Bula do Glimepil produzido pelo laboratorio Farmoquímica S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Glimepil_AR040914_Bula Profissional de Saúde
GLIMEPIL®
Farmoquímica S/A
Comprimido
1 mg / 2 mg / 4 mg / 6 mg
BULA PROFISSIONAL DE SAÚDE
glimepirida
APRESENTAÇÕES:
Comprimidos – glimepirida 1 mg – embalagem contendo blíster com 30 comprimidos.
Comprimidos – glimepirida 2 mg – embalagem contendo blíster com 30 comprimidos.
Comprimidos – glimepirida 4 mg – embalagem contendo blíster com 30 comprimidos.
Comprimidos – glimepirida 6 mg – embalagem contendo blíster com 30 comprimidos.
VIA ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de 1 mg contém:
glimepirida....................................................................1 mg
Excipientes: celulose microcristalina, povidona, croscarmelose sódica, lactose monoidratada, estearato de magnésio,
óxido de ferro amarelo, corante azul FDC alumínio nº 1 e água.
Cada comprimido de 2 mg contém:
glimepirida....................................................................2 mg
óxido de ferro amarelo e água.
Cada comprimido de 4 mg contém:
glimepirida....................................................................4 mg
Excipientes: celulose microcristalina, povidona, croscarmelose sódica, lactose monoidratada, estearato de magnésio e
água.
Cada comprimido de 6 mg contém:
glimepirida....................................................................6 mg
corante azul FDC alumínio n° 1 e água.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
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Glimepil®
é indicado para o tratamento oral de diabetes mellitus não insulino-dependente (Tipo 2 ou diabetes do adulto),
quando os níveis de glicose não podem ser adequadamente controlados por meio de dieta alimentar, exercícios físicos e
redução de peso.
pode ser associado a outros antidiabéticos orais que não estimulam a secreção de insulina.
pode ser associado à metformina quando os níveis glicêmicos não podem ser adequadamente controlados por
meio de dieta alimentar, exercícios físicos e uso de Glimepil®
ou metformina em monoterapia.
também pode ser utilizado em associação com insulina (ver “Posologia”).
A glimepirida é um agente de primeira geração para o tratamento de pacientes com diabetes mellitus não insulino-
dependentes (DMNID), que não tiveram sucesso de resposta adequada à dieta e aos exercícios. Assim como a metformina,
a glimepirida reduz a glicose do jejum em cerca de 60 mg/dL e a hemoglobina glicosilada em 1,5 a 2,0%. O uso de
glimepirida 1 a 8 mg por dia provocou reduções dose-dependentes nas concentrações da glicose sanguínea do jejum e pós-
prandial. Esses efeitos se mantiveram por mais de 2 anos, quando a glimepirida era usada em monoterapia (Anon, 1995a;
Higgins, 1995a). A glimepirida pode ser usada em combinação com metformina ou com insulina se um controle glicêmico
adequado não for atingido com a glimepirida em monoterapia (Anon, 1995a).
Monoterapia
A monoterapia com glimepirida proporcionou um controle adequado da glicose sanguínea em pacientes com diabetes
mellitus (DM) tipo 2 precocemente diagnosticados. Em um estudo aberto, prospectivo, randomizado, 14 homens (entre 32
e 75 anos) com diabetes tipo 2 precocemente diagnosticados (glicose plasmática no jejum-GPJ maior ou igual a 140
mg/dL) receberam glimepirida 2 mg uma vez ao dia pela manhã por 24 semanas. A dosagem era aumentada em 1 mg a
cada 2 semanas até um máximo de 8 mg. Voluntários sadios com idades semelhantes (n=10) sem história familiar de DM
serviu como grupo controle. Uma redução significativa na GPJ reduziu significativamente com o tratamento com
glimepirida (252 ± 13 mg/dL para 113 ± 4 mg/dL, p < 0,01; controle: 95 ± 2 mg/dL). O tratamento foi bem tolerado
(Kabadi & Kabadi, 2004).
Em outro estudo, glimepirida 1 a 8 mg ao dia foi mais eficaz do que o placebo para o controle do diabetes mellitus não
insulino-dependente (Schade et al, 1998). Neste estudo multicêntrico, pararelo, dose-titulado, 249 pacientes foram
designados randomicamente ao tratamento cego com placebo ou glimepirida 1 mg com titulação a 8mg, se necessário. A
dose permaneceu a mesma durante as 14 próximas semanas do estudo. Os níveis médios de glicose plasmática no jejum (p
menos que 0,01) e a hemoglobina glicosilada média (p menos que 0,001) foi significativamente menor em pacientes
recebendo glimepirida versus placebo. No final do estudo, 69% dos pacientes tratados com glimepirida atingiram uma
hemoglobina glicosilada menor que 7,2%, comparada a 32% dos pacientes tratados com placebo. Efeitos adversos foram
relatados em 11 e 9% dos pacientes tratados com glimepirida e placebo, respectivamente; tontura, astenia e dor de cabeça
ocorreram com a glimepirida, mas não houve nenhuma ocorrência de hipoglicemia laboratorial relatada. Pacientes tratados
com placebo relataram sintomas de hiperglicemia.
A administração de glimepirida uma vez ao dia foi tão eficaz quanto à administração duas vezes ao dia em pacientes com
diabetes mellitus tipo 2. Neste estudo cruzado de 14 semanas (n=161), pacientes foram selecionados randomicamente a
receber glimepirida 3mg duas vezes por semana ou glimepirida 6mg ao dia por 4 semanas. Uma redução estatisticamente
significativa na concentração média de glicose em 24 h (p=0,018) comparada ao início do estudo ocorreu em pacientes
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recebendo glimepirida 3mg duas vezes ao dia; contudo, a diferença foi pequena. Os efeitos adversos foram comparáveis
aos do placebo em ambos os grupos de tratamento (Sonnerberg et al, 1997).
A glimepirida 4 e 8 mg foi mais eficaz do que a glimepirida 1 mg (p < 0,001) ou o placebo (0,001) na redução dos níveis
de glicose pós-prandial e do jejum e da hemoglobina glicosilada (Goldberg et al, 1996). Hipoglicemia sintomática foi o
único efeito adverso que ocorreu em mais de 5% dos pacientes. Este estudo foi conduzido em pacientes com diabetes
mellitus tipo 2 e com uma duração média da doença de 5 a 7 anos. Todos os pacientes pararam os tratamentos que não
eram apenas a dieta por 3 semanas e então foram randomizados a placebo ou glimepirida 1, 4 ou 8mg. O período de
tratamento foi de 14 semanas. Os resultados confirmam que a dosagem mínima é 1 mg e que a resposta é dose-
dependente.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação
Tanto em pessoas saudáveis quanto em pacientes com diabetes mellitus Tipo 2, a glimepirida diminui as concentrações
sanguíneas da glicose, principalmente pela estimulação da secreção de insulina pelas células beta do pâncreas. Este efeito
está baseado predominantemente no aumento da resposta das células beta do pâncreas ao estímulo fisiológico da glicose.
Ao mesmo tempo em que promove uma redução equivalente da glicemia, a administração de baixas doses de glimepirida
em animais e voluntários sadios leva à liberação de menores quantidades de insulina comparativamente a glibenclamida.
Este fato sugere a existência de efeitos extrapancreáticos (sensibilização à insulina e mimetismo da insulina) da
glimepirida.
Adicionalmente, quando comparada às outras sulfonilureias, a glimepirida apresenta menor efeito sobre o sistema
cardiovascular. A glimepirida reduz a agregação plaquetária (dados de estudos in vitro e em animais) e promove uma
redução marcante na formação de placas ateroscleróticas (dados de estudos em animais).
Secreção de insulina: Como todas as sulfonilureias, a glimepirida regula a secreção de insulina através da interação com os
canais de potássio sensíveis à ATP presentes na membrana da célula beta. Contrariamente às outras sulfonilureias, a
glimepirida liga-se especificamente à proteína 65 kDa, localizada na membrana da célula beta. Esta interação da
glimepirida com sua proteína ligadora determina a probabilidade do canal de potássio sensível a ATP permanecer aberto
ou fechado.
A glimepirida fecha o canal de potássio, o que induz a despolarização da célula beta e resulta na abertura do canal de
cálcio sensível à voltagem e, consequentemente, no influxo de cálcio para o interior da célula. Finalmente, o aumento da
concentração intracelular de cálcio ativa a secreção da insulina por meio da exocitose.
A glimepirida se associa e se dissocia da proteína ligadora muito mais rápida e frequentemente do que a glibenclamida.
Acredita-se que a característica alta taxa de associação/dissociação da glimepirida à proteína ligadora é responsável pelo
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seu pronunciado efeito de sensibilização à glicose e pelo efeito de proteção da célula beta contra a dessensibilização e
exaustão prematura.
- Efeito de sensibilização à insulina: A glimepirida aumenta a ação normal da insulina sobre a absorção periférica de
glicose (dados de estudos em humanos e animais).
- Efeitos de mimetismo da insulina: A glimepirida mimetiza a ação da insulina na absorção periférica de glicose e
produção hepática de glicose.
A absorção periférica de glicose ocorre pelo seu transporte para o interior das células musculares e lipídicas. A glimepirida
aumenta diretamente o número de moléculas de glicose transportadas pela membrana plasmática das células musculares e
lipídicas. O aumento do influxo de glicose leva à ativação da fosfolipase C glicosilfosfatidilinositol-específica. Como
resultado, os níveis celulares de AMPc diminuem, causando redução da atividade da proteína quinase A, que, por sua vez,
estimula o metabolismo da glicose.
A glimepirida inibe a produção hepática de glicose por meio do aumento da concentração de frutose-2,6- bifosfato, que
inibe a gliconeogênese.
- Efeitos sobre a agregação plaquetária e formação de placas ateroscleróticas: A glimepirida reduz a agregação
plaquetária in vitro e in vivo. Este efeito é provavelmente o resultado da inibição seletiva da ciclooxigenase, que é
responsável pela formação de tromboxano A, um importante fator endógeno de agregação plaquetária.
A glimepirida reduz significativamente a formação das placas ateroscleróticas em animais. O mecanismo de ação
relacionado a este efeito ainda não está elucidado.
- Efeitos cardiovasculares: As sulfonilureias afetam o sistema cardiovascular por meio dos canais de potássio sensíveis a
ATP (ver acima). Comparada às sulfonilureias convencionais, a glimepirida exerce um efeito significativamente menor no
sistema cardiovascular (dados de estudos em animais). Este fato pode ser explicado pela natureza específica da interação
entre a glimepirida e a proteína ligadora do canal de potássio sensível a ATP.
Em pessoas saudáveis, a dose oral mínima efetiva é de aproximadamente 0,6 mg. O efeito da glimepirida é dose-
dependente e reprodutível. Aresposta fisiológica ao exercício físico agudo, como por exemplo, a redução da secreção de
insulina, continua presente sob o efeito de glimepirida.
Não existem diferenças significativas relacionadas à administração do fármaco 30 minutos ou imediatamente antes da
refeição. Em pacientes diabéticos, alcança-se um bom controle metabólico durante 24 horas com a administração de uma
única dose. Adicionalmente, em um estudo clínico, 12 de 16 pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina
entre 4 e 79 mL/min) alcançaram um bom controle metabólico.
Apesar do metabólito hidroxi da glimepirida causar uma redução pequena, porém significativa da glicose sérica em
pessoas saudáveis, ele é responsável por somente uma pequena parte do efeito total do fármaco.
Terapia combinada com metformina: Em pacientes que não alcançaram um controle adequado com a dose máxima tanto
de glimepirida quanto de metformina, pode-se iniciar a terapia concomitante com ambos agentes antidiabéticos. Em dois
estudos, verificou-se melhora no controle metabólico no tratamento combinado em comparação ao tratamento com o
fármaco isolado.
Terapia combinada com insulina: Em pacientes que não alcançaram um controle metabólico adequado com a dose máxima
de glimepirida, pode-se iniciar a terapia concomitante com insulina. Em dois estudos, a terapia com a associação de
insulina e glimepirida promoveu o mesmo controle metabólico que insulina em monoterapia; entretanto, foi necessária
uma dose média menor de insulina na terapia associada.
Farmacocinética
Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação
Abiodisponibilidade absoluta da glimepirida é completa. Aingestão de alimentos não exerce nenhuma influência relevante
na absorção. As concentrações séricas máximas (Cmáx) são alcançadas aproximadamente 2,5 horas após a administração
oral (309 ng/mL durante a administração de doses múltiplas de 4 mg por dia) e existe uma relação linear entre dose/Cmáx
e dose/AUC. A glimepirida apresenta um pequeno volume de distribuição (aproximadamente 8,8 L), que é
aproximadamente igual ao volume de distribuição da albumina; alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas (> 99%) e
baixo clearance (aprox. 48 mL/min). A meia-vida sérica média predominante, que é relevante para as concentrações
séricas alcançadas com a administração de doses- múltiplas, é de cerca de 5 a 8 horas. Após a administração de doses
elevadas, foi observado um leve aumento da meia-vida do fármaco.
Após a administração de dose única de glimepirida radiomarcada, 58% da radioatividade foi recuperada na urina e 35%
nas fezes. Não foi detectado fármaco inalterado na urina. Foram identificados dois metabólitos, provavelmente resultantes
do metabolismo hepático (a principal enzima é a CYP2C9), tanto na urina quanto nas fezes: um derivado hidroxi e um
derivado carboxi. Após a administração oral de glimepirida, as meias-vidas terminais destes metabólitos foram de 3 a 6
horas e de 5 a 6 horas, respectivamente.
Acomparação entre a administração diária de dose única e dose-múltipla não revelou diferenças significativas em relação
aos parâmetros farmacocinéticos e a variabilidade intraindividual foi muito baixa. Não foi observado acúmulo relevante do
fármaco.
Os parâmetros farmacocinéticos obtidos em 5 pacientes não-diabéticos após cirurgia do ducto biliar foram semelhantes
àqueles obtidos em pessoas saudáveis.
Populações especiais
- Sexo
A farmacocinética é semelhante entre homens e mulheres.
- Idosos
A farmacocinética é semelhante entre pacientes jovens e idosos (acima de 65 anos).
- Pacientes pediátricos
Um estudo que avaliou a farmacocinética, segurança e a tolerabilidade de 1 mg de glimepirida em dose única em 30
pacientes pediátricos (de 10 a 17 anos) com diabetes tipo 2 mostrou AUC média (0-final), Cmax e T ½ similar aos
observados previamente em adultos.
- Insuficiência Renal
Em um estudo fase aberta, dose única, conduzido em 15 pacientes com insuficiência renal, glimepirida (3 mg) foi
administrada em 3 grupos de pacientes com diferentes níveis de clearance de creatinina médio (CLcr); (Grupo I, CLcr =
77,7 mL/min, n = 5), (Grupo II, CLcr = 27,4 mL/min, n = 3) e (Grupo III, CLcr = 9,4 mL/min, n = 7). A glimepirida
demonstrou ser bem tolerada em todos os 3 grupos. Em pacientes com clearance de creatinina baixo, foi observada
tendência de aumento do clearance da glimepirida e de redução da concentração sérica média da mesma, devido
provavelmente à eliminação mais rápida do fármaco, causada pela diminuição da sua ligação às proteínas plasmáticas. A
eliminação renal dos dois metabólitos foi prejudicada. Resultados de um estudo de titulação multidose conduzido em 16
pacientes diabéticos Tipo 2 com insuficiência renal, utilizando doses variando de 1 a 8 mg diariamente por 3 meses, foram
consistentes com resultados observados após uma dose única. Todos os pacientes com um CLcr menor que 22 mL/min
tiveram controle adequado de seus níveis de glicose com um regime posológico de apenas 1 mg por dia. Em geral, não
existem riscos adicionais de acúmulo do fármaco em tais pacientes.
Não é conhecido se a glimepirida é dialisável.
Dados de segurança pré-clínica
Toxicidade crônica
Em estudos de toxicidade crônica e subcrônica conduzidos em ratos, camundongos e cães observou-se declínio da glicose
sérica, assim como desgranulação das células beta do pâncreas; estes efeitos demonstraram ser, a princípio, reversíveis e
relacionados aos sinais do efeito farmacodinâmico do medicamento. Em um estudo de toxicidade crônica conduzido em
cães, dois dos animais que receberam a maior dose (320 mg/kg de peso corpóreo) desenvolveram catarata. Estudos in vitro
com cristalinos bovinos e investigações realizadas em ratos não demonstraram nenhum potencial cataratogênico ou co-
cataratogênico.
Carcinogenicidade
Estudos prolongados em ratos não revelaram nenhum potencial carcinogênico. Em camundongos, foi observado aumento
da incidência de hiperplasia e adenoma de células da ilhota; estas observações foram relacionadas como resultantes da
estimulação crônica das células beta. A glimepirida não demonstrou nenhum efeito mutagênico ou genotóxico.
Toxicologia reprodutiva
A administração em ratos não demonstrou nenhum efeito sobre a fertilidade, o curso da gravidez ou o parto. Os fetos que
nasceram através de cesariana apresentaram um leve retardo no crescimento. Foram observadas deformações no úmero,
fêmur e articulação do quadril e do ombro em fetos que nasceram por meio de parto normal, de ratas que receberam altas
doses do medicamento. A administração oral de glimepirida na fase avançada da gravidez e/ou durante a lactação
aumentou o número de óbitos fetais e produziu as mesmas deformações de membros citadas anteriormente.
A glimepirida não apresentou nenhum efeito reconhecível sobre a audição, desenvolvimento físico, comportamento
funcional, aprendizagem, memória e fertilidade da prole.
Em animais, a glimepirida é excretada no leite.
A glimepirida é ingerida pelos lactentes através do leite materno; a administração de altas doses de glimepirida em ratas
que estavam amamentando causou hipoglicemia em ratos jovens lactentes.
Foram observadas malformações fetais (por exemplo: malformações oculares, fissuras e anormalidades ósseas) em ratos e
coelhos; foi observado aumento do número de abortos e óbitos intrauterinos somente em coelhos.
Todas as descobertas de toxicologia reprodutiva estão provavelmente relacionadas aos efeitos farmacodinâmicos de doses
excessivas e não são específicas à substância.
Glimepil®
écontraindicado a pacientes:
• que apresentam hipersensibilidade à glimepirida ou a outras sulfonilureias, outras sulfonamidas ou aos demais
componentes da formulação;
• durante a gravidez e lactação.
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não há experiência suficiente na utilização de Glimepil®
em pacientes com insuficiência hepática grave e em pacientes sob
diálise. Em pacientes com insuficiência da função hepática é indicada a substituição pela insulina, ao menos para se obter
um controle metabólico adequado.
não deve ser administrado para o tratamento de diabetes mellitus insulino-dependente (Tipo 1, ou seja, para o
tratamento de diabéticos com história de cetoacidose), de cetoacidose diabética ou de pacientes em pré-coma ou coma
diabético. Essa condição deve ser tratada com insulina.
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Em situações excepcionais de estresse (como trauma, cirurgia, infecções febris) pode ocorrer uma desregulação do nível
sanguíneo de glicose, fazendo-se necessário substituir temporariamente o hipoglicemiante oral por insulina, a fim de se
manter um controle metabólico adequado.
Durante as primeiras semanas de tratamento, o risco da ocorrência de hipoglicemia pode estar aumentado e
necessita de monitorização cuidadosa. Fatores que favorecem a hipoglicemia incluem:
• indisposição (mais comum em pacientes idosos) ou incapacidade do paciente para cooperar;
• desnutrição, refeições irregulares ou refeições suprimidas;
• desequilíbrio entre o esforço físico e ingestão de carboidratos;
• alterações na dieta;
• consumo de álcool, principalmente quando combinado com supressão de refeições;
• função renal comprometida;
• alteração severa da função hepática;
• superdose com Glimepil®
;
• algumas alterações descompensadas do sistema endócrino que afetam o metabolismo dos carboidratos ou a
contrarregulação da hipoglicemia (como, por exemplo, em certas alterações da função da tireóide ou na insuficiência
corticoadrenal ou pituitária anterior);
• administração concomitante de outros medicamentos (ver “INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”);
• tratamento com Glimepil®
na ausência de qualquer indicação.
Caso tais fatores de risco para hipoglicemia estejam presentes, pode ser necessário um ajuste da posologia de Glimepil®
ou
de toda a terapia. Isto também se aplica sempre que ocorrer outra doença durante o tratamento ou alterações no estilo de
vida do paciente.
Estes sintomas de hipoglicemia que refletem a contrarregulação adrenérgica do organismo (ver “REAÇÕES
ADVERSAS”) podem ser mais leves ou ausentes quando a hipoglicemia se desenvolve de forma gradual, em idosos, e
quando existe uma neuropatia autonômica ou quando o paciente está recebendo tratamento concomitante com beta-
bloqueadores, clonidina, reserpina, guanetidina ou outros fármacos simpatolíticos.
A hipoglicemia pode ser, quase sempre, prontamente controlada pela administração imediata de carboidratos (glicose ou
açúcar).
Sabe-se pelo uso de outras sulfonilureias que, apesar do sucesso inicial de medidas de controle, pode ocorrer hipoglicemia
novamente. Portanto, os pacientes devem ser mantidos sob observação rigorosa.
Hipoglicemia severa requer tratamento imediato e acompanhamento médico e, em algumas circunstâncias, cuidados
hospitalares.
O tratamento de pacientes com deficiência de G6PD com sulfonilureia pode levar à anemia hemolítica. Considerando que
a glimepirida pertence à classe das sulfonilureias, deve-se ter cautela na prescrição para tais pacientes e deve-se considerar
a prescrição de medicamentos não pertencentes à classe das sulfonilureias.
Gravidez e lactação
Glimepil®
não deve ser administrado durante a gravidez, devido ao risco de dano à criança, portanto a paciente deve
substituir seu tratamento por insulina. As pacientes que estiverem planejando engravidar devem informar o médico.
Recomenda-se, para estas pacientes, a substituição do tratamento por insulina.
Glimepil_AR040914_Bula Profissional de Saúde
A fim de evitar uma possível ingestão pelo leite materno e possível dano à criança, Glimepil®
não deve ser utilizado por
mulheres lactantes. Se necessário, a paciente deve substituir o tratamento com Glimepil®
por insulina, ou interromper a
amamentação.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Pode ocorrer diminuição do estado de alerta do paciente devido à hipoglicemia ou hiperglicemia, especialmente no início
ou após alterações no tratamento, ou quando Glimepil®
não for ingerido regularmente, afetando, por exemplo, a habilidade
Com base na experiência do uso de Glimepil®
e no que se conhece das outras sulfonilureias, as seguintes interações devem
ser consideradas:
• medicamento-medicamento:
A glimepirida é metabolizada pelo citocromo P450 2C9 (CYP2C9). Deve-se levar em consideração tal fato, quando a
glimepirida for concomitantemente administrada a indutores (como a rifampicina) ou inibidores (como o fluconazol) do
CYP2C9.
Potencialização do efeito hipoglicemiante e, portanto, em alguns casos, pode ocorrer hipoglicemia quando um dos
seguintes fármacos é administrado: insulina ou outro antidiabético oral; inibidores da ECA; esteroides anabolizantes e
hormônios sexuais masculinos; cloranfenicol; derivados cumarínicos; ciclofosfamidas; disopiramida; fenfluramina;
feniramidol; fibratos; fluoxetina; guanetidina; ifosfamida; inibidores da MAO; miconazol; fluconazol; ácido para-
aminosalicílico; pentoxifilina (uso parenteral em doses elevadas); fenilbutazona; azapropazona; oxifembutazona;
probenecida; quinolonas; salicilatos; sulfimpirazona; claritomicina; antibióticos sulfonamídicos; tetraciclinas; tritoqualina;
trofosfamida.
Redução do efeito hipoglicemiante e, portanto, ocorrência de hiperglicemia quando um dos seguintes fármacos é
administrado, por exemplo: acetazolamida; barbitúricos; corticoesteroides; diazóxido; diuréticos; epinefrina (adrenalina)
e outros agentes simpatomiméticos; glucagon; laxantes (após uso prolongado); ácido nicotínico (em doses elevadas);
estrogênios e progestagênios; fenotiazínicos; fenitoína; rifampicina; hormônios da tireoide.
Antagonistas de receptores H2, beta-bloqueadores, clonidina e reserpina podem induzir tanto a potencialização quanto a
diminuição do efeito hipoglicemiante da glimepirida.
Sob influência de fármacos simpatolíticos, como beta-bloqueadores, clonidina, guanetidina e reserpina, os sinais da
contrarregulação adrenérgica para hipoglicemia podem estar reduzidos ou ausentes.
O uso de Glimepil®
pode potencializar ou diminuir os efeitos dos derivados cumarínicos.
Sequestrador de ácidos biliares: o colesevelam se liga à glimepirida e reduz sua absorção no trato gastrintestinal.
Nenhuma interação foi observada quando a glimepirida foi tomada, pelo menos, 4 horas antes do colesevelam. Portanto,
a glimepirida deve ser administrada, pelo menos, 4 horas antes do colesevelam.
• medicamento-substância química, com destaque para o álcool:
Tanto a ingestão crônica como a aguda de álcool pode potencializar ou diminuir a ação hipoglicemiante de Glimepil®
de
maneira imprevisível.
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Cuidados de conservação
Glimepil®
deve ser conservado em temperatura abaixo de 25°C.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas:
- Glimepil®
1mg: Comprimidos redondos de cor verde com uma face gravada GLIMEPIL e outra sulcada e gravada
FQM. Livre de partículas estranhas. Odor característico.
2 mg: Comprimidos redondos com uma face gravada GLIMEPIL e outra sulcada e gravada FQM. Livre de
partículas estranhas. Odor característico.
4 mg: Comprimidos redondos de cor branca com uma face gravada GLIMEPIL e outra sulcada e gravada
6 mg: Comprimidos redondos de cor azul com uma face gravada GLIMEPIL e outra sulcada e gravada FQM.
Livre de partículas estranhas. Odor característico.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos devem ser tomados com líquido, por via oral. Eles devem ser engolidos sem mastigar e com quantidade
suficiente de água (aproximadamente ½ copo).
Em princípio, a dose de Glimepil®
é regida pelo nível desejável de glicose no sangue. A dose de glimepirida deve ser a
menor possível que seja suficiente para atingir o controle metabólico desejado.
Durante o tratamento com Glimepil®
, os níveis de glicose no sangue e na urina devem ser medidos regularmente. Além
disso, recomenda-se que sejam realizadas determinações regulares da hemoglobina glicada.
Equívocos, como o esquecimento de uma dose, nunca devem ser corrigidos pela administração de uma dose maior.
Medidas para lidar com tais enganos (principalmente esquecer uma dose ou pular uma refeição) ou situações em que a
dose não pode ser administrada no horário prescrito, devem ser discutidas e acordadas previamente entre o médico e
paciente.
A dose inicial usual: 1 mg de Glimepil®
diariamente. Se necessário, esta dose diária poderá ser aumentada. Recomenda-se
que tal aumento se faça de acordo com o controle do nível de glicose no sangue e de forma gradual, em intervalos de 1 a 2
semanas, de acordo com as seguintes etapas: 1 mg, 2 mg, 3 mg, 4 mg, 6 mg.
A dose inicial usual para pacientes com diabetes bem controlado: 1 a 4 mg de Glimepil®
ao dia. Doses diárias superiores a
6 mg (até 8 mg) somente são eficazes para uma minoria de pacientes; portanto doses superiores não devem ser utilizadas.
A distribuição e horário das doses são determinados pelo médico, levando-se em consideração o estilo de vida atual do
Glimepil_AR040914_Bula Profissional de Saúde
Normalmente, uma única dose diária de Glimepil®
é suficiente. Recomenda-se administrar imediatamente antes da
primeira refeição substancial ou da primeira refeição principal. É muito importante alimentar-se bem após a administração
da medicação.
Ajuste secundário da dose
A sensibilidade à insulina aumenta à medida que melhora o controle do diabetes; portanto, as necessidades de glimepirida
podem diminuir durante o tratamento. Para evitar hipoglicemia, deve-se considerar oportuna uma redução temporária na
dose ou interrupção da terapia com Glimepil®
.
Um ajuste de dose deverá ser considerado caso ocorram mudanças no peso ou no estilo de vida do paciente, ou ainda na
ocorrência de outros fatores que aumentem a susceptibilidade para hipo ou hiperglicemia (ver “ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES”).
Duração do tratamento
O tratamento com Glimepil®
é de longa duração, dependente da resposta e evolução do paciente e da conduta e decisão do
médico responsável.
Substituição de outros antidiabéticos orais por Glimepil®
Não há uma exata relação entre a dose de Glimepil®
e a de outros agentes hipoglicemiantes orais. Quando for substituir a
administração destes agentes por Glimepil®
, a dose diária inicial deve ser de 1 mg; isto é aplicável mesmo quando se parte
de doses máximas de outro agente hipoglicemiante oral. Todo aumento na dose de Glimepil®
deve ser realizado seguindo-
se as diretrizes indicadas no item Posologia.
Deve-se ter em conta a potência e a duração da ação do agente hipoglicemiante empregado previamente. Pode ser
necessário interromper o tratamento para evitar efeitos aditivos que aumentariam o risco de hipoglicemia.
Em alguns casos de pacientes com diabetes Tipo 2 anteriormente controlados com insulina, uma substituição por
Glimepil®
pode ser indicada. A substituição geralmente deve ser feita no hospital.
Uso em associação com metformina
Nos pacientes que não obtiveram um controle adequado com a dose máxima diária de glimepirida ou metformina, pode-se
iniciar o tratamento concomitante com ambos agentes antidiabéticos orais. Se a terapia estabelecida tanto com glimepirida
quanto com metformina progredir em um mesmo nível de dose, o tratamento adicional com glimepirida ou metformina
deve ser iniciado com uma dose baixa, a qual deve ser quantificada dependendo do nível de controle metabólico desejado,
até a dose máxima diária. O tratamento com a associação deve ser iniciado sob supervisão médica cuidadosa.
Uso em associação com insulina
Nos pacientes que não obtiveram um controle adequado com a dose diária máxima de Glimepil®
, pode-se iniciar o
tratamento concomitante com insulina. Deve-se manter a mesma dose de glimepirida e iniciar o tratamento com insulina
em dose baixa, aumentando esta dose gradualmente até se alcançar o nível desejado de controle metabólico. O tratamento
com a associação deve ser iniciado sob supervisão médica cuidadosa.
Não há estudos dos efeitos de Glimepil®
administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir
a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
Populações especiais
Insuficiência renal: existe informação limitada disponível quanto ao uso de Glimepil®
na insuficiência renal. Pacientes
com insuficiência da função renal podem ser mais sensíveis aos efeitos hipoglicemiantes de Glimepil®
(ver
“Farmacocinética”).
População Pediátrica: os dados são insuficientes para recomendar a utilização de glimepirida.
Este medicamento não deve ser mastigado.
• Distúrbios do metabolismo e nutrição
Como resultado da ação de redução da glicose sanguínea do Glimepil®
, pode ocorrer hipoglicemia, que, com base no que
se conhece das outras sulfonilureias, pode ser prolongada.
Possíveis sintomas de hipoglicemia incluem cefaleia, excesso de apetite, náusea, vômitos, fadiga, insônia, alteração do
sono, inquietação, agressividade, prejuízo da concentração, alteração das reações e do estado de alerta, depressão,
confusão, alterações na fala, afasia, alterações visuais, tremor, paresias, alterações sensoriais, tontura, sensação de
abandono, perda do autocontrole, delírio, convulsões, sonolência e perda da consciência, podendo evoluir para coma,
dificuldade de respiração e bradicardia.
Adicionalmente, sinais de contrarregulação adrenérgica podem estar presentes, tais como sudorese, pele úmida e fria,
ansiedade, taquicardia, hipertensão, palpitação, angina do peito e arritmias cardíacas.
O quadro clínico de um ataque hipoglicêmico severo pode assemelhar-se a um acidente vascular cerebral. Os sintomas de
hipoglicemia quase sempre regridem quando esta é corrigida.
• Distúrbios oculares
Especialmente no início do tratamento, pode ocorrer alteração visual temporária devido às modificações dos níveis
glicêmicos. A causa é uma alteração temporária da turgidez e o aumento do índice de refração do cristalino, que é
dependente do nível glicêmico.
• Distúrbiosgastrointestinais
Ocasionalmente, podem ocorrer sintomas gastrointestinais como náusea, vômito, sensação de pressão ou plenitude
gástrica, dor abdominal e diarreia.
Em casos isolados, pode-se observar hepatite, aumento dos níveis de enzimas hepáticas e/ou colestase e icterícia que
podem progredir para insuficiência hepática com risco de vida, mas que regridem com a suspensão do tratamento.
• Distúrbios do sangue e sistema linfático
Glimepil_AR040914_Bula Profissional de Saúde
Ocorre raramente trombocitopenia e, em casos isolados, leucopenia, anemia hemolítica, eritrocitopenia, granulocitopenia,
agranulocitose ou pancitopenia. Foram relatados em experiência pós-comercialização, casos de trombocitopenia severa
com contagem de plaquetas menor que 10.000/µLe púrpura trombocitopênica.
• Outras reações adversas
Ocasionalmente, podem ocorrer reações alérgicas ou pseudoalérgicas como, por exemplo, prurido, urticária ou erupções.
Tais reações leves podem tornar-se graves, acompanhadas por dispneia e hipotensão arterial, algumas vezes evoluindo até
choque.
Em casos isolados, pode ocorrer redução da concentração sérica de sódio e vasculite alérgica ou hipersensibilidade cutânea
à luz.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.