Bula do Mimpara para o Profissional

Bula do Mimpara produzido pelo laboratorio Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Mimpara
Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO MIMPARA PARA O PROFISSIONAL

Mimpara

Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda

Comprimido Revestido

30 mg e 60 mg

1

MIMPARA®

cloridrato de cinacalcete

APRESENTAÇÕES

Comprimidos revestidos de 30 mg e 60 mg em embalagens com 30 comprimidos revestidos.

USO ORAL

USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido de 30 mg contém:

cloridrato de cinacalcete ................. 33,06 mg (equivalente a 30 mg de cinacalcete)

Excipientes: amido, celulose microcristalina, povidona, crospovidona, dióxido de silício, estearato de magnésio, cera de carnaúba e

corantes.

Cada comprimido revestido de 30 mg contém 2,74 mg de lactose.

Cada comprimido revestido de 60 mg contém:

cloridrato de cinacalcete ................. 66,12 mg (equivalente a 60 mg de cinacalcete)

Cada comprimido revestido de 60 mg contém 5,47 mg de lactose.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AO PROFISSIONAL DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Tratamento do hiperparatiroidismo secundário (HPT) em pacientes em fase terminal com doença renal em estádio final (ESRD= end-

stage renal disease) em diálise de manutenção.

MIMPARA pode ser usado como parte de um regime terapêutico que inclua quelantes de fósforo e/ou análogos de Vitamina D, se

adequado (veja “Farmacodinâmica”).

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Hiperparatiroidismo (HPT) secundário

Foram conduzidos três ensaios clínicos, controlados por placebo, duplo-cegos, com duração de 6 meses, em pacientes com ESRD, com

HPT secundário não controlado, submetidos a procedimento de diálise (n=1.136). As características demográficas basais foram

representativas da população de pacientes submetidos à diálise com HPT secundário. As concentrações de PTH intacto (PTHi) basais

médias, nos três estudos, foram 733 e 683 pg/ml (77,8 e 72,4 pmol/l) para os grupos de cinacalcete e placebo, respectivamente. Sessenta e

seis por cento (66%) dos pacientes recebiam análogos de vitamina D, no início do estudo, e > 90% recebiam quelantes de fósforo. Foram

observadas reduções significativas no PTHi, no produto cálcio-fósforo séricos (Ca x P), no cálcio e no fósforo, nos pacientes tratados com

cinacalcete, comparado com os tratados com placebo, recebendo terapia padrão, e os resultados foram consistentes nos três estudos. Em

cada um dos estudos, os desfechos primários (proporção de pacientes com um PTHi ≤ 250 pg/ml (≤ 26,5 pmol/l)) foram alcançados por

41%, 46 % e 35% dos pacientes que receberam cinacalcete, comparados com 4%, 7% e 6% dos que receberam placebo.

Aproximadamente 60% dos pacientes tratados com cinacalcete atingiram uma redução ≥ 30% nos níveis de PTHi e este efeito foi

consistente em todo o espectro de níveis basais de PTHi. As reduções médias no produto Ca x P, cálcio e fósforo foram, respectivamente,

de 14%, 7% e 8%.

Foram mantidas reduções no PTHi e Ca x P, até os 12 meses de tratamento. O cinacalcete diminuiu os níveis de PTHi , Ca x P, do cálcio e

fósforo, independentemente dos níveis basais de PTHi ou Ca x P, da modalidade de diálise (diálise peritoneal versus hemodiálise), da

duração da diálise e da administração ou não de análogos de vitamina D.

As reduções do PTH foram associadas a reduções não significativas dos marcadores do metabolismo ósseo (fosfatase alcalina óssea, N-

telopeptídeo, turnover ósseo e fibrose óssea). Na análise post-hoc de dados conjuntos dos ensaios clínicos com duração de 6 e 12 meses,

as estimativas de Kaplan-Meier de fratura óssea e paratiroidectomia foram significativamente mais baixas no grupo cinacalcete

comparadas com o grupo controle.

Estudos investigativos em pacientes com doença renal crônica (DRC) e HPT secundário não inseridos em programa de diálise indicaram

que cinacalcete reduz os níveis de PTH para valores semelhantes aos dos pacientes em programa de diálise com ESRD e HPT secundário.

No entanto, a eficácia, segurança, dose ótima e objetivos do tratamento não foram estabelecidos para o tratamento de pacientes com

insuficiência renal, em fase pré-dialítica. Esses estudos demonstraram que os pacientes com DRC, não submetidos à diálise, tratados com

cinacalcete têm um risco aumentado para desenvolver hipocalcemia comparado com os pacientes tratados com cinacalcete com ESRD, o

que pode ser devido a níveis basais de cálcio mais baixos e/ou a presença de função renal residual.

EVOLVE (EValuation Of Cinacalcet HCl Therapy to Lower CardioVascular Events) foi um estudo clínico randomizado, duplo-cego

avaliando cloridrato de cinacalcete versus placebo para a redução do risco de mortalidade por causas gerais e eventos cardiovasculares em

3.883 pacientes com HPT secundário e DRC recebendo diálise. O estudo não alcançou os objetivos primários de demonstrar uma redução

no risco de morte por causas gerais ou eventos cardiovasculares incluindo infarto do miocárdio, hospitalização por angina instável,

insuficiência cardíaca ou evento vascular periférico (HR 0,93; 95% CI 0,85, 1,02; p = 0,112). Após ajuste para as características basais,

numa análise secundária, o HR do desfecho do composto primário foi 0,88; 95% CI: 0,79, 0,97.

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Desfechos Primários e Secundários

Desfechos cinacalcete

N=1948

n (%)

Placebo

N=1935

Hazard Ratio

(95% CI)

Desfecho primário

composto

938 (48) 952 (49) 0.93 (0.85, 1.02)

Componentes do

Desfecho Primario

Composto

Mortalidade por causas

gerais

703 (36) 718 (37) 0.94 (0.85, 1.04)

Infarto do miocárdio 187 (10) 183 (9) 0.97 (0.79, 1.19)

Hospitalização por angina

instável

56 (3) 66 (3) 0.82 (0.58, 1.18)

Insuficiência cardíaca 206 (11) 236 (12) 0.82 (0.68. 0.99)

Evento vascular periférico 184 (9) 200 (10) 0.87 (0.72, 1.07)

Desfechos Secundários

Mortalidade CV 377 (19) 391 (20) 0.92 (0.80, 1.07)

Palpitação 115 (6) 102 (5) 1.07 (0.82, 1.40)

Fratura óssea 238 (12) 255 (13) 0.89 (0.75, 1.07)

Paratireoidectomia 140 (7) 278 (14) 0.44 (0.36. 0.54)

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

Grupo farmacoterapêutico - Homeostase cálcica , agentes antiparatiróide.

Mecanismo de ação - O receptor sensível ao cálcio da superfície celular da glândula paratiróide é o mais importante regulador da

secreção de PTH. O cinacalcete é um agente calcimimético que reduz diretamente os níveis de PTH por aumentar a sensibilidade do

receptor ao cálcio extracelular. A redução do PTH está associada a uma diminuição concomitante dos níveis séricos de cálcio.

As reduções dos níveis de PTH correlacionam-se com as concentrações de cinacalcete. Logo após a ingestão, o PTH começa a diminuir

até ao valor mais baixo, aproximadamente 2 a 6 horas após a administração, correspondendo à concentração plasmática máxima (Cmax) de

cinacalcete. Daí em diante, como os níveis de cinacalcete começam a diminuir, os níveis de PTH aumentam até 12 horas após a

administração e, a partir desse ponto, a supressão do PTH mantém-se aproximadamente constante até ao fim do intervalo da dose diária.

Os níveis de PTH, nos ensaios clínicos com MIMPARA, foram medidos no final do intervalo entre administrações.

Após ser atingido o estado estacionário, as concentrações séricas de cálcio mantêm-se constantes ao longo do intervalo entre as

administrações.

Farmacocinética

Após a administração oral de MIMPARA, a concentração plasmática máxima de cinacalcete é atingida em aproximadamente 2 a 6 horas.

Baseada na comparação de estudos, a biodisponibilidade absoluta de cinacalcete, em pacientes em jejum, foi estimada em 20-25%. A

administração de MIMPARA com alimentos resulta em um aumento aproximado de 50-80% na biodisponibilidade do cinacalcete. Os

aumentos na concentração plasmática de cinacalcete são semelhantes independentemente do teor de gordura da refeição.

Depois da absorção, as concentrações de cinacalcete diminuem de um modo bifásico com uma meia-vida inicial de aproximadamente 6

horas e uma meia-vida final de 30 a 40 horas. Os níveis do fármaco, no estado estacionário, são alcançados no prazo de 7 dias com uma

acumulação mínima. A AUC e a Cmax de cinacalcete aumentam de forma aproximadamente linear dentro da variação de dose entre 30 a

180 mg uma vez por dia. Para doses superiores a 200 mg, a absorção foi saturada, provavelmente devido a uma solubilidade pobre. A

farmacocinética do cinacalcete não se altera ao longo do tempo. O volume de distribuição é elevado (aproximadamente 1.000 litros),

indicando uma distribuição extensa. O cinacalcete liga-se às proteínas plasmáticas em aproximadamente 97% e distribui-se de forma

mínima nos glóbulos vermelhos.

O cinacalcete é metabolizado por várias enzimas, predominantemente CYP3A4 e CYP1A2 (a contribuição da CYP1A2 não foi

clinicamente caracterizada). Os metabólitos circulantes mais importantes são inativos.

Baseado em dados in vitro, cinacalcete é um forte inibidor da CYP2D6, mas não é um inibidor de outras enzimas CYP em concentrações

alcançadas clinicamente, incluindo CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19 e CYP3A4 e nem é um indutor das CYP1A2, CYP2C19 e

CYP3A4.

Após a administração de uma dose radiomarcada de 75 mg em voluntários saudáveis, cinacalcete foi rápida e extensamente metabolizado

por oxidação seguida de conjugação. A excreção renal de metabólitos foi a via prevalente de eliminação de radioatividade.

Aproximadamente 80% da dose foi recuperada na urina e 15% nas fezes.

Populações especiais

Idosos - Não existem diferenças clinicamente relevantes devidas à idade na farmacocinética do cinacalcete.

Insuficiência Renal -O perfil farmacocinético do cinacalcete, em pacientes com insuficiência renal, leve, moderada e grave e nos que

estão submetidos à hemodiálise ou à diálise peritoneal, é comparável ao perfil de voluntários saudáveis.

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Insuficiência Hepática - A insuficiência hepática leve não afetou de forma notável a farmacocinética de cinacalcete. Comparado com

indivíduos com função hepática normal, a AUC média de cinacalcete foi aproximadamente duas vezes mais elevada em indivíduos com

insuficiência moderada e aproximadamente quatro vezes superior em indivíduos com insuficiência hepática grave. A meia-vida média do

cinacalcete é prolongada em 33% e 70% em pacientes com insuficiência hepática moderada e grave, respectivamente. A ligação do

cinacalcete às proteínas não é afetada pela insuficiência hepática. Dado que as doses são ajustadas para cada indivíduo, baseando-se em

parâmetros de segurança e eficácia, não é necessário qualquer ajuste de dose para indivíduos com insuficiência hepática (veja

“POSOLOGIA E MODO DE USAR” e “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).

Gênero - A depuração do cinacalcete pode ser mais baixa nas mulheres do que nos homens. Uma vez que as doses são ajustadas para

cada paciente, não são necessários ajustes de dose adicionais baseados no sexo.

População pediátrica - A farmacocinética de cinacalcete foi estudada em 12 pacientes pediátricos (6-17 anos) com DRC recebendo

diálise seguido de dose única oral de 15 mg de cinacalcete. Os valores médios de AUC e Cmax (23.5(variação de 7.22 a 77.2) ng*hr/mL e

7,26 (variação de 1.80 a 17.4) ng/mL, respectivamente), estavam dentro de aproximadamente 30% dos valores de AUC e Cmax observados

em único estudo em adultos saudáveis seguido de dose única oral de 30 mg de cinacalcete (33.6(variação de 4.75 a 66.9) ng*hr/mL e 5.42

(variação de 1.41 a 12.7) ng/mL, respectivamente). Devido às informações limitantes na população pediátrica, o potencial para maiores

exposições em pacientes pediátricos de baixo peso/com menos idade quando comparado aos de maior peso/maior idade para determinada

dose de cinacalcete não pode ser excluído. A farmacocinética em pacientes pediátricos expostos a múltiplas doses não foi estudada.

Fumantes - A depuração do cinacalcete é mais elevada em fumantes que em não fumantes, devido à indução do metabolismo mediado

pela CYP1A2. Se um paciente parar ou começar a fumar, os níveis plasmáticos de cinacalcete podem alterar-se e pode ser necessário

ajuste de dose .

4. CONTRAINDICAÇÕES

Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer dos excipientes.

Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos devido à insuficiência de dados de segurança e eficácia.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Convulsão - Nos ensaios clínicos foram observadas crises convulsivas em 1,4% dos pacientes tratados com MIMPARA e 0,7% dos

tratados com placebo. Apesar de não ser clara a razão da diferença relatada, na taxa de ocorrência de convulsões, o limiar convulsivo é

diminuído por reduções significativas nos níveis séricos de cálcio.

Hipotensão e/ou agravamento da insuficiência cardíaca - Na vigilância de segurança pós-comercialização, foram relatados casos

idiossincráticos isolados de hipotensão e/ou agravamento da insuficiência cardíaca em pacientes com comprometimento da função

cardíaca, nos quais uma relação causal com o cinacalcete não pode ser inteiramente descartada e que podem ser mediados por reduções

nos níveis séricos de cálcio. Dados de estudo clínico demonstraram a ocorrência de hipotensão em 7% dos pacientes tratados com

cinacalcete, 12% dos pacientes tratados com placebo e a ocorrência de insuficiência cardíaca em 2% dos pacientes em tratamento com

cinacalcete ou placebo.

Cálcio sérico - O tratamento com MIMPARA não deve ser iniciado em pacientes com cálcio sérico (corrigido para albumina) abaixo do

limite inferior da normalidade.

Foram relatados eventos que ameaçam a vida e desfechos fatais associados a hipocalcemia em pacientes tratados com MIMPARA,

incluindo pacientes pediátricos. Manifestações de hipocalcemia podem incluir parestesias, mialgias, câimbras, tetania e convulsões.

Diminuição no cálcio sérico também pode prolongar o intervalo QT, resultando potencialmente em arritimia ventricular. Foram relatados

casos de prolongamento do QT e arritimia ventricular, secundários à hipocalcemia, em pacientes tratados com cloridrato de cinacalcete

(veja “REAÇÕES ADVERSAS”). Aconselha-se cautela aos pacientes com outros fatores de risco ao prolongamento do QT, como

pacientes com síndrome congênita do QT longo disgnosticada ou pacientes usando medicamentos que conhecidamente podem prolongar

o QT.

Uma vez que o cinacalcete reduz o cálcio sérico, os pacientes devem ser monitorados cuidadosamente para a ocorrência de hipocalcemia

(veja “POSOLOGIA E MODO DE USAR”). O cálcio sérico deve ser mensurado 1 semana após o início ou ajuste de dose do

MIMPARA. Uma vez que a dose de manutenção foi estabelecida, o cálcio sérico deve ser mensurado aproximadamente mensalmente. Se

o cálcio sérico decair para abaixo de 8,4 mg/dL (2,1 mmol/L) mas permanecer acima de 7,5 mg/dL (1,875 mmol/L), ou se ocorrerem

sintomas de hipocalcemia, pode-se utilizar cálcio contendo quelantes de fósforo, esteróides de vitamina D e/ou ajustar a concentração de

cálcio fluído na diálise a fim de aumentar o nível de cálcio sérico. Caso a hipocalcemia persistir, deve-se reduzir a dose ou descontinuar a

administração de MIMPARA. Se o cálcio sérico decair para abaixo de 7,5 mg/dL (1,875 mmol/L), ou se os sisntomas de hipocalcemia

persistirem e a dose de vitamina D não puder ser aumentada, suspenda a administração de MIMPARA até o nível de cálcio sérico alcançar

8,0 mg/dL (2,0 mmol/L) e/ou os sintomas de hipocalcemia serem resolvidos. O tratamento deve ser re-iniciado usando a próxima menor

dose de MIMPARA.

Em pacientes com DRC em diálise e que receberam MIMPARA, 29% dos pacientes nos 6 meses de ensaios registráveis e 21% e 33% dos

pacientes (dentro dos 6 primeiros meses e total, respectivamente) no estudo clínico EVOLVE (EValuation Of Cinacalcet HCl Therapy to

Lower CardioVascular Events), tiveram pelo menos um valor de cálcio sérico abaixo de 7,5 mg/dL (1.875 mmol/L).

O cinacalcete não é indicado para pacientes com DRC que não estejam em diálise. Estudos investigativos demonstraram que pacientes

com DRC que não se encontram em diálise e em tratamento com cinacalcete apresentam um maior risco de hipocalcemia (níveis séricos

de cálcio < 8,4 mg/dl [2,1 mmol/l]), em comparação com pacientes com DRC em diálise em tratamento com cinacalcete, que pode ser

decorrente de níveis basais de cálcio menores e/ou a presença de função renal residual.

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Geral - O desenvolvimento de doença óssea adinâmica pode ocorrer se os níveis de PTH se mantiverem cronicamente abaixo de

aproximadamente 1,5 vezes o limite superior da normalidade. Se os níveis de PTH caírem abaixo dos intervalos recomendados, em

pacientes tratados com MIMPARA, a dose de MIMPARA e/ou análogos de vitamina D deve ser reduzida ou a terapêutica interrompida.

Eventos Neoplásicos - Em um estudo clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controle de 3.883 pacientes sob diálise, foram relatados

eventos neoplásicos em 2,9 e 2,5 pacientes por 100 pacientes-ano nos grupos tratados com MIMPARA e placebo, respectivamente. Não

foi estabelecida uma relação causal com MIMPARA.

Níveis de testosterona - Os níveis de testosterona estão habitualmente abaixo do intervalo normal em pacientes com doença renal em

estádio final. Em um ensaio clínico de pacientes em diálise com ESRD, os níveis de testosterona livre diminuíram em média 31,3% nos

pacientes tratados com MIMPARA e 16,3% nos tratados com placebo, após 6 meses de tratamento. Uma extensão em regime aberto desse

estudo demonstrou não haver redução adicional das concentrações de testosterona livre e testosterona total, após um período de 3 anos,

nos pacientes tratados com MIMPARA. O significado clínico destas reduções na testosterona sérica é desconhecido.

Insuficiência hepática - Dada a possibilidade dos níveis plasmáticos de cinacalcete serem 2 a 4 vezes superiores nos pacientes com

insuficiência hepática moderada a grave (classificação Child-Pugh), MIMPARA deve ser usado com cuidado nestes pacientes, devendo o

tratamento ser cuidadosamente monitorizado.

Lactose - Pacientes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou má absorção de

glicose-galactose não devem usar este medicamento.

Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas - Não foram conduzidos estudos sobre os efeitos de MIMPARA na habilidade de

dirigir e operar máquinas. No entanto, certas reações adversas podem afetar a habilidade de dirigir e operar máquinas (veja “REAÇÕES

ADVERSAS”).

Gravidez - Não há dados clínicos sobre o uso de cinacalcete em mulheres grávidas. Estudos em animais não indicam quaisquer efeitos

prejudiciais diretos no que diz respeito à gravidez, parto ou ao desenvolvimento pós-natal. Não foi observada toxicidade no

desenvolvimento embrionário/fetal, em estudos com fêmeas de ratos e coelhos gestantes, com exceção da diminuição do peso corporal

fetal em ratos com doses associadas a toxicidades maternas. MIMPARA só deve ser usado durante a gravidez se o benefício potencial

justificar o risco potencial para o feto.

Categoria C para gravidez - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Lactação - É desconhecido se cinacalcete é excretado no leite humano. O cinacalcete é excretado no leite de ratas lactantes com uma

elevada taxa leite/plasma. Após uma avaliação cuidadosa do risco/benefício, deve ser tomada uma decisão sobre suspender a

amamentação ou o tratamento com MIMPARA.

Efeitos na Fertilidade - Não há dados clínicos sobre o efeito de cinacalcete na fertilidade. Em estudos com animais não houve efeito na

fertilidade.

Uso Pediátrico - MIMPARA não é indicado para uso em crianças e adolescentes devido à insuficiência de dados de segurança e eficácia.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Efeito de outros medicamentos sobre cinacalcete

O cinacalcete é metabolizado em parte pela enzima CYP3A4. A administração concomitante de 200 mg de cetoconazol, um potente

inibidor da CYP3A4, duas vezes ao dia, causou um aumento aproximado de 2 vezes nos níveis de cinacalcete. Pode ser necessário um

ajuste da dose de MIMPARA, se o paciente iniciar ou suspender tratamento com um potente inibidor (ex.: cetoconazol, itraconazol,

telitromicina, voriconazol, ritonavir) ou indutor (ex.: rifampicina) desta enzima.

Dados in vitro indicam que cinacalcete é, em parte, metabolizado pela CYP1A2. O cigarro induz a CYP1A2; foi observado que a

depuração de cinacalcete é 36-38% superior em fumantes que em não fumantes. O efeito de inibidores da CYP1A2 (ex.: fluvoxamina,

ciprofloxacina) nos valores plasmáticos de cinacalcete não foi estudado. O ajuste de dose pode ser necessário em pacientes que iniciam ou

deixam de fumar ou quando se inicia ou se interrompe um tratamento concomitante com potentes inibidores da CYP1A2.

Carbonato de cálcio: A administração concomitante de carbonato de cálcio (1.500 mg em dose única) não alterou a farmacocinética de

cinacalcete.

Sevelamer: A administração concomitante de sevelamer (2.400 mg três vezes ao dia) não alterou a farmacocinética de cinacalcete.

Pantoprazol: A administração concomitante de pantoprazol (80 mg uma vez ao dia) não alterou a farmacocinética de cinacalcete.

Efeito de cinacalcete em outros medicamentos

Medicamentos metabolizados pela enzima P450 2D6 (CYP2D6): O cinacalcete é um potente inibidor da CYP2D6. Podem ser

necessários ajustes de doses de medicações concomitantes quando MIMPARA é administrado com medicamentos de janela terapêutica

estreita que são predominantemente metabolizados pela CYP2D6 (ex.: flecainida, propafenona, metoprolol, desipramina, nortriptilina,

clomipramina).

Desipramina: A administração concomitante de 90 mg de cinacalcete, uma vez ao dia, com 50 mg de desipramina, um antidepressivo

tricíclico metabolizado primariamente pela CYP2D6, aumenta significativamente a exposição da desipramina em 3,6 vezes (IC 90% 3,0;

4,4) nos metabolizadores extensivos da CYP2D6.

Varfarina: Doses orais múltiplas de cinacalcete não afetaram a farmacocinética ou farmacodinâmica (medida pelo tempo de protrombina

e fator de coagulação VII) da varfarina.

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A ausência de efeito de cinacalcete sobre a farmacocinética da varfarina R e S e a ausência de autoindução, em pacientes com

administrações múltiplas, indicam que cinacalcete não é indutor da CYP3A4, CYP1A2 ou CYP2C9 em seres humanos.

Midazolam: A administração concomitante de cinacalcete (90 mg) com midazolam (2 mg) por via oral, um substrato das enzimas

CYP3A4 e CYP3A5, não altera a farmacocinética do midazolam. Estes dados sugerem que o cinacalcete não irá afetar a farmacocinética

desta classe de medicamentos que são metabolizados por CYP3A4 e CYP3A5, como certos imunossupressores, incluindo ciclosporina e

tacrolimo.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

MIMPARA deve ser conservado em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Os comprimidos revestidos de MIMPARA são de cor verde-clara, ovais, gravados, de um lado AMG e do outro, a concentração do

comprimido (30 ou 60).

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Hiperparatiroidismo secundário

Adultos e idosos (> 65 anos) - A dose inicial recomendada para adultos é de 30 mg uma vez por dia. MIMPARA deve ser ajustado a cada

2 a 4 semanas até a dose máxima de 180 mg, uma vez ao dia, para atingir um valor de hormônio paratiroideano (PTH) entre 150-300

pg/ml (15,9-31,8 pmol/l) no teste do PTH intacto (PTHi), em pacientes dialisados. Os valores da PTH devem ser analisados pelo menos

12 horas após a dose de MIMPARA. Devem ser consideradas as atuais normas orientadoras de tratamento.

O PTH deve ser medido 1 a 4 semanas após o início ou quando do ajuste de dose de MIMPARA. O PTH deve ser monitorado

aproximadamente a cada 1-3 meses durante a manutenção. Tanto o PTH intacto (PTHi) como o PTH bio-intacto (PTHbi) podem ser

utilizados para medir os níveis de PTH; o tratamento com MIMPARA não altera a relação entre o PTHi e o PTHbi.

Durante o ajuste da dose, os níveis de cálcio sérico devem ser monitorados frequentemente e dentro de 1 semana após o início de

MIMPARA ou do ajuste de dose. Uma vez estabelecida a dose de manutenção, o cálcio sérico deve ser medido aproximadamente 1 vez

por mês. Se os níveis séricos de cálcio caírem abaixo do valor normal, devem ser tomadas medidas apropriadas, incluindo o ajuste da

terapia concomitante (veja “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).

Crianças e adolescentes - MIMPARA não é indicado para uso em crianças e adolescentes devido à insuficiência de dados de segurança e

eficácia (veja “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).

Insuficiência hepática - Não são necessárias alterações na dose inicial. O MIMPARA deve ser usado com cuidado em pacientes com

insuficiência hepática moderada a grave e o tratamento deve ser cuidadosamente monitorado durante o ajuste de dose e o tratamento

contínuo.

Modo de usar - Para uso oral. É recomendado que MIMPARA seja tomado com alimento ou logo após as refeições, uma vez que os

estudos demonstraram que a biodisponibilidade do cinacalcete é aumentada quando tomado juntamente com alimentos. Os comprimidos

devem ser tomados inteiros e não divididos.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Resumo do perfil de segurança

Hiperparatiroidismo secundário

Com base nas informações disponíveis de pacientes recebendo cinacalcete em estudos placebo-controle e em estudos de braço único, as

reações adversas mais comumente relatadas foram náusea e vômito. Náusea e vômito foram consideradas de severidade média a moderada

e de natureza transitória para a maioria dos pacientes. A descontinuação da terapia como resultados de efeitos indesejáveis foi

principalmente devido a náusea e vômito.

Lista tabelada de reações adversas - As reações adversas, consideradas ao menos possivelmente relacionadas ao tratamento com

cinacalcete em estudos placebo-controle e estudos de braço único, baseadas na evidência da análise de causalidade estão listadas abaixo,

seguindo a seguinte convenção: muito comum (>1/10); comum (>1/100 e <1/10); incomum (>1/1.000 e <1/100); rara (>1/10.000 e

<1/1.000); muito rara (<1/10.000).

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A incidência de reações adversas a partir de estudos clínicos controlados e experiência pós-comercialização é:

Classe de Sistema de Órgão do MedDra Incidência da Reação Reação Adversa

Distúrbios do sistema imunológico Comum*

Reações de hipersensibilidade

Distúrbios do metabolismo e nutrição Comum Anorexia

Comum Diminuição do apetite

Distúrbios do sistema nervoso Comum Convulsões†

Comum Tontura

Comum Parestesia

Comum Dor de cabeça

Distúrbios cardíacos Desconhecido*

Agravamento de insuficiência cardíaca†

Desconhecido*

Prolongamento do QT e arritmia

ventricular secundária à hipocalcemia†

Distúrbios Vasculares Comum Hipotensão

Distúrbios respiratório, torácico e

mediastinal

Comum Infecção respiratória superior

Comum Dispnéia

Comum Tosse

Distúrbios gastrointestinal Muito comum Náusea

Muito comum Vômito

Comum Dispepsia

Comum Diarréia

Comum Dor abdominal

Comum Dor abdominal – superior

Comum Constipação

Distúrbios de pele e do tecido subcutâneo Comum Rash

Distúrbio musculoesquelético e do tecido

conectivo

Comum Mialgia

Comum Espasmo muscular

Distúrbios gerais e condições de no local

de administração

Comum Astenia

Investigações Comum Hipocalcemia†

Comum Hipercalemia

Comum Níveis reduzidos de testosterona†

veja “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”

*

veja “Descrição dos eventos selecionados”

Descrição das reações adversas selecionadas

Reações de Hipersensibilidade - Reações de hipersensibilidade incluindo angioedema e urticária têm sido identificadas durante o uso

pós-comercialização de MIMPARA. A freqüência indidual dos termos designados inclundo angioedema e urticária não puderam ser

estimados a partir das informações disponíveis.

Hipotensão e/ou agravamento de insuficiência cardíaca - Houveram relatos de casos idiosincráticos de hipotensão e/ou agravamento

de insuficiência cardíaca em pacientes tratados com cinacalcete com a função cardíaca prejudicada na vigilância de segurança durante a

comercialização, as respectivas freqüências não puderam ser estimadas a partir das informações disponíveis.

Prolongamento do QT e arritmia ventricular secundária à hipocalcemia - Prolongamento do QT e arritmia ventricular secundária à

hipocalcemia têm sido identificados durante o uso de MIMPARA no pós-comercialização, as respectivas freqüências não puderam ser

estimadas a partir das informações disponíveis. (veja “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”)

População pediátrica - MIMPARA não é indicado para o uso em pacientes pediátricos. A segurança e eficácia de MIMPARA na

população pediátrica não foi estabelecida. Um desfecho fatal foi relatado em um estudo clínico pediátrico em um paciente com

hipocalcemia severa (veja “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”)

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo

que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos

adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal. Informe também a

empresa através do seu Serviço de Atendimento ao Cliente.

10. SUPERDOSE

Doses ajustadas até 300 mg, uma vez por dia, foram administradas com segurança para pacientes em diálise.

A superdose de MIMPARA pode conduzir a hipocalcemia. No caso de superdose, os pacientes devem ser monitorados para os sinais e

sintomas de hipocalcemia, e o tratamento deve ser sintomático e de suporte. Uma vez que cinacalcete se liga fortemente às proteínas, a

hemodiálise não é um tratamento eficaz para a superdose.

Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.