Bula do Ergometrin produzido pelo laboratorio União Química Farmacêutica Nacional S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Ergometrin
(maleato de metilergometrina)
União Química Farmacêutica Nacional S.A
Solução injetável
0,2 mg/mL
ERGOMETRIN
maleato de metilergometrina
IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO
Solução injetável 0,2 mg/mL: embalagem contendo 50 ampolas de 1 mL.
VIA SUBCUTÂNEA/ENDOVENOSA/INTRAMUSCULAR (SC/EV/IM)
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada mL contém:
maleato de metilergometrina: ...........................................................................0,2 mg
Veículo: álcool etílico, ácido tartárico, glicerol, ácido maleico, água para injetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Controle ativo do terceiro estágio do trabalho de parto (com a finalidade de promover a separação da placenta e reduzir a perda de sangue).
Tratamento da atonia e da hemorragia uterinas que ocorrem:
– durante e após o terceiro estágio do trabalho de parto
– associadas com operação cesariana
– no pós-aborto
Tratamento da subinvolução do útero, da loquiometria e da hemorragia puerperal.
Num estudo randomizado, duplo-cego, ativo-controlado, com 1574 parturientes o uso de maleato de metilergometrina associado à ocitocina
reduziu a taxa de hemorragia pós-parto na mesma proporção que o uso e misoprostol associado à ocitocina (3,5% [14/398] e 3,2% [13/404]
respectivamente; P = NS). Esses dois grupos de tratamento apresentaram resultados superiores aos grupos tratados com misoprostol e
ocitocina em monoterapia. As combinações de misoprostol + ocitocina e maleato de metilergometrina + ocitocina diminuíram a duração do
terceiro período do trabalho de parto e reduziram a incidência de hemorragia pós-parto e a necessidade adicional de ocitócicos. [1]
Em outro estudo prospectivo, aberto e ativo-controlado, 438 parturientes foram designadas para receber: ocitocina EV em bolo no final do 2º
estágio do trabalho de parto (n = 82); ocitocina EV em infusão continua no final do 2º estágio do trabalho de parto (n = 95); ocitocina EV em
bolo após o 3º estágio do trabalho de parto (n = 52); maleato de metilergometrina EV em bolo no final do 2º estágio do trabalho de parto (n =
70); maleato de metilergometrina em infusão contínua no final do 2º estágio do trabalho de parto (n = 79); e maleato de metilergometrina EV
em bolo após o 3º estágio do trabalho de parto (n = 60). A duração do 3º estágio do trabalho de parto no grupo tratado com maleato de
metilergometrina EV em bolo imediatamente após a saída do ombro anterior do concepto (4,8 + 2,1 min) foi significantemente mais curta
que a dos grupos tratados com maleato de metilergometrina e ocitocina EV em bolo após o 3º estágio do trabalho de parto (i.e. a expulsão da
placenta) (6,4 + 3,0 e 6,3 + 2,5 min respectivamente; p < 0,01). As necessidades de uso repetido de uterotônicos e as variações na
concentração de hemoglobina não foram diferentes entre os 6 grupos de tratamento, e as taxas de eventos adversos foram baixas e
semelhantes. [2]
Referências:
[1] Caliskan E at al. Oral Misoprostol for the Third Stage of Labor: A Randomized Controlled Trial. Obstet Gynecol 2003; 101,921-927.
[2] Fujimoto M et al. Prevention of postpartum hemorrhage by uterotonic agents: comparison of oxytocin and methylergometrine in the
management of the third stage of labor. Acta Obstet Gynecol Scand 2006; 85,1310-1314.
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: ocitócico (código ATC G02A B01).
A metilergometrina, um derivado semissintético do alcaloide natural ergometrina, é um potente e específico agente uterotônico. Atua
diretamente no músculo liso uterino e aumenta o tônus basal, a frequência e a amplitude das contrações rítmicas. Comparado com outros
alcaloides do ergot, o efeito da metilergometrina no sistema nervoso central e no sistema cardiovascular é menos pronunciado. O efeito
ocitócico forte e seletivo da metilergometrina resulta de suas ações específicas como agonista parcial e antagonista em receptores alfa-
adrenérgicos, serotoninérgicos e dopaminérgicos. Todavia, isso não exclui totalmente o aparecimento de complicações vasoconstritoras (vide
“Reações adversas”).
Propriedades farmacocinéticas
O início da ação de Ergometrin ocorre dentro de 30 a 60 segundos após injeção intravenosa, e de 2 a 5 minutos após injeção intramuscular,
mantendo-se por 4 a 6 horas.
Absorção
Em estudos conduzidos em mulheres voluntárias sadias sob jejum, demonstrou-se que a absorção oral de 0,2 mg de maleato de
metilergometrina foi rápida, atingindo uma concentração máxima plasmática (Cmáx) de 3.243 ± 1.308 picograma/mL em um tempo de 1,12
± 0,82 horas (tmáx). Para uma injeção de 0,2 mg por via intramuscular, observam-se os seguintes valores: Cmáx de 5.918 ± 1.952
picograma/mL e tmáx de 0,41 ± 0,21 hora. A biodisponibilidade das drágeas foi equivalente à da solução IM. administrada por via oral e
dose-dependente após as administrações de 0,1; 0,2 e 0,4 mg.
Após a injeção IM, a extensão da absorção foi aproximadamente 25% maior do que a da administração da dose oral. Observou-se uma
absorção gastrintestinal retardada (tmáx de aproximadamente 3 horas) em mulheres que se encontravam em fase de pós-parto, sob tratamento
contínuo com maleato de metilergometrina drágeas.
Distribuição
Após injeção EV, a metilergometrina é rapidamente distribuída do plasma para os tecidos periféricos dentro de, no máximo, 2 a 3 minutos.
Em mulheres voluntárias sadias, o volume de distribuição é de 56,1 ± 17,0 litros. Não se sabe se a droga atravessa a barreira
hematoencefálica.
Biotransformação/metabolismo
A metilergometrina é metabolizada principalmente no fígado. O caminho metabólico da droga ainda não foi pesquisado em seres humanos.
Nos estudos in vitro, verificou-se N-desmetilação e hidroxilação do anel fenílico.
Eliminação
Em mulheres voluntárias sadias, após administração oral, o clearance (depuração) plasmático é de 14,4 ± 4,5 litros por hora e a meia-vida de
eliminação é de 3,29 ± 1,31 horas. Um estudo em homens voluntários demonstrou que cerca de 3% da dose oral é eliminada como droga
inalterada na urina. A droga é principalmente eliminada com a bile nas fezes. A metilergometrina é também secretada no leite materno. Após
1 hora da administração única oral de 250 microgramas de metilergometrina, a proporção leite / plasma foi de 0,18 + 0,03. A meia vida de
metilergometrina reportada no leite é de 2,3 + 0,3 h.
Dados de segurança pré-clínicos
O potencial genotóxico de metilergometrina não foi determinado. Não existem estudos disponíveis que avaliem o potencial carcinogênico de
maleato de metilergometrina. Estudos padrões com animais de fertilidade e toxicidade reprodutiva não foram realizados com
metilergometrina.
Gravidez, primeiro estágio do trabalho de parto e segundo estágio do trabalho de parto antes do aparecimento do ombro anterior (Ergometrin
não deve ser utilizado na indução ou na potencialização do trabalho de parto); hipertensão grave, pré-eclampsia e eclampsia; doença vascular
oclusiva (inclusive cardiopatia isquêmica); sépsis e hipersensibilidade conhecida a metilergometrina, ou outro alcaloide do ergot ou a
qualquer outro componente da formulação.
Este medicamento é contraindicado para uso por gestantes.
Ergometrin não deve ser utilizado para indução ou potencialização do trabalho de parto.
- Recomendações gerais na administração
Quando a apresentação é pélvica ou em outros casos de apresentações anormais, Ergometrin não deve ser administrado antes que o
nascimento da criança esteja finalizado e, em gravidez múltipla, somente após nascer a última criança.
O controle ativo do terceiro estágio de parto requer supervisão obstétrica.
Injeção intramuscular é a via de administração recomendada. As injeções endovenosas devem ser administradas lentamente por um período
de no mínimo 60 segundos, com monitoramento cauteloso da pressão sanguínea. A injeção intra ou periarterial deve ser evitada.
- Hipertensão e insuficiência da função hepática ou renal
Deve-se ter cautela na presença de hipertensão leve ou moderada (Ergometrin é contraindicado na hipertensão grave) ou em distúrbios da
função hepática ou renal.
- Doença arterial coronariana
Pacientes com doença arterial coronariana ou com fatores de risco para doença arterial coronariana (por exemplo, tabagismo, obesidade,
diabetes, colesterol alto) podem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento de isquemia miocárdica e infarto associado a metilergometina
induzida por vasoespasmo (veja “Reações Adversas”).
- Erros de medicação
Administração acidental a recém-nascidos foi reportada. Nestes casos de sobredose neonatal acidental, sintomas como depressão respiratória,
convulsões, cianose e oligúria foram relatados. O tratamento deve ser sintomático, nos casos mais graves suporte respiratório e
cardiovascular foi necessário. Casos fatais foram relatados na ausência de tratamento adequado (veja “Superdose”).
Gravidez
O uso de Ergometrin na gravidez é contraindicado devido à potente atividade uterotônica.
Este medicamento pertence à categoria de risco na gravidez C, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação
Tem sido demonstrado que maleato de metilergometrina pode reduzir a secreção de leite, bem como ser excretado no leite materno (veja
“Propriedades Farmacocinéticas”). Foram observados casos isolados de intoxicação em lactentes cujas mães receberam o medicamento por
vários dias. Um ou mais dos seguintes sintomas foram observados (desaparecendo com a suspensão da medicação): pressão arterial elevada,
bradicardia ou taquicardia, vômito, diarreia, inquietude e convulsões.
Em virtude das possíveis reações adversas para a criança e pela redução da secreção do leite, não se recomenda usar Ergometrin durante a
lactação. Mulheres não devem amamentar durante o tratamento com Ergometrin e pelo menos por 12 horas após a administração da última
dose. O leite secretado durante este período deve ser descartado.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas
Metilergometrina pode causar vertigem e convulsões. Portanto, deve-se ter cautela ao dirigir veículos e/ou operar máquinas, especialmente
Alcaloides do ergot são substratos do CYP3A.
Interações resultando em uso concomitante não recomendado
- Inibidores do CYP3A4
O uso concomitante de Ergometrin e inibidores potentes do CYP3A, como os antibióticos macrolídeos (por exemplo, troleandomicina,
eritromicina, claritromicina), protease do HIV ou inibidores da transcriptase reversa (por exemplo, ritonavir, indinavir, nelfinavir,
delavirdina) ou antifúngicos azois (por exemplo, cetoconazol, itraconazol, voriconazol) deve ser evitado, uma vez que pode resultar em uma
exposição elevada a metilergometrina e toxicidade ao ergot (vasoespasmo e isquemia das extremidades e outros tecidos).
- Bromocriptina
O uso concomitante de bromocriptina e Ergometrin no puerpério não é recomendado, pois metilergometrina pode potencializar o efeito
vasoconstritor de outros alcaloides de ergot.
- Prostaglandinas
Prostaglandinas (por exemplo, sulprostone, dinoprostona, misoprostol) facilitam a contração do miométrio, portanto, Ergometrin pode
potencializar a ação uterina das prostaglandinas e vice-versa. O uso concomitante com estes fármacos não é recomendado.
Interações a serem consideradas
- Inibidores menos potentes do CYP3A4
- Vasoconstritores, triptanos, simpatomiméticos e outros alcaloides de ergot
Deve-se ter cautela quando Ergometrin for utilizado simultaneamente a outros vasoconstritores ou outros alcaloides do ergot.
Metilergometrina pode potencializar os efeitos vasoconstritores/vasopressores de outras drogas, tais como triptanos (receptores agonistas
5HT1B/1D), simpatomiméticos (inclusive aqueles utilizados em anestesia local) ou outros alcaloides do ergot.
- Betabloqueadores
Deve-se ter cautela quando Ergometrin é usado simultaneamente com betabloqueadores. Administração concomitante com betabloqueadores
pode potencializar a ação vasoconstritora dos alcaloides de ergot.
- Anestésicos
Anestésicos, como halotanos e metoxifluoranos, podem reduzir o potencial ocitócico de Ergometrin (veja “Posologia”).
- Indutores do CYP3A4
Drogas (por exemplo, nevirapina, rifampicina) que são fortes indutores do CYP3A4 são prováveis de diminuir a ação farmacológica de
Ergometrin.
- Trinitrato de glicerina e outras drogas antianginosas
Metilergometrina produz vasoconstrição e pode ser esperada a redução do efeito do trinitrato de glicerina e outras drogas antianginosas.
Manter o produto em sua embalagem original e conservar em temperatura ambiente (entre 15° e 30°C). Proteger da luz.
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação (vide cartucho).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Ergometrin é apresentado como uma solução límpida incolor a levemente amarelada, isenta de partículas estranhas visíveis.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
População alvo geral
Controle ativo do terceiro estágio do trabalho de parto:
Injeção intramuscular (IM.) é a via de administração recomendada. Quando administrada por via endovenosa (EV), a dose deve ser
administrada lentamente durante um período não inferior a 60 segundos (veja “Advertências e Precauções”).
A dose recomendada de Ergometrin é: 1 mL (0,2 mg) em injeção intramuscular ou 0,5 a 1 mL (0,1 a 0,2 mg) em injeção endovenosa lenta,
após a saída do ombro anterior ou, o mais tardar, imediatamente após o nascimento da criança. A expulsão da placenta, que é normalmente
separada pela primeira forte contração após a administração de Ergometrin, deverá ser auxiliada manualmente mediante manobras
compressivas sobre o fundo do útero.
Em caso de parto sob anestesia geral, a dose recomendada é de 1 mL (0,2 mg) por injeção endovenosa lenta.
Tratamento da atonia / hemorragia uterina
Injeção intramuscular (IM) é a via de administração recomendada. Quando administrada por via endovenosa (EV), a dose deve ser
administrada lentamente durante um período não inferior a 60 segundos (veja “Precauções e Advertências”).
A dose recomendada de Ergometrin é: 1 mL (0,2 mg) em injeção intramuscular ou 0,5 a 1 mL (0,1 a 0,2 mg) em injeção endovenosa lenta. A
dose pode-se repetir a cada 2 a 4 horas e, quando necessário, acima de 5 doses dentro de 24 horas.
Tratamento de subinvolução, loquiometria e hemorragia puerperal
A dose recomendada de Ergometrin é: 0,5 a 1 mL (0,1 a 0,2 mg) em injeção subcutânea ou intramuscular, até 3 vezes ao dia e geralmente por
até 5 dias.
Populações especiais
Insuficiência renal / hepática
Cautela deve ser exercida na presença de insuficiência da função renal ou hepática (veja “Advertências e precauções”).
As reações adversas estão listadas pelo sistema de classes de órgãos MedDRA. Em cada sistema de classe, as reações adversas estão
classificadas por sua frequência, com a mais frequente primeiro. Em cada grupo de frequência, as reações adversas estão classificadas em
ordem decrescente de gravidade. Além disso, a categoria de frequência correspondente para cada reação adversa é baseada na seguinte
convenção (CIOMS III).: muito comum: (>1/10); comum: (>1/100 e <1/10); incomum: (>1/1.000 e <1/100), raras: (>1/10.000 e <1.000);
muito raras: (<1/10.000).
Distúrbios do sistema imune
Muito raras: reações anafiláticas.
Distúrbios do sistema nervoso central
Comum: cefaleia;
Incomum: tontura e convulsão;
Muito raras: alucinações.
Distúrbios do ouvido e do labirinto
Muito raras: ruídos nos ouvidos.
Distúrbios cardíacos
Incomum: dor no peito;
Raras: bradicardia, taquicardia, palpitações;
Muito raras: infarto do miocárdio, arteriospasmo coronariano.
Distúrbios vasculares
Comum: hipertensão;
Incomum: hipotensão;
Raras: vasoconstrição, vasoespasmo, espasmo arterial;
Muito raras: tromboflebite.
Distúrbios respiratório, torácico e mediastínico
Muito raras: congestão nasal.
Distúrbios do trato gastrintestinal
Incomum: vômitos, náuseas;
Muito raras: diarreia.
Distúrbios de pele e tecido subcutâneo
Comum: erupções cutâneas;
Incomum: hiperidrose.
Distúrbios musculoesqueléticos e tecido conectivo
Muito raras: espasmos musculares.
Gravidez, puerpério e condições perinatal
Comum: dores abdominais (causadas por contrações uterinas).
Reações adversas a medicamento a partir de relatos espontâneos pós-comercialização e casos de literatura (frequência desconhecida)
As seguintes reações adversas são derivadas de experiência pós-comercialização com Ergometrin a partir de relatos espontâneos e casos de
literatura. Devido a estas reações terem sido relatadas voluntariamente por uma população de tamanho incerto, não é possível estimar sua
frequência, que é, portanto, classificada como desconhecida. As reações adversas estão listadas pelo sistema de classes de órgãos MedDRA.
Em cada sistema de classe de órgãos, as reações adversas a medicamentos estão classificadas em ordem decrescente de gravidade.
Distúrbios do sistema nervoso
Acidente cerebrovascular, parestesia.
Fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, angina pectoris, bloqueio atrioventricular.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmCadastro.asp, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal. Informe também à
empresa através do seu serviço de atendimento.