Bula do Medtrim produzido pelo laboratorio Medquimica Indústria Farmacêutica S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
MEDTRIM®
sulfametoxazol + trimetropina
MEDQUÍMICA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA S.A.
suspensão oral
200mg + 40 mg/5 mL
sulfametoxazol + trimetoprima
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nome Genérico:
sulfametoxazol (SMZ) – trimetoprima (TMP).
Agente quimioterápico com duplo mecanismo de ação e propriedades bactericidas.
Antibacteriano para uso sistêmico.
Forma Farmacêutica e Apresentações:
Suspensão oral de 200mg + 40 mg/5 mL em frasco de vidro de 100 mL + 1 copo-medida.
Suspensão oral de 200mg + 40 mg/5 mL em frasco de plástico de 100 mL + 1 copo-medida.
Suspensão oral de 200mg + 40 mg/5 mL em embalagem hospitalar contendo 80 frascos de vidro 50 mL +
80 copos-medida.
Suspensão oral de 200mg + 40 mg/5 mL em embalagem hospitalar contendo 80 frascos de plástico 50 mL
+ 80 copos-medida.
Suspensão oral de 200mg + 40 mg/5 mL em embalagem hospitalar contendo 50 frascos de vidro 100 mL
+ 50 copos-medida.
Suspensão oral de 200mg + 40 mg/5 mL em embalagem hospitalar contendo 50 frascos de plástico 100
mL + 50 copos-medida.
VIA ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO A PARTIR DE 6 SEMANAS DE VIDA
Composição:
Cada 5 mL contém 200 mg de sulfametoxazol e 40 mg de trimetoprima
Veículos: (álcool etílico, ciclamato de sódio, sorbitol, celulose microcristalina, carmelose sódica, aroma
artificial, metilparabeno, propilparabeno, sacarina sódica, polissorbato 80, dióxido de silício e água
purificada).
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Medtrim®
somente deve ser usado quando o benefício do tratamento superar qualquer risco possível;
considerações devem ser feitas quanto ao agente bacteriano efetivo. Como a suscetibilidade da bactéria in
vitro varia geograficamente e com o tempo, a situação local deve ser considerada quando se seleciona
uma antibioticoterapia.
(suspensões)
Este medicamento é indicado para o tratamento das infecções causadas por microrganismos sensíveis à
associação trimetoprima + sulfametoxazol, tais como:
- infecções do trato respiratório e otites: exacerbações agudas de quadros crônicos de bronquite, sinusite,
tratamento e profilaxia (primária e secundária) da pneumonia por Pnemocystis carinii em adultos e
crianças. Otite média em crianças, quando há boas razões para se preferir essa combinação a um
antibiótico simples;
- infecções do trato urinário e renais: cistites agudas e crônicas, pielonefrites, uretrites, prostatites e
cancroides;
- infecções genitais em homens e mulheres, inclusive uretrite gonocócica;
- infecções gastrointestinais, incluindo febre tifoide e paratifoide, e tratamento dos portadores, cólera
(como medida conjunta à reposição de líquidos e eletrólitos), diarreia dos viajantes causada pela
Escherichia coli enterotoxicogênica, shiguellose (cepas sensíveis de Shigella flexneri e Shigella sonnei,
quando o tratamento antibacteriano for indicado);
- infecções da pele e tecidos moles: piodermite, furúnculos, abscessos e feridas infectadas;
- Outras infecções bacterianas causadas por uma grande variedade de microrganismos (tratamento
possivelmente em combinação com outros antibióticos): osteomielite aguda e crônica, brucelose aguda,
nocardiose, blastomicose sul-americana, actonomicetoma.
Infecções do trato respiratório
Exacerbação aguda de bronquite crônica e otite média em crianças, quando há evidência de sensibilidade
ao SMZ-TMP e uma boa razão para preferir essa combinação a um antibiótico simples nas duas
indicações.
Tratamento e profilaxia (primária e secundária) da Pneumonia por Pnemocystis carinii em adultos e
crianças.
Infecções do trato urogenital
Infecções do trato urinário, uretrites gonocóccicas e cancroide.
Infecções do trato gastrointestinal
Febre tifoide e paratifoide, shigelose (cepas susceptíveis de Shigela flexneri e Shigela sonnei, quando a
terapia antibacteriana é indicada) diarreia dos viajantes causada por Escherichia coli enterotoxigênica e
cólera (como medida conjunta à reposição de líquidos e eletrólitos).
Outras infecções bacterianas
Infecções causadas por uma ampla variedade de organismos (possivelmente tratamento em combinação
com outros antibióticos), por exemplo, brucelose, osteomielite aguda e crônica, nocardiose,
actinomicetoma, blastomicose sul-americana e septicemia.
Medtrim®
mostra-se eficaz no tratamento de inúmeras infecções. Nas infecções respiratórias superiores e
inferiores, em crianças e adultos, com eficácia comparável à eritromicina e amoxicilina (Bottone et al.,
1982; Davies et al.,1983).
Na otite média aguda sua eficácia é similar à amoxicilina, cefaclor e ceftriaxona (Feldman et al., 1988;
Blumer et al., 1984; Shurin et al., 1980; Barnett et al., 1997), e é opção nas infecções causadas por H.
influenzae resistente à ampicilina ou em pacientes com hipersensibilidade à penicilina (Shurin et al.,
1980). Pode ser usado na profilaxia da otite média recorrente e otite média crônica (Gaskins et al., 1982;
Krause et al., 1982).
Na sinusite aguda, pode ser considerado agente de primeira linha (Fagnan, 1998).
No tratamento das pneumonias mostra eficácia similar ao cefadroxil, à penicilina G procaína e cefalexina
(Phadtare & Rangnekar, 1988; Castro, 1986; Keeley et al.,1990) e pode ser uma opção em casos leves a
moderados; contudo, deve-se sempre considerar a resistência local (Nierdman et al., 1993). Também se
mostra eficaz na bronquite crônica agudizada (Pines et al., 1969).
é considerado medicamento de escolha na profilaxia e no tratamento da pneumonia por P.
carinii em adultos e crianças HIV positivo (Anon, 1992; Schneider et al., 1992). Nesses pacientes, seu
uso mostra-se também eficaz na profilaxia primária da toxoplasmose cerebral (Carr et al., 1992).
Nas infecções agudas, não complicadas, do trato urinário inferior, Medtrim®
tem eficácia similar ao
ofloxacino e ciprofloxacino no tratamento com duração de três dias (McCarty et al., 1999), similar ao
norfloxacino e nitrofurantoína em estudos que avaliaram o tratamento por sete dias (Anon,1987; Spencer
et al., 1994) e, similar ao ciprofloxacino, no tratamento por dez dias (Henry et al., 1986). Também é
efetivo na profilaxia de infecções recorrentes do trato urinário (Anon, 1987; Stamm et al., 1980). No
tratamento da pielonefrite aguda não complicada, Medtrim®
tem eficácia similar ao cefaclor e à
ofloxacina (Trager et al., 1980; Cox et al., 1986) e, quando usado em associação com gentamicina,
apresenta menor resistência antimicrobiana significativa, quando comparada à associação ampicilina com
gentamicina, além de oferecer menor custo (Johnson et al., 1991).
Nas prostatites agudas e crônicas, mostra-se eficaz devido à sua alta concentração no tecido prostático
(Lipsky et al., 1999).
demonstrou ser tão eficaz quanto à estreptomicina e, provavelmente, superior à tetraciclina no
tratamento do cancroide (Fitzpatrick et al., 1981). Na uretrite gonocócica e não gonocócica (por
clamídias) é um tratamento alternativo. Verifica-se a eliminação do gonococo em dois dias de tratamento
e da clamídia em cinco a dez dias de tratamento com Medtrim®
(Tavares W, 1996).
é efetivo no tratamento das infecções gastrointestinais por Salmonella, Shigella e E. coli
enteropatogênica (Ansdell et al., 1999; Du Pont et al., 1993; Thisyakorn & Mansuwan, 1992). Na diarreia
dos viajantes, estudos mostram eficácia similar ao ciprofloxacino, com o tratamento de cinco dias
(Ericson et al., 1987).
Em adultos, Medtrim®
, por sete dias, mostrou-se tão eficaz quanto à amoxicilina/ácido clavulânico em
infecções de pele e do subcutâneo (Davies et al., 1983).
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Farmacodinâmica
Medtrim®
contém dois componentes ativos, sulfametoxazol e trimetoprima, agindo sinergicamente pelo
bloqueio sequencial de duas enzimas que catalisam estágios sucessivos da biossíntese do ácido folínico
no microrganismo. Esse mecanismo habitualmente resulta em atividade bactericida in vitro em
concentrações nas quais as substâncias individualmente são apenas bacteriostáticas. Adicionalmente,
é frequentemente eficaz contra organismos que são resistentes a um dos seus dois
componentes. Devido ao seu mecanismo de ação, o risco de resistência bacteriana é minimizado.
O efeito antibacteriano de Medtrim®
in vitro atinge um amplo espectro de microrganismos patogênicos
gram-positivos e gram-negativos, embora a sensibilidade possa depender da área geográfica em que é
utilizado.
Microrganismos geralmente sensíveis (CIM = concentração inibitória mínima < 80 mg/L)* :
* Equivalente ao SMZ.
Cocos: Branhamella catarrhalis.
Bacilos gram-negativos: Haemophilus influenzae (betalactamase positivo, betalactamase negativo),
Haemophilus parainfluenzae, E. coli, Citrobacter freundii, Citrobacter spp., Klebsiella oxytoca,
Klebsiella pneumoniae, outras Klebsiella spp., Enterobacter cloacae, Enterobacter aerogenes, Hafnia
alvei, Serratia marcescens, Serratia liquefaciens, outras Serratia spp., Proteus mirabilis, Proteus
vulgaris, Morganella morganii, Shigella spp., Yersinia enterocolitica, outras Yersinia spp., Vibrio
cholerae.
Outros diversos bacilos gram-negativos: Edwardsiella tarda, Alcaligenes faecalis, Pseudomonas
cepacia, Burkholderia (Pseudomonas) pseudomallei.
Com base em experiência clínica, os seguintes microrganismos devem também ser considerados
como sensíveis: Brucella, Listeria monocytogenes, Nocardia asteroides, Pneumocystis carinii,
Cyclospora cayetanensis.
Microrganismos parcialmente sensíveis (CIM = 80 – 160 mg/L)*:
Cocos: Staphylococcus aureus (meticilina sensíveis e meticilina resistentes), Staphylococcus spp.
(coagulase negativo), Streptococcus pneumoniae (penicilina sensíveis, penicilina resistentes),
Bacilos gram-negativos: Haemophilus ducreyi, Providencia rettgeri, outras Providencia spp.,
Salmonella typhi, Salmonella-enteritidis Stenotrophomonas maltophilia (anteriormente denominado
Xanthomonas maltophilia).
Outros diversos bastonetes gram-negativos: Acinetobacter lwoffi, Acinetobacter anitratus
(principalmente A. baumanii), Aeromonas hydrophila.
Microrganismos resistentes (CIM > 160 mg/L)*:
Mycoplasma spp., Mycobacterium tuberculosis, Treponema pallidum.
A prevalência local de resistência a Medtrim®
entre as bactérias pertinentes à infecção tratada deve ser
conhecida quando Medtrim®
é prescrito em bases empíricas.
Para excluir resistência, especialmente em infecções com probabilidade de serem causadas por um
patógeno parcialmente sensível, o isolado deve ser testado para sensibilidade.
A sensibilidade a Medtrim®
pode ser determinada por métodos padronizados, tais como os testes de disco
ou de diluição recomendados pelo National Comittee for Clinical Laboratory Standards – NCCLS.
Os seguintes critérios para sensibilidade recomendados pelo NCCLS são disponibilizados na tabela
abaixo:
Tabela 1. Critérios para sensibilidade recomendados pelo NCCLS
Teste de disco* Teste de diluição**
Diâmetro da zona de inibição (mm) CIM µ(g/mL)
TMP SMZ
Sensível ≥16 ≤ 2 ≤38
Parcialmente sensível 11 - 15 4 76
Resistente ≤10 ≥8 ≥152
* Disco: 1,25 mg TMP (trimetoprima) e 23,75 mg SMZ (sulfametoxazol).
** TMP (trimetoprima) e SMZ (sulfametoxazol) em uma proporção de 1 para 19.
Farmacocinética
As propriedades farmacocinéticas da trimetoprima (TMP) e do sulfametoxazol (SMZ) são muito
semelhantes.
Absorção
Após administração oral, a TMP e o SMZ são rapidamente e quase completamente absorvidos na porção
superior do trato gastrointestinal. Após dose única de 160 mg de TMP + 800 mg de SMZ, são obtidas
concentrações plasmáticas máximas de 1,5 – 3 mg/mL para TMP e 40 – 80 mg/mL para SMZ, dentro de
uma a quatro horas. Se a administração for repetida a cada 12 horas, as concentrações plasmáticas no
estado de equilíbrio, atingidas em dois ou três dias, variam entre 1,3 e 2,8 mg/mL para o TMP e entre 32 e
63 mg/mL para o SMZ.
Distribuição
O volume de distribuição da TMP é cerca de 130 litros e do SMZ é cerca de 20 litros, sendo que 45% de
TMP e 66% de SMZ estão ligadas às proteínas plasmáticas.
O TMP em relação ao SMZ penetra melhor em tecido prostático não inflamado, fluido seminal, fluido
vaginal, saliva, tecido pulmonar normal inflamado e fluido biliar; a penetração no liquor e humor aquoso
é similar para ambos componentes.
Grandes quantidades de TMP e pequenas quantidades de SMZ passam da corrente sanguínea para os
líquidos intersticiais e para outros líquidos orgânicos extravasculares. Entretanto, em associação, as
concentrações de TMP e SMZ são superiores às concentrações inibitórias mínimas (CIM) para a maioria
dos microrganismos suscetíveis.
Em seres humanos, TMP e SMZ são detectados nos tecidos fetais (placenta, fígado, pulmão), no sangue
do cordão umbilical e líquido amniótico, indicando a transferência placentária dos dois fármacos. Em
geral, concentrações fetais de TMP são similares às concentrações maternas, e as de SMZ do feto,
menores que as da mãe.
Tanto TMP quando SMZ são excretados pelo leite materno. Concentrações no leite materno são similares
à concentração do plasma materno para TMP e mais baixas para SMZ.
Metabolismo
Aproximadamente 50 – 70% da dose de TMP e 10 – 30% da dose de SMZ são excretados inalterados na
urina.
Os principais metabólitos de TMP são os derivados óxidos 1 e 3 e hidroxi 3' e 4'; alguns metabólitos são
microbiologicamente ativos. A SMZ é metabolizada no fígado, predominantemente por acetilação N4, e,
em uma menor extensão, por conjugação glicuronídica; seus metabólitos são inativos.
Eliminação
As meias-vidas dos dois componentes são muito semelhantes (em média de dez horas para TMP e onze
horas para SMZ).
Os dois fármacos, assim como seus metabólitos, são eliminados quase exclusivamente por via renal por
meio de filtração glomerular e secreção tubular, o que determina concentrações urinárias das substâncias
ativas consideravelmente mais altas que as concentrações no sangue. Apenas uma pequena parte dos
fármacos é eliminada por via fecal.
Farmacocinética em condições clínicas especiais
As meias-vidas de TMP e SMZ não são significativamente alteradas nos pacientes idosos com função
renal normal. Em pacientes com comprometimento da função renal (clearance de creatinina de 15 – 30
mL/min.), as meias-vidas dos dois componentes podem estar aumentadas, exigindo ajustes dos regimes
de doses.
Medtrim®
está contraindicado nos casos de lesões graves do parênquima hepático e em pacientes com
insuficiência renal grave quando não se pode determinar regularmente a concentração plasmática.
Da mesma forma, Medtrim®
está contraindicado aos pacientes com história de hipersensibilidade à
sulfonamida ou trimetoprima ou a qualquer um dos componentes da formulação.
não deve ser utilizado em combinação com dofetilida (vide item Interações medicamentosas).
Este medicamento é contraindicado para uso por prematuros e recém-nascidos durante as
primeiras seis semanas de vida.
O tratamento deve ser descontinuado imediatamente ao primeiro sinal de aparecimento de rash cutâneo
ou qualquer outra reação adversa grave.
Medtrim®
deve ser administrado com cautela em pacientes com história de alergia e asma brônquica.
Existe maior risco de reações adversas graves em pacientes idosos ou em pacientes que apresentem as
seguintes condições: insuficiência hepática, insuficiência renal ou uso concomitante de outros fármacos
(nesse caso, o risco pode ser relacionado à dosagem ou duração do tratamento). Embora raro, já foi
descrito caso fatal relacionado com reações graves, tais como: discrasias sanguíneas, eritema exsudativo
multiforme (síndrome de Stevens-Johnson), necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell), erupção
cutânea medicamentosa com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS) e necrose hepática fulminante.
Para diminuir o risco de reações indesejáveis, a duração do tratamento com Medtrim®
deve ser a menor
possível, especialmente em pacientes idosos. Em caso de comprometimento renal, a dose deve ser
ajustada.
Pacientes em uso prolongado de Medtrim®
devem fazer controle regular de hemograma. Caso surja
redução significativa de qualquer elemento figurado do sangue, o tratamento com Medtrim®
deve ser
suspenso.
A não ser em casos excepcionais, Medtrim®
não deve ser administrado a pacientes com alterações
hematológicas graves.
Foram relatados casos de pancitopenia em pacientes que receberam a combinação trimetoprima com
metotrexato (vide item Interações medicamentosas).
Nos pacientes idosos ou em pacientes com história de deficiência de ácido fólico ou insuficiência renal,
podem ocorrer alterações hematológicas indicativas de deficiência de ácido fólico. Essas alterações são
reversíveis administrando-se ácido folínico.
devem fazer exame de urina e avaliação da função renal (em
particular, pacientes com insuficiência renal) regularmente. É necessário o monitoramento da ingestão
adequada de líquidos e diurese, durante o tratamento, para evitar cristalúria.
Devido à possibilidade de hemólise, Medtrim®
não deve ser administrado a pacientes portadores de
deficiênciade G6PD (desidrogenase de glicose-6-fosfato), a não ser em casos de absoluta necessidade e
em doses mínimas.
Notou-se que o TMP prejudica o metabolismo da fenilalanina, mas isso não é significativo em pacientes
fenilcetonúricos com restrição dietética apropriada.
Como com todos os fármacos com sulfonamidas, é aconselhável ter cuidado com pacientes com porfiria
ou disfunção da tireoide. Pacientes que são acetiladores lentos podem ser mais suscetíveis a reações
idiossincráticas às sulfonamidas.
Gravidez e lactação.
Categoria de risco na gravidez: C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Com base em relatórios de estudos incluindo gestantes, revisão de literatura e relatórios espontâneos de
malformações, o uso de Medtrim®
parece não apresentar risco de teratogenicidade em seres humanos.
Em animais de laboratório, doses muito elevadas de TMP e SMZ produziram malformações fetais típicas
de antagonismo de ácido fólico.
Uma vez que tanto TMP como SMZ atravessam a barreira placentária e podem, portanto, interferir no
metabolismo do ácido fólico, Medtrim®
somente deverá ser utilizado durante a gravidez se os possíveis
riscos para o feto justificarem os benefícios terapêuticos esperados. Recomenda-se que toda gestante em
tratamento com Medtrim®
receba concomitantemente 5 a 10 mg de ácido fólico diariamente. Deve-se
evitar o uso de Medtrim®
durante o último estágio da gravidez, tanto quanto possível, devido ao risco de
kernicterus no neonato.
Tanto TMP como SMZ são excretados no leite materno. Embora a quantidade ingerida pelo lactente seja
pequena, possíveis riscos para o lactente (kernicterus, hipersensibilidade) devem ser ponderados frente
aos benefícios terapêuticos esperados para a mãe.
Atenção: Medtrim®
suspensão (5mL) de 200 mg + 40 mg contém açúcar, portanto, deve ser usado
com cautela em portadores de diabetes.
Até o momento, não há informações de que Medtrim®
Diuréticos: aumento da incidência de trombocitopenia com púrpura foi observado em pacientes idosos
recebendo concomitantemente certos diuréticos, principalmente tiazídicos.
Digoxina: níveis sanguíneos elevados de digoxina podem ocorrer com terapia concomitante com
Medtrim®
, especialmente em pacientes idosos. Níveis séricos de digoxina devem ser monitorados.
Varfarina: foi descrito que Medtrim®
pode aumentar significativamente o efeito antitrombótico do
anticoagulante varfarina. Essa interação deve ser considerada quando Medtrim®
é administrado a
pacientes já sob terapêutica anticoagulante. Em tais casos, o tempo de coagulação deve ser novamente
determinado
Fenitoína: Medtrim®
pode inibir o metabolismo hepático da fenitoína. Um aumento de 39% na meia-vida
da fenitoína e 27% de diminuição na taxa de clearance metabólico da fenitoína foram observados,
seguindo a administração de Medtrim®
sob dosagens clínicas normais. Se os dois fármacos forem
administrados simultaneamente, é importante observar a toxicidade da fenitoína.
Ciclosporina: deterioração reversível da função renal, evidenciada por aumento da creatinina sérica, foi
observada em pacientes tratados com TMP-SMZ e ciclosporina após transplante renal. Esse efeito
combinado é provavelmente devido ao componente trimetoprima. Uma diminuição reversível no
clearance de creatinina foi observada em pacientes com função renal normal. Isso é provavelmente
causado por uma inibição reversível da secreção tubular da creatinina.
Antidepressivos: a eficácia dos antidepressivos tricíclicos pode diminuir quando coadministrados com
.
Metotrexato: as sulfonamidas, incluindo SMZ, podem competir com a ligação proteica e também com o
transporte renal de metotrexato, aumentando, portanto, a fração do metotrexato livre e sua exposição
sistêmica.
Foram relatados casos de pancitopenia em pacientes tratados com a combinação de trimetoprima com
metotrexato (vide item Advertências e precauções). A trimetoprima apresenta baixa afinidade para a
deidrofolato-redutase humana, mas pode aumentar a toxicidade do metotrexato, levando à possibilidade
de interações adversas hematológicas relacionadas ao medicamento metotrexato, especialmente na
presença de outros fatores de risco, tais como idade avançada, hipoalbuminemia, insuficiência renal e
reserva da medula óssea diminuída. Tais reações adversas podem ocorrer especialmente com metotrexato
administrado em doses elevadas. Recomenda-se tratar esses pacientes com ácido fólico, para
contrabalançar os efeitos sobre a hematopoiese.
Pirimetamina: relatos ocasionais sugerem que os pacientes recebendo pirimetamina, como na profilaxia
da malária, em doses excedendo 25 mg semanalmente podem desenvolver anemia megaloblástica, se
for prescrito concomitantemente.
Hipoglicemiantes orais: Medtrim®
, assim como outras sulfonamidas, potencializa o efeito dos
hipoglicemiantes orais.
Indometacina: aumento de níveis sanguíneos de SMZ pode ocorrer em pacientes que estão também
recebendo indometacina.
Amantadina: delírio tóxico tem sido relatado após ingestão concomitante de SMZ-TMP e amantadina.
Há evidências de que trimetoprima pode interagir com dofetilida pela inibição de seu sistema de
transporte renal. Trimetoprima 160 mg em combinação com sulfametoxazol 800 mg, duas vezes ao dia,
coadministrado com dofetilida 500 µg, duas vezes ao dia, durante quatro dias, resultou em um aumento
na área sob a curva concentração-tempo (ASC) de dofetilida em 103% e um aumento de 93% na
concentração plasmática máxima (Cmax). Dofetilida pode causar arritmias ventriculares sérias associadas
com prolongamento do intervalo QT, incluindo torsades de pointes, que são diretamente relacionadas
com a concentração plasmática de dofetilida.
Portanto, a administração concomitante de dofetilida e trimetoprima é contraindicada.
Influência em métodos diagnósticos
, especialmente o componente trimetoprima, pode interferir na determinação sérica do
metotrexato, utilizando a técnica de ligação proteica competitiva, quando a diidrofolato redutase
bacteriana for utilizada como proteína de ligação. Não ocorre nenhuma interferência, entretanto, se o
metotrexato for dosado por radioimunoensaio. A presença de TMP e SMZ também pode interferir na
reação de picrato alacalino de Jaffé, usada na determinação de creatinina, resultando em aumento dos
valores normais em cerca de 10%.
7- CUIDADOS DE ARMAZENAGEM
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC). Proteger da luz e umidade.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem original.
Aspecto Físico:
Suspensão uniforme, de coloração branca, com odor de framboesa, isenta de material estranho.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Medtrim®
suspensões:
As doses de Medtrim®
devem ser administradas por via oral, pela manhã e à noite, de preferência após
uma refeição, e com quantidade suficiente de líquido.
Os frascos das suspensões de Medtrim®
devem ser agitados antes da administração.
Posologia
Posologia padrão
Adultos e crianças acima de 12 anos:
Dose habitual: 20 mL de Medtrim®
suspensão a cada 12 horas.
Dose mínima e dose para tratamento prolongado (mais de 14 dias): 10 mL de Medtrim®
suspensão a
cada 12 horas.
Dose máxima (casos especialmente graves): 30 mL de Medtrim®
Crianças abaixo de 12 anos:
Os esquemas abaixo para crianças são aproximadamente equivalentes à dose diária de 6 mg de
trimetoprima e 30 mg sulfametoxazol por kg de peso.
Para infecções graves, a dose apresentada para crianças pode aumentar em até 50%.
Tabela 2. Dose normal para crianças abaixo de 12 anos de idade
Idade Dose da suspensão a cada 12 horas
Suspensão
6 semanas a
5 meses
2,5 mL
6 meses a 5 anos 5 mL
6 anos a 12 anos 10 mL
Duração do tratamento
Em infecções agudas, Medtrim®
deve ser administrado por pelo menos cinco dias, ou até que o paciente
esteja assintomático por pelo menos dois dias. Se a melhora clínica não for evidente após sete dias de
tratamento, o paciente deve ser reavaliado.
Posologias especiais
a. Pacientes em hemodiálise: após administração da dosagem normal, doses de 1/2 ou 1/3 da dosagem
original devem ser administradas a cada 24 – 48 horas.
b. Pneumonia por Pneumocystis carinii: Recomenda-se até 20 mg/kg de trimetoprima e 100 mg/kg de
sulfametoxazol nas 24 horas (doses iguais, fracionadas a cada seis horas), durante 14 dias.
A tabela seguinte fornece a orientação relativa ao limite superior de dosagem, por peso corpóreo, para
pacientes com pneumonia causada pelo Pneumocystis carinii.
Tabela 3. Orientação relativa ao limite superior de dose para pacientes com pneumonia causada
pelo Pneumocystis carinii
Peso corporal Dose – a cada 6 horas
Kg Suspensão
medidas (mL)
8 1 (5 mL)
16 2 (10 mL)
24 3 (15 mL)
32 4 (20 mL)
40 5 (25 mL)
48 6 (30 mL)
64 8 (40 mL)
80 10 (50 mL)
Crianças – profilaxia de pneumonia causada por Pneumocystis carinii.
Para crianças a dose recomendada é de 150 mg/m2
/dia TMP com 750 mg/m2
/dia SMZ administrados por
via oral em doses iguais divididas em duas vezes, durante 3 dias consecutivos por semana. A dose diária
total não deve exceder 320 mg/dia TMP e 1600 mg SMZ.
A tabela seguinte fornece orientação relativa à dosagem recomendada de acordo com a superfície
corpórea, em crianças, para a profilaxia da pneumonia causada por Pneumocystis carinii:
Tabela 4. Orientação relativa à dose recomendada para crianças para a profilaxia da pneumonia
causada por Pneumocystis carinii
Superfície corporal Dose – a cada 12 horas
m2
Medidas
da supensão
0,26 1/2 (2,5 mL)
0,53 1 (5mL)
1,06 2 (10 mL)
c. Pacientes com insuficiência renal
A tabela a seguir apresenta o esquema de dose recomendada para pacientes com insuficiência renal.
Tabela 5. Dose recomendada para pacientes com insuficiência renal
Clearance de creatinina Esquema posológico recomendado
acima de 30 mL/min dose padrão
15 – 30 mL/min metade da dose padrão
menos de 15 mL/min não é recomendável o uso de Medtrim®
d. Pacientes idosos: pacientes idosos com função renal normal devem receber as mesmas doses que um
adulto mais jovem.
a. Pacientes com pneumonia por Pneumocystis carinii
A dose recomendada para pacientes com pneumonia por P. carinii é de até 20 mg/kg de TMP e 100
mg/kg de SMZ nas 24 horas, dadas em doses iguais e fracionadas a cada seis horas, durante 14 dias.
b. Pacientes com insuficiência renal
A tabela abaixo apresenta o esquema de dose recomendada para pacientes com insuficiência renal.
Tabela 6. Dose recomendada para crianças com insuficiência renal
Acima de 30 mL/min Posologia padrão
15 – 30 mL/min metade da posologia padrão
c. Pacientes com nocardiose: a dose diária recomendada para pacientes adultos com nocardiose é de
480 – 640 mg TMP e 2.400 – 3.200 mg SMZ por pelo menos três meses. Essa dose requer ajustes de
acordo com a idade do paciente, o peso e função renal, bem como a gravidade da doença. Foi relatada a
duração de tratamento de 18 meses.
Nas doses recomendadas, Medtrim®
é geralmente bem tolerado. Os efeitos colaterais mais comuns são os
rashes cutâneos e os distúrbios gastrointestinais.
As categorias utilizadas como padrões de frequência são as seguintes:
Muito comum ≥ 1/10; comum ≥ 1/100 e ‹ 1/10; incomum ≥ 1/1.000 e ‹ 1/100; raro ≥ 1/10.000 e ‹
1/1.000 e muito raro ‹ 1/10.000.
Efeitos adversos relatados nos pacientes tratados com trimetoprima + sulfametoxazol
– Infecções e infestações
Muito raro: infecções fúngicas, como candidíase, têm sido relatadas.
– Desordens hematológicas e do sistema linfático
Raro: a maioria das alterações hematológicas observadas tem sido discreta, assintomática e reversível
com a suspensão da medicação. As alterações mais comumente observadas foram leucopenia, neutropenia
e trombocitopenia.
Muito raro: agranulocitose, anemia (megaloblástica, hemolítica/autoimune, aplástica), meta-
hemoglobinemia, pancitopenia ou púrpura.
– Desordens do sistema imune
Muito raro: assim como qualquer outra droga, reações alérgicas podem ocorrer em pacientes que são
hipersensíveis aos componentes da medicação: por exemplo, febre, edema angioneurótico, reações
anafilactoides, reações de hipersensibilidade e doença do soro. Infiltrados pulmonares, tais como ocorrem
em alveolite alérgica ou eosinofílica, tem sido relatados. Elas podem se manifestar por meio de sintomas,
como tosse ou respiração ofegante. Se tais sintomas aparecerem ou, inexplicavelmente, piorarem, o
paciente deve ser reavaliado e a descontinuação da terapia com Medtrim®
ser considerada.
Casos de periarterite nodosa e miocardite alérgica têm sido relatados.
– Desordens metabólicas e nutricionais
Muito raro: altas doses de TMP, como as usadas em pacientes com pneumonia por Pneumocystis carinii,
induzem um progressivo, mas reversível, aumento de concentração de potássio sérico em um número
substancial de pacientes. Mesmo doses recomendadas de TMP podem causar hipercalemia quando
administradas a pacientes com doenças subjacentes de metabolismo do potássio, insuficiência renal ou
que estejam recebendo drogas que induzem à hipercalemia. É necessário monitoramento rigoroso do
potássio sérico nesses pacientes. Casos de hiponatremia foram relatados. Casos de hipoglicemia em
pacientes não diabéticos tratados com SMZ-TMP têm sido relatados, geralmente, após poucos dias de
tratamento.
Pacientes com redução da função renal, doença hepática, desnutrição ou recebendo altas doses de SMZ-
TMP estão especialmente sob risco.
– Desordens psiquiátricas
Muito raro: casos isolados de alucinações têm sido relatados.
– Desordens do sistema nervoso
Muito raro: neuropatia (incluindo neurite periférica e parestesia), uveíte. Meningite asséptica ou sintomas
semelhantes à meningite, ataxia, convulsões, vertigem e tinido foram relatados.
– Efeitos colaterais gastrintestinais
Comum: náusea (com ou sem vômito).
Raro: estomatite, glossite e diarreia.
Muito raro: enterocolite pseudomembranosa.
Casos de pancreatite aguda têm sido relatados, sendo que vários desses pacientes tinham doenças graves,
incluindo pacientes portadores de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
– Desordens hepatobiliares
Muito raro: necrose hepática, hepatite, coléstase, elevação de bilirrubinas e transaminases e casos isolados
de síndrome de desaparecimento do ducto biliar têm sido relatados.
– Desordens cutâneas e subcutâneas
Comum: múltiplas reações na pele têm sido relatadas, as quais são geralmente leves e rapidamente
reversíveis após suspensão da medicação.
Muito raro: como ocorre com muitas outras drogas que contêm sulfonamidas, o uso de Medtrim®
tem, em
raros casos, sido relacionado à fotossensibilidade, eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson e
necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell), erupção cutânea medicamentosa com eosinofilia e
sintomas sistêmicos (DRESS) e púrpura de Henoch-Schöenlein.
– Desordens do sistema musculoesquelético, do tecido conjuntivo e dos ossos
Muito raro: casos de artralgia e mialgia e casos isolados de rabdomiólise foram relatados.
– Desordens do sistema renal e urinário.
Muito raro: casos de comprometimento da função renal, nefrite intersticial, elevação da ureia e da
creatinina séricas e cristalúria foram reportados. Sulfonamidas, incluindo Medtrim®
, podem induzir o
aumento da diurese, particularmente em pacientes com edema de origem cardíaca.
Segurança de sulfametoxazol + trimetoprima em pacientes infectados pelo HIV.
Os pacientes portadores de HIV têm o espectro de possíveis eventos adversos similar ao espectro dos
pacientes não infectados. Entretanto, alguns eventos adversos podem ocorrer com frequência maior e com
quadros clínicos diferenciados.
Essas diferenças relacionam-se aos seguintes sistemas:
Muito comum: leucopenia, granulocitopenia e trombocitopenia.
Muito comum: hipernatremia.
Incomum: hiponatremia, hipoglicemia.
– Desordens gastrintestinais
Muito comum: anorexia, náusea com ou sem vômito, diarreia.
Elevação de transaminases.
Muito comum: rash maculopapular, geralmente com prurido.
– Desordens em geral e condições do local de administração
Muito comum: febre, geralmente associada com erupção maculopapular.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm , ou para Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.