Bula do Razapina produzido pelo laboratorio Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Razapina
Sandoz do Brasil Ind. Farm. Ltda.
comprimidos simples
15 mg
30 mg
45 mg
Razapina – VPS02
I. IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Razapina
mirtazapina
APRESENTAÇÕES
Razapina comprimido revestido de 30 mg. Embalagem contendo 7 e 28 comprimidos revestidos.
Razapina comprimido revestido de 45 mg. Embalagem contendo 28 comprimidos revestidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de 30 mg contém:
mirtazapina ..................................................................................... 30 mg
excipientes q.s.p. .............................................................................1 comprimido revestido
(lactose monoidratada, amido, hiprolose, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, dióxido de titânio,
óxido de ferro vermelho, óxido de ferro preto).
Cada comprimido revestido de 45 mg contém:
mirtazapina ..................................................................................... 45 mg
macrogol).
II. INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Razapina ODT (mirtazapina) é indicada no tratamento de episódios de depressão maior.
A eficácia de mirtazapina no tratamento do transtorno depressivo maior foi estabelecida em 4 estudos clínicos
controlados com placebo, com duração de 6 semanas1,2,3,4
em pacientes adultos ambulatoriais, que preencheram os
critérios da DSM-III para transtorno depressivo maior. Os pacientes foram submetidos à titulação da dose de
mirtazapina a partir de uma dose variando entre 5 mg até 35 mg/dia. De modo geral, esses estudos demonstraram que a
mirtazapina foi superior ao placebo em pelo menos três das seguintes quatro medidas: escore total da escala de 21
itens de avaliação da depressão de Hamilton [Hamilton Depression Rating Scale (HDRS)]; Item Humor Deprimido da
HDRS; escore de gravidade da escala de impressão clínica global [(CGI) Clinical Global Impression]; e da escala de
avaliação da depressão de Montgomery e Asberg [Montgomery and Asberg Depression Rating Scale (MADRS)]. A
Razapina ODT (mirtazapina) VPS03
superioridade da mirtazapina em relação ao placebo foi também detectada em determinados fatores da HDRS,
incluindo o fator ansiedade/somatização e o fator distúrbio do sono. A dose média de mirtazapina para pacientes que
completaram esses 4 estudos variou de 21 a 32 mg/dia. A avaliação dos subitens idade e sexo da população não
revelou nenhuma resposta diferencial com base nesses subgrupos.
Em um estudo de longo prazo5
, pacientes que atenderam aos critérios da DSM IV para transtorno depressivo maior
que haviam respondido ao tratamento durante o período inicial de 8 a 12 semanas de tratamento agudo com
mirtazapina, foram randomizados para continuar o tratamento com mirtazapina ou placebo por até 40 semanas de
observação quanto à recidiva. A resposta durante a fase aberta foi definida como tendo atingido o escore total na
HAM-D 17 menor ou igual a 8 e um escore de melhora na CGI de 1 ou 2 em duas consultas consecutivas a partir da
semana 6 do período da fase aberta do estudo de 8 a 12 semanas. A recidiva durante a fase duplo-cega foi determinada
individualmente pelos pesquisadores. Os pacientes que continuaram recebendo o tratamento com mirtazapina
apresentaram índices de recidiva significativamente mais baixos durante as 40 semanas subsequentes em comparação
com aqueles pacientes que receberam placebo. Esse padrão foi demonstrado tanto para pacientes do sexo masculino
quanto do sexo feminino.
Referências bibliográficas:
1
Claghorn et al., A double-blind placebo-controlled study of Org 3770 in depressed outpatients. J Affective Disorders
1995;34:165-171
2
Abstract (Synopsis) from 003-020 study report, 1992.
3
Bremner et al., A double-blind comparison of Org 3770, amitriptyline and placebo in major depression. J Clin
Psychiatry 1995;56(11):519-525. (Abstract)
4
Smith WT, Glaudin V, Panagides J, Gilvary E. Mirtazapine vs. amitriptyline vs. placebo in the treatment of major
depressive disorder. Psychopharmacol Bull 1990;26(2):191-196 (Abstract).
5
Thase ME, Nierenberg AA, Keller MB, Panagides J. Efficacy of mirtazapine for prevention of depressive relapse: a
placebo-controlled double blind trial of recently remitted high-risk patients. J Clin Psychiatry 2001, 62 (10): 782-788.
(Abstract)
Propriedades Farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: Outros antidepressivos, código ATC: N06AX11.
A mirtazapina é um antagonista alfa-2 de ação pré-sináptica central, que aumenta a neurotransmissão central
noradrenérgica e serotonérgica. Esse aumento é especificamente mediado pelos receptores 5-HT1, porque os
receptores 5-HT2 e 5-HT3 são bloqueados pela mirtazapina. Presume-se que os enantiômeros da mirtazapina
contribuam para a atividade antidepressiva, o S(+) enantiômero bloqueando receptores alfa-2 e 5-HT2 e o R(-)
enantiômero bloqueando os receptores 5-HT3. A atividade antagonista histamínica H1 da mirtazapina é associada com
suas propriedades sedativas. Ela praticamente não apresenta atividade anticolinérgica e, em doses terapêuticas,
apresenta apenas efeitos limitados (por exemplo, hipotensão ortostática) sobre o sistema cardiovascular.
População Pediátrica
Dois estudos randomizados, duplo-cegos, placebo-controlados em crianças com idade entre 7 e 18 anos com
distúrbios de depressão maior (n = 259) utilizando uma dose flexível durante as 4 primeiras semanas (15 – 45 mg de
mirtazapina) seguida por uma dose fixa (15, 30 ou 45 mg de mirtazapina) por outras 4 semanas, falharam em
demonstrar diferenças significativas nos endpoints primários e secundários entre os tratamentos com mirtazapina e o
placebo. Foi observado ganho de peso significativo (≥ 7%) em 48,8% dos pacientes tratados com mirtazapina
comparado com 5,7% no braço recebendo placebo. Também foram comumente observados urticária (11,8% VS 6,8%) e
hipertrigliceridemia (2,9% VS 0%).
Propriedades farmacocinéticas
Após a administração oral de mirtazapina a substância ativa é rapidamente bem absorvida (biodisponibilidade
aproximadamente igual a 50%), atingindo níveis plasmáticos de pico após aproximadamente 2 horas. A ligação da
mirtazapina às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 85%. A meia-vida de eliminação é de 20-40 horas; meias-
vidas mais longas, de até 65 horas, foram ocasionalmente registradas, e, meias-vidas mais curtas foram observadas em
homens jovens. A meia-vida de eliminação é suficiente para justificar a posologia de administração única diária. O
estado de equilíbrio é atingido após 3-4 dias, após o que não ocorre acúmulo. A mirtazapina apresenta farmacocinética
linear dentro da variação de dose recomendada. A ingestão de alimentos não influencia a farmacocinética da
mirtazapina.
A mirtazapina é amplamente metabolizada e é eliminada pela urina e fezes dentro de poucos dias. As principais vias
de biotransformação são desmetilação e oxidação seguidas por conjugação. Dados in vitro de microssomos do fígado
humano indicaram que as enzimas CYP2D6 e CYP1A2 do citocromo P450 estão envolvidas na formação do
metabólito 8-hidróxi da mirtazapina, enquanto que a CYP3A4 é considerada como responsável pela formação dos
metabólitos N-desmetil e N-óxido. O metabólito desmetil é farmacologicamente ativo e parece apresentar o mesmo
perfil farmacocinético do composto de origem.
Razapina ODT (mirtazapina) VPS03
A depuração da mirtazapina pode ser reduzida como resultado de insuficiência renal ou hepática.
Dados de segurança pré-clínicos
Os dados pré-clínicos não revelaram perigo especial para humanos, com base nos estudos convencionais de
farmacologia de segurança, toxicidade de doses repetidas, carcinogenicidade ou genotoxicidade.
Nos estudos de toxicidade reprodutiva em ratos e coelhos, não foram observados efeitos teratogênicos. Na exposição
sistêmica duas vezes maior que a exposição sistêmica durante o uso terapêutico da mirtazapina em humanos, houve
um aumento na perda pós-implantação, diminuição no peso das crias ao nascimento e redução na sobrevida das crias
durante os primeiros três dias de amamentação em ratos.
A mirtazapina não foi genotóxica em uma série de testes para mutação de genes e danos cromossômicos e do DNA.
Foram encontrados tumores da tireoide em um estudo de carcinogenicidade em ratos e neoplasias hepatocelulares em
um estudo de carcinogenicidade em camundongos, que foram considerados como sendo respostas não genotóxicas
específicas das espécies, associadas com tratamento de longo prazo com doses elevadas de indutores de enzimas
hepáticas.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes:
- com hipersensibilidade à substância ativa ou a quaisquer dos excipientes.
- em uso concomitante da mirtazapina com inibidores da monoamino oxidase (ver “6. INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS”).
Uso em crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade
Razapina ODT não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade.
Comportamentos relacionados ao suicídio (tentativa de suicídio e ideias suicidas) e à hostilidade (predominantemente
agressão, comportamento hostil e ódio) foram observados mais frequentemente nos estudos clínicos entre crianças e
adolescentes tratados com antidepressivos, comparados com aqueles tratados com placebo. Se, com base na necessidade
clínica, for tomada a decisão de tratar, o paciente deve ser monitorado cuidadosamente quanto ao aparecimento de
sintomas suicidas. Além disso, não se dispõe de dados de segurança de longo prazo em crianças e adolescentes referentes
ao crescimento, maturação e desenvolvimento cognitivo e de comportamento.
Suicídio/ideias suicidas ou piora clínica
A depressão é associada com um aumento do risco de ideias suicidas, autoagressão e suicídio (eventos relacionados ao
suicídio). Esse risco persiste até que ocorra remissão significativa. Como pode não ocorrer melhora durante as primeiras
poucas semanas ou mais de tratamento, os pacientes devem ser rigorosamente monitorados até que ocorra tal melhora. A
experiência clínica geral é de que o risco de suicídio pode aumentar nas fases precoces da recuperação. Pacientes com
histórico de eventos relacionados ao suicídio ou aqueles que apresentam um grau significativo de ideação suicida antes de
iniciar o tratamento, são conhecidos por apresentar um risco maior de ideias suicidas ou de tentativas de suicídio e devem
receber monitoração cuidadosa durante o tratamento. Uma meta-análise de estudos clínicos sobre antidepressivos
controlados com placebo em pacientes adultos com distúrbios psiquiátricos, mostrou um aumento do risco de
comportamento suicida com antidepressivos em comparação com o placebo em pacientes com menos de 25 anos de idade.
A monitoração rigorosa dos pacientes e, em particular, daqueles com alto risco, deve acompanhar o tratamento com
antidepressivos, especialmente no início do tratamento e após alterações da dose. Pacientes (e prestadores de cuidados aos
pacientes) devem ser alertados sobre a necessidade de monitorar qualquer piora clínica, comportamento suicida ou ideias
suicidas e alterações incomuns no comportamento e procurar auxílio médico imediatamente caso esses sintomas estejam
presentes.
Com relação à possibilidade de suicídio, em particular no início do tratamento, deve-se entregar ao paciente a menor
quantidade possível de comprimidos orodispersíveis de Razapina ODT, em consonância com o bom gerenciamento do
paciente, com objetivo de reduzir o risco de superdose.
Depressão da medula óssea
Durante o tratamento com mirtazapina foi relatada depressão da medula óssea, geralmente se apresentando como
granulocitopenia ou agranulocitose. Foi relatada agranulocitose como uma rara ocorrência nos estudos clínicos com
mirtazapina. No período pós comercialização com mirtazapina foram relatados casos muito raros de agranulocitose, a
maioria deles reversível, mas algumas vezes fatais. A maioria dos casos fatais se referiu a pacientes com idade acima de 65
anos. O médico deve estar atento aos sintomas como febre, dor de garganta, estomatite ou outros sinais de infecção;
quando tais sintomas ocorrerem, o tratamento deve ser interrompido e deve-se realizar exame hematológico.
Icterícia
Se ocorrer icterícia, o tratamento deve ser descontinuado.
Razapina ODT (mirtazapina) VPS03
Condições que necessitam de monitoração
É necessária a administração cautelosa, bem como a monitoração rigorosa e regular em pacientes com:
Epilepsia e síndrome cerebral orgânica: Embora a experiência clínica indique que as convulsões epilépticas
sejam raras durante o tratamento com mirtazapina, assim como com outros antidepressivos, mirtazapina deve
ser introduzido com cautela em pacientes com histórico de convulsões. O tratamento deve ser descontinuado em
qualquer paciente que desenvolver convulsões ou que apresentar um aumento da frequência destas.
Insuficiência hepática: Após a dose única oral de 15 mg de mirtazapina, a depuração da mirtazapina apresentou
redução de aproximadamente 35% em pacientes com insuficiência hepática leve a moderada, em comparação
com indivíduos com função hepática normal. A concentração plasmática média da mirtazapina aumentou cerca
de 55%.
Insuficiência renal: Após a dose única oral de 15 mg de mirtazapina em pacientes com insuficiência renal
moderada (depuração de creatinina ≥ 10 mL/min e < 40 mL/min) e grave (depuração de creatinina < 10
mL/min) a depuração de mirtazapina diminuiu cerca de 30% e 50%, respectivamente, em comparação com
indivíduos normais. A concentração plasmática média da mirtazapina aumentou cerca de 55% e 115%,
respectivamente. Não foram encontradas diferenças significativas em pacientes com insuficiência renal leve
(depuração de creatinina ≥ 40 mL/min e < 80 mL/min) em comparação com o grupo controle.
Doenças cardíacas, tais como distúrbios da condução, angina pectoris e infarto do miocárdio recente, nas quais
devem ser tomadas precauções habituais e os medicamentos concomitantes devem ser administrados com
cautela.
Hipotensão arterial.
Diabetes melito: em pacientes com diabetes, os antidepressivos podem alterar o controle glicêmico. A dose de
insulina e/ou de hipoglicemiantes orais pode necessitar de ajuste e é recomendada monitoração rigorosa.
Assim como para outros antidepressivos, deve-se levar em consideração os seguintes fatores:
A piora de sintomas psicóticos pode ocorrer quando antidepressivos são administrados a pacientes com
esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos; as ideias paranoides podem ser intensificadas.
Quando a fase depressiva do transtorno bipolar estiver sendo tratada, ela pode se transformar em fase maníaca.
Pacientes com histórico de mania/hipomania devem ser monitorados rigorosamente. A mirtazapina deve ser
descontinuada em qualquer paciente que entrar em fase maníaca.
Embora mirtazapina não cause dependência, a experiência pós-comercialização mostra que a interrupção brusca
do tratamento após administração de longo prazo pode, algumas vezes, resultar em sintomas de abstinência. A
maioria das reações de abstinência é de leve intensidade e autolimitada. Entre os vários sintomas de abstinência
relatados, os mais frequentes são tontura, agitação, ansiedade, cefaleia e náuseas. Embora tenham sido relatados
como sintomas de abstinência, deve-se entender que eles podem estar relacionados com a doença de base. Nesse
caso, recomenda-se descontinuar o tratamento com mirtazapina gradualmente (ver “8. POSOLOGIA E MODO
DE USAR”).
Recomenda-se cautela em pacientes com distúrbios da micção como na hipertrofia prostática e em pacientes
com glaucoma de ângulo fechado e aumento da pressão intraocultar (embora exista pouca probabilidade de
ocorrerem problemas com mirtazapina por causa de sua fraca atividade anticolinérgica).
Acatisia/agitação psicomotora: O uso de antidepressivos foi associado com o desenvolvimento de acatisia,
caracterizada por agitação subjetivamente desagradável ou aflitiva e necessidade de movimentar-se
frequentemente acompanhada por uma incapacidade de manter-se sentado ou em pé. Isso ocorre principalmente
dentro das primeiras semanas de tratamento. Em pacientes que desenvolverem esses sintomas, o aumento das
doses pode ser prejudicial.
Casos de prolongamento do intervalo QT, Torsades de Pointes, taquicardia ventricular e morte súbita foram
reportados em uso pós-comercialização com uso de mirtazapina. A maioria dos relatos ocorreu em associação à
overdose ou em pacientes com outros fatores de risco para prolongamento do intervalo QT, incluindo uso
concomitante de medicamentos que prolongam o intervalo QTc (ver “6. INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS” e “10. SUPERDOSE”). Devem ser tomadas precauções quando mirtazapina é prescrito
para pacientes com doença cardiovascular conhecida ou história familiar de prolongamento do intervalo QT e
em uso concomitante com outros medicamentos que se supõe prolongarem o intervalo QTc.
Hiponatremia
Foi relatada muito raramente hiponatremia com o uso de mirtazapina. Recomenda-se cautela em pacientes de risco, tais
como idosos ou aqueles tratados concomitantemente com medicamentos que sabidamente causam hiponatremia.
Síndrome serotonínica
Interação com substâncias ativas serotoninérgicas: a síndrome serotonínica pode ocorrer quando inibidores seletivos da
recaptação de serotonina (SSRIs) são utilizados concomitantemente com outras substâncias ativas serotoninérgicas (ver
“6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”). Os sintomas da síndrome serotonínica podem ser hipertermia, rigidez,
mioclonia, instabilidade autonômica com possíveis flutuações rápidas dos sinais vitais, alterações do estado mental que
incluem confusão, irritabilidade e agitação extrema evoluindo para delírio e coma. Recomenda-se cautela e um
monitoramento rigoroso é necessário quando estas substâncias ativas são combinadas com mirtazapina. O tratamento
com mirtazapina deve ser descontinuado se tais eventos ocorrerem, e tratamento sintomático de suporte deve ser
iniciado. De acordo com a experiência pós-comercialização, parece que a síndrome serotonínica ocorre muito raramente
em pacientes tratados com mirtazapina isoladamente (ver “9. REAÇÕES ADVERSAS”).
Pacientes idosos
Pacientes idosos são frequentemente mais sensíveis, especialmente com relação aos efeitos indesejáveis dos
antidepressivos. Durante a pesquisa clínica com mirtazapina, não foram relatados efeitos indesejáveis mais frequentes em
idosos do que em outros grupos etários.
Aspartamo
Razapina ODT contém aspartamo, uma fonte de fenilalanina. Cada comprimido de 15 mg, 30 mg e 45 mg de
mirtazapina corresponde a 2,6 mg, 5,2 mg e 7,8 mg de fenilalanina, respectivamente. Ele pode ser perigoso para
pacientes com fenilcetonúria.
Atenção fenilcetonúricos: contém fenilalanina.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir e operar máquinas
Razapina ODT apresenta influência pequena ou moderada sobre a habilidade de dirigir e operar máquinas. Razapina
ODT pode alterar a concentração e o estado de alerta (particularmente na fase inicial do tratamento). Os pacientes devem
evitar a realização de atividades potencialmente perigosas, que requeiram alerta e boa concentração, tais como dirigir
veículos ou operar máquinas, a qualquer momento, quando forem afetados. Durante o tratamento, o paciente não deve
dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Gravidez e lactação
Categoria C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Dados limitados sobre o uso da mirtazapina em mulheres grávidas não indicam um aumento do risco de mal formações
congênitas. Os estudos em animais não apresentaram efeitos teratogênicos clinicamente relevantes, mas foi observada
toxicidade de desenvolvimento (ver “3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS - Dados de segurança pré-
clínicos”). Recomenda-se cautela ao prescrever o medicamento para gestantes. Se Razapina ODT for utilizado até o
parto ou logo antes do parto, a monitoração pós natal do recém-nascido é recomendada para detectar possíveis efeitos de
abstinência. Os estudos em animais e os dados limitados em humanos mostraram excreção da mirtazapina no leite
materno apenas em quantidades muito pequenas. A decisão de continuar/descontinuar o aleitamento ou
continuar/descontinuar o tratamento com Razapina ODT deve ser tomada levando em conta o benefício do aleitamento
Interações farmacodinâmicas
- A mirtazapina não deve ser administrada concomitantemente com inibidores da MAO ou dentro das duas semanas
após a descontinuação do tratamento com inibidor da MAO. Por outro lado, deve-se aguardar cerca de duas semanas
para que pacientes tratados com mirtazapina possam ser tratados com inibidores da MAO (ver “4.
CONTRAINDICAÇÕES”).
Além disso, assim como com os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs), a administração
concomitante com outras substâncias ativas serotoninérgicas (L-triptofano, triptanos, tramadol, linezolida, azul de
metileno, SSRIs, venlafaxina, lítio e preparações contendo Erva de São João – Hypericum perforatum) pode levar ao
aparecimento de efeitos associados com a serotonina (síndrome serotonínica: ver “5. ADVERTÊNCIAS E
PRECAUÇÕES”).
- A mirtazapina pode aumentar as propriedades sedativas das benzodiazepinas e outros sedativos (especialmente
antipsicóticos, antagonistas H1 histamínicos, opioides). Recomenda-se cautela quando esses medicamentos são
prescritos juntamente com a mirtazapina.
- A mirtazapina pode aumentar o efeito depressor do álcool sobre o SNC. Os pacientes devem ser advertidos a evitar o
consumo de bebidas alcoólicas enquanto estiverem em tratamento com mirtazapina.
- A mirtazapina, na dose de 30 mg uma vez ao dia causou um aumento pequeno, mas estatisticamente significativo, na
razão internacional normalizada (INR) em indivíduos tratados com varfarina. Considerando que com doses mais
elevadas de mirtazapina não pode ser excluído um efeito mais pronunciado, é recomendável monitorar a INR em
caso de tratamento concomitante de varfarina com mirtazapina.
- O risco de prolongamento do intervalo QT e/ ou arritmias ventriculares (por exemplo Torsades de Pointes) pode ser
aumentado com o uso concomitante de medicamentos que prolongam o intervalo QTc (por exemplo alguns
antipsicóticos e antibióticos) e no caso de superdose com mirtazapina.
Interações farmacocinéticas
- A carbamazepina e a fenitoína, que são indutores da CYP3A4, aumentaram a depuração da mirtazapina cerca de
duas vezes, resultando em uma redução nas concentrações plasmáticas médias da mirtazapina de 60% e 45%,
respectivamente. Quando a carbamazepina ou qualquer outro indutor do metabolismo hepático (tal como a
rifampicina) for adicionado ao tratamento com mirtazapina, a dose desta pode precisar ser aumentada. Se o
Razapina ODT (mirtazapina) VPS03
tratamento com tal medicamento for descontinuado, poderá ser necessário reduzir a dose de mirtazapina.
- A administração concomitante do potente inibidor da CYP3A4, cetoconazol, aumentou os níveis plasmáticos de pico e
a AUC da mirtazapina em aproximadamente 40% e 50%, respectivamente.
- Quando a cimetidina (fraco inibidor da CYP1A2, CYP2D6 e CYP3A4) for administrada com a mirtazapina, a
concentração plasmática média da mirtazapina pode aumentar mais de 50%. Recomenda-se cautela e a dose poderá
precisar ser reduzida ao administrar mirtazapina com potentes inibidores da CYP3A4, inibidores da HIV protease,
antifúngicos azoles, eritromicina, cimetidina ou nefazodona.
- Os estudos sobre interações não indicaram nenhum efeito farmacocinético relevante com o tratamento concomitante
da mirtazapina com paroxetina, amitriptilina, risperidona ou lítio.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 - 30°C).
O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após aberto, use o medicamento imediatamente após a abertura da embalagem individual.
Os comprimidos orodispersíveis de Razapina ODT (mirtazapina) 15 mg, 30 mg e 45 mg são branco a quase branco,
circular, plano, com as bordas chanfradas e ambas as faces lisas. Possuem odor de laranja mentolado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Adultos
A dose diária eficaz geralmente varia entre 15 e 45 mg; a dose inicial é de 15 ou 30 mg. A mirtazapina começa a
exercer seu efeito, em geral, após 1 a 2 semanas de tratamento. O tratamento com uma dose adequada deve resultar em
uma resposta positiva dentro de 2 a 4 semanas. Com uma resposta insuficiente, a dose pode ser aumentada até a dose
máxima. Se não houver resposta dentro das 2 a 4 semanas seguintes, então, o tratamento deve ser interrompido.
Idosos
A dose recomendada é a mesma que a de adultos. Em pacientes idosos um aumento da dose pode ser adotado sob
rigorosa supervisão para permitir uma resposta satisfatória e segura.
Crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade
Razapina ODT (mirtazapina) não deve ser utilizada no tratamento de crianças e adolescentes menores de 18 anos
(ver “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”), uma vez que a eficácia não foi demonstrada em dois estudos clínicos
de curto prazo (ver “3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS”) e devido a questões de segurança (ver “5.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”, “9. REAÇÕES ADVERSAS” e “3. CARACTERÍSTICAS
FARMACOLÓGICAS”).
Insuficiência renal
A depuração da mirtazapina pode ser reduzida em pacientes que apresentam insuficiência renal moderada a grave
(depuração de creatinina < 40 mL/min). Isso deve ser considerado ao prescrever Razapina ODT (mirtazapina) para
pacientes dessa categoria (ver “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Insuficiência hepática
A depuração da mirtazapina pode ser reduzida em pacientes com insuficiência hepática. Isso deve ser considerado ao
prescrever Razapina ODT (mirtazapina) para pacientes dessa categoria, particularmente com insuficiência hepática
grave, uma vez que estes não foram estudados (ver “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
A mirtazapina apresenta meia-vida de eliminação de 20 a 40 horas e, portanto, Razapina ODT (mirtazapina) é
apropriado para administração única diária. Ele deve ser administrado preferencialmente em dose única na hora de
deitar. A Razapina ODT (mirtazapina) também pode ser administrada dividida em duas doses (uma dose pela manhã e
outra à noite, sendo que a dose mais elevada deve ser administrada à noite).
Razapina ODT (mirtazapina) VPS03
Os comprimidos devem ser administrados por via oral. O comprimido irá desintegrar-se rapidamente sobre a língua,
podendo ser engolido sem água.
Os pacientes com depressão devem ser tratados durante o período suficiente de pelo menos 6 meses para assegurar
que fiquem livres de sintomas.
Recomenda-se descontinuar gradativamente o tratamento com mirtazapina para evitar sintomas de abstinência (ver “5.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Pacientes deprimidos apresentam vários sintomas associados com a própria doença. Por isso, algumas vezes, é difícil
determinar quais sintomas resultaram da própria doença ou do tratamento com Razapina ODT.
As reações adversas relatadas mais comumente, ocorrendo em mais de 5% dos pacientes tratados com mirtazapina ODT em
estudos clínicos randomizados controlados com placebo (ver abaixo) são sonolência, sedação, boca seca, aumento de peso,
aumento de apetite, tontura e fadiga.
Todos os estudos randomizados controlados com placebo em pacientes (incluindo indicações diferentes do transtorno de
depressão maior) foram avaliados com relação às reações adversas de mirtazapina ODT. A meta-análise considerou 20
estudos, com uma duração de tratamento planejada de até 12 semanas, incluindo 1.501 pacientes (134 indivíduos-anos)
recebendo doses de mirtazapina de até 60 mg e 850 pacientes (79 indivíduos-anos) recebendo placebo. Fases de extensão
desses estudos clínicos foram excluídas para manter a comparabilidade ao tratamento com placebo.
A Tabela 1 apresenta a incidência, por categoria, das reações adversas que ocorreram nos estudos clínicos, com frequência
estatisticamente mais significativa durante o tratamento com mirtazapina ODT do que com placebo, acrescentada por
reações adversas de relatos espontâneos. A frequência das reações adversas dos relatos espontâneos é baseada no índice de
relatos desses eventos nos estudos clínicos. A frequência das reações adversas dos relatos espontâneos que não foram
observadas em pacientes dos estudos clínicos randomizados controlados com placebo, mas que foram observadas com
mirtazapina, foi classificada como “não conhecida”.
Tabela 1. Reações adversas de mirtazapina
Classe de
órgãos e
sistemas
Muito
comum
(≥ 1/10)
Comum
(≥ 1/100 a
< 1/10)
Incomum
(≥ 1/1000
a < 1/100)
Rara
(≥ 1/10000 a
< 1/1000)
Frequência não
conhecida
Distúrbios do
sangue e do sistema
linfático
- Depressão da
medula óssea
(granulocitopenia,
agranulocitos,
anemia aplástica e
trombocitopenia)
- Eosinofilia
metabolismo e
nutrição
- Aumento do
peso 1
- Aumento de
apetite 1
- Hiponatremia
Distúrbios
psiquiátricos
- Sonhos
anormais
- Confusão
- Ansiedade
2,5
- Insônia
3,5
- Pesadelos
2
- Mania
- Agitação
- Alucinações
- Inquietação
psicomotora
(incl. acatisia,
hipercinesia)
- Agressão - Ideação suicida 6
- Comportamento
suicida
6
sistema nervoso
- Sonolência 1,
4
- Sedação 1, 4
- Cefaléia 2
- Letargia 1
- Tontura
- Tremor
- Parestesia 2
- Pernas
inquietas
- Síncope
- Mioclonia - Convulsões
(crises)
- Síndrome
Serotonínica
- Parestesia oral
- Disartria
vasculares
- Hipotensão
ortostática
- Hipotensão 2
gastrintestinais
-Boca seca - Náusea 3
- Diarréia 2
- Vômito 2
- Constipação1
-Hipoestesia
oral
- Pacreatite - Edema bucal
- Salivação
aumentada
Razapina ODT (mirtazapina) VPS03
hepatobiliares
- Elevações na
atividade da
transaminas e
sérica
Distúrbios da pele e
tecido subcutâneo
- Exantema 2
- Síndrome de
Stevens-Johnson
- Dermatite
bolhosa
- Eritema
multiforme
- Necrólise
epidérmica tóxica
musculoesqueléticos
e do tecido
conjuntivo
- Artralgia
- Mialgia
- Dor lombar 1
Distúrbios gerais e
condições no local
de administração
- Edema
periférico 1
- Fadiga
- Edema
generalizado
- Edema localizado
1. Nos estudos clínicos, esses eventos ocorreram mais frequentemente (estatisticamente significativos) durante o
tratamento com mirtazapina do que com placebo.
2. Nos estudos clínicos, esses eventos ocorreram mais frequentemente durante o tratamento com placebo do que com
mirtazapina, mas não com frequência estatisticamente mais significativa.
3. Nos estudos clínicos, esses eventos ocorreram mais frequentemente (estatisticamente significativos) durante o
tratamento com placebo do que com mirtazapina.
4. Nota: a redução da dose geralmente não leva a menos sonolência/sedação, mas pode prejudicar a eficácia
antidepressiva.
5. Em tratamentos com antidepressivos em geral, ansiedade e insônia (que podem ser sintomas da depressão) podem se
desenvolver ou se tornar piores. No tratamento com mirtazapina, foi relatado o desenvolvimento ou piora da ansiedade e
da insônia.
6. Foram relatados casos de ideação suicida e comportamentos suicidas durante o tratamento com mirtazapina ou no
início ou após a descontinuação do tratamento (ver “5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Nas avaliações laboratoriais em estudos clínicos foram observados aumentos transitórios nas transaminases e na
gamaglutamiltransferase (entretanto, não foram relatados eventos adversos associados, estatisticamente
significativamente mais frequentemente com mirtazapina do que com placebo).
População Pediátrica
Os seguintes eventos adversos foram observados comumente em estudos clínicos conduzidos em crianças: ganho de
peso, urticária e hipertrigliceridemia (ver “3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS”).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.