Bula do Primovist produzido pelo laboratorio Bayer S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Primovist®
Bayer S.A.
solução injetável
181,43 mg/mL
gadoxetato dissódico
FORMA FARMACÊUTICA:
Solução injetável
APRESENTAÇÃO:
Cartucho com 1 seringa pré-carregada contendo 10 mL de solução injetável de Primovist®
na concentração de 181,43 mg (0,25 mmol) de gadoxetato dissódico/mL.
VIA INTRAVENOSA
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada mL contém 0,25 mmol de gadoxetato dissódico (equivalente a 181,43 mg de
gadoxetato dissódico) como princípio ativo.
Excipientes: caloxetato trissódico, trometamol, ácido clorídrico, hidróxido de sódio e
água para injetáveis
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é destinado apenas para uso diagnóstico.
Primovist® (gadoxetato dissódico) é um meio de contraste a base de gadolínio para
imagem por ressonância magnética ponderada em T1 do fígado.
Em imagiologia dinâmica e tardia, Primovist® (gadoxetato dissódico) melhora a detecção
de lesões hepáticas (por exemplo, número, tamanho, distribuição segmentar e
visualização) e fornece informação adicional relativa à classificação e caracterização das
lesões hepáticas focais, aumentando a confiança diagnóstica.
Um total de 797 pacientes com lesão focal do fígado, conhecida ou sob suspeita, foram
incluídos em quatro (04) estudos clínicos controlados fase III, dos quais 621 pacientes
receberam 0,025 mmol/kg de Primovist® (gadoxetato dissódico) injetável e foram
avaliados em relação a eficácia. Dos 621 pacientes, 334 (54%) eram homens e 287 (46%)
eram mulheres; a idade média foi de 57 anos (entre 19 e 84 anos). Em relação a etnia
eram 556 (90%) caucasianos, 22 (4%) negros, 21 (3%) hispânicos, 15 (2%) asiáticos, e 7
(1%) de outros grupos étnicos.
Os estudos foram desenhados prospectivamente para determinar:
- a sensibilidade da IRM realçada com Primovist® (gadoxetato dissódico) (imagens
combinadas pré e pós-contraste) na detecção da lesão do fígado comparado à IRM pré-
contraste (dois estudos controlados). O padrão de referência foi a combinação da
patologia de espécimes ou amostras do fígado operado e ultrassonografia intraoperatória
para obter informação do fígado como um todo. O procedimento de rastreamento foi
estabelecido para comparar lesões detectadas no padrão de referência (PR) e no
procedimento de imagiologia.
- a proporção de lesão do fígado caracterizada corretamente (tipo correto de lesão do
fígado) na IRM realçada com o contraste Primovist® (gadoxetato dissódico) (imagens
combinadas pré e pós-contraste) comparada com a IRM pré-contraste (dois estudos
clínicos). O PR incluiu vários procedimentos definidos prospectivamente, por exemplo,
histopatologia de lesão maligna, certos procedimentos de imagiologia de certas lesões
benignas.
Após a inclusão, os pacientes foram submetidos a ambos procedimentos pré-definidos
para o PR e para a IRM do fígado, o qual incluiu IRM não contrastada seguido por IRM
com 0,025 mmol/kg realçada com contraste Primovist® (gadoxetato dissódico) com
imagiologia da fase dinâmica e dos hepatócitos (20 min. após a injeção). Em cada estudo
clínico, imagens de IRM do fígado não contrastada e contrastada com Primovist®
(gadoxetato dissódico) foram avaliadas pelos investigadores e, independentemente, por
três radiologistas não envolvidos previamente em nenhum dos estudos de maneira cega,
sistemática, randomizada, pareada e não pareada. Para os estudos de detecção, outro
radiologista independente realizou o procedimento de rastreamento de lesão. Apenas
lesões detectadas no local idêntico ao segmento do fígado no padrão de referência e na
IRM foram consideradas corretamente detectadas e constituíram a base para a análise de
sensibilidade.
Em todos os quatro estudos, Primovist® (gadoxetato dissódico) (imagens combinadas pré
e pós-contraste) levou a uma melhora significativa na eficácia diagnóstica quando
comparado à IRM não contrastada. A Tabela 1 mostra uma melhora significativa na
detecção da lesão para todos os leitores em ambos os estudos quando da avaliação das
imagens de IRM combinada pré e pós-contraste versus imagens de IRM não contrastada.
Em relação aos estudos de caracterização (Tabela 2), a análise combinada do exame de
IRM pré e pós-contraste levou a uma melhora significativa na proporção de lesões
caracterizadas corretamente para dois dos três leitores cegos em cada estudo. Todas as
diferenças para o leitor médio (média dos três leitores cegos) foram significativas. Tipos
de lesões caracterizadas incluíram metástases, hemangiomas, hiperplasia nodular focal
(HNF), cistos no fígado e carcinoma hepatocelular (CHC).
Tabela 1 – Sensibilidade na detecção de lesão no fígado para os Estudos 96129 e 97160
Estudo 96129
n = 302 lesões em 129 pacientes
Estudo 97160
n = 316 lesões em 126 pacientes
Procedimento
diagnóstico
Leitor Sensibilidade
(%)
95% IC Sensibilidade
95% IC
IRM pré-contraste Leitor
Médio
66,6 (61,1; 72,0) 61,4 (54,4; 68,4)
Leitor 1 71,2 (65,5; 76,9) 63,3 (55,7; 70,9)
Leitor 2 65,2 (59,1; 71,4) 61,7 (54,7; 68,7)
Leitor 3 63,3 (57,0; 69,5) 59,2 (51,6; 66,7)
IRM combinada
pré e pós-contraste
Leitor
71,2 (66,0; 76,4) 69,2 (63,6; 74,8)
Leitor 1 76,2 (70,4; 81,9) 71,5 (64,8; 78,2)
Leitor 2 69,5 (63,8; 75,3) 68,0 (62,0; 74,1)
Leitor 3 67,9 (62,1; 73,7) 68,0 (61,7; 74,4)
Diferença entre
IRM combinada pré e
pós-contraste versus
IRM pré-contraste a
4,6* (2,1; 7,2) 7,8* (3,5; 12,2)
Leitor 1 5,0* (1,3; 8,6) 8,2* (3,6; 12,8)
Leitor 2 4,3* (0,6; 8,0) 6,3* (0,3; 12,3)
Leitor 3 4,6* (0,6; 8,7) 8,9* (3,1; 14,7)
Nota: Os três leitores cegos para cada estudo são únicos para o estudo.
a
Discrepâncias entre diferença absoluta e valores apresentados são devido ao arredondamento.
* Melhora estatisticamente significativa na detecção da lesão para imagens combinadas (p < 0,05).
Tabela 2 – Proporção das lesões caracterizadas corretamente com relação ao PR para estudos
012387 e 014763
Estudo 012387
n = 182b
Estudo 014763
n = 177c
Procedimento diagnóstico Leitor Proporção
correta (%)
95% IC Proporção
54,3 (48,1; 60,5) 57,3 (50,6; 63,9)
Leitor 1 51,4 (43,1; 59,6) 59,5 (51,4; 67,6)
Leitor 2 59,1 (51,6; 66,6) 64,3 (56,7; 71,9)
Leitor 3 52,5 (45,8; 59,2) 48,0 (39,2; 56,7)
66,9 (61,7; 72,1) 67,8 (62,0; 73,6)
Leitor 1 67,2 (60,4; 74,0) 60,6 (52,6; 68,6)
Leitor 2 76,1 (69,8; 82,4) 75,8 (69,3; 82,3)
Leitor 3 57,5 (50,5; 64,6) 66,9 (59,3; 74,6)
IRM combinada pré e pós-
contraste versus
12,6* (7,4; 17,8) 10,5* (5,0; 16,0)
Leitor 1 15,8* (7,1; 24,6) 1,1 (-7,3; 9,6)
Leitor 2 17,0* (9,5; 24,5) 11,5* (4,9; 18,2)
Leitor 3 5,0 (-1,8; 11,8) 19,0* (10,7; 27,3)
b
n = número total de pacientes. Número total de lesões = 259.
c
n = número total de pacientes. Número total de lesões = 269.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação
Primovist® (gadoxetato dissódico) é um meio de contraste paramagnético para ser usado
em Imagem por Ressonância Magnética (IRM). O efeito de realce do contraste é mediado
pelo gadoxetato, um complexo iônico formado por gadolínio (III) e o ligante ácido
etoxibenzil-dietilenotriamina-pentacético (EOB-DTPA). Quando sequências de
escaneamento ponderadas em T1 são usadas em imagem de ressonância magnética de
próton, a redução do tempo de relaxamento da grade de spin de núcleos atômicos
excitados induzida pelo íon gadolínio origina um aumento da intensidade de sinal e,
consequentemente, um aumento do contraste de imagem de certos tecidos.
Efeitos farmacodinâmicos
O gadoxetato dissódico leva a um encurtamento dos tempos de relaxamento distintos
mesmo em baixa concentração. Em pH 7, uma força do campo magnético de 0,47 T e
40°C de relaxatividade (r1) – determinada a partir da influência no tempo de relaxamento
da grade de spin (T1) do próton do plasma – é cerca de 8,18 L/(mmol*seg) e a
relaxatividade (r2) – determinada a partir da influência do tempo de relaxamento spin-spin
(T2) – é cerca de 8,56 L/(mmol*seg). A 1,5 T a 37°C as respectivas relaxatividades no
plasma são r1 = 6,9 L/(mmol*seg) e r2 = 8,7 L/(mmol*seg). A relaxatividade gera uma
leve dependência inversa na força do campo magnético.
O etoxibenzil-dietilenotriaminapentacetato forma um complexo estável com o íon
gadolínio paramagnético com estabilidade in-vivo e in-vitro extremamente elevada
(constante de estabilidade termodinâmica: log KGdl = 23,46). O gadoxetato dissódico é um
composto altamente hidrossolúvel, hidrofílico com coeficiente de partição entre n-butanol
e tampão a pH 7,6 de cerca de 0,011.
Devido a sua metade lipofílica etoxibenzil o gadoxetato dissódico exibe um modo de ação
bifásico: primeiro, a distribuição no espaço extracelular após injeção em bolo e
posteriormente recaptação seletiva pelos hepatócitos. A relaxatividade r1 no tecido
hepático é 16,6 L/(mmol*seg) (a 0,47 T) resultando em aumento da intensidade do sinal
do tecido hepático. Posteriormente o gadoxetato dissódico é excretado na bile.
A substância não exibe qualquer interação inibitória significante com enzimas em
concentrações clinicamente relevantes.
Farmacocinética
- Informações gerais
O gadoxetato dissódico se comporta no organismo como outros compostos
biologicamente inertes altamente hidrofílicos, excretados por via renal e hepatobiliar.
- Absorção e Distribuição
Após administração intravenosa, o perfil de concentração plasmática do gadoxetato
dissódico em função do tempo é caracterizado por um declínio biexponencial. O volume
de distribuição total do gadoxetato dissódico em estado de equilíbrio é cerca de 0,21 L/kg
(espaço extracelular). A ligação às proteínas plasmáticas é menos que 10%.
O composto não atravessa a barreira hematoencefálica intacta e se difunde pela barreira
placentária somente em uma pequena extensão, como demonstrado em ratos.
Em ratas lactantes, menos de 0,5% da dose administrada por via intravenosa (0,1
mmol/kg) do gadoxetato marcado radioativamente foi excretado no leite materno. A
absorção após administração oral foi muito pequena em ratos sendo 0,4%.
- Metabolismo
O gadoxetato dissódico não é metabolizado.
- Eliminação
O gadoxetato dissódico é completamente eliminado pelas vias renal e hepatobiliar, em
igual quantidade.
Sete dias após a injeção intravenosa do gadoxetato, menos que 1% da dose administrada
foi encontrada no corpo de ratos e macacos. Desta quantidade, a mais alta concentração
foi encontrada nos rins e fígado.
A meia-vida de eliminação terminal média do gadoxetato dissódico (dose 0,01 a 0,1
mmol/kg) observada em voluntários sadios foi cerca de 1 hora.
O clearance sérico total (CL) foi de 250 mL/min. O clearance renal (CLR) corresponde a
cerca de 120 mL/min, um valor semelhante a taxa de filtração glomerular em sujeitos
sadios.
- Linearidade / não-linearidade
O gadoxetato dissódico mostrou farmacocinética linear, isto é, parâmetros
farmacocinéticos alteram a dose proporcionalmente (por exemplo, Cmáx, AUC) ou são
dose independentes (por exemplo, Vss, t1/2) até a dose de 100 µmol/kg de peso corpóreo
(0,4 mL/kg).
- Características em populações especiais
Um estudo fase III com 25 µmol de Primovist®
(gadoxetato dissódico) por kg de peso
corpóreo comparou pacientes com vários níveis de disfunção hepática, disfunção renal,
disfunção hepática e renal coexistindo e pacientes sadios de diferentes faixas etárias,
incluindo idosos.
Sexo
Clearance total foi cerca de 20% menor no sexo feminino (185 mL/min) que em pacientes
do sexo masculino (236 mL/min).
Idosos (65 anos de idade ou mais)
De acordo com as mudanças fisiológicas na função renal com a idade, o clearance
plasmático do gadoxetato dissódico foi reduzido de 210 mL/min em pacientes não-idosos
para 163 mL/min em pacientes idosos com 65 anos de idade ou mais. A meia-vida
terminal e exposição sistêmica foram maiores em idosos (2,3h e 197 µmol*h/L,
respectivamente) comparado com o grupo controle (1,8h e 160 µmol*h/L,
respectivamente). A excreção renal foi completa após 24h em todos os pacientes sem
diferença entre pacientes sadios idosos e não-idosos.
Disfunção renal e/ou hepática
Em pacientes com disfunção renal moderada, foram observados aumento na AUC para
237 µmol*h/L e na meia-vida terminal para 2,2h. Em pacientes com disfunção renal em
estágio terminal, a AUC foi aumentada para cerca de 903 µmol*h/L e a meia-vida
terminal prolongada para cerca de 20h nos pacientes. Cerca de 55% da dose administrada
foi recuperada nas fezes no período de observação de 6 dias, a maioria dentro de 3 dias.
Em pacientes com disfunção hepática leve ou moderada, foram observados aumento leve
a moderado na AUC plasmática, meia-vida e excreção urinária, bem como redução na
excreção hepatobiliar quando comparados a voluntários sadios.
Em pacientes com disfunção hepática grave, especialmente em pacientes com níveis de
bilirrubina sérica anormalmente aumentados (> 3 mg/dL), a AUC foi aumentada para 259
µmol*h/L comparado com 160 µmol*h/L no grupo controle. A meia-vida de eliminação
foi aumentada para 2,6 h comparada a 1,8 h no grupo controle. A excreção hepatobiliar
diminuiu substancialmente para 5,7% da dose administrada nestes pacientes.
O gadoxetato dissódico pode ser removido do corpo por hemodiálise. Cerca de 30% da
dose administrada foi recuperada no dialisado em diálise de 3 horas, iniciando 1 hora após
a injeção. Em estudos com pacientes com disfunção renal em estágio terminal, gadoxetato
dissódico foi quase que completamente eliminado via diálise e excreção biliar dentro de 6
dias. A concentração plasmática do gadoxetato dissódico foi mensurável até 72 horas
após a dose nestes pacientes (veja “Advertências e Precauções”).
Dados de segurança pré-clínicos
Dados pré-clínicos mostram que não há risco especial para humanos baseado nos estudos
convencionais de toxicidade sistêmica, genotoxicidade e potencial contato-sensibilizante.
- Toxicidade reprodutiva
Em estudos no desenvolvimento embriofetal dose intravenosa repetida de Primovist®
(gadoxetato dissódico) causou embriotoxicidade (aumento da perda pós-implantação) em
coelhos em 25,9 vezes (baseado na área de superfície corpórea) ou 80 vezes (baseado no
peso corpóreo) a dose única humana.
- Tolerância local e potencial contato-sensibilizante
Estudos de tolerância local experimental com Primovist® (gadoxetato dissódico)
indicaram boa tolerabilidade local após administração intravascular (intravenosa e intra-
arterial) e paravenosa.
No entanto, administração intramuscular causou reações de intolerância local, incluindo
hemorragia intersticial, edema, e necrose focal da fibrose muscular e deve, portanto ser
estritamente evitada em humanos (veja “Advertências e Precauções”).
Não há contraindicações.
Hipersensibilidade
Uma avaliação risco-benefício particularmente cuidadosa é necessária em pacientes
com hipersensibilidade conhecida ao Primovist®
(gadoxetato dissódico).
Como ocorre com outros meios de contraste administrados por via intravenosa,
Primovist® (gadoxetato dissódico) pode ser associado a reações
anafilactoides/hipersensibilidade ou a outras reações idiossincráticas caracterizadas
por manifestações cardiovasculares, respiratórias ou cutâneas, podendo ocasionar
reações graves, incluindo choque.
O risco de reações de hipersensibilidade aumenta nos casos de:
- reação anterior a meios de contraste,
- história de asma brônquica,
- história de distúrbios alérgicos.
Em pacientes com disposição alérgica a decisão quanto ao uso de Primovist®
(gadoxetato dissódico) deve ser feita após uma avaliação particularmente cuidadosa
da relação risco-benefício.
A maioria dessas reações ocorre dentro de 30 minutos após a administração do meio
de contraste.
Portanto, recomenda-se a observação do paciente após a realização do exame.
São necessários medicamentos para o tratamento de reações de hipersensibilidade,
assim como preparo para instituição de medidas de emergência.
Reações tardias após horas ou até vários dias foram raramente observadas (veja
“Reações Adversas”).
Pacientes que estiverem utilizando betabloqueadores e apresentarem tais reações
podem ser resistentes aos efeitos do tratamento com beta-agonista.
Doença cardiovascular
Deve-se ter cautela quando Primovist®
(gadoxetato dissódico) é administrado a
pacientes com problemas cardiovasculares graves, pois as informações disponíveis
até o momento são limitadas.
Comprometimento renal
Em pacientes saudáveis, gadoxetato dissódico é igualmente eliminado por via renal e
hepatobiliar.
Antes da administração de Primovist® (gadoxetato dissódico), recomenda-se que
todos os pacientes sejam avaliados em relação à disfunção renal através de histórico
e/ou exames laboratoriais.
Em pacientes com disfunção renal grave, os benefícios devem ser pesados
cuidadosamente em relação aos riscos, uma vez que a eliminação dos meios de
contraste é atrasada em alguns casos. Deve-se garantir um período de tempo
suficiente para a eliminação do meio de contraste antes de qualquer readministração
em pacientes com disfunção renal.
O gadoxetato dissódico pode ser eliminado do organismo através de hemodiálise.
Cerca de 30% da dose admininistrada é eliminada do corpo por sessão única de
diálise de 3 horas iniciada 1 hora após a injeção. Em pacientes com disfunção renal
em estágio terminal, gadoxetato dissódico foi quase que completamente eliminado
via diálise e excreção biliar com um período de observação de 6 dias, sendo a
maioria dentro de 3 dias.
Nos pacientes que já estiverem em hemodiálise por ocasião da administração de
Primovist® (gadoxetato dissódico), deve-se considerar o rápido início da hemodiálise
após sua administração para aumentar a eliminação do meio de contraste (veja
“Características Farmacológicas – Farmacocinética”).
Há relatos de fibrose sistêmica nefrogênica (FSN), associada ao uso de alguns meios
de contraste contendo gadolínio, em pacientes com:
- disfunção renal grave aguda ou crônica [taxa de filtração glomerular (TFG): < 30
mL/min/1,73m2] e
- insuficiência renal aguda de qualquer gravidade devido à síndrome hepatorrenal
ou em período perioperatório de transplante de fígado.
Embora a exposição sistêmica corporal ao gadolínio seja baixa com base na dose
para diagnóstico como também pela eliminação do Primovist® (gadoxetato dissódico)
por dupla via (renal e hepatobiliar), há possibilidade de ocorrência de fibrose
sistêmica nefrogênica (FSN) com Primovist®
(gadoxetato dissódico). Portanto,
Primovist® (gadoxetato dissódico) somente deve ser utilizado nestes pacientes após
cuidadosa avaliação de risco-benefício (veja “Reações adversas”).
Intolerância local
Administração intramuscular deve ser estritamente evitada devido a reações de
intolerância local incluindo necrose focal (veja “Dados de segurança pré-clínicos”).
Gravidez
Não há dados disponíveis de estudos clínicos sobre a exposição ao gadoxetato
dissódico durante a gravidez. Estudos em animais com doses clinicamente
relevantes não mostraram toxicidade reprodutiva após administrações repetidas
(veja “Dados de segurança pré-clínicos”).
O risco potencial para humanos é desconhecido.
Primovist® (gadoxetato dissódico) somente deve ser usado durante a gravidez se a
condição clínica da mulher requer o uso de gadoxetato dissódico.
Categoria B - “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica ou do cirurgião-dentista.”
Lactação
Não se sabe se o gadoxetato dissódico é excretado no leite materno humano. Há
evidências de dados de estudos pré-clínicos que o gadoxetato dissódico é excretado
no leite materno em quantidades muito pequenas (menos de 0,5% da dose
administrada por via intravenosa) e a absorção via trato gastrintestinal é pobre
(cerca de 0,4% da dose administrada oralmente foi excretado pela urina) (veja
Em doses clínicas, nenhum efeito ao lactente é esperado e Primovist® (gadoxetato
dissódico) pode ser usado durante a amamentação.
Efeitos na habilidade de dirigir ou operar máquinas
Interação com inibidores OATP
Estudos em animais demonstraram que compostos que pertencem à classe dos
medicamentos aniônicos, por exemplo, rifampicina, bloqueiam a captação de
Primovist® (gadoxetato dissódico) pelo fígado, e deste modo, reduzem o efeito do
contraste no fígado. Neste caso o benefício esperado com o uso de Primovist®
(gadoxetato dissódico) pode ser limitado. Não são conhecidas interações adicionais
com medicamentos de estudos com animais.
Um estudo de interação em voluntários sadios demonstrou que a coadministração de
inibidor OATP eritromicina não influencia a eficácia e a farmacocinética de
Primovist® (gadoxetato dissódico). Não foram conduzidos estudos adicionais de
interação clínica com outros medicamentos.
Interferência de níveis elevados de bilirrubina ou de ferritina em pacientes
Níveis elevados de bilirrubina (>3mg/dL) ou de ferritina podem reduzir o efeito de
contraste de Primovist® (gadoxetato dissódico) no fígado. Se Primovist® (gadoxetato
dissódico) for usado nestes pacientes, completar a ressonância magnética por
imagem em não mais que 60 minutos após administração de Primovist®
(gadoxetato
dissódico) (veja “Características farmacológicas – Farmacocinética”).
Interferência em testes diagnósticos
A determinação de ferro sérico por métodos de complexometria (por exemplo,
método de complexação de ferrocina) pode apresentar falsos valores altos ou baixos
em até 24 horas após o exame com Primovist®
(gadoxetato dissódico), devido à
presença de agente complexante livre caloxetato trissódico contido na solução do
meio de contraste.
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO PRODUTO
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C).
Prazo de validade a partir da data de fabricação: 36 meses.
“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.”
“Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.”
“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.”
“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.”
Primovist®
(gadoxetato dissódico) é fornecido como uma solução límpida, de incolor a
amarelo-pálido.
Primovist® (gadoxetato dissódico) é quimica e fisicamente estável. Do ponto de vista
microbiológico o produto deve ser utilizado imediatamente após aberto.
Este medicamento deve ser inspecionado visualmente antes do uso.
Primovist® (gadoxetato dissódico) não deve ser utilizado em casos de descoloração
acentuada, ocorrência de material particulado ou defeitos no recipiente.
Propriedades físico-químicas de Primovist® (gadoxetato dissódico) estão listadas a
seguir:
Osmolalidade (mOsm/kg H2O) a 37°C 688
Viscosidade (mPa.s) a 37°C 1,19
pH 6,8 – 8,0
Método de administração
Este medicamento é para administração intravenosa.
A dose é administrada sem diluição, como uma injeção intravenosa em bolo. Após a
injeção do meio de contraste a cânula/ linha intravenosa deve ser lavada com solução
salina fisiológica
Após a injeção em bolo de Primovist® (gadoxetato dissódico), durante as fases arterial,
portovenosa e de equilíbrio, a imagiologia dinâmica utiliza os diferentes padrões
temporais de realce de tipos diferentes de lesões hepática para obter informações sobre a
classificação (benigna/maligna) e a caracterização específica. Adicionalmente melhora a
visualização de lesões hepáticas hipervascularizadas.
A fase tardia (hepatócito) começa cerca de 10 minutos após a injeção (em estudos
confirmatórios, a maioria dos dados foi obtida em 20 minutos após a injeção) com uma
janela de imagem que dura pelo menos 120 minutos. A janela de imagem é reduzida para
60 minutos em pacientes que requeiram hemodiálise e em pacientes com valores elevados
de bilirrubina (>3 mg/dL) (veja “Interações medicamentosas”).
O realce do parênquima hepático durante a fase de hepatócito auxilia na identificação do
número, distribuição segmental, visualização e delineação das lesões hepáticas e, dessa
forma melhora a detecção de lesões. Os diferentes padrões de realce/washout de lesões
hepáticas contribuem para informações da fase dinâmica.
A excreção hepática de Primovist® (gadoxetato dissódico) resulta no realce das estruturas
biliares.
Devem ser observadas as regras gerais de segurança normalmente utilizadas para imagem
por ressonância magnética, por exemplo, exclusão de marcapasso cardíaco e implantes
ferromagnéticos.
Incompatibilidades
Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento não deve ser misturado
com outros produtos medicinais.
Instruções de uso
As seringas pré-carregadas devem ser retiradas da embalagem e preparadas para injeção
imediatamente antes do exame. A tampa só deve ser retirada da seringa pré-carregada
imediatamente antes do uso. Qualquer solução de meio de contraste não utilizada no
exame deve ser descartada.
Posologia
- Adultos
0,1 mL por kg de peso corpóreo de Primovist® (gadoxetato dissódico), equivalente a 25
mcmol por kg de peso corpóreo.
Informações adicionais para populações especiais
- População pediátrica
Primovist® (gadoxetato dissódico) não é recomendado para uso em crianças abaixo de 18
anos de idade devido a falta de dados de segurança e eficácia.
- Idosos (65 anos de idade ou mais)
Não há necessidade de ajuste de dose. Em estudos clínicos, não foram observadas
diferenças gerais de segurança ou eficácia entre idosos (65 anos de idade ou mais) e
pacientes jovens, e outras experiências clínicas relatadas não identificaram diferenças
entre idosos e pacientes jovens (veja “Características Farmacológicas –
Farmacocinética”).
- Pacientes com disfunção hepática
diferenças gerais de segurança ou eficácia entre pacientes com e sem disfunção hepática,
e outras experiências clínicas relatadas não identificaram diferenças em pacientes com
disfunção hepática e pacientes saudáveis (veja “Características Farmacológicas –
- Pacientes com disfunção renal
Em estudos clínicos, não foram observadas diferenças gerais de segurança e eficácia entre
pacientes com disfunção renal e pacientes com função renal normal. A eliminação do
gadoxetato dissódico é prolongada em pacientes com disfunção renal. Para garantir
imagens diagnosticamente úteis, não é recomendado ajuste de dose (veja também
“Advertências e Precauções” e “Características Farmacológicas – Farmacocinética”).
O perfil geral de segurança de Primovist® (gadoxetato dissódico) é baseado em
dados com mais de 1900 pacientes em estudos clínicos e em avaliação pós-
comercialização.
As reações adversas mais frequentemente observadas (> 0,5%) em pacientes
recebendo Primovist® (gadoxetato dissódico) foram náusea, dor de cabeça, sensação
de calor, aumento da pressão sanguínea e tonturas.
A reação adversa mais grave em pacientes recebendo Primovist® (gadoxetato
dissódico) foi choque anafilactoide.
Reações alergoides tardias (após horas ou até vários dias) foram raramente
observadas.
A maioria das reações adversas foi de intensidade leve a moderada.
As reações adversas observadas com Primovist® (gadoxetato dissódico) estão
representadas na tabela abaixo. As reações adversas estão classificadas de acordo
com a Classificação por Sistema Corpóreo (MedDRA versão 12.1). O termo
MedDRA mais apropriado é usado para descrever uma certa reação, seus sinônimos
e condições relacionadas.
Reações adversas de estudos clínicos são classificadas de acordo com suas
frequências. Os grupos de frequências são definidos de acordo com a seguinte
convenção: Frequente: > 1/100 a < 1/10; Pouco frequente: > 1/1.000 a < 1/100; Rara:
> 1/10.000 a < 1/1.000. As reações adversas identificadas apenas durante a avaliação
pós-comercialização, e para as quais a frequência não pode ser estimada, estão
listadas como “desconhecida”.
Em cada grupo de frequência, as reações adversas estão apresentadas em ordem
decrescente de gravidade.
Tabela 1: Reações adversas relatadas em estudos clínicos ou durante a avaliação
pós-comercialização em pacientes tratados com Primovist® (gadoxetato dissódico)
Classificação por
Sistema Corpóreo
Frequente Pouco frequente Rara Desconhecida
Distúrbios no
sistema imune
Hipersensibilidade
/ reação
anafilactoide (por
exemplo, choque*,
hipotensão, edema
faringolaringeal,
urticária, edema
facial, rinite,
conjuntivite, dor
abdominal,
hipoestesia,
espirro, tosse,
palidez).
sistema nervoso
cefaleia vertigem
tontura
disgeusia
parestesia
parosmia
tremor
acatisia
inquietação
Distúrbios
cardíacos
bloqueio de
ramo
palpitação
taquicardia
vasculares
aumento da pressão
arterial
rubor
respiratórios,
torácicos e no
mediastino
distúrbios
respiratórios
(dispneia*,
dificuldade
respiratória)
gastrintestinais
náuseas vômitos
boca seca
desconforto oral
hipersecreção
salivar
Distúrbios da pele e
do tecido
subcutâneo
rash
prurido**
maculopapular
hiperidrose
músculo-
esqueléticos e dos
tecidos conectivos
dor nas costas
Distúrbios gerais e
condições no local
de administração
dor no peito
reações no local de
injeção***
sensação de calor
calafrios
fadiga
sensação anormal
desconforto
mal-estar
* Foram relatados casos com risco para a vida e/ou fatais. Estes relatos foram
originados de experiências pós-comercialização.
** Prurido (prurido generalizado, prurido nos olhos).
*** Reações no local de injeção (diversos tipos) compreendem os seguintes termos:
extravasamento no local de injeção, queimação no local de injeção, sensação de frio
no local de injeção, irritação no local de injeção, dor no local da injeção.
Foram relatados casos de fibrose sistêmica nefrogênica (FSN) com alguns meios de
contraste contendo gadolínio (veja “Precauções e Advertências”).
Foram observados valores levemente elevados de ferro sérico e bilirrubina sérica em
menos de 1% dos pacientes após a administração de Primovist® (gadoxetato
dissódico). No entanto, os valores não excederam mais de 2 – 3 vezes os valores
basais e retornaram aos valores iniciais sem quaisquer sintomas, dentro de 1 a 4
dias.
“Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham
indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado
corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos.
Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.”