Bula do Temolida para o Profissional

Bula do Temolida produzido pelo laboratorio Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Temolida
Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO TEMOLIDA PARA O PROFISSIONAL

1

TEMOLIDA

(temozolomida)

Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda.

Pó liofilizado para solução injetável

100 mg

2

temozolomida

APRESENTAÇÕES

PÓ LIOFILIZADO PARA SOLUÇÃO INJETÁVEL

temozolomida 100 mg - Embalagem contendo 1 ou 5 frascos-ampola.

USO INTRAVENOSO

USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 3 ANOS

COMPOSIÇÃO

Cada frasco-ampola contém:

temozolomida........................................................................................................................................... 100 mg

Excipientes: manitol, treonina, polissorbato 80, citrato de sódio diidratado e ácido

clorídrico..................................................................................................................................................

q.s.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

TEMOLIDA é destinado ao tratamento de pacientes com:

• glioblastoma multiforme recém-diagnosticado concomitantemente à radioterapia e em adjuvância posterior.

• glioma maligno, tal como glioblastoma multiforme ou astrocitoma anaplásico, recidivante ou progressivo após terapia padrão.

TEMOLIDA também é indicado no tratamento de pacientes com melanoma maligno metastático em estágio avançado.

O número necessário para tratar (NNT) para a temozolomida é de 25 em 6 meses; 6,7 em 12 meses; 5,3 em 18 meses e 5,9 em 24 meses. A

redução de risco absoluto (RRA) para sobrevivência, comparando a temozolomida versus não usar quimioterapia foi de 1,05 (95% IC

0,98-1,03) em 6 meses; 1,32 (95% IC 1,15-1,53) em 12 meses; 1,98 (95% IC 1,53-2,56) em 18 meses e 2,84 (95% IC 1,93-4,17) em 24

meses.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado1

Foram randomizados 573 pacientes para receber temozolomida + radioterapia [T+RT] (n = 287) ou radioterapia isoladamente [RT] (n =

286). Os pacientes do grupo T+RT receberam temozolomida concomitante (75 mg/m2

) uma vez ao dia, iniciando no primeiro e indo até o

último dia de RT, durante 42 dias (com o máximo de 49 dias). Este esquema foi seguido por temozolomida em monoterapia (150 a 200

mg/m2

) nos dias 1 a 5 de cada ciclo de 28 dias durante até 6 ciclos, iniciando 4 semanas após o final da RT. Os pacientes do grupo controle

receberam apenas RT. A profilaxia de pneumonia por Pneumocystis carinii (PCP) foi necessária durante os dois esquemas de tratamento.

A temozolomida foi utilizada como tratamento de resgate nas fases de acompanhamento em 161 pacientes dos 282 (57%) no grupo da RT

isoladamente e em 62 pacientes dos 277 (22%) pacientes no grupo da T + RT. O risco relativo (hazard ratio = HR) para sobrevida global

foi 1,59 (95% IC para HR = 1,33 – 1,91) com log-rank p < 0,0001 a favor do grupo da temozolomida. A probabilidade estimada de

sobrevida de 2 anos ou mais (26% versus 10%) foi maior para o grupo RT + T. A adição da temozolomida concomitante à radioterapia,

seguida por monoterapia com temozolomida no tratamento de pacientes com glioblastoma multiforme recém-diagnosticados, proporcionou

melhora da sobrevida global estatisticamente significativa em comparação com a radioterapia isoladamente.

Glioma maligno recorrente ou progressivo2, 3

Os dados de eficácia em pacientes com glioblastoma multiforme recorrente ou progressivo, após cirurgia e radioterapia, se basearam em

dois estudos clínicos. Um foi um estudo não comparativo em 138 pacientes (29% receberam quimioterapia previamente) e o outro foi um

estudo randomizado, ativamente controlado de temozolomida e procarbazina em um total de 225 pacientes (67% receberam tratamento

prévio com quimioterapia baseada em nitrosouréia). Em ambos os estudos, o parâmetro principal de avaliação final foi sobrevida livre de

progressão (SLP) definida por imagens de ressonância magnética ou piora neurológica. No estudo não comparativo, a SLP em 6 meses foi

de 19%, o tempo para progressão livre de doença foi de 2,1 meses e a sobrevida global média foi de 5,4 meses. O índice de resposta

objetiva baseado nas imagens de ressonância magnética foi de 8%.

No estudo randomizado, ativamente controlado, a SLP em 6 meses foi significativamente maior para a temozolomida do que para a

procarbazina (21% versus 8%, respectivamente, qui-quadrado, p = 0,008) com sobrevida livre de progressão média de 2,89 meses e 1,88

meses, respectivamente (log rank p = 0,0063). A sobrevida média foi de 7,34 e 5,66 meses (para temozolomida e procarbazina,

respectivamente) (log rank p = 0,33). Em 6 meses a fração de pacientes sobreviventes foi significativamente maior no grupo da

temozolomida (60%) em comparação com o grupo da procarbazina (44%) (qui-quadrado, p = 0,019). Nos pacientes com quimioterapia

prévia o benefício foi apontado naqueles com estado de desempenho de Karnofsky (KPS) de 80 ou melhor.

Os dados sobre o tempo até a piora do quadro neurológico favoreceram a temozolomida em relação à procarbazina, conforme os dados

sobre o tempo até a piora do estado de desempenho (diminuição para KPS de < 70 ou uma diminuição de, pelo menos, 30 pontos). Os

tempos médios para progressão nesses resultados finais variaram de 0,7 a 2,1 meses, mais longos para a temozolomida do que para a

procarbazina (log rank p = < 0,01 a 0,03).

3

Astrocitoma anaplásico4

Em um estudo de fase II, multicêntrico, prospectivo, avaliando a segurança e eficácia da temozolomida oral no tratamento de pacientes

com astrocitoma anaplásico na primeira recidiva, a sobrevida livre de progressão em 6 meses foi de 46%. A sobrevida livre de progressão

média foi de 5,4 meses. A sobrevida global média foi de 14,6 meses. O índice de resposta, baseado na avaliação do revisor central do

estudo, foi de 35% para a população com intenção de tratar (ITT). Em 43 pacientes foi relatada doença estável. A sobrevida livre de

eventos em 6 meses para a população ITT foi de 44% com uma sobrevida livre de eventos de 4,6 meses, a qual foi semelhante aos

resultados para a sobrevida livre de progressão. Para a população elegível quanto à histologia, os resultados de eficácia foram semelhantes.

A obtenção de resposta objetiva radiológica ou manutenção do estado livre de progressão foi fortemente associada com melhora ou

manutenção da qualidade de vida.

Referências bibliográficas

1 - Concomitant and Adjuvant Temozolomide (SCH 52365) and Radiotherapy for Newly Diagnosed Glioblastome Multiforme: A

Randomized Phase 3 Study Protocol No. P00458 - Section 11.4.1.1 Analysis of Efficacy/Survival, pages 73-79.

2 - I94-122. A Phase II study of temozolomide in the treatment of patients with glioblastoma multiforme at first relapse. Kenilworth (NJ):

Schering-Plough Research Institute; 1997 November.

3 - C/I94-091. A randomized, multicenter, open-label phase II study of temozolomide (SCH 52365) and reference agent (procarbazine) in

the treatment of patients with glioblastoma multiforme at first relapse. Kenilworth (NJ): Schering-Plough Research Institute; 1998 August.

4 - C/I94-123. A phase II study of temozolomide in the treatment of patients with anaplastic astrocytoma at first relapse. Kenilworth (NJ):

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

A temozolomida pertence ao grupo farmacoterapêutico dos agentes antineoplásicos – Outros agentes alquilantes. A temozolomida é um

triazeno, que é submetido a uma rápida conversão química em pH fisiológico à monometil-triaceno-imidazol-carboxamida ativa (MTIC).

Considera-se que a citotoxicidade do MTIC seja decorrente principalmente da alquilação na posição O6

da guanina, ocorrendo também

alquilação adicional na posição N7

. Acredita-se que as lesões citotóxicas que se desenvolvem posteriormente impliquem uma reparação

anômala do adutor metílico.

Farmacocinética

A molécula da temozolomida é estável em pH ácido (< 5) e, portanto, pode ser administrada por via oral. A temozolomida é rapidamente

hidrolisada ao seu metabólito ativo 5-(3-metiltriazeno-1-il) imidazol-4-carboxamida (MTIC) em valores de pH neutro, com a hidrólise

ocorrendo ainda mais rápido em pH alcalino.

Distribuição - A concentração plasmática de temozolomida aumenta de acordo com a dose. O volume aparente médio de distribuição em

pacientes adultos e pediátricos após uma dose única de temozolomida variou entre 0,35 – 0,63 L/kg e 0,35 – 0,41 L/kg, respectivamente. A

depuração plasmática, o volume de distribuição e a meia-vida são independentes da dose, têm coeficientes de variação muito baixos, são

previsíveis e reprodutíveis. A temozolomida é rapidamente eliminada e não se acumula no plasma após múltiplas doses diárias. Pacientes

pediátricos apresentaram uma maior área sob a curva (AUC) para uma dose comparável (por m2

da área de superfície corpórea) do que

pacientes adultos. Foi demonstrado que a temozolomida apresenta baixa ligação proteica (12% a 16%) e, portanto, não se espera que

interaja com agentes altamente ligados às proteínas plasmáticas.

Metabolismo e eliminação - As principais vias de eliminação da temozolomida do plasma foram as hidrólises não-enzimáticas, a MTIC e

a excreção renal da droga base. Após a administração de uma formulação oral, aproximadamente 5% da dose é recuperada inalterada na

urina em 24 horas e o restante do C14

recuperado é excretado como 5-aminoimidazol-4-carboxamida (AIC), ácido carboxílico de

temozolomida (TMA) ou metabólitos polares não identificados.

O ácido carboxílico de temozolomida (TMA) foi o único metabólito de importância e sua excreção renal responde por menos que 3% da

dose de temozolomida. O metabolismo mediado pelo citocromo P450 (CYP450) avaliado pela medida dos níveis de TMA não contribuiu

significativamente para a eliminação plasmática de temozolomida; assim, a eliminação de temozolomida não deve ser afetada em grau

clinicamente significante pela interação com medicamentos, e a administração de temozolomida não deve alterar o metabolismo de outros

fármacos.

A análise da população baseada em dados farmacocinéticos da temozolomida revelou que a depuração plasmática da temozolomida foi

independente da idade, função renal e hepática, consumo de tabaco ou uso de dexametasona, proclorperazina, fenitoína, carbamazepina,

ondansetrona, antagonistas dos receptores H2, ou fenobarbital. A depuração da temozolomida foi significativamente relacionada ao

tamanho do corpo, mais precisamente à superfície corpórea. Mulheres tiveram uma importância estatística, mas a depuração menor não foi

clinicamente significante comparada à dos homens.

Em um estudo farmacocinético aberto e duplamente cruzado de uma formulação de temozolomida oral e injetável em pacientes com

tumores malignos primários do sistema nervoso central (SNC), foi demonstrado que a temozolomida pó liofilizado para solução injetável

administrado por 90 minutos é bioequivalente quanto à Cmáx e AUC de temozolomida e MTIC quando comparado a uma formulação oral

de temozolomida, após uma dose de 150 mg/m2

. Após 90 minutos de infusão intravenosa a média dos valores de Cmáx para temozolomida

e MTIC foi de 7,4 mcg/mL e 320 ng/mL, respectivamente. A média dos valores de AUC para temozolomida e MTIC foi de 25 mcg.h/mL e

1.004 mcg.h/mL, respectivamente.

Dados de segurança pré-clínica

O perfil toxicológico da temozolomida para administração intravenosa é comparável à de uma formulação oral e consistente com o de

outros agentes anticancerígenos comercializados. Embora a formulação intravenosa tenha produzido irritação no local de aplicação, tanto

em coelhos quanto em ratos, a irritação foi transitória e não associada a danos teciduais permanentes.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com histórico de hipersensibilidade a seus componentes, bem como a pacientes

com histórico de hipersensibilidade à dacarbazina (DTIC), uma vez que ambas as drogas são metabolizadas em MTIC.

4

Categoria D para gravidez - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe

imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Este medicamento é contraindicado para lactantes (vide “Uso durante a gravidez e lactação”).

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Pacientes que foram tratados em um estudo piloto com tratamento prolongado de 42 dias com temozolomida administrada concomitante à

radioterapia apresentaram um risco particular de desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis carinii. Assim, é necessária profilaxia

contra pneumonia por Pneumocystis carinii para todos os pacientes recebendo tratamento prolongado de 42 dias de temozolomida

concomitante à radioterapia (em um período máximo de 49 dias). Quando a temozolomida é administrada sob um regime de doses mais

prolongado há uma grande possibilidade de desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis carinii. Adicionalmente, todos os pacientes

recebendo temozolomida, particularmente aqueles recebendo esteróides, devem ser cuidadosamente observados quanto à possibilidade de

desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis carinii.

Terapia antiemética

Náusea e vômito são muito comumente associados com a temozolomida e, portanto, alguns procedimentos são adotados.

Pacientes com glioblastoma multiforme recém-diagnosticado:

- é recomendada profilaxia antiemética antes da dose inicial de temozolomida na fase concomitante;

- a profilaxia antiemética é fortemente recomendável durante a fase adjuvante.

Pacientes com glioma recorrente ou progressivo: Pacientes que apresentam vômitos graves (Grau 3 ou 4) podem necessitar de terapia

antiemética antes de iniciar os ciclos de tratamento.

Parâmetros laboratoriais para a modificação da dose nos casos de glioma maligno progressivo ou recorrente, ou melanoma

maligno

Pacientes tratados com a temozolomida podem ter mielossupressão, incluindo pancitopenia prolongada, que pode resultar em anemia

aplástica, que em alguns casos resultou em desfecho fatal. Em alguns casos, a exposição a medicamentos concomitantes associados com

anemia aplástica, incluindo carbamazepina, fenitoína e sulfametazol/trimetoprima, complica a avaliação. Antes da administração, devem-

se satisfazer aos seguintes parâmetros laboratoriais: contagem absoluta de neutrófilos (CAN) ≥ 1,5 x 109

/L e plaquetas ≥ 100 x 109

/L.

Deve-se realizar hemograma completo no dia 22 (21 dias depois da administração da primeira dose) ou dentro de 48 horas deste dia e

semanalmente, até se obter uma CAN que tenha ultrapassado 1,5 x 109

/L e contagem de plaquetas que exceda 100 x 109

/L. Se o valor da

CAN cair para menos de 1,0 x 109

/L ou a contagem de plaquetas for < 50 x 109

/L durante qualquer ciclo, o nível posológico deverá ser

reduzido em 50 mg/m2

no ciclo seguinte. A menor dose recomendada é de 100 mg/m2

(vide “POSOLOGIA E MODO DE USAR”).

Efeito da função renal

A função renal determinada pela estimativa de creatinina depurada não afeta a depuração da temozolomida.

Efeito da função hepática

Não foram observadas diferenças quando a curva de depuração da temozolomida foi comparada a de parâmetros individuais da função

hepática. Isto inclui albumina sérica e proteína total, bem como indicadores de doenças hepatocelulares como fosfatase alcalina, ALAT,

AST, e bilirrubina. A farmacocinética da temozolomida em pacientes com doença hepática leve a moderada (classificação 1 e 2 de Child-

Pugh) foi similar à observada em pacientes sem doença hepática. A farmacocinética não foi bem definida em pacientes com insuficiência

hepática grave. Com base na farmacocinética da temozolomida, não são necessárias reduções de dose em paciente com insuficiência

hepática leve a moderada.

Foi reportado muito raramente dano hepático, incluindo insuficiência hepática fatal, em pacientes tratados com temozolomida. Devem ser

realizados testes de função hepática basal antes do início do tratamento. Em caso de anormalidade, os médicos deverão avaliar o

benefício/risco antes do início do tratamento com temozolomida, incluindo o potencial para dano hepático fatal. Para pacientes em um

ciclo de tratamento de 42 dias, testes de função hepática devem ser repetidos na metade do ciclo. Para todos os pacientes, testes de função

hepática devem ser realizados após cada ciclo de tratamento. Os médicos deverão avaliar o benefício/risco de continuar o tratamento para

pacientes com anormalidades significativas da função hepática. A toxicidade hepática pode ocorrer várias semanas ou mais após o último

tratamento com temozolomida.

Além disto, foram reportados casos de hepatite devido a reativação do vírus da hepatite B, em alguns casos resultando em morte. Os

pacientes devem ser investigados para a infecção por hepatite B antes do início do tratamento. Pacientes com evidências anteriores de

infecção por hepatite B devem ser monitorados para sinais clínicos e laboratoriais de hepatite ou de reativação de hepatite B durante e por

alguns meses após o tratamento com temozolomida. A terapia deverá ser descontinuada para pacientes com evidências de infecção ativa

por hepatite B.

Uso pediátrico

Não se dispõe de experiência clínica com o uso da temozolomida em crianças menores de 3 anos de idade.

Uso em pacientes idosos

Em estudos clínicos o uso da temozolomida em pacientes idosos (acima de 70 anos) parece aumentar o risco de neutropenia e

trombocitopenia, se comparado com o uso em pacientes jovens.

Uso durante a gravidez e lactação

Em estudos pré-clínicos com ratas e coelhas que receberam 150 mg/m2

, demonstrou-se teratogenicidade e/ou toxicidade fetal. Não foram

realizados estudos em mulheres grávidas. A temozolomida somente deve ser usada durante a gravidez caso o benefício justificar o risco

potencial ao feto. É importante aconselhar as mulheres com potencial de gravidez que evitem engravidar enquanto estiverem recebendo a

temozolomida. Caso o medicamento seja administrado a mulheres grávidas, elas devem ser conscientizadas do risco potencial ao feto.

5

Não se sabe se a temozolomida é excretada no leite humano, razão pela qual se deve decidir sobre a descontinuação do aleitamento ou de

temozolomida em mães que estejam amamentando.

Os efeitos sobre os testículos em ratos e cães sugerem uma forte possibilidade de efeitos adicionais no sistema reprodutivo, incluindo

infertilidade nos descendentes, resultando em danos genéticos nas células germinativas (há a possibilidade de uma mutação nas células

germinativas que pode ser transmitida à prole). Considerando que estudos de múltiplos ciclos indicaram toxicidade testicular, deve ser

utilizada uma contracepção efetiva por homens e mulheres que estejam utilizando a temozolomida.

Considerando que a temozolomida é prontamente convertida em MTIC, seu potencial tumorigênico não é inesperado. Isto é consistente

com o que se tem observado com outros agentes alquilantes, incluindo aqueles que produzem MTIC. O potencial carcinogênico geral da

temozolomida em ratos parece ser específico da espécie e não significativamente diferente quando comparado com outras drogas

citotóxicas.

Categoria D para gravidez - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Em um estudo randomizado, aberto e duplamente cruzado, pacientes com câncer receberam temozolomida 150 mg/m2

/dia com e sem

tratamento concomitante com ranitidina. Nenhuma alteração na farmacocinética da temozolomida ou MTIC foi observada devido à

ranitidina e a aumento no pH gástrico. A administração da temozolomida com alimentos resultou em um decréscimo estatisticamente

significativo de 33% na Cmáx, um atraso no Tmáx e um pequeno, mas estatisticamente significativo, decréscimo de 9% na AUC (0-24).

Como a atividade da temozolomida está mais relacionada com a AUC do que com os picos de concentração, o efeito do alimento não tem

relevância clínica. A administração concomitante de dexametasona, proclorperazina, fenitoína, carbamazepina, ondansetrona, antagonistas

de receptores H2 ou fenobarbital não altera a depuração da temozolomida. A administração concomitante com ácido valpróico está

associada a uma redução pequena, mas estatisticamente significativa, na depuração da temozolomida. O uso de temozolomida em

associação a outros agentes mielossupressores pode aumentar a probabilidade de ocorrência de mielossupressão.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar sob refrigeração (entre 2°C e 8ºC). O produto reconstituído deve ser usado dentro de 14 horas, incluindo o tempo da infusão.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Após preparo, manter sob refrigeração por até 14 horas.

Características físicas e organolépticas

Sólido liofilizado branco a levemente rosa claro e isento de materiais estranhos. TEMOLIDA pó liofilizado para solução injetável, após a

reconstituição é uma solução transparente e essencialmente livre de partículas.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

TEMOLIDA deve ser prescrito por médicos com experiência no tratamento oncológico de tumores cerebrais.

Cada frasco contém pó liofilizado de temozolomida. Quando reconstituído com 41 mL de água estéril para injeção, a solução resultante

terá 2,5 mg/mL de temozolomida. Os frascos devem ser cuidadosamente girados e não agitados. Eles devem ser inspecionados e qualquer

frasco contendo partículas visíveis não deve ser usado. O produto reconstituído deve ser usado dentro de 14 horas, incluindo o tempo da

infusão.

Utilizando técnica asséptica, retirar 40 mL de cada frasco para alcançar a dose total e transferir para uma bolsa vazia de infusão de 250 mL.

TEMOLIDA pó liofilizado para solução injetável deve ser infundido por via intravenosa utilizando uma bomba, por um período de 90

minutos. TEMOLIDA pó liofilizado para solução injetável deve ser administrado somente por infusão intravenosa. TEMOLIDA pó

liofilizado para solução injetável pode ser administrado na mesma linha de infusão intravenosa com injeção de cloreto de sódio a 0,9%.

TEMOLIDA pó liofilizado para solução injetável é incompatível com soluções de dextrose.

Como não existem informações sobre a compatibilidade de TEMOLIDA pó liofilizado para solução injetável com outras substâncias ou

aditivos de uso intravenoso, outros medicamentos não devem ser infundidos simultaneamente na mesma linha de infusão intravenosa.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Reações adversas da experiência em estudos clínicos em pacientes tratados com uma formulação de temozolomida oral

Pacientes com glioblastoma multiforme recém-diagnosticado - A Tabela 4 apresenta os eventos adversos que surgiram durante o

tratamento (causalidade não determinada durante os ensaios clínicos) em pacientes com glioblastoma multiforme recém diagnosticado

durante as fases de tratamento concomitante e adjuvante.

Tabela 4: temozolomida e radioterapia (RT):

Eventos que surgiram durante o tratamento nas fases concomitante e adjuvante de tratamento

6

Muito comum (≥ 1/10); Comum (> 1/100, < 1/10); Incomum (> 1/1000, < 1/100)

Sistema Corporal

Fase concomitante

(temozolomida + radioterapia)

n = 288*

Fase adjuvante

n = 224

Infecções e infestações

Comum: Candidíase oral, herpes simples, infecção,

faringite, feridas infectadas

Candidíase oral, infecção

Incomum: Herpes simples ou zóster, sintomas gripais

Distúrbios sanguíneos e do sistema

linfático

Comum: Leucopenia, linfopenia, neutropenia,

trombocitopenia

Anemia, neutropenia febril, leucopenia,

Incomum: Anemia, neutropenia febril Linfopenia, petéquias

Distúrbios endócrinos

Incomum: Síndrome de Cushing Síndrome de Cushing

Distúrbios metabólicos e nutricionais

Muito comum: Anorexia Anorexia

Comum: Hiperglicemia, perda de peso Perda de peso

Incomum: Hipocalcemia, aumento da fosfatase

alcalina, aumento do peso

Hiperglicemia, aumento do peso

Distúrbios psiquiátricos

Comum: Ansiedade, labilidade emocional, insônia Ansiedade, depressão, labilidade

emocional, insônia

Incomum: Agitação, apatia, alterações

comportamentais, depressão, alucinação

Alucinação, amnésia

Distúrbios do sistema nervoso

Muito comum: Cefaleia Cefaleia, convulsão

Comum: Tontura, afasia, alteração no equilíbrio,

dificuldade de concentração, confusão,

perda da consciência, convulsão,

dificuldade de memorização, neuropatia,

parestesia, sonolência, distúrbios da fala,

tremores

Tontura, afasia, alteração no equilíbrio,

disfagia, hemiparesia, dificuldade de

memorização, distúrbios neurológicos,

neuropatia, neuropatia periférica,

Incomum: Ataxia, dificuldade de cognição, disfagia,

distúrbios extrapiramidais, marcha anormal,

hemiparesia, hiperestesia, hipoestesia,

desordens neurológicas, neuropatia

periférica, epilepsia

Ataxia, coordenação anormal, marcha

anormal, hemiplegia, hiperestesia,

distúrbio sensorial

Distúrbios oftálmicos

Comum: Visão turva Visão turva, diplopia, defeito do campo

visual

Incomum: Dor ocular, hemiopia, distúrbio visual,

redução na acuidade visual, defeito do

campo visual

Dor ocular, olho seco, redução na

acuidade visual

Distúrbios do ouvido e do labirinto

Comum: Dificuldade na audição Dificuldade na audição, tinido

Incomum: Otalgia, hiperacusia, tinido, otite média Surdez, otalgia, vertigem

Distúrbios cardíacos

Incomum: Palpitação

Alterações vasculares

Comum: Edema, edema de membro inferior,

hemorragia

Edema de membro inferior, hemorragia,

trombose venosa profunda

Incomum: Hipertensão, hemorragia cerebral Edema, edema periférico, embolia

pulmonar

Distúrbios pulmonares, torácicos e do

mediastino

Comum: Tosse, dispneia Tosse, dispneia

Incomum: Pneumonia, infecção do trato respiratório

superior, congestão nasal

Pneumonia, sinusite, infecção do trato

respiratório superior, bronquite

Distúrbios gastrintestinais

Muito comum: Constipação, náusea, vômito Constipação, náusea, vômito

Comum: Dor abdominal, diarreia, dispepsia,

disfagia, estomatite

Diarreia, dispepsia, disfagia, boca seca,

estomatite

Incomum: Distensão abdominal, incontinência fecal,

transtorno gastrintestinal, gastroenterite,

hemorróidas

Distúrbios cutâneos e do tecido

subcutâneo

Muito comum: Alopecia, exantema Alopecia, exantema

Comum: Dermatite, pele seca, eritema, prurido Pele seca, prurido

Incomum: Reação de fotossensibilidade, pigmentação

anormal, esfoliação da pele

Eritema, pigmentação anormal, aumento

da transpiração

7

Distúrbios musculoesqueléticos e do

tecido conjuntivo

Comum: Artralgia, fraqueza muscular Artralgia, dor musculoesquelética,

mialgia, fraqueza muscular

Incomum: Dor nas costas, dor musculoesquelética,

mialgia, miopatia

Dor nas costas, miopatia

Distúrbios renais e urinários

Comum: Micção frequente, incontinência urinária Incontinência urinária

Incomum: Disúria

Distúrbios do sistema reprodutivo e

das mamas

Incomum: Impotência Amenorreia, dor mamária, menorragia,

hemorragia vaginal, vaginite

Distúrbios gerais e no local da

administração

Muito comum: Fadiga Fadiga

Comum: Febre, dor, reação alérgica, lesão por

radioterapia, edema de face, distúrbio do

paladar

Febre, dor, reação alérgica, lesão por

radioterapia, distorção do paladar

Incomum: Eritema, rubor, agravamento da astenia,

calafrios, alteração da coloração da língua,

parosmia, sede

Agravamento da astenia, dor, calafrios,

alteração dentária, edema facial, perversão

do paladar

Investigação

Comum: Aumento de TGPs Aumento de TGPs

Incomum: Aumento de Gama-GT, aumento das

enzimas hepáticas, aumento de TGOs

(*) Um paciente que foi randomizado para receber apenas RT, recebeu temozolomida + RT.

Resultados Laboratoriais - Foi observada mielossupressão (neutropenia e trombocitopenia) que sabidamente são toxicidades limitantes

da dose para a maioria dos agentes citotóxicos, incluindo a temozolomida. Quando as anormalidades laboratoriais e os eventos adversos

encontrados nas fases de tratamento concomitante e adjuvante foram constantes, observou-se anormalidades em neutrófilos Grau 3 e Grau

4, incluindo eventos neutropênicos, em 8% dos pacientes. Anormalidades em plaquetas Grau 3 e Grau 4, incluindo eventos

trombocitopênicos, foram observadas em 14% dos pacientes que receberam a temozolomida.

Pacientes adultos com glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno - Em estudos clínicos, os eventos

indesejáveis que ocorreram com maior frequencia foram distúrbios gastrintestinais, principalmente náuseas (43%) e vômitos (36%).

Foram, em geral, considerados de Grau 1 a 2 (leve a moderado) e tiveram resolução espontânea ou foram facilmente controlados com

antieméticos de uso comum. A incidência de náuseas e vômitos graves foi de 4%. Mielossupressão grave, predominantemente

trombocitopenia, foi o evento adverso limitante da dose e ocorreu em 9% do total de pacientes. Foram relatadas anemia, neutropenia,

leucopenia, linfopenia e pancitopenia. Mielossupressão foi geralmente previsível e ocorreu mais freqüentemente nos primeiros ciclos, com

nível mais baixo de plaquetas e neutrófilos ocorrendo no final do ciclo (geralmente entre os dias 21 a 28) e recuperação rápida (geralmente

dentro de 1-2 semanas). Nenhuma evidência de mielossupressão cumulativa foi observada.

Outras reações adversas relatadas com frequência incluíram fadiga (22%), obstipação (17%) e cefaleia (14%). Também foram relatadas:

anorexia (11%), diarréia (8%), erupção cutânea, febre, astenia e sonolência (6% cada um). Menos freqüentes (2% a 5%) e em ordem

decrescente de frequencia: dor abdominal, dor, tontura, perda de peso, dispnéia, alopecia, rigidez, prurido, mal-estar, dispepsia, alteração

do paladar, parestesia e petéquias.

Em uma análise farmacocinética de uma população de um estudo clínico, havia 101 mulheres e 169 homens para os quais estava

disponível o nível mais baixo de contagem de neutrófilos e 110 mulheres e 174 homens para os quais estava disponível o nível mais baixo

de contagem de plaquetas. No primeiro ciclo de terapia, houve índices mais elevados de neutropenia Grau 4 (CAN < 500 células/mcgL),

12% versus 5%, e trombocitopenia (< 20.000 células/mcgL), 9% versus 3%, em mulheres versus homens, respectivamente. Em dados

envolvendo 400 indivíduos com glioma recorrente, a neutropenia Grau 4 ocorreu em 8% das mulheres versus 4% dos homens e a

trombocitopenia Grau 4 em 8% das mulheres versus 3% dos homens no primeiro ciclo da terapia. Em um estudo envolvendo 288

indivíduos com glioblastoma multiforme recém-diagnosticado, a neutropenia Grau 4 ocorreu em 3% das mulheres versus 0% de homens e

a trombocitopenia Grau 4 em 1% das mulheres versus 0% dos homens no primeiro ciclo da terapia.

Pacientes tratados com a temozolomida pó liofilizado para solução injetável

A forma farmacêutica pó liofilizado para solução injetável fornece dose de temozolomida e exposição equivalentes à temozolomida e

MTIC da formulação oral correspondente. Os eventos adversos provavelmente relacionados com o tratamento e que foram relatados nos

dois estudos com a formulação injetável (n = 35) e que não foram relatados em estudos usando a formulação oral de temozolomida foram

os seguintes (observados no local da infusão): dor, irritação, prurido, rubor, tumefação e eritema, assim como hematoma.

Pós-comercialização da temozolomida

Durante a comercialização da temozolomida, foram relatados muito raramente casos de eritema multiforme, necrólise epidérmica tóxica,

síndrome de Stevens-Johnson e reações alérgicas, incluindo anafilaxia. Casos de hepatotoxicidade, incluindo elevações de enzimas

hepáticas, hiperbilirrubinemia, colestase e hepatite foram relatados. Foi reportado muito raramente dano hepático, incluindo insuficiência

hepática fatal (vide “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).

Foram reportados, casos raros de infecções oportunistas, incluindo pneumonia por Pneumocystis carinii (PCP) e infecções primárias

reativadas por citomegalovírus (CMV). Também foram reportados casos de reativação de infecção pelo vírus da hepatite B, incluindo

alguns casos com desfechos fatais (vide “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”). Casos de pneumonite/pneumonite intersticial e fibrose

pulmonar foram relatados muito raramente. Casos muito raros de síndrome mielodisplásica e malignidades secundárias, incluindo

leucemia mielóide também foram observados. Pancitopenia prolongada, que pode resultar em anemia aplástica, foi relatada, e em alguns

casos resultou em um desfecho fatal. Diabetes insípido também tem sido relatado.

8

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em

www.anvisa.gov.br/notivisa/index/htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal. Informe também à empresa através

do seu serviço de atendimento.

10. SUPERDOSE

Doses de 500, 750, 1.000 e 1.250 mg/m2

(dose total por ciclo) foram avaliadas clinicamente em pacientes. A toxicidade hematológica foi

dose-limitante e relatada em algumas doses; porém, espera-se que seja mais grave em doses mais elevadas. Foi administrada a um paciente

uma superdose de 10.000 mg/dia em um único ciclo, durante 5 dias, e os eventos adversos relatados foram: pancitopenia, pirexia, falência

múltipla dos órgãos e óbito. Há relatos de pacientes que foram submetidos a mais de 5 dias de tratamento (acima de 64 dias) cujos eventos

adversos relatados incluíram supressão da medula óssea, com ou sem infecção, que, em alguns casos, foi grave e prolongada, e resultou em

óbito. Em caso de superdose, é necessária avaliação hematológica. Medidas de suporte devem ser providenciadas, se necessário.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.