Bula do Dilacoron produzido pelo laboratorio Abbott Laboratórios do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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DILACORON®
cloridrato de verapamil
ABBOTT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.
comprimidos revestidos
80 mg
Dilacoron_Bula_Profissional 1
MODELO DE BULA PARA PROFISSIONAL DA SAÚDE
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nº N041
DILACORON
APRESENTAÇÕES
DILACORON
(cloridrato de verapamil) comprimido revestido de 80 mg: embalagem com 30 comprimidos revestidos.
VIA ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de DILACORON
(cloridrato de verapamil) 80 mg contém:
cloridrato de verapamil......................................................................... 80 mg
Excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício, estearato de magnésio, fosfato de cálcio
dibásico di-hidratado, hipromelose, laurilsulfato de sódio, macrogol, talco, dióxido de titânio.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
DILACORON
(cloridrato de verapamil) é destinado ao tratamento de:
1.Isquemia miocárdica:
a) isquemia silenciosa;
b) angina crônica estável (clássica angina de esforço);
c) angina de repouso: angina vasoespástica (variante de Prinzmetal) e angina instável.
2. Hipertensão arterial leve e moderada:
Para tratamento da hipertensão arterial leve e moderada, em monoterapia.
(cloridrato de verapamil) tem a vantagem de poder ser usado em pacientes nos quais outros medicamentos
estão contraindicados ou não são bem tolerados, tais como nos portadores de asma, diabetes mellitus, depressão, transtornos
da função sexual, vasculopatia cerebral ou periférica, doença coronariana, hiperlipidemias, hiperuricemia e senilidade. Atua
na redução dos níveis pressóricos na crise hipertensiva e na hipertensão refratária.
3. Profilaxia das taquicardias supraventriculares paroxísticas:
a) conversão rápida para o ritmo sinusal das taquicardias supraventriculares paroxísticas, incluindo aquelas associadas a
feixes de condução acessórios (Síndromes de Wolff-Parkinson-White e Lown-Ganong-Levine). Quando possível, manobras
vagais devem ser tentadas antes da administração de medicações;
b) controle temporário da resposta ventricular rápida no "flutter" ou fibrilação atrial, exceto quando associado com feixes de
condução acessórios (Síndromes de Wolff-Parkinson-White ou Lown-Ganong-Levine).
Um estudo clínico fase IV que envolveu 4247 pacientes com hipertensão leve, moderada ou grave, teve como objetivo
estudar a eficácia anti-hipertensiva e a tolerabilidade do cloridrato de verapamil.
De acordo com o estudo, a monoterapia com cloridrato de verapamil normalizou a pressão arterial diastólica (< 90 mm Hg)
em 90% dos pacientes com hipertensão leve, 70% com hipertensão moderada e 61% com hipertensão grave. A tolerabilidade
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cardíaca e extracardíaca com o cloridrato de verapamil foi boa e a média da frequência cardíaca foi levemente reduzida e
nenhum dos pacientes desenvolveu bloqueio atrioventricular de 2º ou 3º grau.1
Estudo duplo-cego de 6 semanas,28 pacientes hipertensos estágios I-II foram randomizados para verapamil 160 mg 3x/dia
ou nifedipina 20 mg 2x/dia.
Verapamil reduziu PAD media significativamente mais que nifedipina, com efeitos colaterais mais incidentes no grupo
nifedipina que no grupo verapamil. Em conclusão, verapamil tem uma eficácia antihipertensiva superior à nifedipina2
.
Evidências de vários estudos suportam que verapamil é um antihipertensivo eficaz e bem tolerado para o tratamento de
hipertensão leve a moderada e equivalente a outros agentes como betabloqueadores, diuréticos e inibidores da enzima de
conversão (iECA), sem apresentar os efeitos colaterais mais incidentes destas medicações3
O efeito antianginoso de verapamil 120 mg 3x/dia ao longo de 1 ano de tratamento foi avaliado em 11 pacientes com angina
de esforço induzida. A tolerância do teste de esforço em bicicleta foi de 531,8 +/- 123.0 kg/min no grupo placebo e 763,6 +/-
124,7 kg/min no grupo verapamil (p< 0,001), demonstrando a eficácia antianginosa do medicamento. Os benefícios no
tratamento a curto prazo são sustentados mesmo após 1 ano de tratamento4
Outro estudo duplo-cego, randomizado, placebo controlado avaliou a redução da frequência de episódios anginosos, o
consumo de nitroglicerina e a tolerância ao esforço em 26 pacientes com angina estável em uso de verapamil 480 mg/dia.
Houve redução de 5,6 +/− 7,3 para 2,2 +/− 3,9 episódios de angina por semana (p < 0,001) e redução no consumo de
nitroglicerina de 3,4 +/− 4,9 para 1,2 +/− 2,5 comprimidos por semana (p < 0,05) no grupo verapamil comparado com
placebo. O tempo de esforço aumentou de 6,4 +/− 2,1 minutos e foram observados menos episódios de infradesnivelamento
de segmento ST no pico do esforço (p < 0,05), sugerindo uma favorável redistribuição do fluxo sanguíneo coronário para
zona isquêmica5
Um estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado avaliou durante 4 meses a efetividade e segurança de verapamil em
11 pacientes com episódios frequentes de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Os episódios de TPSV
diminuíram significativamente no grupo verapamil em relação ao placebo (p < 0,05), demonstrando que verapamil oral é
seguro e efetivo no tratamento à longo prazo de pacientes com taquicardia paroxística supraventricular6
Referências Bibliográficas
1) Speders S, Sosna J, Schumacher A, et al. “Efficacy and safety of verapamil SR 240 mg in essential hypertension: results
of a multicentric phase IV study”: J. Cardiovasc. Pharmacol. 1989; 13 suppl 4: S47-9.
2) Midtbo K, Hals O, Van der Meer J; et al. “Verapamil compared with nifedipine in the treatment of essential
hypertension”: Journal of Cardiovascular Pharmacology. 1982, vol.4, suppl. 3, p.S363−S368.
3) McTavish D, Sorkin E; et al. “Verapamil. An updated review of its pharmacodynamic and pharmacokinetic properties,
and therapeutic use in hypertension”: Drugs. 1989, vol.38, no.1, p. 19−76.
4) Zanolla L, Trevi GP, et al. “Long−term persistence of antianginal effect of oral verapamil in chronic stable angina”. J
Cardiovasc Pharmacol. 1984, vol. 6(3): 423-8.
5) Brodsky SJ, Cutler SS, et al. “Treatment of stable angina of effort with verapamil: a double−blind, placebo−controlled
randomized crossover study”. Circulation. 1982, vol. 66 (3): 569−74.
6) Mauritson DR, Winniford MD et al. “Oral verapamil for paroxysmal supraventricular tachycardia: a long-term, double-
blind randomized trial”. Ann Intern Med. 1982; 96(4):409-12.
Estudos pré-clínicos
Estudos de reprodução foram conduzidos em coelhos e ratos através de administração oral de doses até 1,5 (15 mg/Kg/dia) e
6 (60 mg/Kg/dia) vezes a dose oral diária em humanos, respectivamente, e não foi evidenciada teratogenicidade. Nos ratos,
entretanto, o múltiplo da dose humana foi embriocida, e retardou o desenvolvimento e crescimento fetal. Provavelmente por
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causa dos efeitos adversos maternos refletidos em perda de ganho de peso pelas ratas prenhas. Entretanto não foram
realizados estudos em mulheres grávidas.
DILACORON
(cloridrato de verapamil) contém como princípio ativo o cloridrato de verapamil, que é um inibidor do
influxo de íons cálcio (bloqueador de canais lentos ou antagonista do íon cálcio).
Farmacodinâmica
O cloridrato de verapamil bloqueia o influxo transmembrana de cálcio (e possivelmente de sódio), para células musculares
cardíacas e vasculares. Reduz a exigência de oxigênio do miocárdio diretamente através da intervenção em processos
metabólicos consumidores de energia no músculo cardíaco, e indiretamente por redução da pós-carga.
O bloqueio dos canais de cálcio do músculo liso das artérias coronarianas aumenta a perfusão miocárdica, mesmo em tecidos
pós-estenose, e relaxa espasmos coronarianos.
A ação anti-hipertensiva do cloridrato de verapamil está baseada na redução da resistência periférica, sem efeito rebote na
freqüência cardíaca. A pressão arterial normal não é afetada de modo considerável.
A atividade elétrica através dos nodos sinoatrial e atrioventricular depende em grande parte do influxo dos íons cálcio.
Através da inibição deste influxo, o verapamil reduz a condução através do nó atrioventricular prolongando assim o período
refratário. Esse efeito resulta na redução da transmissão elétrica ventricular nos pacientes com flutter atrial e/ou fibrilação
atrial com rápida resposta ventricular. Interrompendo a reentrada no nó atriventricular, verapamil pode reestabelecer o ritmo
sinusal normal em pacientes com taquicardia supraventricular paroxistica, incluindo síndrome de Wolf-Parkinson-White.
Verapamil não produz efeito na condução do estímulo elétrico através dos feixes de condução acessórios.
(cloridrato de verapamil) possui efeito antiarrítmico bem definido, particularmente na presença de arritmias
supraventriculares. O cloridrato de verapamil atrasa a condução no nó atrioventricular. O resultado, dependendo do tipo de
arritmia, é a restauração do ritmo sinusal e/ou normalização da freqüência ventricular. Frequências cardíacas normais não
são afetadas ou sofrem pequena redução.
Farmacocinética
O cloridrato de verapamil é extensivamente metabolizado. O norverapamil é um dos 12 metabólitos identificados na urina
que possui 10% a 20 % da ação farmacológica e faz parte de 6% da droga excretada na urina.
As concentrações de norverapamil e verapamil no estado estacionário após múltiplas doses diárias alcançadas após 3 a 4 dias
no plasma são similares.
Absorção: Mais de 90% da dose de cloridrato de verapamil é rapidamente absorvida pelo intestino delgado. A
disponibilidade sistêmica média do composto inalterado depois de uma única dose oral é de aproximadamente 22%, devido a
uma extensa metabolização hepática de primeira passagem. A biodisponibilidade é aproximadamente duas vezes mais alta
com administrações repetidas. Os
níveis plasmáticos de pico do cloridrato do verapamil são alcançados quatro a cinco horas após a administração do
comprimido revestido. O pico plasmático de norverapamil é alcançado aproximadamente 5 horas após administração da
dose.
Distribuição: o verapamil é altamente distribuido através dos tecidos do corpo, o volume de distribuição varia de 1,8 – 6,8
L/Kg em pacientes saudáveis. A ligação de verapamil com proteínas plasmáticas é de aproximadamente 90 %.
Metabolização: verapamil é altamente metabolizado. Estudos in vitro indicaram que o fármaco é metabolizado pelo
citocromo P 450 CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C18.
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Em homens saudáveis, administrado por via oral, o verapamil sofre extenso metabolismo no fígado, sendo identificados 12
metabolitos, a maior parte deles só vestígios. Os principais metabólitos foram identificados como diferentes produtos N e O
dealquilados do verapamil.
Desses metabólitos, apenas norverapamil possui algum efeito farmacológico, aproximadamente 20 % do componente
principal foi observado em estudos com cachorros.
Eliminação: a meia-vida de eliminação é de 3 a 7 horas. O cloridrato de verapamil e seus metabólitos são eliminados
principalmente por via renal. Somente 3 a 4% são eliminados sob a forma inalterada. Cerca de 50% da dose é eliminada via
renal em 24 horas e 70% em cinco dias. Até 16% da dose é eliminada nas fezes. O clearence total de verapamil é tão alto
quanto o fluxo sanguíneo hepático, aproximadamente 1 L/h/Kg (variação: 0,7 – 1,3 L/h/Kg).
Populações Especiais
Pediátrico: informação limitada de pacientes pediátricos está disponível, a concentração estacionária parece ser menor na
população pediátrica após ingestão oral da dose, quando comparado com a população adulta.
Idosos: a idade pode afetar a farmacocinética do verapamil dados a pacientes hipertensivos. O tempo de meia-vida pode ser
prolongado quando utilizado por pacientes idosos. O efeito antihipertensivo do verapamil não tem relação com a idade.
Insuficiência Renal: a função renal não tem efeito sobre a farmacocinética de verapamil conforme demonstrado em estudos
comparativos em pacientes com insuficiência renal avançada e pacientes saudáveis. Apesar disso, recomenda-se
administração cautelosa de verapamil em pacientes com insuficiência renal. O verapamil e norverapamil não são
significativamente removidos por hemodiálise.
Insuficiência hepatica: a meia-vida de verapamil é prolongada em pacientes com
alteração da função hepatica com menor clearance e maior volume de distribuição. O uso de verapamil nessa população deve
ser usada com cuidado.
DILACORON
(cloridrato de verapamil) é contraindicado para o uso por pessoas com hipersensibilidade ao
cloridrato de verapamil ou a outros componentes da fórmula do medicamento.
(cloridrato de verapamil) também é contraindicado em casos de:
choque cardiogênico;
bloqueio AV (atrioventricular) de segundo ou terceiro graus (exceto em pacientes com marca-passo artificial em
funcionamento);
síndrome do nódulo sinusal (exceto em pacientes com marca-passo artificial em funcionamento);
insuficiência cardíaca com redução da fração de ejeção menor que 35 % e/ ou pressão pulmonar acima de 20
mm Hg ( a não ser que secundário para taquicardia supraventricular sensível ao tratamento com verapamil);
flutter ou fibrilação atrial na presença de feixes de condução acessórios (ou seja; síndrome de Wolff-Parkinson-
White e Lown-Ganong-Levine). Estes pacientes correm risco de desenvolver taquicardia, incluindo fibrilação
ventricular se cloridrato de verapamil for administrado.
Infarto Agudo do Miocárdio
Usar com cautela nos casos de infarto agudo do miocárdio complicados por bradicardia, hipotensão acentuada ou disfunção
ventricular esquerda.
Bloqueio AV/ Bloqueio AV de primeiro grau/ Bradicardia/ Assistolia
DILACORON®
(cloridrato de verapamil) age sobre os nódulos de AV e SA (sino atrial) e prolonga o tempo de condução
átrio ventircular. Utilizar com cautela no desenvolvimento de bloqueio AV de segundo ou terceiro grau. Nos casos de
bloqueio do ramo unifascicular, bifascicular ou trifascicular há a necessidade de descontinuação do tratamento com
cloridrato de verapamil e, se necessário, implementar um tratamento adequado.
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(cloridrato de verapamil) age sobre os nódulos AV e SA e raramente permite a evolução de bloqueio AV
para segundo ou terceiro grau, bradicardia e em casos extremos, assistolia. Isso é mais provável de ocorrer em pacientes com
doença do nó sinusal, que é mais comum em pacientes idosos. Em pacientes que não possuem essa doença, assistolia é
geralmente de curta duração (alguns segundos ou menos) com retorno expontâneo do ritmo normal. Se o retorno não ocorrer
rapidamente, deve ser iniciado tratamento adequado.
Insuficiência cardíaca
Pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção maior que 35 % devem ser compensados antes do início do
tratamento com cloridrato de verapamil.
Antiarrítmicos, betabloqueadores
Potencialização mútua de efeitos cardiovasculares (grau superior bloqueio AV, grau superior de frequência cardíaca indução
de insuficiência cardíaca e hipotensão potencializada).
Bradicardia assintomatica (36 batidas/minuto) com uso de marcapasso atrial (wandering atrial pacemaker) foram
observados em um paciente recebendo concomitantemente colírio de timolol (bloqueador beta adrenergico) e cloridrato de
verapamil oral.
Digoxina
Se verapamil for administrado concomitantemente com digoxina, reduzir a dose de digoxina. Ver item Interações
Medicamentosas.
Doença nas quais a transmissão neuromuscular é afetada
DILACORON
(cloridrato de verapamil) deve ser utilizado com cautela em pacientes com doenças nas quais a transmissão
neuromuscular é afetada (miastenia grave, Síndrome de Eaton-Lambert, distrofia muscular de Duchenne avançada).
Inibidores da HMG-CoA Redutase (estatinas)
Ver item Interações Medicamentosas
Cuidados e advertências para populações especiais
Uso em idosos: as doses de DILACORON
(cloridrato de verapamil) devem ser individualizadas, pois pacientes idosos
apresentam uma resposta acentuada ao verapamil.
Uso pediátrico: deve-se ter bastante cautela ao administrar cloridrato de verapamil a este grupo de pacientes.
Uso em pacientes com insuficiência hepática: o verapamil deve ser usado com cuidado em pacientes com função do fígado
alterada. Nestes casos deve-se ajustar muito cuidadosamente a dose e começar com doses menores (ver Posologia).
Uso em pacientes com comprometimento da função renal: estudos robustos comparativos demonstraram que o
comprometimento da função renal não tem efeito sobre a farmacocinética do cloridrato de verapamil em pacientes no estágio
final da insuficiência renal. Entretanto, alguns casos reportados sugerem que o cloridrato de verapamil deve ser usado com
cautela e com acompanhamento cuidadoso de pacientes com comprometimento da função renal. O cloridrato de verapamil
não pode ser removido por hemodiálise.
Uso na gravidez: não há dados adequados do uso de cloridrato de verapamil em mulheres durante a gravidez. Estudos em
animais não indicaram efeitos danosos direta ou indiretamente com respeito a toxicidade reprodutiva. Como estudos de
reprodução feitos com animais não preveem sempre a resposta em humanos só se deve administrar cloridrato de verapamil
na gravidez quando existir uma indicação absolutamente necessária.
O cloridrato de verapamil atravessa a barreira placentária e pode ser medido no cordão umbilical.
Lactante: o cloridrato de verapamil é excretado no leite humano. Dados limitados para administração oral têm mostrado que
a dose relativa do verapamil no lactante é baixa (0,1 – 1% da dose oral da mãe) e que o uso de verapamil pode ser
compatível com a amamentação. Mas devido ao potencial de sérias reações adversas em lactentes, o verapamil deve ser
usado durante a lactação somente se for essencial para bem-estar da mãe.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Categoria de risco: C
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Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas: Devido ao seu efeito anti-hipertensivo e dependendo da resposta
individual, o cloridrato do verapamil pode afetar a habilidade de reação a ponto de prejudicar a habilidade de dirigir um
veículo, de operar máquinas ou de trabalhar sob circunstâncias perigosas. Isso se aplica, principalmente, quando se inicia o
tratamento, quando a dose é aumentada, quando há migração de outra terapia medicamentosa ou quando álcool é consumido
concomitantemente. Verapamil pode aumentar o nível de álcool no sangue e retardar sua eliminação, com isso, os efeitos do
Estudos metabólicos in vitro indicam que o verapamil é metabolizado pelo citocromo P450, CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8,
CYP2C9 e CYP2C18. Verapamil mostrou ser um inibidor das enzimas CYP3A4 e P-glicoproteínas (P-gp). Interações
clinicamente significantes foram relatadas com os inibidores de CYP3A4, com elevação de níveis plasmáticos do verapamil,
enquanto os indutores de CYP3A4 causaram redução dos níveis plasmáticos do verapamil. Portanto, os pacientes devem ser
monitorados quanto às interações medicamentosas. A tabela a seguir fornece uma lista de possíveis interações
medicamentosas por motivos farmacocinéticos:
Potenciais interações medicamentosas associadas ao verapamil
Fármaco concomitante Efeito potencial Comentário
Alfa Bloqueadores
prazosina Aumenta a Cmax da prazosina (~40%), sem
efeito na meia-vida
Efeito aditivo hipotensivo
Terazosina Aumenta AUC (~24%) e Cmax (~25%) da
terazosina
Antiarrítmicos
flecainida Efeito mínimo sobre a depuração
plasmática da flecainida (<~10%); nenhum
efeito sobre a depuração plasmática do
verapamil
Ver item Advertências e Precauções.
quinidina Diminui depuração da quinidina oral
(~35%)
Hipotensão.
Edema pulmonar pode ocorrer em
pacientes com cardiomiopatia
hipertrófica obstrutiva.
Antiasmáticos
teofilina Diminui clearence oral e sistêmico em
cerca de 20%
A redução do clearence foi menor
nos tabagistas (~11%)
Anticonvulsivantes/ Antiepiléticos
carbamazepina Aumenta AUC da carbamazepina (~46%)
em pacientes com epilepsia parcial
refratária
Aumento nos níveis de
carbamazepina. Podem ocorrer
efeitos colaterais relativos a
carbamazepina, como diplopia,
cefaléia, ataxia ou tontura.
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fenitoína Diminui concentração de verapamil no
plasma
---
Antidepressivo
imipramina Aumenta AUC da imipramina (~15%) Nenhum efeito no nível do
metabólito ativo, desipramina
Antidiabéticos
glibenclamida Aumenta Cmax (~28%),
AUC (~26%) da glibenclamida
Antigotosos
colchicina Aumenta AUC (~2 vezes) e Cmax (~1,3
vezes)
Reduz a dose de colchicina. Ver bula
de colchicina.
Antiinfecciosos
claritromicina Possível aumento nos níveis de verapamil ---
eritromicina Possível aumento dos níveis de verapamil ---
rifampicina Diminui AUC (~97%), Cmax (~94%) e
biodisponibilidade oral (~92%) do
o efeito hipotensor do verapamil
pode ser reduzido.
telitromicina Possível aumento dos níveis de verapamil ---
Antineoplásicos
doxorrubicina Aumenta AUC (104%) e Cmax (61%) da
doxorrubicina com a administração oral de
Em pacientes com carcinoma
pulmonar de células pequenas
Barbitúricos
fenobarbital Aumenta a depuração do verapamil oral
(~5 vezes)
Benzodiazepínicos e outros ansiolíticos
buspirona Aumenta AUC e Cmax da buspirona em 3-4
vezes
midazolam Aumenta AUC (~3 vezes) e Cmax (~2
vezes) do midazolam
Betabloqueadores
metoprolol Aumenta AUC (~32.5%) e Cmax (~41%)
do metoprolol em pacientes com angina
Ver item Advertências e Precauções
propranolol Aumenta AUC (65%) e Cmax. (94%) de
propranolol em pacientes com angina
Glicosídeos Cardíacos
digitoxina Diminui depuração total (~27%) e
depuração extra-renal (~29%) da
digitoxina
digoxina Indivíduos saudáveis: aumenta Cmax da
digoxina em ~ 44%, aumenta C12h da
digoxina (~53%), Css da digoxina em
~44%, e aumenta AUC da digoxina em
~50%
Reduzir a dose de digoxina.
Antagonista de Receptor H2
cimetidina Aumenta AUC de R-(25%) e S-(40%)
verapamil, com correspondente
diminuição da depuração de R- e S-
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Imunológicos
ciclosporina Aumenta AUC, Css, Cmax de ciclosporina
em ~45%
everolimus Everolimus: Aumento AUC (~3,5 vezes) e
Cmax (~2,3 vezes)
Verapamil: Aumento C residual (~2,3 vezes)
Determinação da concentração e
ajuste da dose de everolimus pode
ser necessária
sirolimus Aumenta AUC (~2,2 vezes; S – verapamil
aumenta AUC (~1,5 vezes)
tacrolimus Possível aumento do nível de tacrolimus ---
Agentes redutores de lípides
atorvastatina Possível aumento dos níveis de
atorvastatina
Aumenta AUC -(~43%) de verapamil
Segue adiante informação adicional
lovastatina Possível aumento dos níveis de lovastatina
Aumenta AUC (~ 63%) e Cmax (~32%) de
sinvastatina Aumenta AUC (~2,6 vezes), Cmax (~4,6
vezes) de sinvastatina
Agonistas do receptor de serotonina
almotriptana Aumenta AUC (~20%) e Cmax (~24%) de
almotriptana
Uricosúricos
sulfinpirazona Aumenta a depuração do verapamil oral
(~3 vezes) e diminui biodisponibilidade
(~60%)
pode ser reduzido
Outros
suco de grapefruit Aumenta AUC de R-(~49%) e S- (~37%)
Aumenta Cmax de R-(~75%) e S-(~51%)
Meia vida de eliminação e
depuração renal não afetadas.
Suco de grapefruit não deve ser
ingerido junto com verapamil.
erva de São João (Hypericum
perforatum)
Diminui AUC de R-(~78%) e S-(~80%)
verapamil, com correspondente redução da
Cmax
Outras interações medicamentosas e informações adicionais
Anti-hipertensivos, diuréticos, vasodilatadores: potencialização do efeito hipotensor.
Agentes antivirais anti-HIV: devido ao potencial inibitório metabólico de alguns dos agentes antivirais anti-HIV, tais como
o ritonavir, as concentrações plasmáticas do verapamil podem aumentar. Deve-se ter cuidado ou a dose do verapamil deve
ser diminuída.
Lítio: foi relatado aumento da neurotoxicidade durante uso concomitante de cloridrato de verapamil e lítio, com e sem
aumentos nas concentrações séricas de lítio.Entretanto, o uso de cloridrato de verapamil em pacientes em tratamento
crônico com lítio estável, resultou na redução dos níveis sericos de lítio. Pacientes recebendo as duas drogas devem ser
acompanhados com cuidado.
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Bloqueadores neuromusculares: dados clínicos e estudos em animais são sugestivos que cloridrato de verapamil pode
potencializar a atividade de bloqueadores neuromusculares. Pode ser necessário reduzir a dose de cloridrato de verapamil e/
ou do agente bloqueador quando utilizados concomitantemente.
Ácido acetilsalicílico: tendência de sangramento aumentada.
Etanol (álcool): elevação dos níveis plasmáticos do etanol.
Inibidores da HMG Co-A Redutase (“estatinas”): o tratamento com inibidores da HMG Co-A redutase (por exemplo,
sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina) em pacientes que estão fazendo uso de verapamil deve ser iniciado na menor dose
possível e ser aumentada gradualmente. Se o verapamil for administrado a pacientes que já fazem uso de um inibidor de
HMG Co-A redutase (por exemplo, sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina), deve-se considerar uma redução na dose da
estatina e reajustar a dose de acordo com as concentrações de colesterol no sangue.
Fluvastatina, pravastatina e rosuvastatina: não são metabolizadas por CYP3A4; portanto, a probabilidade de interagirem
com o verapamil é menor.
DILACORON
(cloridrato de verapamil) deve ser mantido na embalagem original e conservado em temperatura ambiente
(entre 15 e 30°C), protegido da luz e da umidade.
(cloridrato de verapamil) comprimido revestido retard 120 mg: se armazenado nas condições indicadas, o
medicamento se manterá próprio para consumo pelo prazo de validade de 36 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas do produto
DILACORON®
(cloridrato de verapamil) comprimido revestido retard 120 mg: comprimido branco, redondo e achatado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
As doses de DILACORON
(cloridrato de verapamil) devem ser ajustadas individualmente de acordo com a gravidade da
doença e administradas de preferência com a alimentação ou logo após. Os comprimidos devem ser deglutidos com um pouco
de água, sem serem mastigados.
A dose do medicamento deve ser ajustada individualmente de acordo com a gravidade da doença. A experiência clínica
mostra que a dose média para todas as indicações varia de 240 mg a 360 mg.
A dose máxima diária não deve exceder 480 mg para tratamentos longos, apesar de que uma dose superior a esta pode ser
usada para tratamentos curtos. Não existe limitação de duração do tratamento.
O cloridrato de verapamil alcança o pico de concentração plasmática após 4 a 5 horas da administração do medicamento.
A estimativa da dose liberada por unidade de tempo do DILACORON
(cloridrato de verapamil) 120 mg comprimido
revestido retard é:
Dilacoron retard_Bula_Profissional 10
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin
São Paulo - SP
CEP: 04566-905
Tel: 55 11 5536 7000
Fax: 55 11 5536 7126
Tempo de liberação do
medicamento
Dose liberada do
medicamento (%) após
administração
1 hora 7,5% a 20%
2 horas 21% a 35%
4 horas 36% a 56%
8 horas Mínimo 70%
10 horas Mínimo 80%
DILACORON
(cloridrato de verapamil) não deve ser descontinuado abruptamente em tratamentos longos, sendo
recomendada uma redução gradual de dose.
Em pacientes com disfunção hepática, o metabolismo da droga pode ser retardado ou diminuído dependendo da gravidade da
lesão do fígado, podendo potencializar ou prolongar os efeitos do DILACORON
(cloridrato de verapamil). Portanto, um
ajuste de dose faz-se necessário em pacientes com disfunção hepática, com doses reduzidas para início do tratamento.
Pacientes com disfução renal: Vide item Advertências e Precauções.
Adultos e adolescentes com peso maior que 50 kg
Isquemia miocárdica, taquicardias supraventriculares paroxísticas, flutter atrial e fibrilação atrial 120 mg a 480 mg divididos
em 1 ou 2 doses.
Hipertensão: 120 mg a 480 mg divididos em 1 ou 2 doses.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Reações adversas foram relatadas durante estudos clínicos fase IV e durante o período de pós-comercialização de
DILACORON
(cloridrato de verapamil).
As frequencias de reações adversas são definidas como: muito comum (≥ 1/10); comum (≥ 1/100 a < 1/10); incomum (≥
1/1000 a < 1/100); rara (≥ 1/10.000 a < 1/1.000); muito rara (< 1/10.000); reação desconhecida ( não pode ser estimada pela
informação disponível). As reações adversas mais comuns relatadas foram: dor de cabeça, tontura, disturbios gastrintestinais
(nausea, constipação e dor abdominal), bradicardia, taquicardia, palpitações, hipotensão, rubor, edema periférico e fadiga.
Seguem as reações adversas relatadas, listadas abaixo por sistema do organismo:
Sistemas Comum Incomum Rara Desconhecida
Sistema imunológico --- --- --- Hipersensibilidade
Sistema nervoso Cefaleia, tontura, --- Parestesia,
tremor
Reação extrapiramidal; paralisia1
(tetraparesia), convulsões.
Alterações psiquiatricas --- --- Sonolência ---
Alterações do ouvido e do
labirinto
--- --- Zumbido Vertigem,
Sistema vascular Hipotensão, rubor. --- --- ---
Alterações cardíacas Bradicardia Palpitações,
taquicardia
--- Bloqueio atrioventricular
(primeiro, segundo e terceiro
grau), bradicardia sinusal,
falência cardíaca, assistolia.
Respiratório --- --- --- Broncoespasmo
Sistema gastrintestinal Constipação,
náusea
Dor abdominal Vômitos Desconforto abdominal,
hiperplasia gengival, íleo
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Fax: 55 11 5536 7126
Alterações na pele e
tecidos subcutâneos
--- --- Hiperhidrose Angioedema, síndrome de
Stevens-Johnson, eritema
multiforme, erupção cutânea
maculopapular, alopecia,
urticária, púrpura e prurido.
Sistema
musculoesquelético
--- --- --- Fraqueza muscular, mialgia e
artralgia.
Sistema reprodutor e
mama
--- --- --- Disfunção erétil, ginecomastia e
galactorréia.
Condições gerais Edema periférico Fadiga --- ---
Em Investigação --- --- --- Aumento de prolactina
plasmática e aumento de
enzimas hepáticas.
1
Houve um único relato pós-comercialização de paralisia (tetraparesia) associada ao uso concomitante de verapamil e
colchicina. Esta paralisia provavelmente foi causada pela colchicina que cruzou a barreira hematoencefálica devido à
inibição da CYP3A4 e P-gp pelo verapamil.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível
em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.