoris); agravamento de insuficiência cardíaca preexistente (em pacientes com hipertensão

ou angina pectoris).

Exames de diagnóstico

Raros: aumento dos triglicerídeos, aumento das enzimas hepáticas (ALAT, ASAT).

Distúrbios do sistema nervoso

Comuns: tontura*, cefaleia*.

Distúrbios oculares

Raros: fluxo lacrimal reduzido (a ser considerado caso o paciente use lentes de contato).

Muito raras: conjuntivite.

Distúrbios do ouvido e labirinto

Raros: distúrbios da audição.

Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino

Incomuns: broncoespasmo em pacientes com asma brônquica ou histórico de doença

obstrutiva das vias aéreas.

Raros: rinite alérgica.

Distúrbios gastrointestinais

Comuns: queixas gastrointestinais como náusea, vômito, diarreia, constipação.

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo

Raros: reações de hipersensibilidade tais como prurido, rubor, erupções cutâneas.

Muito raros: alopecia. Betabloqueadores podem provocar ou piorar psoríase ou induzir

erupções semelhantes à psoríase.

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo

Incomuns: fraqueza muscular, cãibras musculares.

Distúrbios vasculares

Comuns: sensação de frio ou dormência nas extremidades, hipotensão (especialmente em

pacientes com insuficiência cardíaca).

Frequência não conhecida: síncope.

Distúrbios gerais

Comuns: astenia, (em pacientes com insuficiência cardíaca crônica), fadiga*.

Incomuns: astenia (em pacientes com hipertensão ou angina pectoris).

Distúrbios hepatobiliares

Raros: hepatite.

Distúrbios da mama e sistema reprodutivo

Raros: disfunção erétil.

Distúrbios psiquiátricos

Incomuns: depressão, distúrbios do sono.

Raros: pesadelos, alucinações.

*Estes sintomas ocorrem especialmente no início do tratamento. São geralmente leves e

desaparecem na maioria das vezes nas primeiras 1-2 semanas (aplica-se somente a pacientes

com hipertensão ou angina pectoris).

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa ou para a Vigilância Sanitária

Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

Sintomas

Os sinais mais comuns esperados com superdose de um betabloqueador são bradicardia,

hipotensão, broncoespasmo, insuficiência cardíaca aguda e hipoglicemia. A experiência com

superdose de bisoprolol é limitada, tendo sido relatados somente poucos casos. Bradicardia

e/ou hipotensão foram reportados; todos os pacientes se recuperaram. Há uma ampla variação

interindividual na sensibilidade a uma única dose elevada de bisoprolol, e os pacientes com

insuficiência cardíaca são provavelmente muito sensíveis.

Tratamento

Em geral, quando ocorre uma situação de superdose, recomenda-se interromper o uso do

bisoprolol e iniciar tratamento sintomático e de suporte. Com base nas ações farmacológicas

esperadas e nas recomendações para outros betabloqueadores, as seguintes medidas gerais de

suporte podem ser consideradas, quando julgadas necessárias do ponto de vista clínico:

 Bradicardia: administrar atropina intravenosa. Caso a resposta seja inadequada, pode-se

administrar cautelosamente isoprenalina ou outro agente com propriedades cronotrópicas

positivas. Em algumas circunstâncias, pode ser necessária a inserção de marcapasso

transvenoso.

 Hipotensão: devem ser administrados fluidos intravenosos e vasopressores. Glucagon

intravenoso pode ser útil.

 Bloqueio AV (segundo ou terceiro grau): os pacientes devem ser cuidadosamente

monitorados e tratados com infusão de isoprenalina ou marcapasso temporário.

 Agravamento agudo de insuficiência cardíaca: administrar diuréticos IV, agentes

inotrópicos, agentes vasodilatadores.

 Broncoespasmo: administrar terapia broncodilatadora como isoprenalina, medicamentos

simpatomiméticos beta2 e/ou aminofilina.

 Hipoglicemia: administrar glicose IV.

Dados limitados sugerem que o bisoprolol é dificilmente dialisável.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

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