Bula do Cloridrato de Amiodarona produzido pelo laboratorio Biosintética Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de amiodarona
Biosintética Farmacêutica Ltda.
comprimidos
200 mg
cloridrato de amiodarona_BU 02_VPS 1
BULA PARA PROFISSIONAL DE SAÚDE
Bula de acordo com a Resolução-RDC nº 47/2009
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
Comprimidos 200 mg: embalagens com 30 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de cloridrato de amiodarona 200 mg contém:
cloridrato de amiodarona ..................................................................................... 200 mg
Excipientes: lactose monoidratada, amido, povidona, dióxido de silício, estearato de magnésio e corante
vermelho FDC n° 40 laca de alumínio.
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Cloridrato de amiodarona é indicado para os seguintes casos:
- distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas;
- taquicardia ventricular sintomática;
- taquicardia supraventricular sintomática;
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- alterações do ritmo associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White.
Devido às propriedades farmacológicas da amiodarona, esse medicamento está particularmente indicado
quando esses distúrbios do ritmo forem capazes de agravar uma patologia clínica subjacente
(insuficiência coronariana, insuficiência cardíaca).
A amiodarona tem sido utilizada para suprimir um grande número de arritmias supraventriculares e
ventriculares no útero, em adultos e crianças incluindo AV nodal, taquicardia juncional, flutter e
fibrilação atrial, taquicardia ventricular e fibrilação ventricular associada com doença arterial coronária e
cardiomiopatia hipertrófica.
Em geral a eficácia da amiodarona é igual ou superior aos outros agentes antiarrítmicos e pode ter alcance
em 60% a 80% da maioria das taquiarritmias supraventriculares (incluindo aquelas associadas com a
síndrome de Wolff-Pakinson-White) e 40% a 60% para taquiarritmias ventriculares.
Propriedades farmacodinâmicas
A amiodarona é um agente antiarrítmico com as seguintes propriedades:
Propriedade antiarrítmica
- Prolongamento da fase 3 do potencial de ação da fibra cardíaca devido principalmente a redução da
corrente de potássio (classe III de Vaughan Williams); este prolongamento não está relacionado com a
frequência cardíaca;
- Diminuição do automatismo sinusal levando a bradicardia que não responde à administração de
atropina;
- Inibição adrenérgica alfa e beta não competitiva;
- retardo da condução betabloqueadoressinoatrial,l, atrial e nodal, mais nítido quando a frequência
cardíaca é mais rápida;
- Nenhuma alteração na condução intra-ventricular;
- Aumento dos períodos refratários e diminuição da excitabilidade miocárdica em nível atrial, nodal e
ventricular;
- Diminuição da condução e aumento dos períodos refratários nas vias acessórias atrioventriculares.
Propriedade anti-isquêmica
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- Diminuição do consumo de oxigênio por diminuição moderada da resistência periférica e redução da
- Propriedades antagonistas não competitivas alfa e beta-adrenérgicas;
- Aumento do débito coronário por efeito direto sobre a musculatura lisa das artérias miocárdicas;
- Manutenção do débito cardíaco devido a diminuição da pressão aórtica e da resistência periférica.
Propriedades farmacocinéticas
A amiodarona é metabolizada principalmente pelo CYP 3A4, e também pelo CYP 2C8.
A amiodarona e seu metabólito, desetilamiodarona, apresentam in vitro um potencial de inibir os CYP
1A1, CYP 1A2, CYP 2C9, CYP 2C19, CYP 2D6, CYP 3A4, CYP 2A6, CYP 2B6 e 2C8. A amiodarona e
a desetilamiodarona tem também um potencial para inibir alguns transportadores, tais como a
glicoproteína-P e o transportador de cátions orgânicos - OCT2 (um estudo mostra um aumento de 1,1%
na concentração de creatinina, um substrato de OCT2). Dados in vivo descrevem interações da
amiodarona sobre substratos de CYP 3A4, CYP 2C9, CYP 2D6 e P-gp.
A amiodarona apresenta trânsito lento e alta afinidade aos tecidos. Sua biodisponibilidade por via oral
varia de 30 a 80% (valor médio 50%) entre os indivíduos. O pico de concentração plasmática é atingido
em 3 a 7 horas após dose oral única. A atividade terapêutica é, geralmente, obtida em uma semana
(variando de alguns dias a duas semanas) de acordo com a dose de ataque.
A meia-vida da amiodarona é longa, incluindo variabilidade interpaciente considerável (20 a 100 dias).
Durante os primeiros dias de tratamento com cloridrato de amiodarona o produto se acumula em quase
todos os tecidos, particularmente no tecido adiposo. A eliminação ocorre após alguns dias e a
concentração plasmática no estado de equilíbrio é atingida entre o período de um a alguns meses
dependendo de cada paciente.
Essas características justificam o emprego de doses de ataque, que visam criar rapidamente a
impregnação tissular necessária à atividade terapêutica.
A iodina é parcialmente removida da molécula e é encontrada na urina como ioduro; isto corresponde a 6
mg/24 horas quando uma dose de 200 mg de amiodarona é administrada diariamente. A parte
remanescente da molécula, portanto incluindo a maior parte de iodina, é eliminada nas fezes após
excreção hepática. A amiodarona é eliminada essencialmente por via biliar.
O clearance plasmático da amiodarona é baixo e a excreção renal insignificante o que permite o emprego
deste medicamento nas posologias habituais nos pacientes com insuficiência renal.
Após a interrupção do tratamento a eliminação continua durante muitos meses. A persistência de uma
atividade residual durante 10 dias a um mês deve ser levada em conta durante a condução do tratamento.
Dados de segurança pré-clínica
Em um estudo de carcinogenicidade de 2 anos em ratos, a amiodarona causou um aumento de tumores
foliculares de tireoide (adenoma e/ou carcinoma) em ambos os sexos com exposição clinicamente
relevantes. Como os sinais de mutagenicidade foram negativos, é proposto um mecanismo epigênico em
vez de genotóxico para este tipo de indução de tumor.
No camundongo, os carcinomas não foram observados, mas foi observada uma hiperplasia folicular da
tiroide, dose-dependente.
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Estes efeitos sobre a tiroide em ratos e camundongos são muito provavelmente devido a efeitos da
amiodarona na síntese e/ou liberação de hormônios da glândula tiroide. A relevância destes achados é
considerada baixa.
Cloridrato de amiodarona é contraindicado nos seguintes casos:
- Bradicardia sinusal, bloqueio sinoatrial e doença do nó sinusal (risco de parada sinusal), distúrbios
severos de condução atrioventricular, a menos que o paciente esteja com um marcapasso implantado;
- Associação com medicamentos que possam induzir torsade de pointes (vide item 6. Interações
Medicamentosas);
- Disfunção da tireoide;
- Hipersensibilidade ao iodo, à amiodarona ou a quaisquer componentes da fórmula;
- Gestação, exceto em circunstâncias excepcionais (vide item 5.Gravidez);
- Lactação (vide item 5.Lactação).
Todas estas contraindicações listadas não se aplicam quando a amiodarona é utilizada na sala de
emergência em casos de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque.
Cloridrato de amiodarona apresenta-se na forma de comprimido rosa, de formato circular, convexo e com
vinco em uma das faces.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade. Desde que
respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24 meses a
contar da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos devem ser deglutidos inteiros, com quantidade suficiente de líquido, durante ou após as
refeições, por via oral.
Dose de ataque: a dose de ataque usual varia de 600 a 1000 mg ao dia durante 8 a 10 dias.
Dose de manutenção: determinar a dose mínima eficaz, que pode variar de 100 a 400 mg diários.
Considerando a longa meia-vida da amiodarona, o tratamento pode ser administrado em dias alternados
(200 mg em dias alternados quando a posologia recomendada é de 100 mg por dia). Também tem sido
adotado o esquema de “janela terapêutica”, administrando-se o medicamento durante 5 dias e instituindo
intervalo de 2 dias sem medicação.
Risco de uso por via de administração não recomendada
Não há estudos dos efeitos de cloridrato de amiodarona administrado por vias não recomendadas.
Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente
por via oral.
Conduta necessária caso haja esquecimento de administração
Caso o paciente esqueça de administrar uma dose, ele deverá administrá-la assim que possível. No
entanto, nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo. Se estiver próximo do horário da
dose seguinte, esperar por este horário, respeitando sempre o intervalo determinado pela posologia.
Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.
Este medicamento não deve ser partido.
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As seguintes definições de frequência são usadas: muito comum (≥10%), comum (≥ 1 < 10%), incomum
(≥ 0,1 < 1%), raro (≥ 0,01 < 0,1%) e muito raro (<0,01%) e frequência desconhecida (não pode ser
estimada pelos dados disponíveis).
Reação Adversa Frequência
Distúrbios sanguíneos e do sistema linfático
Anemia hemolítica, anemia aplástica e trombocitopenia Muito raro
Neutropenia, agranulocitose Desconhecida
Distúrbios cardíacos
Bradicardia geralmente moderada e dose dependente Comum
Aparecimento ou piora da arritmia, seguida, às vezes, por parada cardíaca (vide item
5.Advertências e item 6.Interações Medicamentosas)
Incomum
Alterações da condução (bloqueio sinoatrial e atrio-ventricular de vários graus) (vide item
5.Advertências) Incomum
Bradicardia acentuada ou parada sinusal em pacientes com disfunção do nódulo sinusal e/ou em
pacientes idosos Muito raro
Torsade de pointes (vide item 5.Advertências e item 6.Interações farmacodinâmicas)
Frequência
desconhecida
Distúrbios endócrinos
Hipotireoidismo Comum
Hipertireoidismo, algumas vezes fatal Comum
Síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH) Muito raro
Distúrbios oftálmicos
Microdepósitos na córnea, geralmente limitados à área subpupilar. Eles podem ser associados
com a percepção de halos coloridos, sob luz intensa ou de visão turva. Os microdepósitos na
córnea consistem em depósitos de complexos lipídicos e são reversíveis algum tempo após a
suspensão do tratamento
Muito comum
Neuropatia ótica/ neurite, que pode progredir para a cegueira (vide item 5.Advertências). Muito raro
Distúrbios gastrintestinais
Distúrbios gastrintestinais benignos (náuseas, vômitos, disgeusia) podem ocorrer em decorrência
da dose de ataque e desaparecem com a redução da dose Muito comum
Pancreatite/pancreatite aguda, boca seca, constipação
Desconhecida
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Distúrbios gerais
Granuloma, incluindo granuloma de medula óssea.
Distúrbios hepato-biliares
Aumento isolado das transaminases séricas, que são normalmente moderadas (1,5 a 3 vezes o
valor normal) no início da terapia. Os níveis podem retornar ao normal com redução da dose ou
mesmo espontaneamente
Distúrbios hepáticos agudos com aumento das transaminases séricas e/ou icterícia, incluindo
insuficiência hepática, que às vezes pode ser fatal Comum
Doença hepática crônica (pseudo hepatite alcoólica, cirrose), às vezes fatal Muito raro
Distúrbios do sistema imunológico
Edema angioneurótico (Edema de Quincke) ), reações anafiláticas/anafilactoides incluindo
choque.
Investigação
Aumento do nível sérico de creatinina Muito raro
Distúrbios do metabolismo e nutrição
Diminuição do apetite Desconhecida
Distúrbios do sistema nervoso
Tremor extra-piramidal, pesadelos e distúrbios do sono Comum
Neuropatia periférica sensorimotor e/ou miopatia são geralmente reversíveis com a
descontinuação do tratamento Incomum
Ataxia cerebelar, hipertensão intracraniana benigna (pseudo tumor cerebral), cefaleia Muito raro
Parkinsonismo, parosmia Desconhecida
Distúrbios psiquiátricos
Estado confusional/delírio, alucinação Desconhecida
Distúrbios do sistema reprodutivo
Epididimites, disfunção erétil Muito raro
Diminuição da libido Desconhecida
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Distúrbios respiratórios, torácicos e no mediastino
Toxicidade pulmonar (pneumonite alveolar/ intersticial ou fibrose, pleurite, bronquiolite
obliterante com pneumonia em organização) às vezes fatal (vide item 5.Advertências) Comum
Hemorragia pulmonar
Broncoespasmo em pacientes com insuficiência respiratória severa, especialmente em pacientes
asmáticos. Síndrome de angústia respiratória do adulto, algumas vezes fatal, geralmente no
período pós-cirúrgico imediato (possível interação com elevadas concentrações de oxigênio)
(vide item 5.Advertência e item 6.Interações Medicamentosas)
Muito raro
Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos
Fotossensibilidade Muito comum
Pigmentação grisácea ou azulada da pele no caso de utilização prolongada ou de altas doses
diárias. Com a interrupção do tratamento essa pigmentação desaparece lentamente Comum
Eritema durante o uso de radioterapia, “rash” cutâneos, normalmente inespecíficos, dermatite
esfoliativa, alopecia Muito raro
Eczema, urticária, reações cutâneas severas às vezes fatal incluindo necrólise epidérmica
tóxica/síndrome de Stevens-Johnson, dermatite bolhosa e reação medicamentosa com eosinofilia
e sintomas sistêmicos
Distúrbios vasculares
Vasculite Muito raro
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Sintomas
Não há muitos dados disponíveis sobre superdose de amiodarona oral. Foram relatados alguns casos de
bradicardia sinusal, bloqueio cardíaco, taquicardia ventricular, torsade de pointes, insuficiência
circulatória e disfunção hepática.
Tratamento
O tratamento deve ser sintomático. A amiodarona e seus metabólitos não são removidos por diálise.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
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III- DIZERES LEGAIS
MS - 1.1213.0260
Farmacêutico Responsável: Alberto Jorge Garcia Guimarães - CRF-SP nº 12.449
Biosintética Farmacêutica Ltda.
Av. das Nações Unidas, 22.428
São Paulo - SP
CNPJ 53.162.095/0001-06
Indústria Brasileira
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Esta bula foi atualizada conforme Bula Padrão aprovada pela Anvisa em 25/09/2014
Histórico de Alteração da Bula
Dados da submissão eletrônica Dados da petição/notificação que altera bula Dados das alterações de bulas
Data do
expediente
Nº do
Assunto
Data de
aprovação
Itens de bula
Versões
(VP/VPS)
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