Bula do Sermion produzido pelo laboratorio Laboratorios Pfizer Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
SERMION
Laboratórios Pfizer Ltda
Comprimido revestido
30 mg
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01/jul/2014
Sermion
nicergolina
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nome comercial: Sermion®
Nome genérico: nicergolina
APRESENTAÇÕES
Sermion 30 mg em embalagens contendo 20 comprimidos revestidos.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL
USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido revestido de Sermion® contém 30 mg de nicergolina.
Excipientes: fosfato de cálcio dibásico di-hidratado, croscarmelose sódica, celulose microcristalina, estearato de
magnésio, Opadry® laranja (hipromelose, propilenoglicol, talco, dióxido de titânio e corante amarelo FD&C nº 6
de alumínio laca) e cera de carnaúba.
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II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Sermion® (nicergolina) está indicado para o tratamento de transtornos metabólico-vasculares cerebrais, agudos e
crônicos (por exemplo, arteriosclerose cerebral, trombose e embolia cerebral, decaimento cerebral decorrente do
envelhecimento e síndrome psico-orgânica - demências senis e pré-senis - e isquemia cerebral transitória).
Sermion® também é indicado para o tratamento de transtornos metabólico-vasculares periféricos, agudos e
crônicos, arteriopatias orgânicas e funcionais dos membros, doença de Raynaud e outras síndromes por alteração
da circulação periférica.
Sermion® administrado na dose de 5mg três vezes ao dia durante oito semanas mostrou efeitos positivos em 11
pacientes geriátricos com infarto cerebral (1).
Sermion® administrado na dose de 15 mg três vezes ao dia por doze semanas mostrou melhora em 83% dos
sintomas de 53 pacientes idosos com demência secundária à doença cerebrovascular ou à doença de Alzheimer
(2).
Referências
1) Nagakawa Y, Akedo Y, Kaku S, et al: Effect of nicergoline on platelet aggregation, plasma viscosity
and erythrocyte deformability in geriatric patients with cerebral infarction. Arzneimittel-Forschung
1990; 40:862-864.
2) Yamagami S, Hirayama E, Mui K, et al: The clinical efficacy of nicergoline against psychotic
symptoms in dementia. Current Therapeutic Research 1992b; 51:529-535.
Propriedades Farmacodinâmicas
A nicergolina é um derivado da ergotamina com atividade bloqueadora -adrenérgica, quando administrado por
via parenteral. Após a administração oral, o produto sofre metabolismo rápido e extenso, originando uma série
de metabólitos, também responsáveis por atividades observadas em vários níveis do sistema nervoso central.
Administrado oralmente, nicergolina exerce ações neurofarmacológicas múltiplas: aumentam a recaptação e o
consumo de glicose cerebral, a biossíntese de ácido nucleico e proteínas e parece atuar em vários sistemas de
neurotransmissores e mecanismos de transdução.
A nicergolina parece melhorar a função colinérgica cerebral, especificamente em animais com idade avançada.
O tratamento crônico em ratos com idade avançada previne, significativamente, a redução dos níveis de Ach
relacionados à idade, no córtex e estriado, assim como a liberação da Ach no hipocampo in vivo. Foi observado
aumento da atividade da acetilcolina-transferase e da densidade dos receptores muscarínicos após o tratamento
crônico oral com nicergolina. Adicionalmente, nos experimentos in vitro e in vivo, a nicergolina inibe
significativamente a atividade da acetilcolinesterase, enzima que destrói a acetilcolina. Em alguns desses
experimentos, os efeitos neuroquímicos foram igualados a uma consistente melhora comportamental, tal como
no teste do labirinto, em que o tratamento crônico com nicergolina induziu em animais com idade avançada uma
resposta similar àquela de animais jovens.
A nicergolina também melhorou o déficit cognitivo induzido por vários agentes (hipóxia, terapia
eletroconvulsiva, escopolamina) em animais.
Baixas doses de nicergolina administradas oralmente aumentaram o turnover da dopamina em animais com
idade avançada, particularmente na área mesolímbica, provavelmente devido à modulação de receptores
dopaminérgicos.
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A nicergolina melhora os mecanismos de transdução de sinais celulares em animais de idade avançada.
Tratamentos orais de doses únicas e crônicas aumentaram tanto o turnover basal dos fosfoinositídeos quanto o
estimulado por agonistas. Também aumenta a translocação para o compartimento de membrana das isoformas
cálcio-dependentes da proteína quinase C.
Estudos farmacodinâmicos em humanos, utilizando técnicas de EEG computadorizado, foram realizados em
voluntários jovens e idosos e também em pacientes idosos com distúrbios cognitivos. Sermion® apresenta um
efeito normalizado do EEG em pacientes idosos e adultos jovens com hipóxia, aumentando as atividades e e
diminuindo as atividades e . Foram registradas alterações positivas na Variação Negativa Contingente e no
potencial evocado, em pacientes afetados por demência leve a moderada de origem diversa, após tratamento
crônico com Sermion® por 2 a 6 meses. Estas alterações foram correlacionadas com a melhora clínica observada
em diversos estudos clínicos controlados.
Propriedades Farmacocinéticas
A nicergolina é rápida e quase que completamente absorvida após a administração oral. A biodisponibilidade
absoluta de nicergolina [3
H] é < 5%, estimada em um estudo de administração por via oral e intravenosa em três
voluntários saudáveis. Os principais metabólitos de nicergolina são 1,6-dimetil-8-hidroximetil-10-metoxi-
ergolina (MMDL) e 6-metil-8-hidroximetil-10-metoxi-ergolina (MDL), formados a partir do metabolismo de
primeira passagem, indicado em dados in vitro e in vivo em animais. Foram encontrados níveis plasmáticos de
Sermion® muito baixos (< 1 ng/mL) após administração oral de 15 mg de nicergolina [3
H] em humanos. Após a
administração de 30 mg, os níveis de pico plasmático de MMDL (21 14 ng/mL) e MDL (41 14 ng/mL)
foram encontrados, aproximadamente, 1 h e 4 h pós-dose, respectivamente. Após o pico, os níveis plasmáticos
de MDL declinaram com meia-vida terminal de 13-20 horas, com o decaimento radioativo seguindo um curso de
tempo similar, sugerindo que nenhum metabólito (incluindo MMDL) acumula na circulação sistêmica. No caso
dos comprimidos revestidos, a velocidade e extensão de absorção do Sermion® não parecem ser
significativamente influenciadas por alimentos ou pela formulação administrada.
O volume de distribuição no compartimento central em humanos é > 105 L, possivelmente refletindo o
metabolismo no sangue e distribuição em células sanguíneas e/ou tecidos. A nicergolina se liga extensivamente
às proteínas plasmáticas (> 90%), com maior afinidade por -glicoproteína ácida do que por albumina sérica. A
excreção urinária é a principal via de eliminação da radioatividade após a administração do Sermion® [3
H] e
[14
C] (aproximadamente 80% da dose total). Os parâmetros farmacocinéticos obtidos em 4 estudos realizados em
jovens (faixa de idade de 24 a 32 anos) e idosos (faixa de idade de 69 a 70 anos) foram comparados. Os
resultados indicam que a farmacocinética do Sermion® não é afetada pela idade. Os pacientes com insuficiência
renal grave exibiram uma diminuição significativa na excreção urinária de MDL e MMDL. Após a
administração oral de 30 mg de Sermion® em pacientes com insuficiência renal leve, moderada ou grave, as
quantidades de MDL excretadas na urina diminuíram, em média, 32, 32 e 59%, respectivamente, em comparação
aos valores encontrados em voluntários com função renal normal.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
Com base em testes de toxicidade, nicergolina apresenta uma larga margem de segurança quando administrado
oralmente. A toxicidade avaliada por dados comportamentais, laboratoriais e histopatológicos foi desprezível.
Nicergolina não apresentou nenhum efeito na fertilidade, gestação, parto, amamentação e desenvolvimento
normal de recém-nascidos. Não foi mutagênico e não apresentou potencial carcinogênico.
Sermion® não deve ser administrado em caso de infarto do miocárdio recente, hemorragia aguda, bradicardia
grave, regulação ortostática prejudicada, hipersensibilidade à nicergolina ou a qualquer componente da fórmula.
Estudos com doses únicas ou repetidas de nicergolina mostraram que a nicergolina pode diminuir a pressão
sanguínea sistólica e, em um grau muito menor, a pressão sanguínea diastólica em pacientes normotensos e em
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pacientes com pressão sanguínea elevada. Esses efeitos podem ser variáveis, uma vez que outros estudos não
demonstraram alterações na pressão sanguínea sistólica ou diastólica.
Agonistas simpatomiméticos (alfa e beta) devem ser usados com cautela em pacientes recebendo nicergolina
(vide item 6 Interações Medicamentosas).
Sermion® não modifica a pressão sanguínea em doses terapêuticas; entretanto, em pacientes hipertensos, os
valores da pressão sanguínea podem diminuir gradualmente. Sermion® deve ser administrado com cautela à
pacientes com hiperuricemia ou histórico de gota e/ou em tratamento com medicamentos que podem interferir no
metabolismo e excreção do ácido úrico.
A fibrose (p. ex.: pulmonar, cardíaca, valvular cardíaca e retroperitoneal) foi associada ao uso de alguns
alcaloides de ergotamina com atividade agonista no receptor de serotonina 5HT 2β.
Os sintomas do ergotismo (incluindo náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e vasoconstrição periférica) foram
relatados com a ingestão de alguns alcaloides de ergotamina e seus derivados. Médicos e prescritores devem
prestar atenção aos sinais e sintomas de superdosagem de ergotamina antes de prescrever essa classe de
medicamentos.
Uso durante a Gravidez e Lactação
Gravidez
Os estudos toxicológicos não conseguiram demonstrar o efeito teratogênico de Sermion®. Dadas as indicações
aprovadas, o uso de nicergolina em mulheres grávidas e lactantes é improvável. A nicergolina somente deve ser
usada durante a gravidez se o benefício potencial para a paciente justificar o risco potencial para o feto.
Lactação
Não se sabe se a nicergolina é excretada no leite materno de humanos. Portanto, o uso de nicergolina não é
recomendado durante a amamentação.
Fertilidade
A nicergolina não afetou a fertilidade em um estudo com ratos.
Sermion® é um medicamento classificado na categoria C de risco de gravidez. Portanto, este medicamento
não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas
Embora os efeitos clínicos de Sermion® incluam melhora da falta de atenção e concentração, os efeitos na
capacidade de dirigir e operar máquinas não foram especificamente estudados. Deve-se ter cautela,
considerando-se a doença intrínseca do paciente. Quando estiver dirigindo ou operando máquinas, deve-se levar
A nicergolina pode potencializar o efeito de fármacos anti-hipertensivos.
A nicergolina pode aumentar o efeito cardíaco dos agentes betabloqueadores.
Medicamentos simpatomiméticos (alfa e beta): a nicergolina pode antagonizar o efeito vasoconstritor dos
medicamentos simpatomiméticos devido ao seu efeito de bloqueio alfa-adrenérgico (vide item 5 Advertências e
Precauções).
Pode ocorrer interação com outros fármacos que são metabolizados pelo CYP450, pois Sermion® também é
metabolizado por essa via.
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Sermion® deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC) e em lugar seco e pode ser utilizado
por 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Características físicas e organolépticas: comprimido revestido redondo, biconvexo, de cor laranja, superfície lisa
e brilhante.
Uso em adultos: A dose recomendada é de 30 mg a 60 mg ao dia, dividida em 2 a 3 vezes, em intervalos
regulares, de acordo com a orientação médica definida para cada paciente.
Uso em idosos: Aos pacientes idosos se aplicam todas as recomendações anteriormente descritas.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Dose Omitida: Caso o paciente se esqueça de tomar Sermion® no horário estabelecido, deve tomá-lo assim que
lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima dose, deve desconsiderar a dose esquecida
e tomar à próxima. Neste caso, o paciente não deve tomar a dose duplicada para compensar doses esquecidas. O
esquecimento de dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
A frequência das categorias são expressas conforme segue: Muito Comum (1/10); Comum (1/100 a <1/10);
Incomum (1/1000 a <1/100); Raro (1/10,000 to <1/1,000); Muito Raro (<1/10,000); Desconhecido (não pode
ser estimado a partir dos dados disponíveis).
Dentro de cada um dos grupos de frequência, os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem de seriedade
decrescente.
Foram relatadas reações adversas não graves e raras, tais como distúrbios gástricos leves.
Observou-se em estudos clínicos com Sermion® o aumento do nível de ácido úrico sanguíneo, que não parece
estar relacionado à dose administrada ou duração do tratamento.
Classe de Sistema
de Órgãos
Muito
Comum
≥ 1/10
≥ 1/100
a < 1/10
Incomum
≥ 1/1 000 a <
1/100
Raro
≥ 1/10 000
a <
1/1 000
Muito raro
<1/10000
Frequência
desconhecida
(não pode ser
estimada
através dos
dados
disponíveis)*
Distúrbios
Psiquiátricos
Agitação,
Confusão, Insônia
Distúrbios do
Sistema Nervoso
Sonolência,
Tontura, Dor de
Cabeça
Sensação de
Calor
Vasculares
Hipotensão, Rubor
cutâneo
Gastrintestinais
Desconforto
abdominal
Constipação,
Diarreia, Náusea
Distúrbios da Pele
e Tecido
Prurido Rash
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Subcutâneo
Investigações Aumento do nível
de ácido úrico
sanguíneo
*evento adverso identificado pós-comercialização
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.