Bula do Flucol produzido pelo laboratorio Belfar Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
FLUCOL
(fluconazol)
Belfar Ltda.
Cápsula
150 mg
Fluconazol
APRESENTAÇÕES
Cápsulas de 150 mg
Embalagens contendo 1 ou 2 cápsulas.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada cápsula contém:
Fluconazol...............................................................................................................150 mg
Excipientes: lactose monoidratada, amigoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato
de magnésio e laurilsulfato de sódio.
O tratamento pode ser iniciado antes que os resultados dos testes de cultura ou outros
testes laboratoriais sejam conhecidos. Entretanto, assim que estes resultados estiverem
disponíveis, o tratamento anti-infeccioso deve ser ajustado adequadamente.
Flucol está indicado para o tratamento das seguintes condições:
Candidíase vaginal aguda e recorrente, e balanites por Candida, bem como profilaxia para
reduzir a incidência de candidíase vaginal recorrente (3 ou mais episódios por ano).
Dermatomicoses, incluindo Tinea pedis, Tinea corporis, Tinea cruris, Tinea
unguium (onicomicoses) e infecções por Candida.
Candidíase Vaginal
O fluconazol (150 mg, dose única oral) é tão efetivo quanto o clotrimazol (200 mg,
intravaginal, por 3 dias) para o tratamento de candidíase vaginal, segundo estudo
randomizado que envolveu 369 mulheres. Após 16 dias a taxa de cura clínica foi de
99% e 97% e de cura microbiológica de 85% e 81%, respectivamente. Após 27 a 62
dias a taxa de cura microbiológica também se manteve significantemente maior no
grupo que usou o fluconazol (72% vs 62%).1
Em outro trabalho, a eficácia do fluconazol (150 mg, dose única oral) em comparação
ao clotrimazol (500 mg, intravaginal, dose única) também foi comprovada. Quarenta e
três pacientes com candidíase vaginal foram avaliadas e após 8 dias do tratamento
houve erradicação completa da Candida albicans em 87% das que usaram fluconazol
contra 75% das que usaram clotrimazol. A reavaliação após 32 dias demonstrou a
manutenção da erradicação do fungo em 87% e 60%, respectivamente. As pacientes
tratadas com fluconazol apresentaram alívio mais rápido dos sintomas. 2
Resultado similar foi observado em um estudo que avaliou 471 mulheres com a
posologia de fluconazol e clotrimazol igual a do trabalho anterior. Após sete dias do
final do tratamento a taxa de cura foi de 82% com fluconazol e 76% com clotrimazol. A
reavaliação após 28 dias mostrou taxas de 75% e 72%, respectivamente.3
Um estudo envolvendo 229 mulheres observou taxa de cura micológica similar entre
fluconazol (150 mg oral, dose única), itraconazol (200 mg, dose única oral) e
clotrimazol (creme vaginal a 1% ou supositório vaginal 500 mg). Estas taxas foram de
83%, 96% e 95%, respectivamente.4
Em comparação ao cetoconazol (200 mg/dia, 2 vezes ao dia, durante 5 dias), a dose
única de fluconazol (150 mg) por via oral mostrou mesma efetividade em um
estudo duplo-cego que envolveu 183 pacientes.5
Nenhuma diferença significativa de eficácia e segurança foi identificada na comparação
entre fluconazol (150 mg via oral, dose única) com miconazol (1200 mg intravaginal)
em estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo realizado em 99 pacientes
com vaginite por Candida.6
Em 556 mulheres com vaginite por Candida recorrente ou severa, o fluconazol 300 mg
por 3 dias é significativamente mais eficaz do que 150 mg pelo mesmo período.7
Dermatomicoses
O fluconazol oral (150 mg, dose única) mostrou-se tão eficaz e seguro quanto o
clotrimazol tópico (creme a 1%, 2 vezes ao dia por 2 a 4 semanas, ou 6 se Tinea pedis)
em infecções fúngicas superficiais (incluindo Tinea corporis, Tinea cruris, Tinea
pedis e candidíase cutânea) segundo estudo realizado com 391 pacientes. A taxa de cura
foi de 85% e 82%, respectivamente para Tinea corporis, 90% e 88% para Tinea
cruris, 81% e 72% para Tinea pedis e de 100% nos dois grupos para candidíase cutânea.
Após 1 mês da última dose as taxas de cura mantidas foram de 75% no grupo com
fluconazol e 80% no grupo com clotrimazol para Tinea corporis, 90% e 100% para
Tinea cruris, 79% e 91% para Tinea pedis e de 100% e 71% para candidíase cutânea.8
Em comparação com a griseofulvina (500 mg/dia por 4 a 6 semanas) o fluconazol (150
mg dose única diária, semanal) mostrou eficácia similar para o tratamento de 230
pacientes com dermatomicoses. Após 6 semanas de tratamento de pacientes com Tinea
corporis e Tinea cruris a taxa de cura foi de 74% nos usuários de fluconazol e 62% nos
de griseofulvina.9
Em um estudo randomizado, duplo-cego, 128 pacientes com tinea versicolor receberam
fluconazol (300 mg, dose única oral, 2 vezes com intervalo de 15 dias entre as doses) ou
cetoconazol (400 mg, dose única oral, 2 vezes com intervalo de 15 dias entre as doses).
A taxa de cura máxima foi de 90% e 88% para fluconazol e cetoconazol,
respectivamente, e foram alcançadas em 8 semanas após o início do tratamento.10
Referências Bibliográficas
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10.Farshchian M et al. Fluconazole versus ketoconazole in the treatment of tinea
versicolor. J Dermatolog Treat (13): 73-76, 2002.
Propriedades Farmacodinâmicas
O fluconazol, um membro da classe dos agentes antifúngicos triazólicos, é um inibidor
potente e específico da síntese fúngica de esteroides.
O tempo médio para início do alívio dos sintomas após a administração de dose única
oral de Flucol para o tratamento da candidíase vaginal é de 1 dia. A variação do tempo
para início do alívio dos sintomas é de 1 hora a 9 dias.
Foram relatados casos de superinfecção por outras espécies de Candida que não C.
albicans, as quais muitas vezes não são suscetíveis ao fluconazol (por
exemplo, Candida krusei). Esses casos podem requerer terapia antifúngica alternativa.
O fluconazol é altamente específico para as enzimas dependentes do citocromo fúngico
P450.
Propriedades Farmacocinéticas
As propriedades farmacocinéticas do fluconazol são similares após administração por
via intravenosa e oral. Após administração oral, o fluconazol é bem absorvido e os
níveis plasmáticos e de biodisponibilidade sistêmica estão acima de 90% dos níveis
obtidos após administração intravenosa. A absorção oral não é afetada pela ingestão
concomitante de alimentos. Em jejum, os picos de concentração plasmática ocorrem
entre 0,5 e 1,5 hora após a dose, com meia-vida de eliminação plasmática de
aproximadamente 30 horas. As concentrações plasmáticas são proporcionais à dose.
Após 4-5 dias com doses diárias, são alcançados 90% dos níveis de equilíbrio (steady
state).
A administração de uma dose de ataque (no primeiro dia), equivalente ao dobro da dose
diária usual, atinge níveis plasmáticos de aproximadamente 90% dos níveis de
equilíbrio (steady state) no segundo dia. O volume aparente de distribuição aproxima-
se do volume total corpóreo de água. A ligação às proteínas plasmáticas é baixa (11-
12%).
O fluconazol apresenta boa penetração em todos os fluidos corpóreos estudados. Os
níveis de fluconazol na saliva e escarro são semelhantes aos níveis plasmáticos. Em
pacientes com meningite fúngica, os níveis de fluconazol no líquor são
aproximadamente 80% dos níveis plasmáticos correspondentes.
Altas concentrações de fluconazol na pele, acima das concentrações séricas, foram
obtidas no extrato córneo, derme, epiderme e suor écrino. O fluconazol acumula no
extrato córneo. Durante o tratamento com dose única diária de 50 mg, a concentração de
fluconazol após 12 dias foi de 73 mcg/g e 7 dias depois do término do tratamento a
concentração foi de 5,8 mcg/g. Em tratamento com dose única semanal de 150 mg, a
concentração de fluconazol no extrato córneo no 7º dia foi de 23,4 mcg/g e 7 dias após a
segunda dose, a concentração ainda era de 7,1 mcg/g.
A concentração de fluconazol nas unhas após 4 meses de dose única semanal de 150 mg
foi de 4,05 mcg/g em unhas saudáveis e de 1,8 mcg/g em unhas infectadas e o
fluconazol ainda era detectável em amostras de unhas 6 meses após o término do
tratamento.
A principal via de excreção é a renal, com aproximadamente 80% da dose administrada
encontrada como fármaco inalterado na urina. O clearance do fluconazol é proporcional
ao clearance da creatinina. Não há evidência de metabólitos circulantes.
A meia-vida longa de eliminação plasmática serve de suporte para a terapia de dose
única para candidíase vaginal e dose única diária ou semanal para outras indicações.
Farmacocinética em Idosos
Um estudo farmacocinético foi conduzido em 22 indivíduos com 65 anos de idade ou
mais, recebendo dose única oral de 50 mg de fluconazol. Dez desses indivíduos
receberam diuréticos concomitantemente. A Cmáx foi de 1,54 mcg/mL e ocorreu 1,3
horas após a administração. A AUC média foi de 76,4 ± 20,3 mcg.h/mL e a meia- vida
terminal média foi de 46,2 horas. Esses valores dos parâmetros farmacocinéticos são
maiores do que os valores análogos relatados em voluntários jovens, normais e do sexo
masculino. A coadministração de diuréticos não alterou significativamente a AUC ou a
Cmáx. Além disso, o clearance de creatinina (74 mL/min), a porcentagem de fármaco
inalterado recuperado na urina (0-24 h, 22%) e o clearance renal de fluconazol estimado
(0,124 mL/min/kg) para os indivíduos idosos geralmente foram menores do que aqueles
encontrados nos voluntários jovens. Assim, a alteração da disposição de fluconazol em
indivíduos idosos parece estar relacionada à redução da função renal característica deste
grupo. Um comparativo da meia-vida de eliminação terminal versus o clearance de
creatinina de cada indivíduo, comparado com a curva prevista demeia-vida –
clearance de creatinina derivado de indivíduos normais e indivíduos com variação no
grau de insuficiência renal, indicou que 21 de 22 indivíduos caíram dentro da curva
prevista de meia-vida – clearancede creatinina (limite de confiança de 95%). Esses
resultados são consistentes com a hipótese de que valores maiores para os parâmetros
farmacocinéticos observados em pacientes idosos, comparados com voluntários jovens
normais do sexo masculino, são devidos à redução da função renal que é esperada nos
pacientes idosos.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
Toxicidade Reprodutiva
Eventos adversos fetais foram observados em animais somente com níveis altos de
doses associados com toxicidade maternal. Não houve efeitos nos fetos com doses de 5
ou 10 mg/kg. Aumentos de variantes anatômicas (costelas supranumerárias, dilatação da
pelve renal) e retardo de ossificação no feto foram observados com doses de 25 e 50
mg/kg ou doses maiores. Com doses variando de 80 mg/kg (aproximadamente 20 a 60
vezes a dose recomendada para humanos) a 320 mg/kg, a embrioletalidade em ratos foi
aumentada e anormalidades fetais incluíram ondulação de costelas, fissura palatina e
ossificaçãocranio-facial anormal. Esses efeitos são consistentes com a inibição da
síntese de estrógeno em ratos e podem ser resultado dos conhecidos efeitos de queda de
estrógeno durante a gravidez, organogênese e durante o parto.
Carcinogênese
O fluconazol não apresentou evidência de potencial carcinogênico em camundongos e
ratos tratados por 24 meses com doses orais de 2,5; 5 ou 10 mg/kg/dia
(aproximadamente 2-7 vezes maiores que a dose recomendada para humanos). Ratos
machos tratados com 5 e 10 mg/kg/dia apresentaram um aumento na incidência de
adenomas hepatocelulares.
Mutagênese
O fluconazol, com ou sem ativação metabólica, apresentou resultado negativo em testes
para mutagenicidade em 4 cepas de Salmonella typhimurium e na linhagem de linfoma
L5178Y de camundongos. Estudos citogenéticos in vivo (células da medula óssea de
murinos, seguido de administração oral de fluconazol) e in vitro (linfócitos humanos
expostos a 1.000 µg/mL de fluconazol) não demonstraram evidências de mutações
cromossômicas.
Alterações na Fertilidade
O fluconazol não afetou a fertilidade de ratos machos ou fêmeas tratados oralmente com
doses diárias de 5, 10 ou 20 mg/kg ou doses parenterais de 5, 25 ou 75 mg/kg, embora o
início do trabalho de parto tenha sido levemente retardado com doses orais de 20 mg/kg.
Em um estudo perinatal intravenoso com ratos e doses de 5, 20 e 40 mg/kg, foram
observados distocia e prolongamento do parto em algumas fêmeas com dose de 20
mg/kg (aproximadamente 5-15 vezes maior que a dose recomendada para humanos) e
40 mg/kg, mas não com 5 mg/kg. Os distúrbios no parto foram refletidos por um leve
aumento no número de filhotes natimortos e redução da sobrevivência neonatal nestes
níveis de dose. Os efeitos no parto em ratos se mostraram consistentes com a
propriedade espécie-específica de diminuir o estrógeno, produzida por altas doses de
fluconazol. Esta modificação hormonal não foi observada em mulheres tratadas com
fluconazol (vide item “Propriedades Farmacodinâmicas”).
Flucol é contraindicado a pacientes com conhecida sensibilidade ao fármaco, a
compostos azólicos ou a qualquer componente da fórmula. A coadministração com
terfenadina é contraindicada a pacientes recebendo Flucol (vide item “6. Interações
Medicamentosas”).
A coadministração de outros fármacos que conhecidamente prolongam o intervalo QT e
que são metabolizados através das enzimas da CYP3A4, como cisaprida, astemizol,
eritromicina, pimozida e quinidina, é contraindicada em pacientes que recebem
fluconazol (vide itens “5. Advertências e Precauções” e “6. Interações
Flucol deve ser administrado com cautela a pacientes com disfunção hepática.
O fluconazol tem sido associado a raros casos de toxicidade hepática grave incluindo
fatalidades, principalmente em pacientes com enfermidade de base grave. Em casos de
hepatotoxicidade associada ao fluconazol, não foi observada qualquer relação com a
dose total diária, duração do tratamento, sexo ou idade do paciente. A hepatotoxicidade
causada pelo fluconazol geralmente tem sido reversível com a descontinuação do
tratamento. Pacientes que apresentam testes de função hepática anormais durante o
tratamento com Flucol devem ser monitorados para verificar o desenvolvimento de
danos hepáticos mais graves. Flucol deve ser descontinuado se houver o aparecimento
de sinais clínicos ou sintomas relacionados ao desenvolvimento de danos hepáticos que
possam ser atribuídos ao fluconazol. Alguns pacientes têm desenvolvido raramente
reações cutâneas esfoliativas durante o tratamento com fluconazol, tais como síndrome
de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica. Pacientes portadores do vírus HIV
são mais predispostos a desenvolver reações cutâneas graves a diversos fármacos. Caso
os pacientes sob tratamento de infecções fúngicas superficiais desenvolvam rash que
seja considerado atribuível ao fluconazol, o medicamento deve ser descontinuado e
terapia posterior com este agente deve ser desconsiderada. Pacientes com infecções
fúngicas sistêmicas/invasivas que desenvolveram rash devem ser monitorados, sendo
que o fluconazol deve ser descontinuado se ocorrerem lesões bolhosas ou eritemas
multiformes.
Em raros casos, assim como ocorre com outros azólicos, tem sido relatada anafilaxia
com o uso de fluconazol. Alguns azólicos, incluindo o fluconazol, foram associados ao
prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma. Durante o período pós-
comercialização, ocorreram casos muito raros de prolongamento do intervalo QT
e torsade de pointes em pacientes recebendo fluconazol. Estes relatos incluíram
pacientes gravemente doentes com vários fatores de riscos concomitantes que podem ter
contribuído para a ocorrência destes eventos, tais como doença estrutural do coração,
anormalidades de eletrólitos e uso de medicamentos concomitantes.
Flucol deve ser administrado com cuidado a pacientes com essas condições
potencialmente pró-arrítmicas.
Flucol deve ser administrado com cautela a pacientes com disfunção renal (vide item “8.
Posologia e Modo de Usar”).
O fluconazol é um inibidor potente da CYP2C9 e CYP2C19 e um inibidor moderado da
CYP3A4. Pacientes tratados com Flucol que são tratados concomitantemente com
fármacos com uma janela terapêutica estreita que são metabolizados pela CYP2C9,
CYP2C19 e CYP3A4 devem ser monitorados (vide item “6. Interações
Medicamentosas”).
Pacientes com disfunções renais, cardíacas e hepáticas devem consultar seu médico
antes de iniciar o tratamento com fluconazol.
Flucol cápsulas contém lactose e não deve ser administrado a pacientes com problemas
congênitos raros de intolerância à galactose, deficiência de lactose de Lapp ou má-
absorção de glicose-galactose.
Os pacientes devem ser informados que a melhoria dos sintomas geralmente começa
após 24 horas. Entretanto, pode demorar diversos dias para que os sintomas
desapareçam completamente. Se após alguns dias não ocorrer nenhuma mudança nos
sintomas, os pacientes devem consultar seu médico.
Uso durante a Gravidez
Dados de várias centenas de mulheres grávidas tratadas com doses menores que 200
mg/dia de fluconazol, administradas como dose única ou doses repetidas, no primeiro
trimestre, não mostram efeitos adversos no feto. Existem relatos de anormalidades
múltiplas congênitas em crianças cujas mães foram tratadas para coccidioidomicose,
com altas doses (400-800 mg/dia) de Fluconazol por 3 meses ou mais. A relação entre o
uso de Fluconazol e esses eventos não está definida (vide item “3. Características
Farmacológicas – Dados de Segurança Pré-Clínicos”). Efeitos adversos fetais foram
observados em animais apenas com altos níveis de dose associados à toxicidade
materna. Não houve efeitos nos fetos com doses de 5 ou 10 mg/kg. Aumentos de
variantes anatômicas (costelas supranumerárias, dilatação da pelve renal) e retardo de
ossificação no feto foram observados com doses de 25 e 50 mg/kg ou doses maiores.
Com doses variando de 80 mg/kg (aproximadamente 20 a 60 vezes a dose recomendada
para humanos) a 320 mg/kg, a embrioletalidade em ratos foi aumentada e
anormalidades fetais incluíram ondulação de costelas, fissura palatina e
ossificaçãocranio-facial anormal. Esses efeitos são consistentes com a inibição da
síntese de estrógeno em ratos e podem ser resultado dos efeitos conhecidos de queda de
estrógeno durante a gravidez, organogênese e durante o parto.
Alguns relatos publicados descrevem um padrão característico e raro de malformações
congênitas entre as crianças cujas mães receberam doses elevadas (400-800 mg / dia) de
fluconazol durante maior parte ou todo o primeiro trimestre de gravidez. As
características observadas nessas crianças incluem: braquicefalia, fácies anormal,
desenvolvimento anormal calvária, fenda palatina, fêmur curvando, costelas e ossos
longos finos, artrogripose, e doença cardíaca congênita.
Fluconazol não deve ser usado por mulheres que estão grávidas ou por mulheres que
tenham potencial de engravidar, a menos que seja empregado um método contraceptivo
adequado.
O uso durante a gravidez deve ser evitado, exceto em pacientes com infecções fúngicas
graves ou com potencial de risco de vida e nos quais os potenciais benefícios possam
superar os possíveis riscos ao feto.
Flucol é um medicamento classificado na categoria C de risco na gravidez.
Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica ou do cirurgião- dentista.
Uso durante a Lactação
Flucol é encontrado no leite materno em concentrações semelhantes às do plasma. Desta
maneira, seu uso em mulheres lactantes não é recomendado.
Efeitos na Capacidade de Dirigir e Operar máquinas
A experiência tem mostrado que é improvável o comprometimento da habilidade para
dirigir ou operar máquinas com o uso do Flucol.
Uso em Idosos, Crianças e Outros Grupos de Risco
Uso em idosos: a dose deve ser ajustada no caso de insuficiência renal (vide item “8.
-Uso em crianças: dose única de Flucol não é recomendada para crianças menores de 18
anos de idade, exceto sob supervisão médica (vide item “8. Posologia e Modo de
Usar”).
As seguintes interações medicamentosas relacionam-se ao uso de doses múltiplas de
fluconazol e a relevância para dose única de fluconazol é desconhecida.
O uso concomitante com os fármacos a seguir é contraindicado:
-cisaprida: foram relatados eventos cardíacos incluindo torsade de pointes, em
pacientes recebendo fluconazol concomitantemente com cisaprida. Um estudo
controlado mostrou que a administração concomitante de dose única de 200 mg de
fluconazol e 20 mg quatro vezes por dia de cisaprida produziu um aumento significante
nos níveis plasmáticos de cisaprida e no prolongamento do intervalo QTc. A
coadministração de cisaprida é contraindicada em pacientes recebendo fluconazol. (vide
item “4. Contraindicações”)
-terfenadina: foram realizados estudos de interação por causa da ocorrência de
disritmias cardíacas sérias decorrentes do prolongamento do intervalo QTc em pacientes
recebendo antifúngicos azólicos juntamente com terfenadina. Um estudo na dose diária
de 200 mg de fluconazol não conseguiu demonstrar um prolongamento do intervalo
QTc. Um outro estudo na dose diária de 400 mg e 800 mg de fluconazol demonstrou
que fluconazol tomado em doses de 400 mg por dia ou mais aumenta significativamente
os níveis plasmáticos de terfenadina quando tomada concomitantemente. O uso
combinado de fluconazol em doses de 400 mg ou mais com terfenadina é
contraindicado (vide item “4. Contraindicações”). A coadministração de fluconazol em
doses menores que 400 mg por dia com terfenadina deve ser monitorada
cuidadosamente.
-astemizol: a administração concomitante de fluconazol com astemizol pode reduzir
o clearance de astemizol. As concentrações plasmáticas aumentadas de astemizol
resultantes podem levar ao prolongamento do intervalo QT e raras ocorrências
de torsade de pointes. A coadministração de fluconazol e astemizol é contraindicada
(vide item “4. Contraindicações”).
-pimozida: apesar de não estudada in vitro ou in vivo, a administração concomitante de
fluconazol com pimozida pode resultar em inibição do metabolismo de pimozida.
Concentrações plasmáticas aumentadas de pimozida podem levar a um prolongamento
do intervalo QT e a raras ocorrências de torsade de pointes. A coadministração de
fluconazol e pimozida é contraindicada (vide item “4. Contraindicações”).
-quinidina: embora não estudada in vitro ou in vivo, a administração concomitante de
fluconazol com a quinidina pode resultar na inibição do metabolismo da quinidina. O
uso de quinidina tem sido associado com prolongamento do intervalo QT e a
ocorrências raras de torsade de pointes. A administração concomitante de fluconazol e
quinidina é contraindicada (vide item “4. Contraindicações”).
-eritromicina: o uso concomitante de fluconazol e eritromicina tem o potencial de
aumentar o risco de cardiotoxicidade (intervalo QT prolongado, torsade de pointes) e,
consequentemente, morte cardíaca súbita. Esta combinação deve ser evitada (vide item
“4. Contraindicações”).
O uso concomitante com os fármacos a seguir requer precauções e ajustes de dose:
Efeito de outros fármacos sobre o fluconazol:
- hidroclorotiazida: em um estudo de interação farmacocinética, a coadministração de
doses múltiplas de hidroclorotiazida em voluntários sadios que estavam recebendo
fluconazol aumentou a concentração plasmática deste último fármaco em 40%. Esta
alteração não deverá requerer mudança do regime de dosagem de fluconazol em
pacientes que estejam recebendo também diuréticos, porém o prescritor deve ter em
mente essas considerações.
- rifampicina: a administração de fluconazol concomitantemente com a rifampicina
resultou em uma redução de 25% na AUC (área sob a curva) e de 20% na meia-vida de
fluconazol. Em pacientes que estejam recebendo terapia concomitante à rifampicina
deve ser considerado um aumento da dose de fluconazol.
Efeito de fluconazol sobre outros fármacos:
O fluconazol é um potente inibidor da isoenzima 2C9 e 2C19 do citocromo P450 (CYP)
e um inibidor moderado da CYP3A4. Além das interações observadas/documentadas
mencionadas abaixo, existe um risco de aumento das concentrações plasmáticas de
outros compostos metabolizados pela CYP2C9, pela CYP2C19 e pela CYP3A4 que
sejam coadministrados com o fluconazol. Por isto deve-se ter cautela ao usar estas
combinações e o paciente deve ser monitorado com cuidado. O efeito inibidor
enzimático do fluconazol persiste por 4-5 dias após a descontinuação do tratamento de
fluconazol por causa da meia-vida longa do fluconazol (vide item “4.
Contraindicações”).
-alfentanila: um estudo observou uma redução do clearance e do volume de
distribuição, bem como um
prolongamento do T1/2 da alfentanila após tratamento concomitante com fluconazol.
Um possível mecanismo de ação é a inibição da CYP3A4 pelo fluconazol. Pode ser
necessário um ajuste da dose de alfentanila.
-amitriptilina, nortriptilina: o fluconazol aumenta o efeito da amitriptilina e da
nortriptilina. 5-nortriptilinae/ou S-amitriptilina podem ser determinadas no início do
tratamento combinado e após uma semana. A dose da amitriptilina/nortriptilina deve ser
ajustada, se necessário.
-anfotericina B: a administração concomitante de fluconazol e anfotericina B em
camundongos infectados normais e em camundongos imunodeprimidos apresentou os
seguintes resultados: um pequeno efeito antifúngico aditivo na infecção sistêmica por C.
albicans, nenhuma interação na infecção intracraniana com Cryptococcus neoformans e
antagonismo dos dois fármacos na infecção sistêmica com Aspergillus fumigates. O
significado clínico dos resultados obtidos nestes estudos é desconhecido.
-anticoagulantes: em um estudo de interação, o fluconazol aumentou o tempo de
protrombina (12%) após a administração de varfarina em voluntários sadios do sexo
masculino. Durante o período pós-comercialização, assim como outros antifúngicos
azólicos, foram relatados eventos hemorrágicos (hematoma, epistaxe, sangramento
gastrintestinal, hematúria e melena) em associação ao aumento no tempo de
protrombina em pacientes recebendo fluconazol concomitantemente com a varfarina. O
tempo de protrombina em pacientes recebendo anticoagulantes do tipo cumarínicos
deve ser cuidadosamente monitorado. Pode ser necessário ajuste de dose da varfarina.
-azitromicina: um estudo com três braços do tipo crossover, aberto, randomizado em
18 voluntários saudáveis avaliou os efeitos da azitromicina, 1200 mg em dose única
oral, sobre a farmacocinética de fluconazol, 800 mg em dose única oral, assim como os
efeitos de fluconazol sobre a farmacocinética de azitromicina. Não houve interações
significativas entre a farmacocinética de fluconazol e azitromicina.
-benzodiazepínicos (ação curta): logo após a administração oral de midazolam, o
fluconazol resultou em um aumento substancial na concentração e nos efeitos
psicomotores do midazolam. Esse efeito sobre o midazolam parece ser mais
pronunciado após administração oral de fluconazol quando comparado à administração
intravenosa. Se pacientes tratados com fluconazol necessitarem de uma terapia
concomitante com um benzodiazepínico, deve ser considerada uma diminuição na dose
do benzodiazepínico e os pacientes devem ser apropriadamente monitorados.
O fluconazol aumenta a AUC de triazolam (dose única) em aproximadamente 50%, a
Cmáx em 20-32% e
aumenta a T1/2 em 25-50% devido à inibição do metabolismo de triazolam. Podem ser
necessários ajustes da dose de triazolam.
-carbamazepina: o fluconazol inibe o metabolismo da carbamazepina e foi observado
um aumento de 30% na carbamazepina sérica. Existe o risco de desenvolvimento de
toxicidade da carbamazepina. Podem ser necessários ajustes da dose da carbamazepina
dependendo de determinações da concentração/efeito.
-bloqueadores do canal de cálcio: determinados antagonistas de canal de cálcio di-
hidropiridínicos(nifedipino, isradipino, anlodipino e felodipino) são metabolizados pela
CYP3A4. Fluconazol possui o potencial de aumentar a exposição sistêmica dos
antagonistas do canal de cálcio. É recomendado o monitoramento frequente de eventos
adversos.
-celecoxibe: durante o tratamento concomitante com fluconazol (200 mg diários) e
celecoxibe (200 mg) a Cmáx e a AUC de celecoxibe aumentaram em 68% e 134%,
respectivamente. Pode ser necessária a metade da dose de celecoxibe quando
combinado com fluconazol.
-ciclosporina: o fluconazol aumenta significativamente a concentração e a AUC da
ciclosporina. Esta combinação pode ser usada reduzindo a dose da ciclosporina,
dependendo da concentração da ciclosporina.
-ciclofosfamida: o tratamento combinado de ciclofosfamida e fluconazol resultam em
um aumento da bilirrubina sérica e da creatinina sérica. A combinação pode ser usada
tendo consideração maior para o risco de bilirrubina sérica e creatinina sérica
aumentadas.
-fentanila: foi relatado um caso fatal de possível interação entre fentanila e fluconazol.
O autor considerou que o paciente faleceu de intoxicação por fentanila. Além disto, em
um estudo cruzado randomizado com doze voluntários saudáveis foi mostrado que o
fluconazol retardou significativamente a eliminação da fentanila. A concentração
elevada de fentanila pode levar à depressão respiratória.
-halofantrina: o fluconazol pode aumentar a concentração plasmática de halofantrina
devido a um efeito inibitório sobre a CYP3A4.
-inibidores da HMG-CoA redutase: o risco de miopatia e rabdomiólise aumenta
quando fluconazol é coadministrado com inibidores da HMG-CoA redutase
metabolizados pela CYP3A4, como a atorvastatina e a sinvastatina ou pela CYP2C9,
como a fluvastatina. Se o tratamento concomitante for necessário, o paciente deve ser
observado em relação a sintomas de miopatia e rabdomiólise e a creatina quinase deve
ser monitorada. Inibidores da HMG-CoA redutase devem ser descontinuados se for
observado um aumento marcante da creatina quinase ou houver diagnóstico ou suspeita
de miopatia/rabdomiólise.
-losartana: fluconazol inibe o metabolismo de losartana a seu metabólito ativo (E-
31 74), que é responsável pela maior parte do antagonismo do receptor de angiotensina
II, que ocorre durante o tratamento com losartana. Os pacientes devem ter a sua pressão
arterial monitorada continuamente.
-metadona: fluconazol pode aumentar a concentração sérica da metadona. Pode ser
necessário ajuste da dose de metadona.
-fármacos anti-inflamatórios não esteroides: a Cmáx e a AUC de flurbiprofeno foram
aumentadas em 23% e 81%, respectivamente, quando coadministrado com fluconazol
comparado com a administração de flurbiprofeno sozinho. Do mesmo modo, a Cmáx e
a AUC do isômero farmacologicamente ativo[S-(+)-ibuprofeno] foram aumentadas em
15% e 82%, respectivamente, quando fluconazol foi coadministrado com ibuprofeno
racêmico (400 mg) comparado com a administração de ibuprofeno racêmico sozinho.
Apesar de não estudado especificamente, o fluconazol possui o potencial de aumentar a
exposição sistêmica de outros AINEs que são metabolizados pela CYP2C9 (p.ex.,
naproxeno, lomoxicam, meloxicam, diclofenaco).Recomenda-se monitoramento
frequente de eventos adversos e da toxicidade relacionada a AINEs. Pode ser necessário
ajuste da dose dos AINEs.
-contraceptivos orais: três estudos de farmacocinética com um contraceptivo oral
combinado foram realizados utilizando doses múltiplas de fluconazol. Não foram
observados efeitos relevantes nos níveis de hormônio no estudo com doses diárias de 50
mg de fluconazol, enquanto que em doses diárias de 200 mg as AUCs (área sob a curva)
de etinilestradiol e levonorgestrel foram aumentadas em 40% e 24%, respectivamente.
Em um estudo de fluconazol em dose única semanal de 300 mg, a AUC de
etinilestradiol e noretindrona aumentou em 24% e 13%, respectivamente. Assim, é
improvável que o uso de doses múltiplas de fluconazol nestas doses possa ter efeito na
eficácia do contraceptivo oral combinado.
-fenitoína: o fluconazol inibe o metabolismo hepático da fenitoína. Na
coadministração, os níveis da concentração sérica da fenitoína devem ser monitorados
para evitar a toxicidade pela fenitoína.
-prednisona: houve um relato de caso que um paciente com fígado transplantado
tratado com prednisona desenvolveu insuficiência adrenocortical aguda quando um
tratamento de três meses com fluconazol foi descontinuado. A descontinuação de
fluconazol presumidamente causou uma atividade aumentada da CYP3A4 que levou a
um metabolismo aumentado da prednisona. Pacientes em tratamento de longo prazo
com fluconazol e prednisona devem ser monitorados cuidadosamente para insuficiência
adrenocortical quando fluconazol é descontinuado.
-rifabutina: existem relatos de que há uma interação quando o fluconazol é
administrado concomitantemente com a rifabutina, levando a um aumento nos níveis
séricos da rifabutina. Existem relatos de uveíte em pacientes nos quais a rifabutina e o
fluconazol estavam sendo coadministrados. Pacientes recebendo rifabutina e fluconazol
concomitantemente devem ser cuidadosamente monitorados.
-saquinavir: fluconazol aumenta a AUC de saquinavir em aproximadamente 50%, a
Cmáx em aproximadamente 55% e diminui o clearance de saquinavir em
aproximadamente 50% por causa da inibição do metabolismo hepático de saquinavir
pela CYP3A4 e a inibição da P-glicoproteína. Podem ser necessários ajustes da dose de
saquinavir.
-sirolimo: fluconazol aumenta as concentrações plasmáticas de sirolimo
presumivelmente por inibição do metabolismo de sirolimo pela CYP3A4 e pela P-
glicoproteína. Esta combinação pode ser usada com um ajuste da dose de sirolimo
dependendo das determinações de efeito/concentração.
-sulfonilureias: foi mostrado que o fluconazol prolonga a meia-vida sérica de
sulfonilureias orais administradas concomitantemente (p.ex. clorpropamida,
glibenclamida, glipizida, tolbutamida) em voluntários saudáveis. Recomenda-
se monitoramento frequente da glicemia e redução adequada da dose de sulfonilureia
durante a coadministração.
-tacrolimo: o fluconazol pode aumentar as concentrações séricas de tacrolimo
administrado por via oral em até 5 vezes por causa da inibição do metabolismo do
tacrolimo pela CYP3A4 no intestino. Não foram observadas alterações farmacocinéticas
significativas quando tacrolimo é administrado por via intravenosa. Níveis aumentados
de tacrolimo foram associados com nefrotoxicidade. A dose de tacrolimo administrado
por via oral deve ser reduzida dependendo da concentração de tacrolimo.
-teofilina: em um estudo de interação placebo-controlado, a administração de 200 mg
diários de fluconazol durante 14 dias resultou numa redução de 18% na média da taxa
do clearance plasmático de teofilina. Pacientes que estejam recebendo altas doses de
teofilina, ou que estejam sob risco elevado de toxicidade à teofilina, deverão ser
observados quanto aos sinais de toxicidade à mesma enquanto estiverem recebendo
fluconazol e se houver o desenvolvimento de sinais de toxicidade, deve ser feita uma
alteração apropriada da terapia.
-tofacitinibe: a exposição do tofacitinibe é aumentada quando o tofacitinibe é
coadministrado com medicamentos que resultam em inibição moderada do CYP3A4 e
inibição potente de CYP2C19 (por exemplo, o fluconazol). Pode ser necessário um
ajuste da dose de tofacitinibe.
-alcaloides da vinca: apesar de não estudado, o fluconazol pode aumentar os níveis
plasmáticos dos alcaloides da vinca (p.ex., vincristina e vimblastina) e levar à
neurotoxicidade, possivelmente por causa de um efeito inibitório na CYP3A4.
-vitamina A: baseado em um relato de caso em um paciente recebendo tratamento
combinado com ácido retinoico todo-trans (uma forma ácida da vitamina A) e
fluconazol, efeitos adversos relacionados ao SNC se desenvolveram na forma de um
pseudotumor cerebral que desapareceu após a descontinuação do tratamento com
fluconazol. Esta combinação pode ser usada, mas a incidência de efeitos indesejados
relacionados ao SNC deve ser mantida em mente.
-voriconazol (inibidor da CYP2C9, CYP2C19 e CYP3A4): a administração
concomitante de voriconazol oral (400 mg a cada 12 horas durante 1 dia, seguida de 200
mg a cada 12 horas, durante 2,5 dias) e fluconazol oral (400 mg no dia 1, seguida de
200 mg a cada 24 horas por 4 dias) a 6 homens saudáveis resultou em um aumento na
Cmáx, e AUC, de voriconazol em uma média de 57% (90% C1: 20%, 107%) e 79%
(90% CI: 40%, 128%), respectivamente. Em um estudo clínico follow-on que envolveu
oito homens saudáveis, a redução da dose e / ou frequência de voriconazol e fluconazol
não eliminou ou diminuiu este efeito. A administração concomitante de voriconazol e
fluconazol em qualquer dose não é recomendado.
-zidovudina: o fluconazol aumenta a Cmáx e a AUC da zidovudina em 84% e 74%,
respectivamente, por causa de uma redução de cerca de 45% no clearance da
zidovudina oral. Da mesma forma a meia-vida da zidovudina foi prolongada em
aproximadamente 128% após tratamento combinado com fluconazol. Pacientes
recebendo esta combinação devem ser monitorados em relação ao desenvolvimento de
reações adversas relacionadas à zidovudina. Pode ser considerada redução da dose de
zidovudina.
O uso de fluconazol em pacientes recebendo concomitantemente astemizol, ou outros
fármacos metabolizados pelo sistema do citocromo P450, pode ser associado com
elevações nos níveis séricos dessas drogas. Na ausência de uma informação
definitiva, deve-se ter cuidado quando o fluconazol for coadministrado. Os pacientes
devem ser cuidadosamente monitorados.
Estudos de interação demonstraram que quando fluconazol é administrado por via oral
concomitantemente com alimentos, cimetidina, antiácidos ou após irradiação corporal
total devido a transplante de medula óssea, não ocorre alteração clinicamente
significativa na absorção deste agente.
Deve-se considerar que, embora estudos de interações medicamentosas com outros
fármacos não tenham sido realizados, tais interações podem ocorrer.
Flucol cápsulas deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C),
protegido da luz e umidade, e pode ser utilizado por 24 meses a partir da data de
fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.
Características do produto:
Cápsula dura de gelatina, tampa verde e corpo branco.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Cada cápsula de Flucol contém o equivalente a 150 mg de fluconazol.
Para dermatomicoses, incluindo tinha do corpo, do pé, crural e infecções por Candida,
deve ser administrada 1 dose oral única semanal de Flucol. A duração do tratamento
geralmente é de 2 a 4 semanas, mas nos casos de Tinea pedis poderá ser necessário um
tratamento de até 6 semanas.
Para tinha ungueal (onicomicoses), é recomendada 1 dose única semanal de Flucol 150
mg. O tratamento deve ser continuado até que a unha infectada seja totalmente
substituída pelo crescimento. A substituição das unhas das mãos pode levar de 3 a 6
meses e a dos pés de 6 a 12 meses. Entretanto, a velocidade de crescimento das unhas
está sujeita a uma grande variação individual e de acordo com a idade. Após um
tratamento eficaz de longa duração de infecções crônicas, as unhas podem,
ocasionalmente, permanecer deformadas.
Para o tratamento de candidíase vaginal, deve ser administrada 1 dose única oral de
Flucol.
Para reduzir a incidência de candidíase vaginal recorrente, deve-se utilizar dose única
mensal de Flucol. A duração do tratamento deve ser individualizada, mas varia de 4 a
12 meses. Algumas pacientes podem necessitar de um regime de dose mais frequente.
Para balanite por Candida, deve ser administrada 1 dose única oral de Flucol.
Uso em Crianças
Dose única de Flucol não é recomendado para crianças menores de 18 anos de idade,
exceto sob supervisão médica.
Uso em Idosos
Dose única de Flucol não é recomendado para pacientes acima de 60 anos de idade,
Uso em Pacientes com Insuficiência Renal
Flucol é excretado predominantemente de forma inalterada na urina. Não são
necessários ajustes na terapia com dose única ou com dose única semanal em pacientes
com insuficiência renal leve a moderada. Em pacientes com insuficiência renal que
utilizarão doses múltiplas de fluconazol, uma dose inicial de 50 mg a 400 mg pode ser
adotada. Após a dose inicial, a dose diária (de acordo com a indicação) deve estar
baseada na tabela a seguir:
Clearance de creatinina (mL/min) Porcentagem de dose recomendada
maior que 50 100%
menor ou igual a 50 (sem diálise) 50%
pacientes submetidos à diálise regularmente 100% da dose após cada diálise
Dose Omitida
Caso o paciente esqueça de utilizar Flucol no horário estabelecido, ele deve fazê-
lo assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de administrar a próxima
dose, o paciente deve desconsiderar a dose esquecida e utilizar apenas a próxima. Neste
caso, o paciente não deve utilizar a dose duplicada para compensar a dose esquecida.
O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Flucol geralmente é bem tolerado.
Em alguns pacientes, especialmente naqueles com doenças subjacentes sérias, como
portadores do vírus HIV e câncer, foram observadas alterações na função renal e
hematológica e anormalidades hepáticas (vide item “5. Advertências e Precauções”)
durante o tratamento com fluconazol e agentes comparativos, mas a significância clínica
e a relação com o tratamento são incertas.
Os seguintes efeitos indesejáveis foram observados e relatados durante o tratamento
com fluconazol com as seguintes frequencias: muito comum (≥1/10); comum (≥1/100 a
<1/10); incomum (≥1/1.000 a <1/100); rara
(≥1/10.000 a <1/1.000); muito rara (<1/10.000); desconhecida (não pode ser estimada a
partir dos dados disponíveis).
Distúrbios do sangue e sistema linfático: Rara: agranulocitose, leucopenia,
neutropenia, trombocitopenia.
Distúrbios do sistema imunológico: Rara: anafilaxia, angioedema.
Distúrbios metabólicos e nutricionais: Rara: hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia,
hipocalemia.
Distúrbios psiquiátricos: Incomum: insônia, sonolência.
Distúrbios do sistema nervoso: Comum: cefaleia. Incomum: convulsões, tontura,
parestesia, alteração do sabor. Rara: tremores.
Distúrbios auditivos e do labirinto: Incomum: vertigem.
Distúrbios cardíacos: Rara: torsade de pointes, prolongamento QT.
Distúrbios gastrintestinais: Comum: dor abdominal, diarreia, náuseas,
vômitos. Incomum: dispepsia, flatulência, boca seca.
Distúrbios hepatobiliares: Comum: aumento da alanina aminotransferase, aumento da
aspartato aminotransferase, aumento da fosfatase alcalina
sanguínea. Incomum: colestase, icterícia, aumento da bilirrubina. Rara: toxicidade
hepática, incluindo casos raros de fatalidades, insuficiência hepática, necrose
hepatocelular, hepatite, danos hepatocelulares.
Distúrbios da pele e tecido subcutâneo: Comum: rash. Incomum: prurido, urticária,
aumento da sudorese, erupção medicamentosa. Rara: necrólise epidérmica tóxica,
síndrome de Stevens-Johnson, pustulose exantematosa generalizada aguda, dermatite
esfoliativa, edema facial, alopecia.
Distúrbios musculoesqueléticos, do tecido conjuntivo e dos ssos: Incomum: mialgia.
Distúrbios gerais e condições no local de admnistração: Incomum: fadiga, mal-
estar, astenia, febre.
População Pediátrica
O padrão e a incidência de eventos adversos e anormalidades laboratoriais registrados
durante ensaios clínicos pediátricos são comparáveis aos observados em adultos.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.