Bula do Lisodren produzido pelo laboratorio Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Lisodren
Comprimidos
500mg
Bristol-Myers Squibb Farmacêutica S.A.
BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE - LISODREN - Rev1013
APRESENTAÇÃO
LISODREN é apresentado na concentração de 500 mg por comprimido em frascos com 100 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de LISODREN contém 500 mg de mitotano.
Ingredientes inativos: celulose microcristalina, macrogol, amido e dióxido de silício.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AO PROFISSIONAL DE SAÚDE
LISODREN é indicado no tratamento de carcinoma inoperável do córtex da adrenalI
, seja do tipo funcional ou
não funcional.
I
CID C74.0 – Neoplasia maligna do córtex da adrenal.
Mitotano como agente único em doença avançada
Em 1966, Hutter et al. descreveu sua experiência com o uso de mitotano em uma série de casos, incluindo 138
pacientes portadores de carcinoma do córtex da adrenal. Avaliou a dose utilizada, os efeitos colaterais, a
regressão tumoral e dos níveis hormonais, a duração da resposta e também a sobrevida. Observou redução
superior a 50% dos níveis de esteróides urinários em 69% dos pacientes. Dos 59 pacientes que apresentavam
resposta mensurável, 34% tiveram regressão tumoral objetiva. A média de duração da resposta foi de 7 meses.
Houve uma correlação entre doença mensurável e maior sobrevida.
Em 1973, Lubitz et al. avaliaram o tratamento com mitotano isolado em 115 pacientes com carcinoma do
córtex da adrenal inoperável. Os desfechos analisados foram taxa de resposta, duração da resposta, redução da
excreção de esteróides, toxicidade e sobrevida. Foi observada redução da excreção de esteroides maior que 30
% em 52 de 61 pacientes com tumores secretores. Foi observada ainda regressão tumoral em 54% dos casos,
com duração média de 6 meses e a sobrevida mediana de 8,4 meses (21 – 41,3 meses).
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Luton 1990 foi outro estudo de série de 105 casos de carcinoma do córtex da adrenal. Foram descritos os
tratamentos realizados nesses pacientes e analisada a sobrevida livre de doença após a cirurgia, sobrevida em 5
anos, taxa de resposta e redução da excreção de esteróides nos pacientes que receberam mitotano. Os tumores
eram funcionantes em 79% dos casos. Oitenta pacientes foram submetidos à cirurgia e 59 receberam mitotano.
Foi observado controle da secreção hormonal em 75% dos pacientes, mas somente 8 pacientes apresentaram
regressão tumoral. A sobrevida livre de doença mediana foi de 12,1 meses (1 – 175 m). A sobrevida mediana
foi de 14,5 meses (<1 – 175 m).
Allolio 2006 é um artigo de revisão da literatura do carcinoma do córtex da adrenal. Foram observadas taxas
de resposta entre 13% e 50% nos estudos avaliados. Foi observada relação entre regressão tumoral mensurável
e nível sérico de mitotano em 2 estudos, ocorrendo maior atividade antitumoral quando os níveis plasmáticos
de mitotano eram superiores a 10 a 14 mg/L.
Baudin 2001 avaliou prospectivamente 24 pacientes em uso de mitotano e correlacionou os níveis plasmáticos
da droga com a taxa de resposta. Dos 13 pacientes portadores de doença metastática, 4 apresentaram resposta
tumoral (31%). Essas respostas foram observadas entre os 6 pacientes que atingiram níveis plasmáticos
terapêuticos (>14 mg/L), não sendo observada regressão tumoral no grupo em que os níveis permaneceram
baixos (6).
Haak 1994 é um estudo de série de 96 pacientes, onde 62 foram tratados com mitotano. Os níveis séricos de
mitotano estavam elevados (14-50 mg/L) em 30 pacientes e baixos (entre 4-13 mg/L) em 32 pacientes. Dos 29
pacientes com doença mensurável, somente 6 apresentaram regressão tumoral. Todos os 6 pacientes
respondedores apresentavam níveis plasmáticos de mitotano elevados (> 14 mg/L) durante a manutenção do
tratamento, sendo observada também maior sobrevida nesse grupo (p<0,001).
Dessa maneira, observa-se que em pacientes com doença mensurável, a regressão tumoral foi observada entre
34% a 61% dos casos nos estudos iniciais. Os estudos subsequentes apresentaram taxas de resposta ao redor de
10% a 30%. Essa discrepância pode ser explicada em parte pelos métodos de imagem mais acurados usados
nos últimos estudos e também porque nos estudos iniciais a avaliação da eficácia era influenciada pelo efeito
do mitotano na produção de esteróides e nos sintomas clínicos, que podem ocorrer sem a redução tumoral.
Mitotano em combinação com quimioterapia
Em doença avançada, ainda não está definido se o uso da quimioterapia combinada ao mitotano é superior ao
uso deste isoladamente.
Um estudo retrospectivo realizado na Universidade do Texas pelo MD Anderson Cancer Center avaliou e
comparou a eficácia dos esquemas terapêuticos mais usados no tratamento de primeira linha do carcinoma do
córtex da adrenal avançado. Foram avaliados 57 pacientes submetidos a diferentes regimes quimioterápicos,
em relação à sobrevida e o tempo para progressão. Os grupos de pacientes tratados foram divididos em:
mitotano (n=12), cisplatina e etoposídeo (n=16), mitotano, cisplatina e etoposídeo (n=11), mitotano
combinado a outros citotóxicos (n=5), cisplatina e etoposídeo combinado a outros citotóxicos (n=3) e outros
citotóxicos (n=10). Não foi observada diferença na sobrevida entre os pacientes tratados com esses diferentes
esquemas (p=0,31), exceto pelo uso isolado do mitotano estar associado a um maior tempo para progressão de
doença (6,24 meses; IC 95% 3,58-32,13, p<0,02).
Um estudo prospectivo multicêntrico fase II investigou a atividade da combinação de mitotano com
quimioterapia baseada em etoposídeo, doxorrubicina e cisplatina em 72 pacientes portadores carcinoma de
córtex de adrenal avançado, não candidatos à cirurgia e com doença mensurável. A taxa de resposta global foi
de 48,6% (IC 95%, 37,1 - 60,3%) e cinco pacientes apresentaram resposta completa. O tempo para progressão
dos pacientes respondedores foi de 18 meses.
O National Cancer Institute avaliou a associação de mitotano com quimioterapia infusional com
doxorrubicina, etoposídeo e vincristina em 35 pacientes portadores de doença metastática. Foi observada taxa
de resposta de 22% com duração média de 12,4 meses. Em outro estudo realizado com 18 pacientes, o
tratamento com mitotano, cisplatina e etoposídeo apresentou taxa de resposta de 33%.
Um estudo italiano avaliou a combinação do mitotano com etoposídeo, cisplatina e doxorrubicina em 28
pacientes com doença metastática. Foi observada taxa de resposta de 53,5% (IC 95%, 35-72%) e tempo para
progressão nos pacientes respondedores de 24,4 meses. Foi observada maior toxicidade neurológica e
gastrintestinal no tratamento combinado.
Propriedades Farmacodinâmicas
O LISODREN pode ser melhor descrito como agente citotóxico da glândula adrenal, embora possa provocar
inibição da adrenal, aparentemente sem destruição celular. Seu mecanismo bioquímico de ação é
desconhecido. Segundo os dados disponíveis sugere-se que o fármaco modifica o metabolismo periférico de
esteroides, assim como suprime diretamente o córtex da adrenal.
A administração de LISODREN altera o metabolismo extra-adrenal do cortisol em humanos, levando a uma
redução de 17-hidroxicorticosteroides mensuráveis, embora os níveis plasmáticos de corticosteroides não
venham a se reduzir. O fármaco, aparentemente, provoca uma formação maior de 6-beta-hidroxilcortisol.
Propriedades Farmacocinéticas
- Absorção
Dados obtidos de pacientes portadores de carcinoma da adrenal indicam que cerca de 40% de uma dose oral
do LISODREN é absorvida.
- Distribuição
Os dados de autópsia forneceram evidências de que o LISODREN é encontrado na maioria dos tecidos do
corpo, entretanto, os tecidos adiposos são o local principal de armazenamento.
- Metabolismo e Eliminação
O LISODREN é convertido em um metabólito solúvel em água e o fármaco inalterado não é encontrado na
urina e nem na bile. Aproximadamente 10% de uma dose oral é recuperada na urina na forma de um
metabólito solúvel em água. Uma quantidade variável do metabólito (1% a 17%) é excretada na bile e o
restante é aparentemente armazenado nos tecidos. Após a interrupção da administração de LISODREN, a
meia-vida plasmática terminal tem variado de 18 a 159 dias (mediana de 53 dias). Na maioria dos pacientes, os
níveis sanguíneos tornaram-se indetectáveis após seis a nove semanas.
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O LISODREN é contraindicado para uso por indivíduos que tenham demonstrado hipersensibilidade prévia
ao mitotano ou a qualquer componente de sua formulação.
O LISODREN (mitotano) deve ser administrado sob a supervisão de um médico qualificado e experiente no
uso de agentes quimioterápicos contra o câncer.
Choque, trauma grave: o LISODREN deve ser interrompido temporariamente de forma imediata, após
choque ou trauma grave, uma vez que a supressão adrenal é a sua ação primária. O uso de esteroides exógenos
pode ser necessário em tais circunstâncias, uma vez que a glândula adrenal deprimida poderá não iniciar
imediatamente a secreção de esteroides.
Antes de iniciar o tratamento: todo tecido maligno existente, se possível, deverá ser cirurgicamente
removido das massas metastáticas antes de ser instituída a administração de LISODREN. Isto é necessário
para minimizar a possibilidade de infarto e hemorragia no tumor devido ao rápido efeito citotóxico do
fármaco.
Monitorização dos níveis plasmáticos: os níveis plasmáticos de mitotano devem ser monitorados a fim de se
ajustar a dose, especialmente se altas doses iniciais forem consideradas necessárias. Os ajustes de dose podem
ser necessários para atingir os níveis terapêuticos desejados, na janela entre 14 e 20 mg/L e evitar reações
adversas específicas (Ver 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR).
Distúrbios do sistema nervoso central: a administração de LISODREN poderá levar a danos cerebrais e
comprometimento da função cerebral, o que pode ser reversível após a interrupção do uso de LISODREN.
Avaliações de comportamento e neurológicas devem ser feitas a intervalos regulares, especialmente quando os
niveis plasmáticos de mitotano excederem os 20 mg/L.
Risco de insuficiência adrenal: LISODREN modifica o metabolismo de esteroides exógenos resultando em
uma porcentagem substancial de pacientes tratados com LISODREN apresentando sinais de insuficiência
adrenal. Nestes pacientes a terapia de reposição de esteroides deve ser considerada. Uma vez que LISODREN
aumenta a ligação de hormônios a proteínas, os níveis de cortisol e corticotropina (ACTH) livres devem ser
monitorados para se determinar a dose ótima de reposição de esteroides. Portanto, uma dose ligeiramente
maior do que a terapia de reposição normal poderá ser necessária (Ver 6. INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS).
Acúmulo de mitotano nos tecidos: Mitotano pode acumular-se no tecido adiposo, o que pode resultar em
prolongamento da meia-vida plasmática. Consequentemente, apesar da dose de LISODREN permanecer
constante, os níveis plasmáticos de mitotano podem aumentar. Portanto, o monitoramento regular dos níveis
plasmáticos de mitotano é necessário, uma vez que a dose de manutenção é estabelecida (por exemplo,
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mensalmente). O monitoramento deve continuar
após a interrupção do tratamento (por exemplo, a cada dois meses), já que a liberação prolongada de mitotano
pode ocorrer. Monitorização rigorosa dos níveis plasmáticos de mitotano é recomendado no tratamento de
pacientes com excesso de peso e pacientes com perda de peso recente (por exemplo, a cada duas semanas)
(Ver 10. SUPERDOSAGEM).
Tempo de sangramento: tempo de sangramento prolongado tem sido relatado em pacientes tratados com
LISODREN, o que deve ser levado em conta quando uma cirurgia for considerada.
Substâncias metabolizadas através do citocromo P450: O mitotano tem uma meia-vida longa (Ver 3.
tratamento com mitotano. Medicamentos metabolizados pelas enzimas do citocromo P-450 devem ser
utilizados com cautela e a dose deve ser ajustada, conforme o caso, quando co-administrados com mitotano e
por um período de aproximadamente 6 meses após a interrupção do tratamento com mitotano.
Efeitos na habilidade de dirigir veículo e operar máquinas
Uma vez que os efeitos colaterais do sistema nervoso central podem ocorrer, os pacientes ambulatoriais devem
ser advertidos quanto aos atos de dirigir veículos, operar máquinas e a outras atividades perigosas que
requeiram estados de alerta mental e física (Ver 6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS e 9. REAÇÕES
ADVERSAS).
Pacientes com Disfunção Hepática
O LISODREN deve ser administrado com cuidado a pacientes com outras afecções hepáticas que não sejam
por lesões metastáticas do córtex adrenal, visto que o metabolismo do LISODREN pode sofrer interferência e
o fármaco poderá acumular-se.
Carcinogênese, Mutagênese e Prejuízo da Fertilidade
Os potenciais carcinogênicos e mutagênicos do LISODREN são desconhecidos. Entretanto, o mecanismo de
ação deste composto sugere que ele provavelmente tem menor potencial carcinogênico que outros
medicamentos quimioterápicos citotóxicos.
Uso na Gravidez
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Não foram realizados estudos de reprodução animal com o LISODREN. Dados de exposição ao mitotano em
seres humanos são limitados. Resultados anormais de gravidez têm sido relatados em pacientes expostos ao
mitotano durante a gravidez. LISODREN só deve ser dado a mulheres grávidas se estritamente necessário.
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Mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes, durante e após a interrupção do
tratamento, enquanto os níveis plasmáticos de mitotano forem detectáveis.
Uso na Lactação
Mitotano foi detectado no leite materno. Devido ao potencial de reações adversas graves em lactentes, as mães
devem ser aconselhadas a interromper a amamentação durante a terapia com LISODREN e após a interrupção
do tratamento, enquanto os níveis plasmáticos de mitotano forem detectáveis (Ver 3. CARACTERÍSTICAS
FARMACOLÓGICAS).
Uso Pediátrico
Segurança e efetividade em pacientes pediátricos não foram estabelecidas. Danos neuropsicológicos têm sido
relatados em crianças e adolescentes que fizeram uso de LISODREN.
Uso Geriátrico
Estudos clínicos para o LISODREN não incluíram um número suficiente de pacientes com 65 anos ou mais
para determinar se estes respondem diferentemente dos pacientes jovens. Outras experiências clínicas
reportadas não identificaram diferenças nas respostas entre pacientes idosos e jovens.
Em geral, deve-se ter cuidado ao escolher a dose para um paciente idoso. Usualmente se inicia na dose mínima
recomendada, devido à maior frequência, nesta população, de disfunção hepática, renal ou cardíaca, doenças
Substâncias metabolizados pelo Citocromo P450: tem sido demonstrado que LISODREN possui um efeito
indutor sobre as enzimas do citocromo P450, incluindo a CYP3A4. (Ver 5. ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES). LISODREN deve ser administrado com precaução em pacientes que estão em tratamento
com medicamentos que são metabolizados por esta via.
Têm-se relatado que o LISODREN acelera o metabolismo da varfarina pelo mecanismo de indução das
enzimas microssômicas hepáticas, o que leva a um aumento das necessidades posológicas da varfarina. Assim
sendo, os médicos devem acompanhar de perto os pacientes quanto a uma alteração nas necessidades de
dosagem do anticoagulante quando o LISODREN for administrado a pacientes fazendo uso de anticoagulantes
cumarínicos.
Outras interações
Refeições com alto teor de gordura: Os dados farmacocinéticos obtidos a partir de várias formulações de
LISODREN sugerem que a administração de LISODREN com refeições gordurosas aumenta a absorção de
mitotano.
Proteínas ligadas a hormônios: tem sido demonstrado que mitotano aumenta os níveis plasmáticos de
proteínas ligadas a hormônios (por exemplo, globulina ligada ao hormônio sexual [SHBG] e globulina ligada
aos corticosteróides [CBG]), o que deve ser levado em consideração na interpretação dos resultados das
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análises hormonais. A ação de mitotano de aumento de proteínas ligadas a hormônios pode resultar em
ginecomastia.
Medicamentos com atividade no sistema nervoso central: Uma vez que a toxicidade no sistema nervoso
central tem sido associada com o uso de LISODREN, um efeito aditivo pode ocorrer com a administração
concomitante de medicamentos que tenham ação no sistema nervoso central. (Ver 5. ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES e 9. REAÇÕES ADVERSAS)
Conservar o produto em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C) protegido da luz e da umidade, LISODREN
permanecerá estável até a data de validade indicada na embalagem.
Prazo de validade: 36 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Os comprimidos de LISODREN são brancos, redondos, biconvexos, bissectados em um dos lados e impressos
no lado oposto com os caracteres “BL” sobre os caracteres “LI”.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
LISODREN deve ser administrado por via oral.
Para segurança e eficácia desta apresentação, LISODREN não deve ser administrado por vias não
recomendadas. A administração deve ser somente pela via oral.
O esquema recomendado de tratamento é iniciar com 2 a 6 gramas de LISODREN por dia, em doses divididas,
3 ou 4 vezes ao dia. As doses são geralmente aumentadas de forma gradual até 9 g a 10 g por dia. Se surgirem
efeitos colaterais graves, a dose deverá ser reduzida até que seja atingida uma dose máxima tolerada. Se o
paciente puder tolerar doses mais elevadas e se for possível uma resposta clínica melhor, a dose deverá ser
aumentada, dentro do intervalo terapêutico, (ver abaixo) até toxicidade inaceitável. A experiência tem
demonstrado que a dose máxima tolerada varia de 2 a 16 gramas por dia, mas tem sido normalmente de 9 a 10
gramas por dia. As doses mais altas usadas nos estudos feitos até hoje foram de 18 a 19 gramas por dia.
Ajuste da dose, monitoramento e interrupção
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A dose deve ser ajustada para ser atingida a janela terapêutica (concentrações plasmáticas de mitotano entre 14
e 20 mg/L), o que garante eficácia ótima de LISODREN com segurança aceitável. Toxicidade neurológica
grave tem sido relatada com concentrações de mitotano acima de 20 mg/L e, por conseguinte, esse limite não
deve ser excedido. As concentrações plasmáticas de mitotano devem ser medidas em intervalos regulares (por
exemplo, após cada ajuste da dose), até que o intervalo de concentração-alvo seja atingido, normalmente
dentro de 3 a 5 meses. Por causa do acúmulo tecidual (Ver 5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES), os níveis
plasmáticos de mitotano devem ser monitorados regularmente (por exemplo, mensalmente) uma vez que a
dose de manutenção for atingida.
Se ocorrer toxicidade na vigência de níveis plasmáticos de mitotano acima de 20 mg/L, o tratamento deve ser
suspenso e reiniciado quando os níveis plasmáticos estiverem dentro do intervalo terapêutico. Se ocorrer
toxicidade inaceitável na vigência de níveis plasmáticos de mitotano dentro da janela terapêutica, a dose deve
ser reduzida até que uma dose máxima tolerada seja atingida. Os ajustes de dose não produzem mudanças
imediatas nos níveis plasmáticos de mitotano; devido à meia-vida prolongada, concentrações séricas
significativas podem persistir, assim, a monitorização regular (por exemplo, de dois em dois meses) dos níveis
plasmáticos de mitotano é necessária após a interrupção do tratamento.
O tratamento deve ser instituído no hospital, até que seja atingido um regime de dosagem estável.
O tratamento deve ser continuado enquanto forem observados benefícios clínicos. A manutenção da condição
clínica ou a diminuição do crescimento de lesões metastáticas podem ser consideradas como benefícios
clínicos, se a sua ocorrência puder ser claramente demonstrada.
Se não forem observados benefícios clínicos após três meses da dose máxima tolerada, o caso geralmente é
considerado falha clínica. Entretanto, 10% dos pacientes que demonstraram uma resposta mensurável
necessitaram de mais de três meses da dose máxima tolerada. O diagnóstico precoce e a pronta instituição de
tratamento aumentam a probabilidade de uma resposta clínica positiva. A eficácia clínica pode ser
demonstrada pela redução dos sinais e sintomas devidos à produção excessiva de esteroides.
Alguns pacientes têm sido tratados de forma intermitente, sendo o tratamento retomado quando do
reaparecimento de sintomas graves. Os pacientes frequentemente deixam de responder após o terceiro ou
quarto ciclo de tratamento. A experiência acumulada até hoje sugere que a melhor terapia é o tratamento
contínuo com a máxima dosagem possível do LISODREN.
Pacientes pediátricos:
A segurança e a eficácia em pacientes pediátricos não foram estabelecidas. A posologia de LISODREN para
pacientes pediátricos não foi devidamente caracterizada.
Devem ser considerados os procedimentos de manipulação e descarte adequados de medicamentos
antineoplásicos. Já foram publicados vários guias sobre este assunto.
Não existe um acordo geral que institua que todos os procedimentos recomendados nos guias sejam
necessários ou apropriados.
Para minimizar o risco de exposição dermatológica, sempre utilizar luvas impermeáveis para manipular
frascos contendo LISODREN. Isto inclui todas as atividades de manuseio em clínicas, farmácias, estoques e
em situação de cuidado domiciliar, incluindo a abertura da embalagem e inspeção, transporte e preparação da
dose e administração.
Os comprimidos de LISODREN não devem ser esmagados. Deve ser evitada a exposição de pessoas a
comprimidos esmagados e/ou quebrados. Se o contato com comprimidos esmagados e/ou quebrados ocorrer,
lave a área exposta imediatamente.
As reações adversas são apresentadas por classes de sistemas de órgãos e frequência, utilizando as seguintes
categorias de frequência: muito comum ( 1/10), comum ( 1/100, <1/10), incomum ( 1 / 1000, <1/100), raro
( 1/10000, <1/1000), muito raro (<1/10000) e desconhecido (não pode ser estimada a partir dos dados
disponíveis). Esta tabela foi elaborada de acordo com as recomendações dos Grupos de Trabalho CIOMS III e
V e guias da Comissão Europeia sobre Resumo das Características do Medicamento.
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Classe de Sistemas de Órgãos Frequência Termo MedDRA
Distúrbios do sangue e do sistema
linfático
desconhecidaa
leucopenia
Distúrbios endócrinos desconhecidaa retardo do crescimento, hipotireoidismo,
distúrbio da tiróide
muito comum depressão
estado confusional
muito comum letargia, sonolência, tontura, vertigem
desconhecidaa distúrbios neuropsicológicos, disartria, dor
de cabeça, ataxia, deficiência mental
comum
visão turva, diplopia, opacidade do
cristalino, retinopatia tóxica
maculopatia
Distúrbios Vasculares comum
hipertensão, hipotensão ortostática e
rubor
Distúrbios gastrintestinais muito comum anorexia, náusea ou vômito, diarreia
Distúrbios hepatobiliares desconhecidaa
hepatite, aumento das enzimas hepáticas
Distúrbios da pele e tecido
subcutâneo
muito comum rash cutâneo
Distúrbios renais e urinários comum
hematúria, cistite hemorrágica e
albuminúria
Distúrbios do sistema reprodutivo e
da mama
ginecomastia
dor generalizada, hiperpirexia, diminuição
de iodo ligado à proteína (PBI)
astenia
Investigações desconhecidaa
tempo de sangramento prolongado,
aumento de fosfatase alcalina no sangue,
aumento da gama-glutamil transferase,
ácido úrico sanguíneo diminuído, colesterol
sanguíneo aumentado, aumento da
trigliceridemia.
Distúrbios psiquiátricos
Distúrbios do sistema nervoso
Distúrbios oculares
Distúrbios gerais e condições no
local de administração
a
Reações Adversas identificadas durante a utilização pós-aprovação de LISODREN. Como os relatos são
voluntários e de uma população de tamanho desconhecido, uma estimativa da frequência não pôde ser feita.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.