Bula do Protos produzido pelo laboratorio Laboratórios Servier do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Bula Profissional de Saúde
Protos®
2g
Pó granulado para suspensão oral
Fabricante: Les Laboratoires Servier
Industrie - Gidy
1
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
PROTOS®®®®
ranelato de estrôncio 2g
APRESENTAÇÕES
Pó granulado para suspensão oral.
Embalagem contendo 14, 28 ou 56 sachês de 2g.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada sachê de PROTOS®
contém:
ranelato de estrôncio hidratado......................................................... 2,632g.
correspondente a 2,0g de ranelato de estrôncio anidro
excipientes q.s.p ..................................................................................1 sachê.
Excipientes: aspartamo, maltodextrina, manitol.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
PROTOS®
(ranelato de estrôncio) é indicado no tratamento da osteoporose grave:
- em mulheres pós-menopáusicas,
- em homens adultos com elevado risco de fratura, para quem o tratamento com outros medicamentos
aprovados na osteoporose não seja possível devido a, por exemplo, contraindicações ou intolerância.
Em mulheres pós- menopáusicas, o ranelato de estrôncio reduz o risco de fraturas vertebrais e do quadril (ver
seção 3).
A decisão de prescrever ranelato de estrôncio deve ser baseada numa avaliação dos riscos globais de cada
paciente (ver seção 4 e 5).
A osteoporose é definida como uma DMO da coluna ou do colo do fêmur 2,5 DP ou mais, abaixo do valor
médio de uma população jovem normal. São vários os fatores de risco associados à osteoporose pós-
menopáusica incluindo massa óssea reduzida, densidade mineral óssea reduzida, menopausa precoce,
histórico de tabagismo e histórico familiar de osteoporose. A consequência clínica da osteoporose são as
fraturas. O risco de fraturas aumenta com o número de fatores de risco.
Tratamento da osteoporose pós-menopáusica:
O programa de estudos antifratura do PROTOS®
foi constituído por dois estudos de fase III controlados com
placebo: o estudo SOTI e o estudo TROPOS. SOTI envolveu 1.649 mulheres pós-menopáusicas com
osteoporose estabelecida (DMO lombar reduzida e fraturas vertebrais prévias) e com uma média de idade de
70 anos. TROPOS envolveu 5.091 mulheres pós-menopáusicas com osteoporose (DMO do colo do fêmur
reduzida e fraturas prévias em mais da metade delas) com uma idade média de 77 anos. No total, SOTI e
TROPOS incluíram 1.556 pacientes com mais de 80 anos na inclusão (23,1% da população do estudo). Em
adição ao seu tratamento (2 g/dia de ranelato de estrôncio ou placebo), as pacientes receberam suplementos
adaptados de cálcio e vitamina D ao longo de ambos os estudos.
PROTOS®
reduziu o risco relativo de uma nova fratura vertebral em 41% ao longo de 3 anos, no estudo
SOTI (tabela 1). O efeito foi significativo desde o primeiro ano. Foram demonstrados benefícios semelhantes
em mulheres com múltiplas fraturas iniciais. Relativamente às fraturas vertebrais clínicas (definidas como
fraturas associadas a raquialgias e/ou diminuição da altura de pelo menos 1 cm), o risco relativo foi reduzido
em 38%. PROTOS®
também reduziu o número de pacientes com diminuição de pelo menos 1 cm de altura
em comparação com o placebo. A avaliação da qualidade de vida com a escala específica QUALIOST, assim
2
como os resultados de percepção de Saúde Geral da escala geral SF-36 indicaram o benefício do PROTOS®
,
comparativamente ao placebo.
A eficácia do PROTOS®
em reduzir o risco de novas fraturas vertebrais foi confirmada com o estudo
TROPOS, incluindo pacientes osteoporóticas sem fraturas de fragilidade iniciais.
Tabela 1: Incidência de pacientes com fraturas vertebrais e redução do risco relativo
Estudo Placebo PROTOS®
Redução do risco relativo
vs. placebo (95%CI),
valor de p
SOTI N=723 N=719
Nova fratura vertebral
após 3 anos
32,8% 20,9% 41% (27-52), p<0,001
após 1º ano
11,8% 6,1% 49% (26-64), p<0,001
clínica após 3 anos
17,4% 11,3% 38% (17-53), p<0,001
TROPOS N=1823 N=1817
20,0% 12,5% 39% (27-49), p<0,001
Em pacientes com mais de 80 anos de idade no momento da inclusão, uma análise conjunta dos estudos
SOTI e TROPOS demonstrou que PROTOS®
reduziu o risco relativo de novas fraturas vertebrais em 32% ao
longo de 3 anos (incidência de 19,1% com o ranelato de estrôncio vs. 26,5% com o placebo).
Em uma análise conjunta a posteriori dos pacientes dos estudos SOTI e TROPOS com uma DMO inicial da
coluna e/ou do colo do fêmur osteopênica e sem fraturas prévias, mas com pelo menos um fator de risco
adicional de fratura (N = 176), PROTOS®
reduziu o risco de uma primeira fratura vertebral em 72% ao longo
de 3 anos (incidência de fratura vertebral com ranelato de estrôncio de 3,6% vs. 12,0% com o placebo).
Foi realizada uma análise a-posteriori de um sub-grupo de pacientes do estudo TROPOS com um interesse
clínico particular e com elevado risco de fratura [definido por uma DMO do colo femoral com um T-score ≤
- 3DP (intervalo para o fabricante correspondente a - 2,4 DP usando o NHANES III) e com idade ≥ 74 anos
(n = 1.977, i.e. 40% da população do estudo TROPOS)]. Neste grupo, ao longo de 3 anos de tratamento,
reduziu o risco relativo de fratura do colo do fêmur em 36% comparativamente ao grupo placebo
(tabela 2).
Em estudo comparativo de avaliação de tratamento antiosteoporótico e seus efeitos na qualidade óssea foram
comparados PROTOS®
e alendronato. Após um ano de tratamento, o grupo tratado com PROTOS®
apresentou significativamente efeitos maiores na melhoria da qualidade óssea do que no grupo tratado com
Tabela 2: Incidência de pacientes com fratura do colo do fêmur e redução do risco relativo em pacientes com
DMO ≤ -2.4 SD (NHANES III) e idade ≥ 74 anos
redução do risco relativo
TROPOS N=995 N=982
Fratura do colo do fêmur
6,4% 4,3% 36% (0-59), p=0,046
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alendronato, para microestrutura de tíbia distal, incluindo parâmetros trabeculares e corticais, em mulheres
com osteoporose pós-menopausa.
Tratamento da Osteoporose em homens:
A eficácia de PROTOS®
em homens com osteoporose foi demonstrada em um estudo de dois anos de
duração, duplo cego, placebo controlado, com uma análise principal após um ano em 243 pacientes (da
população em intenção de tratar, 161 pacientes receberam ranelato de estrôncio) com elevado risco de fratura
(idade média 72,7 anos, média da DMO lombar com um valor de T-score de -2,6%; 28% de fratura vertebral
prevalente).
Todos os pacientes receberam suplementos de cálcio (1000mg) e vitamina D (800 UI).
Foi observado um aumento estatisticamente significativo da DMO ao 6º mês após o início do tratamento com
versus placebo.
Após 12 meses, foi observado um aumento estatisticamente significativo da DMO média da coluna lombar,
principal critério de eficácia (E (SE)= 5,32% (0,75); 95% IC = [3,86;6,79]; p<0,001), e semelhante ao
observado nos principais estudos antifratura de fase III realizados em mulheres pós menopausa.
Após 12 meses foram observadas melhorias estatisticamente significativas da DMO do colo do fémur e
DMO do quadril total (p<0,001).
Referências Bibliográficas: Reginster JY et al. Effects of Long-Term Strontium Ranelate Treatment on the
Risk of Nonvertebral and Vertebral Fractures in Postmenopausal Osteoporosis. Arthritis & Rheumatism
2008; 58 (6): 1687-1695. Seeman E et al. Strontium Ranelate Reduces the Risk of Vertebral Fractures in
Patients With Osteopenia. Journal of Bone and Mineral Research 2008; 23 (3): 433-438. Reginster JY et al.
Strontium Ranelate Reduces the Risk of Nonvertebral Fractures in Postmenopausal Women with
Osteoporosis: Treatment of Peripheral Osteoporosis (TROPOS) Study. The Journal of Clinical
Endocrinology & Metabolism 2005; 90 (5): 2816-2822. Meunier PJ et al. The Effects of Strontium Ranelate
in the Risk of Vertebral Fracture in Women with Postmenopausal Osteoporosis. The New England Journal of
Medicine 2004; 350 (5): 459-468. Rizzoli, et al: Strontium ranelate has a more positive influence than
alendronate on distal tibia cortical and trabecular bone microstructure in women with postmenopausal
osteoporosis. Osteoporos Int (2009) 20: 163-186. J.-M. Kaufman et al: Efficacy and Safety of Strontium
Ranelate in the Treatment of Osteoporosis in Men. J Clin Endocrinol Metab (2013), 98(2):592–601.
Propriedades farmacodinâmicas
Mecanismo de ação
In vitro, o ranelato de estrôncio:
- aumenta a formação de osso em culturas de tecido ósseo, bem como a replicação do precursor dos
osteoblastos e a síntese de colágeno em cultura de células ósseas.
- reduz a reabsorção óssea através da diminuição da diferenciação dos osteoclastos e da atividade de
reabsorção.
Isto resulta num reequilíbrio do turnover ósseo a favor da formação do osso.
A atividade do ranelato de estrôncio foi estudada em vários modelos não clínicos. Particularmente em ratos
sãos, o ranelato de estrôncio aumenta a massa óssea trabecular, o número de trabéculas e a sua espessura; isto
resulta numa melhoria da força óssea.
No tecido ósseo de animais tratados e em humanos, o estrôncio é principalmente adsorvido à superfície do
cristal e só substitui levemente o cálcio nos cristais de apatita do novo osso formado. O ranelato de estrôncio
não modifica as características do cristal ósseo. Em biopsias ósseas da crista ilíaca obtidas após 60 meses de
tratamento com ranelato de estrôncio 2g/dia em estudos de fase III, não se observaram efeitos nocivos na
qualidade ou na mineralização óssea.
Os efeitos combinados da distribuição do estrôncio no osso e o aumento da absorção de raios-X pelo
estrôncio em comparação com o cálcio, levam a um aumento da densidade mineral óssea (DMO) medida por
absorciometria radiológica de dupla energia (DXA). Os dados disponíveis indicam que estes fatores
contabilizam aproximadamente 50% da medida da variação da DMO ao longo de 3 anos de tratamento com
PROTOS®
2g/dia. Isto deve ser considerado quando se interpretam as variações de DMO durante o
tratamento com PROTOS®
Em estudos de fase III, que demonstraram a eficácia antifratura do tratamento
com PROTOS®
, a DMO média avaliada aumentou desde o início com PROTOS®
em aproximadamente 4%
por ano na coluna lombar e 2% por ano no colo do fêmur, atingindo 13 a 15% e 5 a 6 % respectivamente
após 3 anos, dependendo do estudo.
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Em ensaios de fase III, em comparação com o placebo, os marcadores bioquímicos de formação óssea
(fosfatase alcalina específica do osso e pró-peptídeo C-terminal do pró-colágeno tipo I) aumentaram e os de
reabsorção óssea (ligações cruzadas de C-telopeptídeo sérico e N-telopeptídeo urinário) diminuíram desde o
terceiro mês até ao terceiro ano de tratamento.
Secundariamente aos efeitos farmacológicos do ranelato de estrôncio foram observadas ligeiras reduções do
nível sérico do cálcio e do hormônio da paratireóide (PTH), aumento das concentrações sanguíneas do
fósforo e da atividade da fosfatase alcalina total, sem a observação de consequências clínicas.
Propriedades farmacocinéticas
O ranelato de estrôncio é constituído por 2 átomos de estrôncio estável e 1 molécula de ácido ranélico, a parte
orgânica que permite o melhor compromisso em termos de peso molecular, farmacocinética e aceitabilidade
do medicamento. As farmacocinéticas do estrôncio e do ácido ranélico foram avaliadas em homens jovens
saudáveis e em mulheres pós-menopáusicas saudáveis, bem como durante longas exposições em mulheres
osteoporóticas pós-menopáusicas, incluindo mulheres idosas.
Devido à sua elevada polaridade, a absorção, distribuição e ligação às proteínas plasmáticas do ácido ranélico
são baixas. Não há acúmulo do ácido ranélico e não há evidência de metabolismo em animais e humanos. O
ácido ranélico absorvido é rapidamente eliminado, sem modificações por via renal.
Absorção:
A biodisponibilidade absoluta do estrôncio é cerca de 25% (entre 19-27%) após uma dose oral de 2g de
ranelato de estrôncio. As concentrações plasmáticas máximas são alcançadas 3-5 horas após uma dose única
de 2g. O estado de equilíbrio é atingido após 2 semanas de tratamento. A ingestão de ranelato de estrôncio
com cálcio ou alimentos reduz a biodisponibilidade do estrôncio em aproximadamente 60-70%,
comparativamente com a administração 3 horas após a refeição. Devido à absorção relativamente baixa do
estrôncio, a ingestão de alimentos e cálcio deve ser evitada antes e durante a administração de PROTOS®
. Os
suplementos orais com vitamina D não têm efeito sobre a exposição ao estrôncio.
Distribuição:
O estrôncio tem um volume de distribuição de cerca de 1 L/kg. A ligação do estrôncio às proteínas
plasmáticas humanas é baixa (25%) e o estrôncio tem uma alta afinidade pelo tecido ósseo. A medição da
concentração do estrôncio nas biopsias ósseas da crista ilíaca dos pacientes tratados durante 60 meses com
ranelato de estrôncio 2g/dia, indica que as concentrações do estrôncio no osso podem atingir um platô após
cerca de 3 anos de tratamento. Não existem dados em pacientes que demonstrem a cinética de eliminação do
estrôncio do osso após a terapêutica.
Biotransformação:
Como um cátion bivalente, o estrôncio não é metabolizado. O ranelato de estrôncio não inibe as enzimas do
citocromo P450.
Eliminação:
A eliminação do estrôncio é independente da dose e do tempo. A meia-vida efetiva do estrôncio é cerca de 60
horas. A excreção do estrôncio ocorre por via renal e do trato gastrointestinal. O seu clearance plasmático é
cerca de 12 mL/min (CV 22%) e seu clearance renal é cerca de 7 mL/min (CV 28%).
Farmacocinética em populações especiais:
Pacientes idosos:
Os dados de farmacocinética populacionais demonstraram não haver relação entre a idade e o clearance
aparente do estrôncio na população alvo.
Disfunção renal:
Em pacientes com disfunção renal leve a moderada (clearance da creatinina de 30-70 mL/min), o clearance
do estrôncio decresce com a diminuição do clearance da creatinina (aproximadamente 30% de decréscimo
para um clearance da creatinina entre 30-70 mL/min) induzindo assim um aumento dos níveis do estrôncio
plasmático. Nos estudos de fase III, 85% das pacientes tinham um clearance da creatinina entre 30 e 70
mL/min e 6% abaixo de 30 mL/min na inclusão da terapia, sendo o clearance médio da creatinina de cerca de
50mL/min. Portanto, nos pacientes com disfunção renal leve a moderada não é necessário nenhum ajuste da
dose.
5
Não existem dados farmacocinéticos em pacientes com insuficiência renal grave (clearance de creatinina
abaixo de 30 mL/min).
Disfunção hepática:
Não existem dados farmacocinéticos em pacientes com disfunção hepática. Devido às propriedades
farmacocinéticas do estrôncio, não é esperado qualquer efeito.
Dados de segurança pré-clínica:
Os dados não clínicos não revelaram riscos especiais para os humanos, segundo estudos convencionais de
farmacologia de segurança, genotoxicidade e potencial carcinogênico.
A administração crônica oral de ranelato de estrôncio em altas doses a roedores induziu anomalias ósseas e
dentárias, consistindo principalmente em fraturas espontâneas e atraso na mineralização, reversíveis após a
descontinuação do tratamento. Estes efeitos foram reportados com níveis de estrôncio no osso 2-3 vezes
superiores aos níveis de estrôncio no osso dos humanos com tratamento superior a 3 anos. Os dados
referentes à acumulação a longo prazo do ranelato de estrôncio no esqueleto são limitados.
Estudos de toxicidade em ratos e coelhos durante o desenvolvimento provocaram anomalias ósseas e
dentárias (ossos longos encurvados e costelas onduladas) nos descendentes. Nos ratos, estes efeitos foram
reversíveis 8 semanas após a parada do tratamento.
- Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos componentes da fórmula listados na seção
composição.
- Eventos tromboembólicos venosos (TEV) atuais ou anteriores incluindo trombose venosa profunda ou
embolismo pulmonar.
- Imobilização temporária ou permanente devido, por exemplo, a recuperação pós-cirúrgica ou estar acamado
de forma prolongada.
- Estabelecido, atual ou histórico médico de doença isquêmica cardíaca, doença arterial periférica e/ou
doença cerebrovascular.
- Hipertensão não-controlada.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
Eventos cardíacos isquêmicos:
Em uma análise conjunta de estudos randomizados controlados com placebo, em mulheres pós menopáusicas
osteoporóticas, observou-se um aumento significativo de infarto do miocárdio nas pacientes tratados com
PROTOS®
comparativamente com o placebo (ver seção 9.)
Antes do início do tratamento, os pacientes devem ser avaliados relativamente ao risco cardiovascular.
Os pacientes com fatores de risco significativos para eventos cardiovasculares (isto é, hipertensão,
hiperlipidemia, diabetes mellitus e tabagismo) só devem ser tratados com ranelato de estrôncio após
cuidadosa avaliação (ver seção 4 e 9).
Durante o tratamento com PROTOS®
, estes riscos cardiovasculares devem ser monitorizados em intervalos
regulares, geralmente a cada 6 a 12 meses.
O tratamento deve ser descontinuado se os pacientes desenvolverem doença isquêmica cardíaca, doença
arterial periférica, doença cerebrovascular ou se tiverem hipertensão não controlada (ver seção 4),
Tromboembolismo venoso:
Nos estudos de fase III controlados com placebo, o tratamento com ranelato de estrôncio foi associado a um
aumento da incidência anual de tromboembolismo venoso (TEV), incluindo embolismo pulmonar. A causa
deste achado é desconhecida. PROTOS®
está contraindicado em pacientes com história de eventos
tromboembólicos venosos e deve ser usado com precaução em pacientes com risco de TEV.
Deve ser reavaliada a necessidade de continuar o tratamento com PROTOS®
em pacientes com mais de 80
anos de idade e em risco de TEV. PROTOS®
deve ser interrompido o mais cedo possível no caso de uma
doença ou uma situação que leve à imobilização e tomadas as medidas preventivas adequadas. A terapêutica
não deve ser retomada até que a situação inicial esteja resolvida e o paciente tenha recuperado a mobilidade.
Quando um TEV ocorre, PROTOS®
deve ser descontinuado.
Pacientes com disfunção renal:
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Na ausência de dados de segurança em pacientes com disfunção renal grave tratados com ranelato de
estrôncio, PROTOS®
não é recomendado em pacientes com um clearance de creatinina inferior a 30 mL/min
(ver seção 3). De acordo com a boa prática clínica, recomenda-se uma avaliação periódica da função renal
em pacientes com disfunção renal crônica. A continuação do tratamento com PROTOS®
em pacientes que
desenvolvam disfunção renal grave deve ser considerada numa base individual.
Reações na pele:
Têm sido relatadas com o uso de PROTOS®
reações cutâneas que colocam a vida em risco (Síndrome de
Stevens-Johnson (SJS), necrólise epidérmica tóxica (TEN) e erupção cutânea medicamentosa com eosinofilia
e sintomas sistêmicos (DRESS)).
Os pacientes devem ser alertados sobre os sinais e sintomas e monitorados cuidadosamente para o
aparecimento de reações cutâneas. O risco é mais elevado para ocorrência de SJS ou TEN nas primeiras
semanas de tratamento e habitualmente cerca de 3-6 semanas para o DRESS.
Se houver sintomas ou sinais de SJS ou TEN (erupção cutânea progressiva, geralmente com bolhas ou lesões
das mucosas) ou DRESS (erupção cutânea, febre, eosinofilia e envolvimento sistêmico (por exemplo:
adenopatia, hepatite, nefropatia intersticial, doença pulmonar intersticial)) o tratamento com PROTOS®
deve
ser interrompido imediatamente.
Os melhores resultados no controle de SJS, TEN e DRESS provém de um diagnóstico precoce e da
interrupção imediata do medicamento suspeito. A descontinuação precoce está associada a um melhor
prognóstico. O resultado do DRESS é favorável na maioria dos casos após a interrupção de PROTOS®
e
depois de se iniciar, quando necessário, a terapêutica com corticosteroides. A recuperação pode ser lenta e
têm sido notificados casos de recorrências da síndrome após a descontinuação da terapêutica com
corticosteroides.
Se os pacientes desenvolveram SJS, TEN ou DRESS o tratamento com PROTOS®
não deve mais ser
retomado nestes pacientes.
Uma maior incidência de notificações, ainda que raras, de reações de hipersensibilidade incluindo erupção
cutânea, SJS ou TEN em pacientes de origem asiática têm sido relatadas.
Interações com testes laboratoriais:
O estrôncio interfere com os métodos colorimétricos para determinação das concentrações sanguíneas e
urinárias de cálcio. Por isso, na prática clínica, a espectrometria de massa com plasma indutivamente
acoplado ou a espectrometria de absorção atômica deverão ser os métodos usados para garantir uma
determinação exata das concentrações sanguíneas e urinárias de cálcio.
Excipientes:
contém aspartamo, uma fonte de fenilalanina, que pode ser prejudicial às pessoas com
fenilcetonúria.
Atenção fenilcetonúricos: contém fenilalanina.
Atenção: Este medicamento contém açúcar (maltodextrina), portanto, deve ser usado com cautela em
portadores de Diabetes.
Gravidez:
Não existem dados sobre a utilização de ranelato de estrôncio em mulheres grávidas. Em altas doses, os
estudos em animais revelaram efeitos reversíveis nos ossos dos descendentes de ratos e coelhos tratados
durante a gestação. Se PROTOS®
for utilizado inadvertidamente durante a gravidez, o tratamento deverá ser
interrompido.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
Lactação:
Os dados físico-químicos sugerem excreção do ranelato de estrôncio no leite humano. PROTOS®
não deve
ser utilizado durante a amamentação.
Fertilidade
Nos estudos em animais não foram observados efeitos na fertilidade masculina ou feminina.
Efeitos sobre a capacidade de conduzir veículos e utilizar máquinas:
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Os efeitos do PROTOS®
Alimentos, leite e produtos derivados e medicamentos que contenham cálcio podem reduzir a
biodisponibilidade do ranelato de estrôncio em aproximadamente 60-70%. Por isso, a administração de
PROTOS®
e desses produtos devem ser separadas por um intervalo de pelo menos duas horas.
Como os cátions bivalentes formam complexos com as tetraciclinas orais (por exemplo, doxicilina) e
quinolonas (por exemplo, ciprofloxacino) ao nível gastrointestinal reduzindo por isso a sua absorção, não é
recomendável a administração simultânea de ranelato de estrôncio com estes medicamentos. Como medida
de precaução, o tratamento com PROTOS®
deve ser suspenso durante o tratamento com tetraciclinas orais ou
quinolonas.
Um estudo de interação clínica in vivo, demonstrou que a administração de hidróxidos de alumínio e
magnésio duas horas antes ou em simultâneo com o ranelato de estrôncio causou uma ligeira diminuição na
absorção do ranelato de estrôncio (diminuição de 20-25% da ASC), enquanto que a absorção não foi
praticamente afetada quando se administrou o antiácido duas horas após o ranelato de estrôncio. Por isso, é
preferível tomar os antiácidos pelo menos duas horas após a administração de PROTOS®
. No entanto,
quando este regime posológico não for possível devido à administração de PROTOS®
ser recomendada ao
deitar, é aceitável a tomada concomitante.
Não foi observada interação com suplementos orais de vitamina D.
Não houve evidência de interações clínicas ou aumento relevante dos níveis sanguíneos de estrôncio, com os
medicamentos habitualmente prescritos concomitantemente com PROTOS®
na população alvo, durante os
ensaios clínicos. Estes incluíram: anti-inflamatórios não-esteroidais (incluindo ácido acetilsalicílico), anilidas
(como o paracetamol), bloqueadores H2 e inibidores da bomba de prótons, diuréticos, digoxina e glicosídeos
cardíacos, nitratos orgânicos e outros vasodilatadores para doenças cardíacas, bloqueadores dos canais de
cálcio, betabloqueadores, inibidores da ECA, antagonistas da angiotensina II, agonistas seletivos dos
adrenoreceptores beta-2, anticoagulantes orais, inibidores da agregação plaquetária, estatinas, fibratos e
derivados benzodiazepínicos.
PROTOS®
deve ser guardado na sua embalagem original. Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30º
C). Proteger da luz e umidade. Nestas condições, este medicamento possui prazo de validade de 36 (trinta e
seis) meses, a partir da data de fabricação.
Número do lote, data de fabricação e prazo de validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após preparo, consumir imediatamente.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E ORGANOLÉPTICAS:
é apresentado sob a forma de um pó granulado de coloração amarela para suspensão oral.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O tratamento deve ser iniciado apenas por um médico com experiência no tratamento da osteoporose.
Posologia:
A dose recomendada é de um sachê de 2g, uma vez por dia, por via oral.
Devido à natureza da doença tratada o ranelato de estrôncio destina-se ao uso prolongado.
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A absorção do ranelato de estrôncio é reduzida pelos alimentos, leite e produtos derivados, portanto
PROTOS®
deve ser administrado no intervalo das refeições. Devido à lenta absorção, PROTOS®
deve ser
tomado à hora de deitar, preferencialmente pelo menos duas horas após a refeição.
Os doentes tratados com ranelato de estrôncio devem receber suplemento de vitamina D e de cálcio se a dieta
for inadequada.
Modo de usar:
Uso Oral
O granulado dos sachês deve ser tomado como uma suspensão num copo contendo no mínimo 30ml
(aproximadamente um terço de um copo normal) de água. Embora os estudos de utilização tenham
demonstrado que o ranelato de estrôncio é estável em suspensão durante 24h após preparação, a suspensão
deve ser tomada imediatamente após ser preparada.
Pacientes idosos:
A eficácia e segurança do ranelato de estrôncio foram estabelecidas numa vasta faixa etária (até 100 anos à
inclusão) de homens adultos e mulheres pós-menopáusicas com osteoporose. Não é necessário ajuste da dose
relacionado com a idade.
Pacientes com disfunção renal:
O ranelato de estrôncio não é recomendado para pacientes com disfunção renal grave (clearance da creatinina
inferior a 30mL/min). Não é necessário ajuste da dose em pacientes com disfunção renal leve a moderada
(clearance da creatinina de 30-70mL/min).
Pacientes com disfunção hepática:
Não é necessário ajuste da dose em pacientes com disfunção hepática.
População pediátrica:
A segurança e eficácia de PROTOS®
em crianças com menos de 18 anos de idade não foram estabelecidas.
Não existem dados disponíveis.
Resumo do perfil de segurança
PROTOS®
foi estudado em ensaios clínicos que envolveram aproximadamente 8000 participantes. A
segurança a longo prazo foi avaliada em mulheres pós-menopáusicas com osteoporose, tratadas até 60 meses
com ranelato de estrôncio 2g/dia (n=3.352) ou com placebo (n=3.317) em estudos de fase III. A idade média
foi de 75 anos no início do estudo e 23% das pacientes tinham entre 80 e 100 anos de idade.
Em uma análise conjunta de estudos randomizados controlados com placebo em pacientes com osteoporose
pós-menopausa, as reações adversas mais comuns foram náusea e diarreia, que foram geralmente notificadas
no início do tratamento, sem que se observasse mais tarde uma diferença significativa entre os grupos. A
descontinuação da terapêutica foi devida principalmente à ocorrência de náuseas.
Não existiram diferenças na natureza das reações adversas entre os grupos de tratamento, independentemente
da idade no momento da inclusão ser superior ou inferior a 80 anos.
Tabela com a lista de reações adversas
As seguintes reações adversas foram notificadas durante os estudos clínicos e/ou uso pós comercialização do
ranelato de estrôncio.
As reações adversas estão listadas usando a seguinte convenção (frequência versus placebo): muito comuns
(>1/10); comuns (>1/100 e <1/10); incomum (>1/1.000 e < 1/100); rara (>1/10.000 e <1/1.000); muito rara
(<1/10.000); desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis).
Classe de sistemas de órgãos Frequência Reações Adversas
Incomum
Linfadenopatia (em associação
com reações de
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Doenças do sangue e do sistema linfático
hipersensibilidade cutânea)
Raro
Insuficiência da medula
óssea#
Eosinofilia (em associação
Distúrbios do metabolismo e nutricionais Comum Hipercolesterolemia
Perturbações de ordem psiquiátrica
Comum Insônia
Incomum Estado confusional
Doenças do Sistema nervoso
Comum
Cefaléia
Alterações na consciência
Perda de memória
Tonturas
Parestesia
Incomum Convulsões
Doenças do ouvido e do labirinto Comum Vertigens
Desordens Cardíacas Comum Infarto do Miocárdio
Vasculopatias Comum Tromboembolismo Venoso
(TEV)
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino Comum Hiper-reatividade brônquica
Doenças gastrointestinais
Náusea
Diarreias e fezes pastosas
Vômitos
Dores abdominais
Dores gastrointestinais
Refluxo Gastroesofágico
Dispepsia
Constipação
Flatulência
Irritação da mucosa oral
(Estomatites e/ou ulceração da
boca)
Boca Seca
Desordens hepatobiliares
Comum hepatite
Aumento das transaminases
séricas (em associação com
reações de hipersensibilidade
cutânea)
Desordens dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Muito comum
Reações de hipersensibilidade
cutânea (eritema, prurido,
urticária, angioedema)
§
Comum Eczema
Dermatite
Alopecia
Erupção Cutânea com
Eosinofilia e sintomas
sistêmicos (DRESS) (ver item
5)#
Muito raro Reações adversas graves
10
cutâneas (SCARs): Síndrome
de Stevens-Johnson e
necrólise epidérmica tóxica*
(ver item 5)#
Desordens musculoesqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Dor musculoesquelética
(espasmo muscular, mialgia,
dor óssea, artralgia e dor nas
extremidades)
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Comum Edema periférico
Pirexia (em associação com
Mal-estar geral
Exames complementares de diagnóstico Comum
Aumento da creatina-
fosfoquinase (CPK) no sangue
a
A frequência nos Ensaios Clínicos foi similar no grupo tratado com o medicamento e o grupo tratado com
placebo
* Notificado em países asiáticos como raro.
# Para reações adversas não observadas nos ensaios clínicos, o limite superior do intervalo de confiança de
95% não é maior do que 3/X com X representando o tamanho total da amostra resumido em todos os estudos
ensaios clínicos relevantes.
Fração musculoesquelética > 3 vezes o limite superior do intervalo normal. Na maioria dos casos, estes
valores normalizam espontaneamente sem qualquer alteração do tratamento.
Descrição de reações adversas selecionadas
Tromboembolismo venoso
Nos estudos de fase III, a incidência anual de tromboembolismo venoso (TEV) observada ao longo de 5 anos,
foi aproximadamente de 0,7%, com um risco relativo de 1,4 (IC 95% = [1,0 ; 2,0]) nos pacientes tratados
com ranelato de estrôncio em comparação com o placebo.
Infarto do miocárdio
pós-menopausa, tem sido observado um aumento significativo de infarto do miocárdio em pacientes tratados
ranelato de estrôncio em comparação com placebo (1,7% versus 1,1%), com um risco relativo de 1,6 (IC
95% = [1,07; 2,38]).
Reporte de suspeita de reações adversas:
O reporte de suspeita de reações adversas após autorização do medicamento é importante. Esta ação permite
o monitoramento contínuo do balanço risco/benefício do medicamento. Profissionais de saúde são solicitados
a reportar qualquer suspeita de reações adversar via sistema nacional de notificação mencionado abaixo.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.