Bula do Curosurf produzido pelo laboratorio Chiesi Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
CHIESI FARMACÊUTICA LTDA.
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Estrada dos Romeiros - Santana de Parnaíba Chácara Santo Antonio
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IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Curosurf®
alfaporactanto (fração fosfolipídica de pulmão porcino)
Surfactante de origem porcina
APRESENTAÇÕES
Suspensão estéril disponibilizada em frasco-ampola de dose unitária.
Cada frasco contém 80 mg/mL de alfaporactanto (fração fosfolipídica de pulmão
porcino).
Embalagem contendo 1 frasco-ampola com 1,5 mL (o que equivale a 120 mg de
alfaporactanto - fração fosfolipídica de pulmão porcino).
Embalagem contendo 1 frasco-ampola com 3,0 mL (o que equivale a 240 mg de
USO INTRATRAQUEAL OU INTRABRONQUIAL EM AMBIENTE HOSPITALAR
USO PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola com 1,5 mL contém:
Alfaporactanto (fração fosfolipídica de pulmão porcino) ............... 120 mg
Excipientes: cloreto de sódio e água para injeção. Pode conter bicarbonato de sódio,
utilizado para ajuste de pH, quando necessário.
Cada frasco-ampola com 3,0 mL contém:
Alfaporactanto (fração fosfolipídica de pulmão porcino) .............. 240 mg
Curosurf
®
é um surfactante natural, preparado a partir de pulmões de porcinos,
contendo quase que exclusivamente lípides polares, principalmente fosfatidilcolina
(aproximadamente 70% do conteúdo de fosfolípides totais) e aproximadamente 1% de
proteínas específicas hidrofóbicas de baixo peso molecular SP-B e SP-C.
Composição por mL de suspensão: 80 mg/mL de fração fosfolipídica de pulmão
porcino, o equivalente a cerca de 74 mg/mL de fosfolípides totais e 0,9 mg/mL de
proteínas hidrofóbicas de baixo peso molecular.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Curosurf®
é indicado para o uso profilático e tratamento de recém-nascidos
prematuros com Síndrome de Desconforto Respiratório (SDR) ou Doença da
Membrana Hialina.
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Estudos clínicos internacionais de ampla casuística documentaram os efeitos
terapêuticos de Curosurf®
em recém-nascidos com SDR. Crianças prematuras
tratadas com Curosurf®
(uma dose única de 2,5 mL/kg equivalente a 200 mg/kg de
fosfolípides) apresentaram uma melhora rápida e dramática da oxigenação, com
redução da FiO2, aumento da PaO2 e das relações PaO2/FiO2 e da a/APO2; houve
redução da taxa de mortalidade e da incidência de complicações pulmonares
importantes. A administração de uma segunda ou uma terceira dose de 100 mg/kg
demonstrou uma redução suplementar na incidência de pneumotórax e da taxa de
mortalidade.1-5
Um total de 146 recém-nascidos pré-termo, acompanhados em seis países europeus
(8 Unidades de Terapia Intensiva Neonatal) foram admitidos em um estudo controlado
e randomizado. Os critérios para admissão incluíam peso ao nascimento entre 700 e
2.000 g, idade pós-natal entre 2 - 15 horas e SDR caracterizada como grave
(ventilação mecânica, com FiO2 > 0,6).Foram excluídas do estudo crianças nas quais
havia evidência de ruptura prolongada das membranas (por três semanas),
hemorragia intraventricular de graus III ou IV (HIV), asfixia grave ao nascimento ou
ainda, caso tivesse sido evidenciada a presença de anomalias congênitas importantes.
Os dois grupos de pacientes, aqueles tratados com Curosurf®
e os controles, eram
comparáveis quanto ao peso, idade gestacional e FiO2 por ocasião do tratamento. Os
recém-nascidos foram tratados com dose única de Curosurf®
(200 mg/kg),
administrada quando se apresentavam com idade média de nove horas. Os recém-
nascidos tratados evidenciaram acentuada melhora da oxigenação no prazo de cinco
minutos após a administração do surfactante, conforme pôde ser comprovado através
de aumento de três vezes na relação PaO2/FiO2 (pressão arterial de oxigênio/fração
inalada de oxigênio). Após seis horas, esta relação permanecia ainda 98% mais
elevada do que a observada nos controles (p < 0,001). O tratamento com Curosurf®
correlacionou-se à redução estatisticamente significante do índice de mortalidade, que
caiu de 51% para 31% (p < 0,05), assim como também na incidência de pneumotórax
(18% contra 35% nos controles, p < 0,05) e de enfisema intersticial pulmonar (23%
contra 39% nos controles, p < 0,05). A proporção de crianças que sobreviveram sem
displasia broncopulmonar e receberam tratamento foi duas vezes maior que a
proporção verificada entre os controles (55% contra 26%, p < 0,001). Muito embora a
incidência de hemorragia intraventricular nos bebês tratados tenha se reduzido de
55% para 47%, essa diferença não foi estatisticamente significante. Os dados
apresentados indicam que o tratamento da síndrome do desconforto respiratório grave
com surfactante exógeno leva à rápida melhora na troca gasosa, a qual é refletida pela
significante elevação nas relações PaO2/FiO2 e a/APO2 e - o que se apresenta como
característica mais importante - correlaciona-se também à redução da mortalidade.¹
Na medida em que o Estudo Multicêntrico Europeu¹ revelou a presença de correlação
entre a eficácia clínica e os níveis basais de FiO2, deu-se início a um novo estudo
europeu denominado Estudo Clínico com Emprego de Tratamento "Precoce versus
Tardio", que visava avaliar se o tratamento precoce oferecia vantagens quando
comparado ao tratamento tardio. Neste novo estudo, os casos randomizados ao
tratamento "precoce" (40% de oxigênio) receberam Curosurf®
através de dose única
(200 mg/kg), ao passo que os bebês randomicamente alocados para tratamento
"tardio" somente recebiam tratamento com a mesma dose caso se mostrasse
necessário o emprego de FiO2 0,6 dentro do prazo de 48 horas. Desta forma, a
estruturação do estudo tornou possível a avaliação dos efeitos de Curosurf®
em
recém-nascidos que apresentem formas menos graves de SDR e, ao mesmo tempo,
garante a plena adequação do estudo às exigências éticas quanto à administração de
Curosurf®
a todos recém-nascidos onde se verifique a necessidade de administração
de oxigênio à concentração de 60%. De um total de 182 recém-nascidos admitidos ao
estudo, 86 foram alocados ao tratamento "precoce" e 96 aos controles, dos quais 49
receberam tratamento "tardio". Os outros 47 bebês remanescentes não foram
tratados. A análise subsequentemente realizada evidenciou que não houve diferenças
estatísticas quanto à incidência de complicações, sendo que o índice de mortalidade
foi o mesmo nos dois subgrupos controles. Após 28 dias, evidenciaram-se diferenças
significantes em favor do grupo submetido a tratamento precoce no que tange à
mortalidade ou displasia broncopulmonar, hemorragia intraventricular (Graus III ou IV),
tempo total de oxigenoterapia e tempo de permanência sob ventilação mecânica
(IPPV), assim como também se verificou tendência favorável nesse mesmo grupo no
que se refere à incidência de pneumotórax, enfisema pulmonar intersticial e
enterocolite necrosante. O principal dado obtido nesse estudo refere-se ao fato de que
o tratamento "precoce", administrado quando a FiO2 se situou entre 0,4 - 0,6,
associou-se à redução na mortalidade e também à diminuição na incidência de
hemorragia intraventricular, quando comparada ao tratamento "tardio", utilizado em
crianças onde houve necessidade do emprego de FiO2 0,60. Houve também redução
no tempo de permanência sob ventilação mecânica e tempo de uso de oxigênio
quando o tratamento foi ministrado "precocemente" para crianças com SDR
caracterizada como de moderada gravidade, sendo que tais predicados podem se
correlacionar à redução nos custos associados ao tratamento neonatal. Os dados
sugerem que o tratamento com surfactante, quando a SDR se caracteriza como de
gravidade moderada, impede ou reverte a progressão natural da doença em pelo
menos 50% dos casos, diminuindo também o risco de complicações graves. ²
Através deste importante estudo, que pode ser considerado como de suma
importância para a definição do melhor esquema terapêutico para o tratamento de
casos graves de Síndrome do Desconforto Respiratório, quando se requer ventilação
mecânica com uso de fração inspirada de oxigênio 0,6, procedeu-se à comparação
entre a administração de dose única à administração de múltiplas doses de
. Neonatos pré-termo (peso ao nascimento entre 700 e 2000 g) acometidos
por grave SDR foram randomizados em dois grupos. Em ambos os grupos, as
crianças receberam Curosurf®
, na dose de 200 mg/kg, imediatamente após ter-se
procedido à randomização, em conformidade com o estabelecido no protocolo do
Estudo Multicêntrico Europeu. Nos neonatos randomizados para que recebessem
tratamento com emprego de doses múltiplas, foram instiladas duas doses adicionais
(100 mg/kg em cada uma delas) de Curosurf®
(12 e 24 horas após a dose inicial),
desde que as crianças ainda se encontrassem necessitando de ventilação mecânica
com FiO2 > 0,21. Em ambos os grupos (dose única: n = 176; dose múltipla: n = 167)
observou-se rápida melhora na oxigenação, refletida pelo aumento de três vezes na
relação entre as tensões arterial e alveolar de oxigênio, observado no período de cinco
minutos após o tratamento com surfactante. Foi efetuada em 343 neonatos análise
final dos dados sobre a evolução observada após 28 dias. O tratamento realizado
através da administração de doses múltiplas correlacionou-se à significante redução
adicional na incidência de pneumotórax (9% contra 18%, p < 0,01) e também na
mortalidade (21% contra 13%, p < 0,05), enquanto os índices permaneceram
inalterados em relação aos outros parâmetros. Com base nesses dados, concluiu-se
que o tratamento efetuado através do emprego de múltiplas doses de surfactante é
mais eficaz que o tratamento onde se emprega dose única nos casos graves da
síndrome do desconforto respiratório, reduzindo ainda mais a incidência de
pneumotórax e diminuindo os índices de mortalidade.³
Este estudo comparou o início da resposta clínica e a segurança de dois surfactantes,
alfaporactanto (Curosurf®
, Chiesi Farmaceutici Spa, Parma, Itália) e beractanto
(Survanta®
, Ross Laboratories, Columbus, OH), para tratamento de Síndrome do
Desconforto Respiratório (SDR) em prematuros com peso de 750-1750 g ao
nascimento e idade gestacional inferior a 35 semanas. Foi realizado um estudo
comparativo, em 20 centros, prospectivo, randomizado e cego. Bebês prematuros (n =
293) com SDR, foram randomizados para receber uma dose inicial de 100 (n = 96) ou
200 (n = 99) mg/kg de alfaporactanto ou 100 (n = 98) mg/kg de beractanto. Todas as
doses adicionais foram de 100 mg/kg. O início da resposta clínica após a primeira
dose foi estudado comparando mudanças na fração de oxigênio inspirado (FiO2) entre
0 e 6 horas medidas utilizando a área sob a curva (FiO2 AUC 0-6); outros resultados
foram avaliados em toda coorte no dia 28 do tratamento, e para os recém-nascidos
com idade gestacional inferior a 32 semanas, na 36ª semana de idade pós-
gestacional. Descobriu-se que o valor médio FiO2 AUC 0-6 para o grupo que recebeu
alfaporactanto 100 e 200 mg/kg foi significativamente inferior ao valor médio FiO2 AUC
0-6 para o grupo beractanto (p < 0,005), mas não foram diferentes entre si. Outros
resultados não foram diferentes entre os três grupos para toda coorte, mas em recém-
nascidos com idade gestacional inferior a 32 semanas, a mortalidade até 36 semanas
de idade pós-gestacional foi significativamente menor no grupo alfaporactanto 200
mg/kg quando comparado com o grupo beractanto (3% contra 11%; p = 0,034) ou com
o grupo alfaporactanto 100 mg/kg (3% contra 11%, p = 0,046). A necessidade de dose
adicional de surfactante foi significativamente menor em recém-nascidos tratados com
uma dose inicial de 200 mg/kg de alfaporactanto em comparação ao grupo tratado
com beractanto (p < 0,002).
O tratamento com alfaporactanto (dose inicial de 200 mg/kg) resultou em redução
rápida do oxigênio suplementar com menos doses adicionais de surfactante versus o
tratamento com beractanto em lactentes de idade gestacional inferior a 35 semanas,
com SDR, e reduziu significativamente a mortalidade (p < 0,05) quando comparado
tanto com o beractanto quanto com o alfaporactanto (dose de 100 mg/kg) em
lactentes de idade gestacional inferior a 32 semanas com SDR. 4
O objetivo deste estudo clínico prospectivo, multicêntrico, realizado em 18 hospitais na
Itália, foi avaliar a eficácia do Curosurf®
, administrado no nascimento para prevenir o
desenvolvimento da Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) em recém-nascidos
prematuros. 287 bebês com idade gestacional de 24-30 semanas foram randomizados
para o tratamento profilático com Curosurf®
(80 mg/mL; dose de 200 mg/kg) ou para o
grupo controle que não recebe nenhum tratamento com surfactante na sala de parto.
Bebês em ambos os grupos eram elegíveis para o tratamento de resgate com
surfactante (200 mg/kg) se desenvolvessem sintomas clínicos da SDR e
necessitassem de ventilação mecânica. O principal objetivo era obter, no grupo de
profilaxia, uma redução de 30% na incidência de SDR grau 3-4. A idade média
gestacional foi de 28 semanas em ambos os grupos e a média de peso ao nascimento
de 1010 e 1002 g, para profilaxia e controle, respectivamente. Houve uma redução de
32% na incidência da SDR grau 3-4 no grupo profilaxia (p < 0,05). Isto foi associado
com uma redução significativa da média da fração máxima de oxigênio inspirado
(0,57% contra 0,66%, p < 0,01), uma diminuição da incidência de enfisema pulmonar
intersticial (7% contra 14%, p < 0,05) e uma menor mortalidade (21% contra 35%, p <
0,01). Complicações desfavoráveis combinadas (mortalidade + displasia
broncopulmonar e/ou hemorragia intraventricular grau 3-4 e/ou retinopatia da
prematuridade grau 2-4) foram significativamente menores na profilaxia do que no
grupo controle (41% contra 58%, p < 0,01). Os efeitos favoráveis do tratamento
profilático foram igualmente registrados em todas as faixas etárias, inclusive nos
bebês com menor idade gestacional (24-25 semanas). Múltiplas e lógicas análises de
regressão confirmaram que a idade gestacional elevada e profilaxia com surfactante
foram, de forma independente, associadas com um menor grau de SDR (p = 0,0001 e
p = 0,0008, respectivamente) e uma menor mortalidade (p = 0,0001 e p = 0,0045,
respectivamente). O estudo concluiu que a profilaxia com Curosurf®
efetivamente
previne a SDR em recém-nascidos com idade gestacional entre 24 e 30 semanas. 5
Referências Bibliográficas:
1. Collaborative European Multicenter Study Group. Surfactant Replacement Therapy
for severe respiratory distress syndrome: an international randomized clinical trial.
Pediatrics, v. 82, n. 5, pp.683-91, 1988.
2. Bevilacqua G, Halliday HL, Parmigiani S, Robertson B on behalf of the collaborative
European Multicenter Study Group. Randomized multicentre trial of treatment with
porcine natural surfactant for moderately severe neonatal respiratory distress
syndrome. J Perin Med, v. 21, pp. 329-40, 1993.
3 .Speer C, Robertson B, Cursted T, et al. Randomized European Multicenter Trial of
surfactant replacement therapy for severe neonatal Respiratory Distress Syndrome:
single versus multiple doses of Curosurf®
. Pediatrics, v. 89, n. 1, pp.13-20, 1992.
4. Ramanathan R. et al. A Randomized, Multicenter Masked Comparison Trial of
Poractant Alfa (Curosurf®
) versus Beractant (Survanta®
) in the Treatment of
Respiratory Distress Syndrome in Preterm Infants. Am J Perinatol, v. 21, n. 3, pp.
109-19, 2004.
5. Bevilacqua G. et al. Prophylaxis of respiratory distress syndrome by treatment with
modified porcine surfactant at birth: a multicentre prospective randomized trial. J
Perinat Med, v. 24, n. 6, pp. 609-20, 1996.
Propriedades Farmacodinâmicas
O surfactante pulmonar é uma mistura de substâncias, principalmente fosfolípides e
proteínas específicas, que reveste a camada interna dos alvéolos e com capacidade
de diminuir a tensão superficial do pulmão. Esta atividade que diminui a tensão
superficial é essencial para estabilizar os alvéolos e evitar o seu colabamento ao final
da expiração, de tal forma que é possível a manutenção adequada da troca gasosa
durante o ciclo ventilatório.
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A deficiência de surfactante pulmonar, seja qual for a causa, acarreta insuficiência
respiratória grave em crianças pré-termo e é conhecida como Síndrome do
Desconforto Respiratório (Respiratory Distress Syndrome – SDR) ou Doença da
Membrana Hialina (Hyaline Membrane Disease – HMD). A SDR é a causa principal da
mortalidade e morbidade aguda no recém-nascido pré-termo e pode ser responsável
por sequelas respiratórias e neurológicas a longo prazo.
Curosurf®
foi desenvolvido para compensar essa deficiência do surfactante pulmonar
endógeno através da administração de surfactante exógeno na intimidade das vias
aéreas baixas. As propriedades de superfície de Curosurf®
favorecem a sua
distribuição uniforme nos pulmões e a difusão pelas interfaces ar-líquido nos alvéolos.
Propriedades Farmacocinéticas
A ação farmacológica de Curosurf®
ocorre logo após a administração do
medicamento. Os estudos clínicos demonstram que os recém-nascidos tratados
evidenciaram acentuada melhora da oxigenação no prazo de cinco minutos após a
administração do surfactante, com aumento de três vezes na relação PaO2/FiO2
(pressão arterial de oxigênio/fração inalada de oxigênio).
permanece em sua maior parte no pulmão após administração
intratraqueal, com uma vida-média de dipalmitoil-fosfatidilcolina marcada no C14
de 67
horas em coelhos recém-nascidos. Podem ser encontrados apenas traços de lípides
do surfactante no soro e outros órgãos, além dos pulmões, 48 horas após a
administração.
O medicamento é contraindicado em caso de hipersensibilidade à substância ativa ou
a qualquer excipiente.
Não são conhecidas contraindicações específicas até o presente momento.
Curosurf®
deverá ser utilizado somente em ambiente hospitalar por médicos com
preparação e experiência na área de cuidados e ressuscitação de crianças prematuras
e onde existam condições adequadas para ventilação e monitorização de crianças
com SDR.
Antes de iniciar o tratamento com Curosurf®
, as condições clínicas gerais do bebê
devem ser estabilizadas. Correção da acidose, hipotensão, anemia, hipoglicemia e
hipotermia também são recomendadas.
Em caso de refluxo, a administração de Curosurf®
deve ser interrompida e, se
necessário, a pressão de pico inspiratório no ventilador deve ser aumentada até
ocorrer a desobstrução do tubo endotraqueal.
Os bebês cuja ventilação tornar-se bastante insuficiente durante ou logo após a
administração podem estar com o tubo endotraqueal preenchido com muco,
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especialmente se foram observadas secreções pulmonares antes da administração de
.
Aspirar o recém-nascido antes de administrar a dose pode diminuir a probabilidade de
obstrução do tubo endotraqueal com muco. Se houver suspeita de obstrução do tubo
endotraqueal e a aspiração não for suficiente para desobstruir, o tubo endotraqueal
deve ser substituído imediatamente.
No entanto, a aspiração de secreção traqueal não é recomendada, pelo menos, até
seis horas após a administração, com exceção das condições que ameacem a vida.
Em caso de ocorrência de episódios de bradicardia, hipotensão e redução da
saturação de oxigênio (ver Reações Adversas) a administração de Curosurf®
deve ser
interrompida e medidas adequadas para normalizar a frequência cardíaca devem ser
consideradas e realizadas. Após a estabilização, a criança ainda pode ser tratada com
acompanhamento adequado dos sinais vitais.
Após a administração de Curosurf®
, a complacência pulmonar (expansão do tórax) e
oxigenação podem melhorar rapidamente, exigindo um rápido ajuste das
configurações de ventilador.
A melhoria da troca gasosa alveolar pode resultar em um rápido aumento da
concentração de oxigênio arterial; portanto, um rápido ajuste da concentração de
oxigênio inspirado deve ser feito para evitar hiperóxia. A fim de manter os valores de
oxigenação sanguíneos adequados, além de análises periódicas dos gases
sanguíneos, o monitoramento contínuo da PaO2 transcutânea ou saturação de
oxigênio também é aconselhável.
A Pressão Nasal Positiva Contínua (nCPAP) pode ser utilizada para continuar o
tratamento, mas somente em unidades equipadas para realizar esta técnica.
Crianças tratadas com surfactante devem ser cuidadosamente monitoradas em
relação aos sinais de infecção. Nos primeiros sinais de infecção, a criança deve ser
imediatamente tratada com antibiótico apropriado.
Em caso de resposta insatisfatória ao tratamento com Curosurf®
ou recaída rápida, é
aconselhável considerar a possibilidade de outras complicações relacionadas à
imaturidade, tais como persistência do canal arterial ou outras doenças pulmonares,
como pneumonia, antes da administração da dose seguinte.
Recém-nascidos que tiveram prolongada ruptura da membrana (superior a 3
semanas) podem apresentar algum grau de hipoplasia pulmonar e podem não mostrar
uma resposta ótima ao surfactante exógeno.
Com a administração de surfactante é esperado reduzir a gravidade da SDR, mas não
se pode esperar a eliminação total da morbidade e mortalidade associadas com
nascimento prematuro, pois os recém-nascidos prematuros podem apresentar outras
complicações associadas com sua imaturidade. Após a administração de Curosurf®
,
uma depressão transitória da atividade elétrica cerebral com duração de 2 a 10
minutos tem sido reportada. Isso foi observado em apenas um estudo e seu impacto
não é claro.
Profilaxia com surfactante deve ser realizada somente em salas de parto com
instalações adequadas e de acordo com as seguintes recomendações:
- A profilaxia (dentro de 15 minutos do nascimento) deve ser dada a quase todos os
bebês com menos de 27 semanas de gestação;
- A profilaxia deve ser considerada para bebês nascidos com mais de 26 semanas e
menos de 30 semanas de gestação se for necessária intubação na sala de parto ou se
a mãe não recebeu corticosteroide pré-natal;
- Quando um corticosteroide pré-natal houver sido administrado, o surfactante
somente será utilizado se houver desenvolvimento de SDR;
- Considerando outros fatores de risco, a profilaxia deve também ser considerada em
prematuros quando qualquer um dos seguintes fatores estiver presente: asfixia
perinatal, diabetes materna, gravidez múltipla, os antecedentes familiares de sexo
masculino tiveram SDR e cesariana.
Em todos os recém-nascidos prematuros, recomenda-se que o surfactante seja
administrado utilizando resgate precoce ou abordagens seletivas.
Não há informações disponíveis sobre os efeitos do uso de doses iniciais diferentes de
100 ou 200 mg/kg; dose com uma frequência maior do que a cada 12 horas; ou a
administração de Curosurf®
após 15 horas do diagnóstico de SDR.
A administração do Curosurf®
em prematuros com hipotensão severa não foi
Não são conhecidas.
O medicamento deve ser mantido sob refrigeração (entre +2ºC e +8ºC) até o momento
do uso, ao abrigo da luz.
O prazo de validade é de 18 meses, a partir da data de fabricação impressa na
embalagem do produto.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.
Após aberto, o medicamento deve ser utilizado imediatamente; qualquer
eventual resíduo não deve ser utilizado posteriormente.
Após aquecido, o medicamento não poderá ser novamente refrigerado; neste
caso, o medicamento deve ser descartado.
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Curosurf®
é uma suspensão estéril, de coloração branca a amarela, disponibilizada
em frasco-ampola de vidro incolor.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Tratamento de Resgate
A dose inicial recomendada é de 100-200 mg/kg (1,25-2,5 mL/kg), administrado em
dose única, logo que possível após o diagnóstico de SDR.
Doses adicionais de 100 mg/kg (1,25 mL/kg), com intervalos de 12 horas entre as
doses, também podem ser administradas se SDR for diagnosticada como a causa da
persistência ou agravamento do quadro respiratório dos lactentes (dose máxima total
de 300-400 mg/kg).
Profilaxia
Uma dose única de 100-200 mg/kg deve ser administrada logo que possível após o
nascimento (de preferência, dentro de 15 minutos). Doses adicionais de 100 mg/kg
podem ser administradas de 6-12 horas após a primeira dose e então 12 horas depois
em crianças que têm sinais persistentes de SDR e mantêm-se dependentes de
ventilação mecânica (dose total máxima: 300-400 mg/kg).
Forma de Administração:
Curosurf®
só deve ser administrado por profissionais treinados e experientes no
cuidado, reanimação e estabilização de prematuros.
é administrado por via intratraqueal ou intrabronquial em recém-nascidos
cuja frequência cardíaca e concentração de oxigênio arterial ou saturação de oxigênio
estão sendo constantemente monitorados, o que é geralmente possível em unidades
neonatais.
está disponível em frascos-ampolas que devem ser mantidos em
refrigerador, na temperatura de 2 a 8ºC. Antes do uso, o frasco-ampola deve ser
aquecido à temperatura ambiente. Este aquecimento pode ser realizado, por exemplo,
colocando o frasco entre as mãos por alguns minutos. Depois de aquecido, virar o
frasco-ampola de cabeça para baixo algumas vezes, gentilmente, sem agitação, para
obter-se uma suspensão homogênea.
A suspensão deverá ser retirada do frasco-ampola utilizando-se uma agulha fina e
uma seringa estéril, conforme orientações a seguir:
1) Localize o lacre (FLIP UP) sobre a tampa de plástico colorida;
2) Levante o lacre e puxe para cima;
3) Retire a tampa de plástico com a parte de alumínio para baixo;
4) Retire todo o anel puxando o invólucro de alumínio;
5) Retire a tampa de borracha para extrair o conteúdo.
CHIESI FARMACÊUTICA LTDA.
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Estrada dos Romeiros - Santana de Parnaíba Chácara Santo Antonio
CEP: 06500-970 São Paulo – SP CEP: 04717-004 São Paulo-SP
Telefone: 11 4622-8500 Telefone: 11 3095-2300
Fax: 11 4154-1679 Fax: 11 3095-2350
Descartar qualquer quantidade residual (não utilizada) deixada no frasco. Não guardar
qualquer quantidade residual para administração posterior.
pode ser administrado das seguintes maneiras:
A) Desconectando a criança do ventilador:
Desconectar momentaneamente a criança do ventilador e administrar de 1,25 a 2,5
mL/kg (100-200 mg/kg) da suspensão, em bolus único, diretamente na porção baixa
da traqueia através do tubo endotraqueal.
Após a administração, é necessário que a criança seja ventilada manualmente durante
um curto período (cerca de 1 minuto), com a mesma mistura de oxigênio usada antes
do tratamento a fim de possibilitar uma distribuição uniforme.
Doses adicionais (1,25 mL/kg) podem ser necessárias, devendo ser administradas da
mesma maneira.
B) Sem desconectar a criança do ventilador:
Administrar 1,25 a 2,5 mL/kg (100-200 mg/kg) da suspensão, na forma de bolus único,
diretamente na porção baixa da traqueia passando um cateter através do orifício de
sucção do tubo endotraqueal. Doses adicionais (1,25 mL/kg) podem ser necessárias,
devendo ser administradas da mesma maneira.
C) Há uma terceira opção da administração através de um tubo endotraqueal na sala
de parto antes que a ventilação mecânica seja iniciada – neste caso, a ventilação
manual é utilizada e a extubação para CPAP é uma opção, seja na sala de parto ou
após a admissão na unidade neonatal (INtubation SURfactant Extubation – INSURE).
As crianças que não necessitarem de ventilação assistida deverão ser extubadas após
a administração de Curosurf®
.
A melhora das trocas gasosas alveolares ocasiona rápido aumento da concentração
arterial de oxigênio, por isso recomenda-se, após a administração, a monitorização
intensiva da gasometria arterial e o ajuste rápido da concentração de oxigênio
inspirado visto que geralmente ocorre um aumento imediato da PaO2 ou da saturação
de oxigênio. É recomendável a monitorização contínua da PaO2 transcutânea ou de
saturação de oxigênio a fim de prevenir uma hiperoxigenação, bem como realizar
gasometrias periódicas.
Apneia e septicemia podem ocorrer como consequência da imaturidade das crianças.
A ocorrência de hemorragia intracraniana após a instilação de Curosurf®
tem sido
relacionada à redução da pressão arterial média e picos iniciais de oxigenação arterial
(PaO2). Evitam-se altos picos de PaO2 pelo ajuste do ventilador imediatamente após a
instilação.
Em estudos clínicos realizados até o momento, uma leve tendência de aumento da
incidência de persistência do canal arterial tem sido relatada em crianças tratadas com
Curosurf®
(como acontece com outros surfactantes).
CHIESI FARMACÊUTICA LTDA.
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Rua Giacomo Chiesi, 151, km 39,2 Rua Alexandre Dumas, 1658, 12º/13º. And
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A formação de anticorpos contra as proteínas presentes na formulação de Curosurf®
tem sido observada, mas até agora sem qualquer evidência de relevância clínica.
Os prematuros têm relativamente elevada incidência de hemorragia e isquemia
cerebrais, reportadas como leucomalácia periventricular e anomalias hemodinâmicas,
tais como persistência do canal arterial e persistência da circulação fetal, apesar dos
cuidados intensivos prestados. Essas crianças também estão em risco elevado de
desenvolver infecções como pneumonia e bacteremia (ou septicemia).
Convulsões podem ocorrer também no período perinatal. Os bebês prematuros
também podem comumente desenvolver distúrbios hematológicos e eletrolíticos, que
podem ser agravados por doença severa e ventilação mecânica. Para completar o
quadro de complicações da prematuridade, podem ocorrer as seguintes desordens
diretamente relacionadas à gravidade da doença e uso de ventilação mecânica
necessária para a reoxigenação: pneumotórax, enfisema pulmonar intersticial e
hemorragia pulmonar. Finalmente, o uso prolongado de altas concentrações de
oxigênio e ventilação mecânica está associado com o desenvolvimento da displasia
broncopulmonar e retinopatia da prematuridade.
As seguintes frequências de reações adversas foram observadas durante ensaios
clínicos e/ou uso pós-comercialização:
Reação incomum (≥ 1/1.000 e < 1/100): septicemia; hemorragia intracraniana;
pneumotórax.
Reação rara (≥ 1/10.000 e < 1/1.000): bradicardia; hipotensão; displasia
broncopulmonar; diminuição da saturação de oxigênio, hemorragia pulmonar.
Reação cuja frequência é desconhecida: hiperóxia; cianose neonatal; apneia;
anormalidade no eletroencefalograma; complicações na intubação intratraqueal.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em
Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Não há relatos de superdosagem após administração de Curosurf®
. No entanto, no
improvável caso de overdose acidental, e somente se houver efeitos clínicos
relevantes na respiração do bebê, ventilação ou oxigenação, deve ser realizada a
aspiração do quanto for possível da suspensão e o bebê deve receber tratamento de
suporte, com especial atenção ao equilíbrio de fluidos e eletrólitos.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.