Bula do Microdiol produzido pelo laboratorio Schering-Plough Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
MICRODIOL®
(desogestrel + etinilestradiol)
Schering-Plough Indústria Farmacêutica Ltda.
Comprimidos
desogestrel 150 mcg + etinilestradiol 30 mcg
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
desogestrel + etinilestradiol
APRESENTAÇÕES
comprimidos de
- desogestrel 150 mcg + etinilestradiol 30 mcg em embalagem com 21 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
150 mcg + 30 mcg:
desogestrel..................................... 150 mcg
etinilestradiol................................. 30 mcg
Excipientes: amido, povidona, ácido esteárico, dióxido de silício, racealfatocoferol, estearato de magnésio e lactose.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. INDICAÇÃO
Anticoncepção.
Em seis estudos multicêntricos que avaliaram a eficácia de MICRODIOL®
, foi investigado um total de 4.214 mulheres em
43.593 ciclos.1-6
Ocorreram doze casos de gravidez, sendo que 11 deles foram atribuídos à falha pela paciente (comprimidos
esquecidos, vômitos ou diarreia) e um deles por falha do método. O índice Pearl total resultante foi de 0,36, enquanto que o
índice de gravidez especificado pela falha do método foi de 0,03.
Referências bibliográficas:
1
Scientific Development Group Release Report 3409, 1993. Ahdier H, Clemer R. An open label noncomarative safety and
efficacy study of CTR-04 with subsets for pharmacokinetics and coagulation measurements. Study 012-010.
2
Scientific Development Group Release Report 1425, 1983. Weijers MJ, Voerman J. Evaluation of a new oral contraceptive
combination containing 0.150 mg Org 2969 plus 0.030 mg ethinyloestradiol.
3
Scientific Development Group Release Report 1626, 1984. Assendorp R, Voerman J. Evaluation of a new oral contraceptive
combination containing 0.150 mg Org 2969 and 0.030 mg ethinylestradiol.
4
Scientific Development Group Release Report 3373, 1991. Ahdier H, Clemer R. An open label noncomparative safety and
efficacy study of the desogestrel containing contraceptive CTR-04. Study 012-012.
5
Scientific Development Group Release Report 3376, 1993. Chase D, Clemer R. Clinical Summary Report. An open-label
noncomparative safety and efficacy study of the desogestrel containing contraceptive CTR-04 (protocol no:012-013).
6
Study 012-002. An open-label noncomparative multicenter safety and efficacy study of a monophasic desogestrel-containing
oral contraceptive.
Propriedades farmacodinâmicas
Classificação ATC G03A A09.
O efeito contraceptivo dos anticoncepcionais hormonais combinados orais (AHCOs) é baseado na interação de vários fatores,
sendo que os mais importantes são observados sobre a inibição da ovulação e alterações da secreção cervical. Assim como a
proteção contra a gravidez, os AHCOs apresentam várias propriedades positivas as quais, juntamente com as propriedades
negativas (ver itens “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES” e “9. REAÇÕES ADVERSAS”), podem ser úteis para decidir
sobre o método de controle de natalidade. O ciclo é mais regular e a menstruação é frequentemente menos dolorosa e o
sangramento menos intenso. Isso pode resultar na diminuição da ocorrência de deficiência de ferro. Além disso, há evidência de
risco reduzido de câncer de endométrio e ovário. Por outro lado, foi demonstrado que com os AHCOs de doses mais elevadas
(50 mcg de etinilestradiol), há redução de incidência de cistos ovarianos, doença inflamatória pélvica, doença benigna de mama
e gestação ectópica. Ainda não foi confirmado se isso se aplica aos AHCOs de baixa dose.
Propriedades farmacocinéticas
desogestrel
Absorção: o desogestrel administrado por via oral é rápida e completamente absorvido e convertido em etonogestrel.
Concentrações plasmáticas máximas de aproximadamente 2 ng/mL são atingidas em cerca de 1,5 hora após ingestão de dose
única. A biodisponibilidade é de 62% a 81%.
Distribuição: o etonogestrel se liga à albumina plasmática e à globulina transportadora de hormônio sexual (SHBG). Apenas
2% a 4% das concentrações plasmáticas totais da droga estão presentes como esteroide livre e 40% a 70% são ligados
especificamente à SHBG. O aumento de SHBG induzido pelo etinilestradiol influencia a distribuição nas proteínas séricas,
causando um aumento da fração ligada à SHBG e uma diminuição da fração ligada à albumina. O volume aparente de
distribuição do desogestrel é de 1,5 L/kg.
Metabolismo: o etonogestrel é completamente metabolizado pelas vias conhecidas do metabolismo de esteroides. A taxa de
depuração metabólica do plasma é de cerca de 2 mL/min/kg. Não foi encontrada nenhuma interação com o etinilestradiol
administrado concomitantemente.
Eliminação: os níveis séricos do etonogestrel diminuem em duas fases. A fase final de eliminação é caracterizada por uma
meia-vida de aproximadamente 30 horas. O desogestrel e seus metabólitos são excretados na proporção urinária/biliar de cerca
de 6:4.
Condições no estado de equilíbrio: a farmacocinética do etonogestrel é influenciada pelos níveis de SHBG, que são
aumentados em três vezes pelo etinilestradiol. Após a ingestão diária, os níveis séricos da droga aumentam em cerca de duas a
três vezes, atingindo as condições de estado de equilíbrio durante a segunda metade do ciclo de tratamento.
etinilestradiol
Absorção: o etinilestradiol administrado por via oral é rápida e completamente absorvido. Concentrações plasmáticas máximas
de cerca de 45 pg/mL são atingidas dentro de 1 a 2 horas. A biodisponibilidade absoluta resultante da conjugação pré-sistêmica
e metabolismo de primeira passagem é de aproximadamente 60%.
Distribuição: o etinilestradiol é alta, mas não especificamente, ligado à albumina sérica (aproximadamente 98,5%) e induz um
aumento nas concentrações plasmáticas de SHBG. Foi determinado um volume de distribuição aparente de cerca de 5 L/kg.
Metabolismo: o etinilestradiol é submetido à conjugação pré-sistêmica tanto na mucosa do intestino delgado quanto no fígado.
O etinilestradiol é principalmente metabolizado pela hidroxilação aromática, mas é formada uma ampla variedade de
metabólitos hidroxilados e metilados, e estes estão presentes como metabólitos livres e conjugados com glicuronídeos e sulfato.
O índice de depuração metabólica é de cerca de 5 mL/min/kg.
Eliminação: os níveis séricos de etinilestradiol diminuem em duas fases de eliminação, sendo que a fase final é caracterizada
por uma meia-vida de aproximadamente 24 horas. A droga inalterada não é excretada; os metabólitos do etinilestradiol são
excretados na proporção urinária/biliar de 4:6. A meia-vida de excreção de metabólitos é de cerca de 1 dia.
Condições no estado de equilíbrio: as concentrações no estado de equilíbrio são atingidas após 3 a 4 dias quando os níveis
séricos da droga são maiores que 30% a 40% em comparação com a dose única.
Dados de segurança pré-clínicos
Os dados pré-clínicos não revelaram risco especial para humanos quando os AHCOs são utilizados conforme recomendado. Isso
se baseia nos estudos convencionais de toxicidade de doses repetidas, genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade
reprodutiva. Entretanto, deve-se considerar que os esteroides sexuais podem proporcionar o crescimento de determinados
tecidos e tumores dependentes de hormônios.
Os anticoncepcionais hormonais combinados orais (AHCOs) não devem ser utilizados na presença de quaisquer das condições
relacionadas a seguir. Se alguma dessas condições aparecer pela primeira vez durante o uso do AHCO, o produto deve ser
descontinuado imediatamente.
Este medicamento é contraindicado para uso por mulheres nas seguintes condições:
- Presença ou antecedentes de eventos trombóticos/tromboembólicos venosos ou arteriais (por exemplo: trombose venosa
profunda, embolia pulmonar, infarto do miocárdio) ou acidente vascular cerebral.
- Presença ou antecedentes de pródromos de trombose (por exemplo: crise isquêmica transitória, angina pectoris).
- Antecedentes de enxaqueca com sintomas neurológicos focais.
- Diabetes melito com envolvimento vascular.
- A presença de fator(es) de risco grave(s) para trombose venosa ou arterial também pode constituir uma contraindicação (ver
item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
- Pancreatite ou antecedentes de pancreatite, se associada com hipertrigliceridemia grave.
- Presença ou antecedentes de distúrbios hepáticos graves, enquanto os resultados dos testes de função hepática não retornarem
ao normal.
- Presença ou antecedentes de tumores hepáticos (benignos ou malignos).
- Conhecidos ou suspeitos tumores dependentes de esteroides sexuais (por exemplo: dos órgãos genitais ou das mamas).
- Sangramento vaginal sem diagnóstico.
- Hipersensibilidade a qualquer das substâncias ativas de MICRODIOL®
ou a quaisquer dos excipientes.
Gravidez
Este medicamento é contraindicado para uso durante a gravidez ou suspeita de gravidez.
MICRODIOL®
não é indicado durante a gravidez. Se ocorrer gravidez durante o tratamento com MICRODIOL®
, a
administração dos comprimidos deve ser interrompida. Entretanto, a maioria dos estudos epidemiológicos mostrou que não há
aumento do risco de malformações nas crianças nascidas de mães que usaram AHCOs antes da gestação, nem efeitos
teratogênicos quando o AHCO foi administrado inadvertidamente durante o início da gestação.
Se alguma das condições/fatores de risco relacionados a seguir estiverem presentes, os benefícios do uso do AHCO devem ser
avaliados contra os possíveis riscos para a mulher individualmente e discutidos com ela antes dela decidir iniciar o uso do
medicamento. Em caso de piora, exacerbação ou primeira ocorrência de alguma dessas condições ou fatores de risco, a mulher
deve contatar o seu médico. O médico, então, deve decidir se o uso do AHCO deve ser descontinuado.
Distúrbios circulatórios
Estudos epidemiológicos sugeriram uma associação entre o uso de AHCOs e um aumento do risco de doenças
tromboembólicas e trombóticas venosas ou arteriais, tais como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral,
trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Esses eventos ocorrem raramente.
O uso de qualquer AHCO é associado com um aumento do risco de tromboembolia venosa (TEV) manifestada por
trombose venosa profunda e/ou embolia pulmonar. O risco é maior durante o primeiro ano em que a mulher inicia o
uso de um AHCO.
Alguns estudos epidemiológicos sugeriram que as mulheres que utilizam AHCOs de baixa dose com progestagênios
de terceira geração, incluindo o desogestrel, apresentam um aumento de risco de tromboembolia venosa quando
comparadas com aquelas que utilizam AHCOs de baixa dose com o progestagênio levonorgestrel. Esses estudos
indicam um aumento no risco de aproximadamente duas vezes, o que poderia corresponder a um adicional de 1 a 2
casos de tromboembolia venosa por 10.000 mulheres-anos de uso. Entretanto, os dados de outros estudos não
mostraram esse aumento de 2 vezes no risco.
De modo geral, considera-se que a incidência de tromboembolia venosa em usuárias de anticoncepcionais orais de
baixas doses de estrogênios (< 0,05 mg de etinilestradiol) é de até 4 por 10.000 mulheres-anos em comparação com
0,5-3 por 10.000 mulheres-anos em não usuárias. A incidência de tromboembolia venosa que ocorre durante o uso de
AHCO é menor do que a incidência associada com a gestação (isto é, 6 por 10.000 gestantes-anos).
Há relatos extremamente raros da ocorrência de trombose em outros vasos sanguíneos em usuárias de AHCOs, como
por exemplo, veias e artérias hepáticas, mesentéricas, renais, cerebrais ou retinianas. Não há consenso a respeito da
associação da ocorrência desses eventos com o uso de AHCOs.
Os sintomas de eventos trombóticos/tromboembólicos venosos ou arteriais ou de acidente vascular cerebral podem
incluir: dor e/ou edema unilateral na perna; dor torácica intensa súbita, seja ela irradiada ou não para o braço
esquerdo; dispneia súbita; súbito início de tosse; cefaleia incomum, intensa e prolongada; perda de visão súbita
parcial ou completa; diplopia; dificuldade de fala ou afasia; vertigem; colapso com ou sem convulsão focal; fraqueza
ou insensibilidade muito acentuada afetando subitamente um dos lados ou o corpo; distúrbios motores; abdome
“agudo”.
O risco de eventos trombóticos/ tromboembólicos venosos ou arteriais ou de acidente vascular cerebral aumenta com:
aumento da idade; tabagismo (com tabagismo intenso e aumento da idade, o risco também aumenta, especialmente
em mulheres acima dos 35 anos de idade); antecedentes familiares positivos (isto é, tromboembolia venosa ou arterial
em irmãos ou pais em idade relativamente precoce). Se houver suspeita de predisposição hereditária, a mulher deve
ser encaminhada a um especialista para aconselhamento antes de decidir sobre o uso de qualquer anticoncepcional
hormonal; obesidade (índice de massa corporal acima de 30 kg/m2
); dislipoproteinemia; hipertensão; enxaqueca;
doença cardíaca valvular; fibrilação atrial; imobilização prolongada, cirurgia de grande porte, qualquer cirurgia nas
pernas ou grande trauma. Nessas situações, é recomendável descontinuar o uso do AHCO (no caso de cirurgia
eletiva, pelo menos com 4 semanas de antecedência) e não reiniciar o uso antes de duas semanas após completa
remobilização.
Não há consenso sobre o possível papel das veias varicosas e tromboflebite superficial na tromboembolia venosa.
O aumento do risco de tromboembolia no puerpério deve ser considerado (ver itens “4. CONTRAINDICAÇÕES -
Gravidez” e “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES - Lactação”).
Outras condições médicas associadas com eventos adversos circulatórios incluem diabetes melito, lúpus eritematoso
sistêmico, síndrome hemolítica urêmica, doença intestinal inflamatória crônica (colite ulcerativa ou doença de Crohn)
e anemia falciforme.
Um aumento na intensidade ou frequência de enxaqueca durante o uso de AHCO (que pode ser prodrômico de um
evento vascular cerebral) pode ser uma razão para interrupção imediata do AHCO.
Fatores bioquímicos que podem ser indicativos de predisposição hereditária ou adquirida para trombose venosa ou
arterial incluem a resistência à proteína C ativada (APC), hiperomocisteinemia, deficiência de antitrombina-III,
deficiência de proteína C, deficiência de proteína S, anticorpos antifosfolípides (anticorpos anticardiolipina, lúpus
anticoagulante).
Ao considerar a relação risco/benefício, o médico deve levar em consideração que o tratamento adequado de uma
condição pode reduzir o risco associado com trombose e que o risco associado com a gestação é maior do que o
associado com AHCOs de baixa dose (< 0,05 mg de etinilestradiol).
Tumores
O fator de risco mais importante para câncer de colo de útero é a infecção persistente pelo papilomavírus humano
(HPV). Estudos epidemiológicos indicaram que o uso prolongado de AHCOs contribui para esse aumento de risco,
mas há incertezas sobre em que extensão esse achado é atribuível a outros fatores, assim como os exames mais
frequentes do colo do útero e diferenças no comportamento sexual incluindo o uso de métodos anticonceptivos de
barreira.
A meta-análise de 54 estudos epidemiológicos relatou que há um aumento discreto do risco relativo (RR = 1,24) de
ocorrer câncer de mama diagnosticado em mulheres usuárias de AHCOs. O excesso do risco desaparece
gradativamente durante o curso de 10 anos após a descontinuação do uso do AHCO. Uma vez que o câncer de mama
é raro em mulheres abaixo de 40 anos de idade, o excesso do número de cânceres de mama diagnosticados em
usuárias atuais e recentes de AHCO é pequeno em relação ao risco global de câncer de mama. Esses estudos não
proporcionam evidência de causalidade. O padrão observado de aumento de risco pode ser devido a um diagnóstico
mais precoce do câncer de mama em usuárias de AHCO, aos efeitos biológicos dos AHCOs ou a uma combinação de
ambos. O câncer de mama diagnosticado em mulheres que usaram AHCOs tende a ser clinicamente menos avançado
do que o câncer diagnosticado em mulheres que nunca os usaram.
Foram relatados, raramente, em usuárias de AHCOs, tumores hepáticos benignos, e ainda mais raramente, tumores
hepáticos malignos. Em casos isolados, esses tumores causaram hemorragia intra-abdominal com ameaça à vida.
Quando ocorrer dor abdominal superior intensa, hepatomegalia ou sinais de hemorragia intra-abdominal em mulheres
usando AHCOs, deve-se considerar a presença de tumor hepático no diagnóstico diferencial.
Outras condições
Mulheres portadoras ou com antecedentes familiares de hipertrigliceridemia podem apresentar aumento do risco de
pancreatite ao usarem AHCOs.
Embora pequenos aumentos da pressão sanguínea tenham sido relatados em muitas mulheres usando AHCOs,
aumentos clinicamente relevantes são raros. Entretanto, se uma hipertensão sustentada clinicamente significativa se
desenvolver durante o uso de um AHCO, é prudente para o médico suspender o AHCO e tratar a hipertensão. Se for
considerado apropriado, o uso do AHCO pode ser reintroduzido se puderem ser obtidos valores normais de pressão
com o tratamento anti-hipertensivo.
A ocorrência ou deterioração das seguintes condições foi relatada tanto durante a gestação quanto no uso de AHCO,
mas a evidência de uma associação com o uso de AHCO não é conclusiva: icterícia e/ou prurido relacionado com
colestase; formação de cálculos biliares; porfiria; lúpus eritematoso sistêmico; síndrome hemolítica urêmica; coreia
de Sydenham; herpes gestacional; perda de audição relacionada à otosclerose.
Distúrbios agudos ou crônicos da função hepática podem necessitar da descontinuação do uso do AHCO até que os
exames da função hepática retornem ao normal. A recorrência de icterícia colestática que ocorreu pela primeira vez
durante a gestação ou uso prévio de esteroides sexuais obriga a descontinuar o uso dos AHCOs.
Embora os AHCOs possam apresentar efeitos sobre a resistência periférica à insulina e tolerância à glicose, não há
evidências da necessidade de alterar o esquema terapêutico em diabéticas usando AHCOs de baixas doses (contendo
< 0,05 mg de etinilestradiol). Entretanto, as diabéticas devem ser cuidadosamente monitoradas durante o tratamento
com AHCOs.
Doença de Crohn e colite ulcerativa foram associadas ao uso de AHCO.
Ocasionalmente pode ocorrer cloasma, especialmente em mulheres com antecedentes de cloasma gravídico. As
mulheres com tendência a apresentar cloasma devem evitar a exposição ao sol ou à radiação ultravioleta enquanto
estiverem sob tratamento com AHCOs.
Exames e consultas médicas
Antes de iniciar ou reinstituir o uso de MICRODIOL®
, deve-se fazer anamnese completa e exame físico voltados para as
contraindicações (ver item “4. CONTRAINDICAÇÕES”) e advertências (ver item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”)
mencionadas nesta bula. Esses procedimentos devem ser repetidos periodicamente. A avaliação médica periódica é também
importante porque as contraindicações (por exemplo, crise isquêmica transitória, etc) e fatoress de risco (por exemplo,
antecedentes familiares de trombose venosa ou arterial) podem aparecer pela primeira vez durante o uso do AHCO. A
frequência e natureza das avaliações periódicas adicionais devem se basear em normas práticas estabelecidas e adaptadas
individualmente, mas geralmente devem incluir referência especial à pressão sanguínea, órgãos pélvicos e abdominais e
citologia cervical. As mulheres devem ser advertidas de que os anticoncepcionais orais não protegem contra infecções pelo vírus
HIV (AIDS) e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Eficácia reduzida
A eficácia dos AHCOs pode ser reduzida quando, por exemplo, houver esquecimento da administração de comprimidos (ver
item “8. POSOLOGIA E MODO DE USAR - Conduta se a mulher esquecer de tomar o comprimido”); ocorrerem distúrbios
gastrintestinais (ver item “8. POSOLOGIA E MODO DE USAR - Conduta em caso de distúrbios gastrintestinais”) ou
administração concomitante com outros medicamentos (ver item “6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”).
Redução do controle do ciclo
Com todos os AHCOs, pode ocorrer sangramento irregular (spotting ou sangramento inesperado), especialmente durante os
primeiros meses de uso. Portanto, a avaliação de qualquer sangramento irregular é apenas importante após um intervalo de
adaptação de cerca de três ciclos.
Se a irregularidade dos sangramentos persistir ou ocorrer após ciclos previamente regulares, então, devem ser consideradas
causas não hormonais e medidas diagnósticas adequadas devem ser adotadas para excluir malignidade ou gestação. Essas
medidas podem incluir a curetagem.
Em algumas mulheres, o sangramento de privação pode não ocorrer durante o intervalo sem tratamento. Se o AHCO foi usado
de acordo com as instruções recomendadas (ver item “8. POSOLOGIA E MODO DE USAR”), é improvável que a mulher esteja
grávida. Entretanto, se o AHCO não foi usado adequadamente antes da primeira falha de sangramento de privação ou se
ocorrerem duas faltas de sangramento de privação seguidas, deve ser descartada a presença de gestação antes de continuar o uso
do AHCO.
Lactação
A lactação pode ser influenciada pelos AHCOs uma vez que eles podem reduzir a quantidade e alterar a composição do leite
materno. Portanto, o uso dos AHCOs geralmente não deve ser recomendado até que a lactante tenha completado o desmame.
Pequenas quantidades de esteroides contraceptivos e/ou seus metabólitos podem ser excretadas pelo leite, mas não há evidência
de que isso afete adversamente a saúde do lactente.
Pacientes idosas
MICRODIOL®
é medicamento de uso exclusivo em pacientes em idade gestacional. Não se destina a uso em pacientes com
idade ≥ 60 anos.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir e operar máquinas
Poderá ocorrer sangramento inesperado e/ou falha contraceptiva quando os anticoncepcionais orais forem administrados
concomitantemente com outros medicamentos. As seguintes interações foram relatadas na literatura:
Metabolismo hepático: podem ocorrer interações com medicamentos que induzem as enzimas microssomais, o que pode
resultar em aumento da depuração dos hormônios sexuais [por exemplo fenitoína, barbituratos, primidona, carbamazepina,
rifampicina e, possivelmente, também, a oxcarbazepina, topiramato, felbamato, ritonavir, griseofulvina e produtos fitoterápicos
contendo Hypericum perforatum (erva de São João ou St. John's wort)].
Interferência com a circulação entero-hepática: alguns relatos clínicos sugerem que a circulação entero-hepática dos estrogênios
pode ser diminuída quando determinados antibióticos são administrados e isso pode reduzir as concentrações do etinilestradiol
(por exemplo, penicilinas e tetraciclinas).
Mulheres em tratamento com quaisquer dessas substâncias devem, temporariamente, usar um método de barreira além do
AHCO ou escolher outro método anticonceptivo. Com os medicamentos indutores de enzimas microssomais, o método de
barreira deve ser usado durante o tempo de uso concomitante dos medicamentos e por 28 dias após sua descontinuação. As
mulheres em tratamento com antibióticos (exceto rifampicina e griseofulvina, que também agem como drogas indutoras de
enzimas microssomais) devem usar o método de barreira até 7 dias após a descontinuação. Se o período durante o qual o método
de barreira for utilizado durar além do término dos comprimidos da cartela de AHCO, a próxima cartela de AHCO deve ser
iniciada sem o intervalo habitual sem uso dos comprimidos.
Os anticoncepcionais orais podem afetar o metabolismo de outros medicamentos. Da mesma forma, as concentrações
plasmáticas e tissulares podem ser afetadas (exemplo, ciclosporina).
Observação: as bulas dos medicamentos usados concomitantemente devem ser consultadas para identificar possíveis interações.
Exames laboratoriais
O uso de esteroides contraceptivos pode influenciar os resultados de determinados exames laboratoriais, incluindo parâmetros
bioquímicos da função hepática, tireoideana, adrenal e renal, níveis plasmáticos de proteínas (transportadoras), como por
exemplo, a globulina transportadora de corticosteroides e de frações de lípides/lipoproteínas, parâmetros do metabolismo de
carboidratos e da coagulação e fibrinólise. As alterações geralmente permanecem dentro dos limites da normalidade.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
O prazo de validade do medicamento é de 36 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Os comprimidos de MICRODIOL®
são brancos, biconvexos, redondos e possuem 6 mm de diâmetro. Cada comprimido
apresenta em um lado a marca TR/5 e do outro a marca Organon.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Como tomar MICRODIOL®
Os comprimidos devem ser tomados na ordem orientada na cartela, com um pouco de líquido, conforme necessário. Um
comprimido é tomado diariamente no mesmo horário, sem interrupção durante 21 dias, seguindo-se de uma pausa de 7 dias.
Cada cartela subsequente é iniciada após o término dessa pausa de 7 dias, durante a qual normalmente ocorre o sangramento de
privação. Essa, em geral, inicia-se no 2º ou 3º dia após a tomada do último comprimido e pode não terminar antes do início da
cartela seguinte.
Como iniciar o uso do MICRODIOL®
• Sem ter utilizado nenhum anticoncepcional hormonal (no último mês)
A administração do comprimido precisa iniciar no 1º dia do ciclo menstrual natural da mulher (isto é, no primeiro dia da
menstruação). Também é permitido iniciar entre o 2º e o 5º dia, mas durante o primeiro ciclo recomenda-se utilizar também um
método de barreira nos primeiros 7 dias de tratamento.
• Troca de um anticoncepcional hormonal combinado [anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO), anel vaginal
ou adesivo transdérmico]
A mulher deve iniciar MICRODIOL®
preferivelmente no dia seguinte ao da administração do último comprimido ativo (o
último comprimido contendo substâncias ativas) do AHCO utilizado anteriormente, mas no mais tardar, no dia seguinte ao do
intervalo habitual sem tratamento ou do comprimido placebo do seu tratamento prévio com AHCO. No caso do anel vaginal ou
adesivo transdérmico, a mulher deve iniciar o uso de MICRODIOL®
preferivelmente no dia da retirada do anel ou do adesivo,
mas no mais tardar no dia da aplicação seguinte.
• Troca de um medicamento à base de progestagênio isolado (minipílula, injeção, implante) ou sistema intrauterino que
libera progestagênio (SIU)
A troca da minipílula por MICRODIOL®
pode ser feita em qualquer dia. No caso de implante ou SIU, a troca deve ser feita no
dia da retirada dos mesmos e, no caso de medicamento injetável, no dia em que seria administrada a próxima injeção. Nesses
casos, a mulher também deve ser advertida que é necessária a utilização de um método anticonceptivo de barreira durante os
primeiros 7 dias de tratamento com MICRODIOL®
.
• Após aborto no primeiro trimestre de gestação
Pode-se iniciar imediatamente. Nesse caso, não há necessidade da utilização de um método anticonceptivo adicional.
• Após o parto ou pós-aborto no segundo trimestre de gestação
Para lactantes, ver item “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES - Lactação”.
As mulheres devem ser orientadas a iniciar MICRODIOL®
nos dias 21 a 28 após o parto ou aborto no segundo trimestre de
gestação. Quando iniciar depois desse período, a mulher também deve ser orientada a utilizar durante os primeiros 7 dias de
tratamento, um método de barreira. No entanto, se a mulher já teve alguma relação sexual antes de iniciar o tratamento, deve-se
afastar a possibilidade de gravidez antes de iniciar o uso do AHCO, ou então, deve-se esperar que ocorra a primeira menstruação
para iniciar o tratamento anticoncepcional.
Conduta se a mulher esquecer de tomar o comprimido
Se a mulher estiver menos de 12 horas atrasada para tomar qualquer comprimido, a proteção contraceptiva não é reduzida. A
mulher deve tomar o comprimido assim que lembrar e o próximo deve ser tomado no horário habitual. Caso a mulher esteja
atrasada mais de 12 horas para tomar qualquer comprimido, a proteção contraceptiva pode estar reduzida. A conduta em caso
de esquecimento pode ser orientada pelas seguintes duas normas básicas:
1) A administração dos comprimidos nunca deve ser descontinuada por mais de 7 dias.
2) Os 7 dias de administração ininterrupta são requeridos para atingir supressão adequada do eixo hipotalâmico-
hipofisário-ovariano.
As seguintes recomendações podem ser fornecidas na prática diária:
Primeira semana: a mulher deve tomar o comprimido esquecido assim que lembrar, mesmo se isso significar a tomada de dois
comprimidos ao mesmo tempo. Ela deve, então, continuar a tomar os comprimidos seguintes no horário habitual. Além disso,
deve ser usado um método de barreira, como por exemplo, a "camisinha", durante os 7 dias seguintes. Se a mulher teve uma
relação sexual nos 7 dias antes do esquecimento, a possibilidade de gestação deve ser considerada. Quanto maior o número de
comprimidos esquecidos e quanto mais próximo estiver o intervalo regular sem tratamento, maior o risco de gestação.
Segunda semana: a mulher deve tomar o último comprimido esquecido assim que lembrar, mesmo se isso significar a tomada
de dois comprimidos ao mesmo tempo. Ela deve, então, continuar tomando os comprimidos seguintes no horário habitual. Se ela
tomou os comprimidos corretamente nos 7 dias antes do primeiro comprimido esquecido, não há necessidade de usar precauções
anticoncepcionais adicionais. Entretanto, se esse não for o caso ou se ela se esqueceu de tomar mais de um comprimido, a
mulher deve ser advertida a usar precauções adicionais durante 7 dias.
Terceira semana: o risco de confiabilidade reduzida é iminente por causa da proximidade com o intervalo sem tratamento.
Entretanto, ajustando o esquema de administração dos comprimidos, a proteção contraceptiva reduzida ainda pode ser evitada.
Aderindo a qualquer das duas opções a seguir, não há necessidade de usar precauções anticoncepcionais adicionais, desde que
nos 7 dias prévios ao primeiro comprimido esquecido, a mulher tenha tomado todos os comprimidos corretamente. Se esse não
for o caso, a mulher deve ser orientada a seguir a primeira dessas duas opções e usar precauções adicionais também durante os
próximos 7 dias.
1) A mulher deve tomar o último comprimido esquecido assim que lembrar, mesmo se isso significar a tomada de dois
comprimidos ao mesmo tempo. Ela deve, então, continuar tomando os comprimidos seguintes no horário habitual. A próxima
cartela deve ser iniciada assim que a cartela em uso terminar, de modo que não seja feito intervalo entre as cartelas. É
improvável que a mulher apresente sangramento de privação até o final da segunda cartela, mas ela pode apresentar spotting ou
sangramento inesperado durante os dias em que estiver tomando os comprimidos.
2) A mulher pode também ser orientada a interromper o uso dos comprimidos da cartela que estiver usando. Ela deve, então,
ficar sem tomar os comprimidos durante até 7 dias, contando o dia do comprimido esquecido e, subsequentemente, continuar
com a cartela seguinte.
Caso a mulher esqueça de tomar os comprimidos e, subsequentemente, não apresentar sangramento de privação no primeiro
intervalo normal sem tratamento, a possibilidade de gestação deve ser considerada.
Conduta em caso de distúrbios gastrintestinais
Em caso de distúrbios gastrintestinais graves, a absorção pode não ter sido completa e devem ser adotados métodos
anticonceptivos adicionais.
Se ocorrer vômito dentro de 3 a 4 horas após a ingestão do comprimido, a recomendação para comprimidos esquecidos é
aplicável (ver item “8. POSOLOGIA E MODO DE USAR - Conduta se a mulher esquecer de tomar o comprimido”). Se a
mulher não quiser alterar seu esquema atual de administração, ela precisa tomar comprimidos adicionais de outra cartela.
Conduta para alterar ou atrasar a menstruação
Para atrasar a menstruação, a mulher deve continuar o tratamento com outra cartela de MICRODIOL®
sem respeitar o intervalo
sem comprimido. A mulher pode continuar com essa segunda cartela durante o tempo que quiser, até que ela esteja
completamente vazia. A mulher pode apresentar sangramento inesperado ou spotting durante o período em que estiver tomando
os comprimidos. O uso regular de MICRODIOL®
é, então, retomado após o intervalo habitual de 7 dias sem comprimido.
Para alterar o início da menstruação para outro dia da semana diferente daquele a que está acostumada, a mulher pode ser
orientada a encurtar o próximo intervalo sem comprimido em quantos dias ela quiser. Quanto mais curto o intervalo, maior o
risco de não apresentar sangramento de privação e apresentar sangramento inesperado e spotting durante o uso da segunda
cartela (logo que ela atrasar a menstruação).
Os efeitos indesejáveis graves relacionados ao uso de AHCOs são abordados em detalhes no item “5. ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES”.
Outras reações adversas que foram relatadas em usuárias de AHCOs, mas que não foram confirmadas nem afastadas, são:
Comuns/incomuns (> 1 em 1000 usuárias): Distúrbios gastrintestinais: náusea, vômito, dor abdominal e diarreia; Distúrbios
do metabolismo e nutricionais: aumento de peso corporal e retenção de líquido; Distúrbios do sistema nervoso: cefaleia e
enxaqueca; redução do desejo sexual, humor deprimido e alterações do humor; Distúrbios do sistema reprodutor e mamários:
dor ou sensibilidade mamária e hipertrofia mamária; Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos: exantema e urticária.
Raras (< 1 em 1000 usuárias): Distúrbios dos olhos: intolerância a lentes de contato; Distúrbios do sistema imunológico:
reações de hipersensibilidade; Distúrbios do metabolismo e nutricionais: perda de peso; Distúrbios do sistema nervoso: aumento
do desejo sexual; Distúrbios do sistema reprodutor e mamários: secreção vaginal, secreção mamária; Distúrbios da pele e
tecidos subcutâneos: eritema nodoso e eritema multiforme.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Não há relatos de danos graves decorrentes de superdose. Os sintomas que podem ocorrer nesse caso incluem: náusea, vômito e,
em meninas, leve sangramento vaginal. Não há antídotos e o tratamento deve ser sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.