Bula do Gemcit produzido pelo laboratorio Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Gemcit
(cloridrato de gencitabina)
Sandoz do Brasil Ind. Farm. Ltda.
200 mg e 1 g
pó liofilizado para solução injetável
Fabricante:
Eriochem S.A.
Colônia de Avellaneda - Argentina
Gemcit - VPS 02
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Gemcit (cloridrato de gencitabina)
APRESENTAÇÕES
Pó liófilizado para solução injetável
Gemcit (cloridrato de gencitabina) 200mg. Embalagem com 1 frasco-ampola.
Gemcit (cloridrato de gencitabina) 1g. Embalagem com 1 frasco-ampola.
USO INTRAVENOSO
USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola de Gemcit 200 mg contém:
cloridrato de gencitabina (equivalente a 200 mg de gencitabina base) ................................................ 227,7 mg
Excipientes ................................................................................................................................... q.s.p. 440,0 mg
(acetato de sódio, manitol).
Cada frasco-ampola de Gemcit 1 g contém:
cloridrato de gencitabina (equivalente a 1 g de gencitabina base) ......................................................... 1,1385 g
Excipientes .......................................................................................................................................... q.s.p. 2,2 g
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AO PROFISSIONAL DE SAÚDE
Gemcit é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de bexiga e adenocarcinoma do pâncreas
localmente avançado ou metastático. É também indicado para pacientes com câncer pancreático
refratário ao 5-FU (5-Fluorouracil).
Gemcit isolado ou em combinação com a cisplatina é indicado como tratamento de primeira linha de
pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado ou metastático.
Gemcit, em combinação ao paclitaxel, é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama
irressecável, metastático ou localmente recorrente, que recidivou após quimioterapia adjuvante/neoadjuvante.
O tratamento quimioterápico prévio deve ter incluído uma antraciclina, a menos que esta tenha sido
clinicamente contraindicada.
Câncer de bexiga: estudos clínicos comprovam a eficácia de gencitabina neste tipo de tumor.
Gencitabina em monoterapia: a gencitabina foi estudada como droga isolada para o tratamento do câncer
de bexiga. A atividade da droga foi testada em um estudo de Fase 1 e em outros três estudos
de Fase 2 em câncer de bexiga avançado ou metastático. Assim, os estudos realizados
demonstraram que os índices de resposta com gencitabina isolada variaram entre 24% a 28%. Além disso,
foram observados índices de resposta de 23% a 27% com gencitabina isolada em pacientes previamente
tratados com quimioterapia para doença metastática.
Gencitabina em associação a outro quimioterápico: gencitabina também foi combinada a outras
drogas. Devido ao seu mecanismo de ação, a gencitabina tem o potencial de ser sinérgica com a
cisplatina. Estudos realizados in vivo e in vitro demonstraram esse sinergismo.
Foram realizados estudos de gencitabina combinada com cisplatina para o tratamento de câncer de bexiga,
usando o esquema posológico de três semanas, com índice de resposta total de 41%. Os três
estudos de Fase 2 combinando gencitabina e cisplatina mostraram índices significativos de resposta completa
de 11,8%; 23,5% e 27,7% que, supostamente aumentaria o número de pacientes livres da doença e o total de
Gemcit – VPS 02
sobreviventes. Esses resultados compararam-se favoravelmente aos índices de resposta de 10% a 20%
observados com outros regimes com cisplatina.
Câncer pancreático: dados de 2 estudos clínicos avaliaram o uso de gencitabina em pacientes com câncer
pancreático localmente avançado ou metastático. O primeiro estudo comparou gencitabina ao
5-FU em pacientes que não receberam nenhuma quimioterapia prévia. O segundo estudou o uso de
GEMCIT em pacientes com câncer pancreático previamente tratado com 5-FU ou com um regime contendo
5-FU. Em ambos os estudos, o primeiro ciclo de gencitabina foi administrado intravenosamente na dose de
1.000 mg/m
2
por 30 minutos, uma vez por semana, por até 7 semanas (ou até que a toxicidade tornasse
necessária a suspensão da droga), seguida por uma semana de descanso do tratamento com gencitabina.
Ciclos subsequentes consistiram de injeções semanais por
3 semanas consecutivas seguidas de uma semana de descanso a cada 4 semanas.
O parâmetro de eficácia primária nesses estudos foi o “benefício clínico”, que é uma medida de melhora
clínica baseada no consumo de analgésicos, intensidade de dor, condição clínica e alteração de peso.
Definições para a melhora dessas variáveis foram formuladas prospectivamente durante o escopo dos 2
estudos. Um paciente foi considerado como clinicamente beneficiado se:
- o paciente apresentou redução na intensidade da dor (Cartão de avaliação de dor memorial) ou no
consumo de analgésico 50% ou melhora da condição clínica (Escala de Karnofsky) de 20 pontos ou mais
por um período de no mínimo 4 semanas consecutivas, sem apresentar piora assistida em qualquer um dos
outros parâmetros. A piora assistida foi definida como 4 semanas consecutivas com qualquer aumento na
intensidade da dor ou no consumo de analgésicos ou uma diminuição de 20 pontos na condição clínica
ocorrida durante as 12 primeiras semanas de tratamento, ou; - o paciente ficou estável em todos os
parâmetros não mencionados e apresentou ganho de peso característico assistido (aumento 7% mantido
por 4 semanas) não devido ao acúmulo de fluido. O primeiro foi um estudo comparativo multicêntrico (17
centros nos EUA e Canadá), prospectivo, simples-cego, dois braços, randomizados para gencitabina ou
5-FU em pacientes com câncer pancreático localmente avançado ou metastático que receberam
tratamento prévio com quimioterapia. O 5-FU foi administrado intravenosamente na dose semanal de
600 mg/m
por 30 minutos. Pacientes tratados com gencitabina tiveram aumentos estatisticamente
significativos de benefício clínico, sobrevida e período de progressão da doença comparado ao 5-FU.
Não foram observadas respostas objetivas tumorais não confirmadas com ambos os tratamentos.
O benefício clínico foi atingido por 14 pacientes tratados com gencitabina e por 3 pacientes tratados com 5-
FU. Um paciente do grupo de gencitabina apresentou melhora em todos os 3 parâmetros
primários (intensidade da dor, consumo de analgésicos e condição clínica). Onze pacientes do grupo
de gencitabina e 2 pacientes do grupo do 5-FU apresentaram melhora no consumo de analgésicos e/ou na
intensidade da dor, com condição clínica estável. Dois pacientes do grupo de gencitabina
apresentaram melhora no consumo de analgésicos ou intensidade da dor, com melhora da condição
clínica. Um paciente do braço do 5-FU ficou estável com relação à intensidade da dor e consumo de
analgésicos com melhora da condição clínica. Nenhum paciente atingiu o benefício clínico baseado no ganho
de peso em ambos os tratamentos.
Outro estudo aberto, multicêntrico (17 centros nos EUA e Canadá) utilizou gencitabina em 63 pacientes com
câncer pancreático avançado tratado previamente com 5-FU ou com um regime
contendo 5-FU. Este estudo mostrou taxa de benefício clínico de 27% e sobrevida mediana de 3,9 meses.
Câncer de Pulmão de Células Não Pequenas (CPCNP): dados de 2 estudos clínicos
randomizados (657 pacientes) suportam o uso de gencitabina em combinação com a cisplatina para o
tratamento de primeira linha de pacientes com CPCNP localmente avançado ou metastático.
Gencitabina em combinação com cisplatina versus cisplatina como agente isolado: este estudo foi
conduzido na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá em 522 pacientes com CPCNP estadio
clínico IIIA e IIIB inoperáveis ou IV que não tinham recebido quimioterapia prévia. Uma dose de
de gencitabina foi administrada nos Dias 1, 8 e 15 de um ciclo de 28 dias em
combinação com cisplatina, dose de 100 mg/m
, administrada no Dia 1 de cada ciclo. Uma dose de 100
mg/m
de cisplatina como agente isolado foi administrada no Dia 1 a cada ciclo de 28 dias. O objetivo
primário foi a sobrevida. Observou-se um desequilíbrio com relação à histologia em 48% dos pacientes no
grupo de cisplatina e, em 37% dos pacientes no grupo de gencitabina mais cisplatina, a histologia era
adenocarcinoma.
O tempo de sobrevida mediano no grupo de gencitabina mais cisplatina foi de 9,0 meses, comparado a 7,6
meses do grupo de cisplatina como agente isolado. O tempo mediano para a progressão da doença foi de
5,2 meses no grupo de gencitabina mais cisplatina comparado a 3,7 meses no grupo da cisplatina. A taxa de
resposta objetiva no grupo de gencitabina mais cisplatina foi de 26%,
comparada a 10% com cisplatina. Não foi observada nenhuma diferença entre os grupos de tratamento com
relação à duração de resposta.
Câncer de mama: dados de um estudo multicêntrico, randomizado, Fase 3 (529 pacientes) suportam
o uso de gencitabina em combinação com paclitaxel para o tratamento de pacientes com câncer de mama que
receberam previamente quimioterapia adjuvante/neoadjuvante de antraciclina, a menos que esta tenha sido
clinicamente contraindicada. Gencitabina, na dose de 1.250 mg/m
, foi administrado nos Dias 1 e 8 de um
ciclo de 21 dias com uma dose de 175 mg/m
de paclitaxel administrado previamente ao gencitabina no
Dia 1 de cada ciclo. Paclitaxel, na dose de 175 mg/m
foi administrado como agente isolado no Dia 1 de
cada ciclo de 21 dias como braço controle. A combinação de gencitabina com paclitaxel resultou em
melhora estatisticamente significante no tempo documentado para a progressão da doença e na taxa de
resposta geral comparada a monoterapia com paclitaxel. Além disso, com base na análise do intervalo de
sobrevida, houve uma forte tendência a melhora da sobrevida no grupo que recebeu gencitabina.
Outros estudos clínicos: foi observada toxicidade aumentada quando gencitabina foi administrado mais
frequentemente que uma vez por semana ou com infusões mais longas que 60 minutos. Os resultados de
um estudo de Fase 1 com gencitabina para avaliar a dose máxima tolerada (MDT) usando uma dose diária por
5 dias consecutivos, mostraram que os pacientes desenvolveram hipotensão significante e sintomas graves
semelhantes aos da gripe, que foram intoleráveis em doses acima de 10 mg/m
. A incidência e a
gravidade desses eventos estavam relacionadas à dose. Outros estudos de Fase 1 usando um esquema de duas
vezes por semana atingiram MDT de apenas 65 mg/m
(30 minutos de infusão) e 150 mg/m
(bolus
em 5 minutos). As toxicidades dose- limitantes foram trombocitopenia e sintomas semelhantes aos da
gripe, particularmente astenia. Em um estudo de Fase 1 para avaliar o tempo máximo tolerado de
infusão, verificou-se toxicidade clinicamente significante, definida como mielossupressão, com doses
semanais de 300 mg/m
ou com tempo de infusão maior ou igual a 270 minutos. A meia-vida da
gencitabina é influenciada pela duração da infusão e a toxicidade parece estar aumentada se gencitabina for
administrado mais frequentemente que uma vez por semana ou com infusões em tempo maior que 60 minutos.
Descrição: o cloridrato de gencitabina é o monocloridrato de 2'-deoxi-2',2'-difluorocitidina
(isômero beta), isto é, um nucleosídeo análogo com atividade antitumoral. A fórmula molecular
é C9H11F2N3O4˙HCl. Seu peso molecular é de 299,66. O cloridrato de gencitabina é um sólido branco a
branco-amarelado, é solúvel em água, levemente solúvel em metanol e praticamente insolúvel em
etanol e em solventes orgânicos polares.
Atividade citotóxica em modelos de cultura de células: a gencitabina exibe especificidade para a fase
celular, primariamente matando células que estão sofrendo a síntese do ADN (Fase S) e bloqueando a
progressão de células através da fase ligada a G1/S.
Metabolismo Celular e Mecanismo de Ação: a gencitabina (dFdC) é metabolizada intracelularmente pelas
quinases-nucleosídeo aos nucleosídeos ativos difosfato (dFdCDP) e
trifosfato (dFdCTP). A ação citotóxica da gencitabina parece ser devida à inibição da síntese do
ADN (ácido desoxirribonucleico) pela dupla ação do dFdCDP e do dFdCTP. Primeiro, o dFdCDP
inibe a ribonucleotídeo redutase que é responsável pela catalisação das reações que geram os
deoxinucleosídeos trifosfatos para a síntese do ADN. A inibição desta enzima pelo dFdCDP causa uma
redução nas concentrações de deoxinucleosídeos em geral e em especial na de dCTP. Segundo, o dFdCTP
compete com o dCTP para incorporação no ADN. Assim, a redução na concentração intracelular de dCTP
potencializa a incorporação de dFdCTP no ADN (auto-potencialização). Após a gencitabina ser incorporada
ao ADN, é adicionado um nucleotídeo ao crescimento das cadeias de ADN. Após esta adição, há uma
Gemcit – VPS 02
inibição completa na síntese subsequente de ADN. A epsilon- ADN-polimerase é incapaz de remover a
gencitabina e restaurar o crescimento das cadeias de ADN (terminação mascarada de cadeia). Em células
linfoblastoides CEM T, a gencitabina induz a fragmentação internucleossomal do ADN, uma característica do
processo programado de morte celular.
Propriedades Farmacodinâmicas: a gencitabina demonstrou in vitro atividade sinérgica dose- dependente
com a cisplatina. Não foi observado nenhum efeito cumulativo de cisplatina sobre a gencitabina dCTP
ou quebra da dupla de filamentos do ADN. In vivo, a gencitabina demonstrou atividade em combinação
com a cisplatina contra os xenoenxertos LX-1 e CALU-6 de pulmão humano, mas foi observada uma
atividade mínima com os xenoenxertos NCI-H460 ou NCI-H520. A gencitabina foi sinérgica com cisplatina
em xenoenxertos de Lewis em pulmão de camundongos. A exposição sequencial à gencitabina 4 horas antes
da cisplatina produziu uma maior interação.
Propriedades Farmacocinéticas: o volume de distribuição foi aumentado com o prolongamento das
infusões. O volume de distribuição da gencitabina foi de 50 L/m
2
após infusões com duração inferior a 70
minutos, indicando que a gencitabina, após curto período de infusão não é extensivamente distribuída nos
tecidos. Em longos períodos de infusão, o volume de distribuição aumentou para 370 L/m
, refletindo um
lento equilíbrio da gencitabina no interior dos tecidos. As análises de farmacocinética populacional de
estudos de dose única e múltipla mostram que o volume de distribuição é significantemente
influenciado pelo período de infusão e sexo. A ligação de gencitabina às proteínas plasmáticas é desprezível.
Menos de 10% de uma dose intravenosa é recuperada na urina como gencitabina inalterada. Gencitabina e
dFdU (2'-deoxi-2',2'-difluorouradina) são os únicos compostos encontrados no plasma e compreendem
99% do material relacionado à droga recuperados na urina. Gencitabina é rapidamente retirada do plasma,
principalmente pelo metabolismo do metabólito inativo, dFdU. O metabólito ativo (trifosfato de gencitabina)
pode ser extraído de células mononucleares de sangue periférico. A meia-vida da fase terminal do
trifosfato de gencitabina das células mononucleares varia de 1,7 a 19,4 horas.
O clearance sistêmico é afetado pelo sexo e pela idade. Estes efeitos resultam em diferenças na
concentração plasmática de gencitabina e na velocidade de eliminação (meia-vida) da circulação
sistêmica. O clearance sistêmico variou entre 30 e 90 L/h/m
aproximadamente. Com o tempo de infusão
recomendado, a meia-vida variou de 42 a 94 minutos, dependendo da idade e do sexo. Quando GEMCIT (na
dose de 1.250 mg/m
nos Dias 1 e 8) e cisplatina (na dose de 75 mg/m
no Dia 1) foram administrados em
pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP), o clearance de gencitabina no Dia 1 foi
de 128 L/h/m
e no Dia 8 foi de 107 L/h/m
. O clearance de cisplatina no mesmo estudo foi de 3,94
mL/min/m
, com uma meia-vida de 134 horas. As análises dos dados de pacientes com câncer de mama
metastático mostraram que em média, GEMCIT apresenta pouco ou nenhum efeito na farmacocinética
(clearance e meia-vida) do paclitaxel e vice- versa.
Baseado em dados não clínicos, o início da ação farmacológica de GEMCIT é esperada dentro de horas após
a aplicação, mas a eficácia terapêutica é observada durante todo o tempo.
Gemcit é contraindicado àqueles pacientes com hipersensibilidade conhecida à gencitabina ou à qualquer
um dos excipientes presentes na fórmula.
O aumento do tempo de infusão e o aumento da frequência das doses mostraram aumento de toxicidade.
A gencitabina pode suprimir a função da medula óssea, manifestada por leucopenia,
trombocitopenia e anemia.
Casos de Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU), Síndrome de Hemorragia Alveolar (SHA),
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e Síndrome de Encefalopatia Posterior Reversível
(SEPR) com consequências potencialmente graves foram relatados em pacientes recebendo gencitabina como
único agente ou em combinação com outros agentes quimioterápicos. Esses eventos podem estar relacionados
aos danos do endotélio vascular possivelmente induzidos pela gencitabina. GEMCIT deve ser descontinuado
Gemcit – VPS 02
e medidas de apoio instituídas, caso qualquer uma dessas patologias se desenvolva durante a terapia. (ver
REAÇÕES ADVERSAS).
Além da SDRA, outros efeitos pulmonares graves como pneumonite intersticial e edema pulmonar foram
reportados por pacientes que receberam gencitabina como agente isolado ou em combinação com outros
agentes quimioterápicos. Gencitabina deve ser descontinuado e medidas de apoio instituídas se esses
efeitos se desenvolverem durante a terapia. (ver REAÇÕES ADVERSAS). Testes de laboratório: os
pacientes recebendo gencitabina devem ser monitorados antes de cada dose quanto à contagem de
plaquetas, leucócitos e granulócitos. Deve-se considerar a suspensão ou modificação do tratamento quando
for detectada depressão da medula óssea induzida pela droga (ver POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Testes laboratoriais da função hepática e renal devem ser realizados periodicamente. A administração de
gencitabina em pacientes apresentando concomitantemente metástase hepática e histórico médico de
hepatite, alcoolismo ou cirrose hepática pré-existentes pode exacerbar a insuficiência hepática de base.
Carcinogênese, mutagênese e danos à fertilidade: não foram realizados estudos de longa duração em
animais para avaliar o potencial carcinogênico da gencitabina. Dano citogenético foi produzido pela
gencitabina num estudo in vivo. A gencitabina induziu uma mutação precoce in vitro num ensaio de
linfoma de camundongo (L5178Y). A gencitabina causou hipoespermatogênese reversível dependendo da
dose e da posologia em camundongos machos. Embora estudos tenham mostrado um efeito da gencitabina
sobre a fertilidade em animais machos, nenhum efeito foi demonstrado sobre a fertilidade em animais
fêmeas.
Uso em crianças: a gencitabina foi avaliada em alguns estudos de Fases 1 e 2 em crianças com vários tipos
de tumores. Estes estudos não forneceram dados suficientes para estabelecer a eficácia e segurança do uso da
gencitabina em crianças.
Uso em pacientes idosos: para mais informações, ver POSOLOGIA E MODO DE USAR.
Uso durante a gravidez e amamentação: gravidez Categoria D - o uso da gencitabina deve ser evitado em
mulheres grávidas ou amamentando, devido ao potencial de danos ao feto ou ao bebê. A avaliação de estudos
experimentais em animais demonstrou toxicidade reprodutiva, por exemplo, defeitos congênitos ou outros
efeitos sobre o desenvolvimento do embrião ou do feto, período de gestação ou desenvolvimento peri e pós-
natal.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe
imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas: foi relatado que a gencitabina causa
sonolência leve a moderada. Os pacientes devem ser alertados para não dirigirem ou operarem máquinas até
Radioterapia
Uso concomitante (uso simultâneo ou em ciclo ≤ 7 dias): a toxicidade associada a esta terapia
multimodal depende de muitos fatores diferentes, incluindo a dose e a frequência da administração de
gencitabina, a dose da radiação e sua técnica de planejamento, o tecido e o volume-alvo. Os
estudos pré-clínicos e clínicos demonstraram que a gencitabina tem atividade radiossensitiva. Em um
estudo no qual foi administrada concomitantemente gencitabina (na dose de 1.000 mg/m
2
) e radiação
torácica em doses terapêuticas (por até 6 semanas consecutivas em pacientes com CPCNP), foi
observada toxicidade significativa, na forma de mucosite grave e potencialmente fatal, especialmente
esofagites e pneumonites, particularmente em pacientes recebendo altas doses de radioterapia (quantidade
média de 4.795 cm
3
). Estudos posteriores sugerem que é possível administrar gencitabina em doses menores,
concomitantemente com a radioterapia, com toxicidade previsível (exemplo: estudo de Fase 2 em
CPCNP). Durante 6 semanas foi administrada radioterapia torácica (dose de 66 Gy), gencitabina (4
doses de 600 mg/m
) e cisplatina (2 doses de 80 mg/m
). Vários estudos de Fases 1 e 2 demonstraram que
o uso isolado da gencitabina na dose de 300 mg/m
/semana é possível de ser realizada com a radioterapia
para CPCNP e para câncer
pancreático. Ainda não foi definido o regime ótimo para a administração segura da gencitabina com doses
terapêuticas de radioterapia.
Uso isolado (administração em ciclos > 7 dias): a análise dos dados não indica aumento da
Gemcit – VPS 02
toxicidade quando a gencitabina é administrada mais de 7 dias antes ou depois da radiação. Os dados
sugerem que a terapia com gencitabina pode ser iniciada após o término dos efeitos agudos da radioterapia
ou pelo menos após uma semana do término da radiação.
Foram relatadas lesões devido à radiação sobre os tecidos-alvo (exemplo: esofagite, colite e pneumonite) em
associação com o uso isolado ou combinado da gencitabina.
Não há dados/estudos disponíveis sobre a interação entre GEMCIT e fitoterápicos, nicotina e doenças com
estado de comorbidade.
Como GEMCIT é administrado somente por via intravenosa, a interação com alimentos é improvável.
Gemcit deve ser armazenado em temperatura ambiente (15 a 30ºC). Proteger da umidade. Não refrigerar.
O prazo de validade do produto nestas condições de armazenagem é de 24 meses.
As soluções reconstituídas de gencitabina podem ser mantidas em temperatura ambiente (15 a 30ºC) e devem
ser administradas dentro de 24 horas. Desprezar a porção não usada. As soluções reconstituídas de gencitabina
não devem ser refrigeradas, uma vez que pode ocorrer cristalização.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após preparo, manter em temperatura ambiente (15 a 30ºC) por 24horas.
Aspecto físico:
Pó liofilizado: Pó ou floculado branco ou quase branco.
Solução reconstituída: solução clara e incolor livre de partículas em suspensão.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Todo medicamento deve ser mantido fora do
alcance das crianças.
Instruções de Uso/Manuseio: o medicamento é de uso exclusivamente intravenoso. O único
diluente aprovado para reconstituição da gencitabina estéril é a solução de cloreto de sódio a 0,9%, sem
conservantes. Não foram estudadas incompatibilidades; portanto, não é recomendado misturar
gencitabina com outras drogas quando reconstituída. Devido às considerações de solubilidade, a
concentração máxima de gencitabina após a reconstituição é de 40 mg/mL. A reconstituição em
concentrações maiores do que 40 mg/mL pode resultar em dissolução incompleta e deve ser evitada.
Para reconstituir, adicionar no mínimo 5 mL da solução de cloreto de sódio a 0,9% ao frasco de 200 mg ou
no mínimo 25 mL ao frasco de 1 g. Agitar para dissolver. Estas diluições atingem uma
concentração de 38 mg/mL de gencitabina que inclui a contabilização do volume de deslocamento do pó
liofilizado (0,26 mL para o frasco de 200 mg e 1,3 mL para o frasco de 1 g). O volume total
de reconstituição deverá ser de 5,26 mL ou 26,3 mL, respectivamente. A retirada completa do
conteúdo do frasco fornecerá 200 mg ou 1 g de gencitabina, respectivamente. A quantidade adequada
da droga pode ser administrada como preparada ou com subsequente diluição com solução de cloreto
de sódio a 0,9% para injeção, em volume suficiente para infusão intravenosa de
30 minutos. As drogas parenterais devem ser inspecionadas visualmente quanto a partículas e descoloração,
antes da administração, sempre que a solução e recipiente permitirem.
Deve-se ter cuidado com a manipulação e preparação das soluções de Gemcit. É recomendado o
uso de luvas na manipulação de Gemcit. Caso as soluções de Gemcit entrem em contato com a pele ou
mucosa, lavar imediatamente a pele com água e sabão ou enxaguar a mucosa com
quantidades abundantes de água. Embora irritação cutânea aguda não tenha sido observada em
estudos com animais, 2 dos 3 coelhos exibiram toxicidades sistêmicas relacionadas à droga (morte,
hipoatividade, descarga nasal e respiração superficial) devido à absorção cutânea.
Devem ser considerados os procedimentos adequados para manuseio e descarte de drogas oncológicas.
Foram publicadas várias normas sobre este assunto. Não há concordância geral que todos os
procedimentos recomendados são necessários ou apropriados.
Gemcit – VPS 02
Posologia:
Câncer de bexiga:
Uso isolado: A dose recomendada de Gemcit é de 1.250 mg/m
2
, administrada por infusão intravenosa de
30 minutos, nos Dias 1, 8 e 15 de cada ciclo de 28 dias.
Este ciclo de quatro semanas é, então, repetido. A redução da dose em cada ciclo ou dentro do ciclo pode ser
aplicada baseada na toxicidade experimentada pelo paciente.
Uso combinado: A dose recomendada de Gemcit é de 1.000 mg/m
30 minutos, nos Dias 1, 8 e 15 de cada ciclo de 28 dias em combinação com cisplatina. A cisplatina é
administrada na dose recomendada de 70 mg/m
no Dia 1 após Gemcit ou Dia 2 de cada ciclo de 28 dias.
Este ciclo de quatro semanas é então repetido. A redução da dose em cada ciclo ou dentro do ciclo pode
ser aplicada baseada na toxicidade experimentada pelo paciente. Um estudo clínico mostrou maior
mielossupressão quando a cisplatina foi usada na dose de 100 mg/m
.
Câncer pancreático: a dose recomendada de Gemcit é de 1.000 mg/m
administrada por infusão
intravenosa de 30 minutos e deve ser repetida uma vez por semana, até sete semanas,
seguido por um período de descanso de uma semana. Ciclos subsequentes devem consistir de injeções
semanais por três semanas consecutivas, seguidas de uma semana de descanso. A redução da dose em cada
ciclo ou dentro do ciclo pode ser aplicada baseada na toxicidade experimentada
pelo paciente.
Câncer de Pulmão de Células Não Pequenas:
Uso isolado: A dose recomendada de Gemcit é de 1.000 mg/m
administrada por infusão intravenosa de
30 minutos e deve ser repetida uma vez por semana durante três semanas, seguido por um período de
descanso de uma semana. Este ciclo de quatro semanas é, então, repetido. A redução da dose em cada ciclo
ou dentro do ciclo pode ser aplicada baseada na toxicidade experimentada pelo paciente.
Uso combinado: Gemcit, em combinação com a cisplatina, foi investigada usando dois regimes de dose.
Um regime usou um esquema de três semanas e o outro de quatro semanas. O esquema de três semanas
usou Gemcit 1.250 mg/m
, administrada por infusão intravenosa de 30 minutos, nos Dias 1 e 8 de cada
ciclo de
21 dias. O esquema de quatro semanas usou Gemcit 1.000 mg/m
30 minutos, nos Dias 1, 8 e 15 de cada ciclo de 28 dias. Em ambos os esquemas, a redução da dose em
cada ciclo ou dentro do ciclo pode ser aplicada baseada na toxicidade
experimentada pelo paciente.
Câncer de mama:
Uso combinado: Gemcit em combinação ao paclitaxel é recomendado usando-se paclitaxel 175 mg/m
,
administrado no Dia 1 por infusão intravenosa de aproximadamente 3 horas, seguido por Gemcit 1.250
mg/m
, por infusão intravenosa de 30 minutos nos Dias 1 e 8 de cada ciclo de 21 dias. A redução da dose em
cada ciclo ou dentro do ciclo pode ser aplicada baseada na toxicidade experimentada pelo paciente. Os
pacientes devem ter contagem absoluta de granulócitos de no mínimo 1.500 (x 10
6
/L) antes do início da
combinação de gencitabina e paclitaxel.
Métodos de tratamento, Monitoramento, Ajustes de dose ou Titulação: os pacientes recebendo Gemcit
devem ser monitorados antes de cada dose quanto à contagem de plaquetas, leucócitos e granulócitos e, se
necessário, a dose de Gemcit pode ser reduzida ou suspensa na presença de toxicidade hematológica, de
acordo com a seguinte escala:
Contagem absoluta de
granulócitos (x 106
/ L)
Contagem de plaquetas
(x 106
/L)
% da dose
total
>1.000 e >100.000 100
500 - 1.000 ou 50.000 - 100.000 75
<500 ou <50.000 suspender
Devem ser feitos exames físicos e verificações periódicas das funções hepática e renal para detectar
toxicidade não hematológica. A redução da dose em cada ciclo ou dentro do ciclo pode ser aplicada baseada
na toxicidade experimentada pelo paciente. As doses devem ser mantidas até que a toxicidade seja resolvida,
na opinião do médico.
Pacientes idosos: não há evidências que sugiram que um ajuste de dose diferente daquele recomendado para
todos os pacientes seja necessário para pacientes idosos, embora o clearance e a meia-vida da gencitabina
sejam afetados pela idade.
Pacientes com insuficiência renal e hepática: Gemcit deve ser usado com cuidado em pacientes com
insuficiência renal ou hepática, devido às informações dos estudos clínicos serem insuficientes para permitir
uma recomendação clara de dose para esta população. Insuficiência renal leve a moderada (taxa de filtração
glomerular de 30 mL/min a 80 mL/min) não tem efeito consistente e significante na farmacocinética da
gencitabina.
Os eventos adversos relatados durante os estudos clínicos são:
Reação muito comum (> 1/10): Sistema gastrointestinal: anormalidades nos testes de função hepática são
bastante comuns, porém são usualmente leves, não progressivas e raramente requerem
interrupção do tratamento. Náusea e náusea acompanhada de vômito são muito comuns. Esta
reação adversa é raramente dose-limitante e é facilmente contornável com antieméticos atualmente em uso
clínico. Sistema geniturinário: hematúria e proteinúria leves. Pele e anexos: erupção cutânea,
frequentemente associada com prurido. A erupção é geralmente leve. Corpo como um todo: sintomatologia
semelhante à da gripe é muito comum. Os sintomas mais comumente relatados são febre, dor de cabeça,
calafrios, mialgia, astenia e anorexia. Sistema cardiovascular: edema e edema periférico. Poucos casos de
hipotensão foram relatados.
Reação comum ( > 1/ 100 e ≤ 1/10): Sistema hematológico e linfático: devido à gencitabina ser um
supressor da medula óssea, podem ocorrer anemia, leucopenia e trombocitopenia como
resultado da administração. Neutropenia febril é comumente reportada. Sistema gastrointestinal:
diarreia e estomatite. Sistema respiratório: dispneia. Pele e anexos: alopecia (geralmente com perda mínima
de cabelo). Corpo como um todo: tosse, rinite, mal-estar e sudorese. Febre e astenia
são também relatadas como sintomas isolados.
Reação incomum ( > 1/1.000 e ≤ 1/ 100): Sistema respiratório: broncoespasmo após infusão de
gencitabina, portanto GEMCIT não deve ser administrado à pacientes com hipersensibilidade
conhecida à droga. Pneumonite intersticial foi relatada.
Reação muito rara (≤ 1/ 10.000): Hipersensibilidade: reação anafilactoide. Toxicidade à
radiação: ver INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS.
Os eventos adversos relatados após o início da comercialização são:
Reação rara ( > 1/ 10.000 e ≤ 1/ 1.000): Sistema respiratório: efeitos pulmonares, algumas vezes graves
[tais como edema pulmonar, pneumonite intersticial ou Síndrome do Desconforto Respiratório
Agudo (SDRA)] foram relatados em associação com a gencitabina (ver ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES). Sistema geniturinário: Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) foi relatada em pacientes
recebendo gencitabina. Nesses pacientes, insuficiência renal pode não ser reversível mesmo com a
interrupção da terapia e diálise pode ser necessária (ver ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). Sistema
gastrointestinal: alterações da função hepática, incluindo elevação dos níveis de aspartato
aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), gama-glutamil transferase (GGT), fosfatase
alcalina e bilirrubina.
Gemcit – VPS 02
Reação muito rara (≤ 1/ 10.000): Sistema cardiovascular: insuficiência cardíaca e arritmias
predominantemente de natureza supraventricular. Sistema vascular: vasculite periférica, gangrena e
Síndrome de Hemorragia Alveolar (ver ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES). Pele e anexos: reações
graves na pele, tais como descamação e erupções cutâneas bolhosas. Lesões, intoxicações e complicações
nos procedimentos: foram relatadas reações devido à readministração de radiação. Sistema nervoso:
foi relatado Síndrome de Encefalopatia Posterior Reversível (ver ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.