Bula do Glifage produzido pelo laboratorio Merck S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
GLIFAGE®
cloridrato de metformina
Merck S/A
Comprimidos revestidos
500 mg / 850 mg / 1 g
Glifage®
APRESENTAÇÕES
500 mg / Glifage®
850 mg / Glifage®
1 g
Embalagens contendo 30 comprimidos revestidos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 10 ANOS
COMPOSIÇÃO
500 mg
Cada comprimido revestido contém:
cloridrato de metformina ............................................................................... 500 mg
(equivalente a 390 mg de metformina)
Excipientes: estearato de magnésio, hipromelose, povidona.
850 mg
cloridrato de metformina ............................................................................... 850 mg
(equivalente a 663 mg de metformina)
cloridrato de metformina .................................................................................... 1 g
(equivalente a 780 mg de metformina)
Excipientes: estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, povidona.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Como agente antidiabético, associado ao regime alimentar, para o tratamento de:
Diabetes tipo 2, não dependente de insulina (diabetes da maturidade, diabetes do obeso,
diabetes em adultos de peso normal), isoladamente ou complementando a ação de outros
antidiabéticos (como as sulfonilureias): em adultos e crianças acima de 10 anos;
Diabetes tipo 1, dependente de insulina, como complemento da insulinoterapia em casos
de diabetes instável ou insulino-resistente (ver Advertências e precauções).
Também indicado na Síndrome dos Ovários Policísticos (Síndrome de Stein-Leventhal).
O estudo prospectivo randomizado “United Kingdom Prospective Diabetes Study” (UKPDS)
estabeleceu os benefícios a longo prazo de um controle intensivo da glicemia em pacientes
adultos com diabetes tipo 2. A análise dos resultados para pacientes com excesso de peso
tratados com metformina após insucesso de uma dieta isolada revelou:
redução significativa do risco absoluto de qualquer complicação relacionada ao diabetes
no grupo tratado com metformina (29,8 eventos / 1.000 pacientes-ano) em comparação
com o grupo em dieta isolada (43.3 eventos / 1.000 pacientes-ano), p= 0,0023, e em
comparação aos grupos de sulfonilureia combinada e de monoterapia com insulina (40,1
eventos / 1.000 pacientes-ano), p= 0,0034.
redução significativa do risco absoluto de mortalidade relacionada ao diabetes:
metformina 7,5 eventos / 1.000 pacientes-ano, dieta isolada 12,7 eventos / 1.000
pacientes-ano, p= 0,017;
redução significativa do risco absoluto de mortalidade global: metformina 13,5 eventos /
1000 pacientes-ano em comparação com dieta isolada 20,6 eventos / 1.000 pacientes-ano
(p= 0,011), e em comparação com grupos recebendo sulfoniluréia combinada e
monoterapia de insulina 18,9 eventos / 1.000 pacientes-ano (p= 0,021);
redução significativa do risco absoluto de infarto do miocárdio: metformina 11 eventos /
1000 pacientes-ano, dieta isolada 18 eventos / 1.000 pacientes-ano (p= 0,.01).
Para metformina utilizada como terapia de segunda linha em combinação com sulfonilureia,
os benefícios relacionados aos resultados clínicos não foram demonstrados. Em diabetes tipo
1, a combinação de metformina e insulina foi utilizada em um grupo selecionado de pacientes,
mas o benefício clínico desta combinação não foi formalmente estabelecido.
Referência: UK Prospective diabetes study (UKPDS) group. Effect of intensive blood-glucose
control with metformin on complications in overweight patient with type 2 diabetes mellitus
(UKPDS 34). Lancet 1998; 52:854-865.
Propriedades farmacodinâmicas
A metformina é um fármaco antidiabético da família das biguanidas com efeitos
antihiperglicêmicos, reduzindo a glicose plasmática pós-prandial e basal. A metformina não
estimula a secreção de insulina, não tendo, por isso, ação hipoglicemiante em pessoas não-
diabéticas. Em diabéticos, a metformina reduz a hiperglicemia, sem o risco de causar
hipoglicemia, exceto em caso de jejum ou de associação com insulina ou sulfonilureias. A
metformina pode agir através de três mecanismos:
1. na redução da produção da glicose hepática através da inibição da gliconeogênese e
glicogenólise;
2. no músculo, através do aumento da sensibilidade à insulina, melhorando a captação e
utilização da glicose periférica;
3. no retardo da absorção intestinal da glicose.
A metformina estimula a síntese de glicogênio intracelular atuando na síntese de glicogênio e
aumenta a capacidade de transporte de todos os tipos de transportadores de glicose de
membrana (GLUTs) conhecidos até hoje. Em humanos, independentemente de sua ação na
glicemia, a metformina exerce efeito favorável sobre o metabolismo lipídico. Tal efeito tem
sido demonstrado com doses terapêuticas em estudos clínicos controlados de média a longa
duração, com a metformina reduzindo os níveis de colesterol total, LDL e triglicerídeos.
De acordo com o United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS), estudo
multicêntrico, randomizado, que acompanhou per cerca de 10 anos mais de 7.000 pacientes
submetidos a diversos tratamentos para controle do diabetes tipo 2, a metformina reduziu, de
maneira significativa, as complicações e mortalidade associadas com a doença.
Estudos clínicos controlados realizados numa população pediátrica limitada, com faixa etária
de 10-16 anos, tratada durante um ano, evidenciaram uma resposta idêntica no controle da
glicemia àquela observada em adultos.
Tem sido demonstrada uma redução de complicações diabéticas em pacientes adultos com
diabetes tipo 2, tratados com Glifage®
como terapia de primeira linha após a dietoterapia. Em
estudos clínicos, o uso de metformina está associado à estabilização do peso corporal ou a
uma modesta perda de peso.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção: após uma dose administrada por via oral o Cmax é atingido em 2,5 horas (Tmax).
A biodisponibilidade absoluta de um comprimido de metformina 500 mg ou 850 mg é de
aproximadamente 50-60% em indivíduos saudáveis. Após uma dose oral, a fração não
absorvida recuperada nas fezes foi de 20-30%. Após administração oral, a absorção de
metformina é saturável e incompleta. É assumido que a farmacocinética da absorção de
metformina é não-linear. Nas doses e esquemas posológicos recomendados, as concentrações
plasmáticas de metformina em estado estacionário são atingidas no prazo de 24 a 48 horas,
sendo geralmente inferiores a 1 micrograma/ml. Em estudos clínicos controlados, os níveis
plasmáticos máximos de metformina (Cmax) não excederam 4 microgramas/ml, inclusive nas
doses mais elevadas. A ingestão de alimentos reduz a quantidade de metformina absorvida e
retardam ligeiramente sua absorção. Após administração de uma dose de 850 mg observou-se
concentração plasmática máxima 40% menor, redução de 25% na AUC (área sob a curva) e
um prolongamento de 35 minutos no tempo para atingir a concentração plasmática máxima.
Desconhece-se a importância clínica destas reduções.
Distribuição: a ligação às proteínas plasmáticas é negligenciável. A metformina é distribuída
pelos eritrócitos. A concentração máxima sanguínea é mais baixa do que a concentração
máxima plasmática, ocorrendo aproximadamente ao mesmo tempo. Os glóbulos vermelhos
representam, provavelmente, um compartimento secundário de distribuição. O volume de
distribuição médio (Vd) encontra-se na faixa 63-276 l.
Metabolismo: a metformina é excretada na urina sob forma inalterada. Não foram
identificados metabolitos em humanos.
Eliminação: a depuração renal (clearance) da metformina é superior a 400 ml/min, o que
indica que a eliminação se dá por filtração glomerular e secreção tubular. Após uma dose oral,
a meia-vida de eliminação terminal aparente é de aproximadamente 6,5 horas. Quando a
função renal estiver prejudicada, a depuração renal diminui proporcionalmente à depuração da
creatinina e, assim, a meia-vida de eliminação é prolongada, levando ao aumento dos níveis
plasmáticos de metformina.
Crianças e adolescentes: estudo de dose única: após doses únicas de 500 mg de metformina,
pacientes pediátricos mostraram perfil farmacocinético idêntico ao observado em adultos
saudáveis. Estudo de dose múltipla: os dados referem-se a um só estudo. Após doses repetidas
de 500 mg duas vezes por dia durante 7 dias em pacientes pediátricos, a concentração
plasmática máxima (Cmax) e a exposição sistêmica (AUC0-t) foram reduzidas em
aproximadamente 33% e 40% respectivamente, quando comparado com adultos diabéticos
tratados com doses repetidas de 500 mg duas vezes por dia durante 14 dias. Considerando-se
que a dose é titulada individualmente e baseada no controle da glicemia, a relevância clínica é
limitada.
Dados de segurança pré-clínica
Dados pré-clínicos não evidenciaram nenhum risco especial em humanos, com base em
estudos convencionais de segurança, farmacologia, toxicidade de dose repetida,
genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade na reprodução.
Hipersensibilidade à metformina ou a qualquer dos excipientes. Cetoacidose diabética, pré-
coma diabético. Insuficiência ou disfunção renal (depuração da creatinina inferior a 60
ml/min). Situações agudas com potencial para alterar a função renal, tais como: desidratação,
febre, infecção grave, choque, administração intravascular de contrastes iodados. Doenças
agudas ou crônicas, capazes de provocar hipóxia tecidular, tais como insuficiência cardíaca ou
respiratória, infarto recente de miocárdio, choque. Insuficiência hepática, intoxicação
alcoólica aguda, alcoolismo. Cirurgia eletiva de grande porte.
Acidose lática
A acidose lática é uma complicação metabólica rara, porém grave (com elevada mortalidade
caso não se proceda a um tratamento imediato), que pode ocorrer devido à acumulação de
metformina. Foram descritos casos de acidose lática em pacientes submetidos a tratamento
com metformina, principalmente em diabéticos com insuficiência renal significativa. É
possível e recomendável que a incidência de acidose lática seja reduzida determinando-se
outros fatores de risco associados, tais como diabetes mal controlada, cetose, jejum
prolongado, consumo excessivo de álcool, insuficiência hepática e qualquer condição
associada com hipóxia. Diagnóstico: o risco de acidose lática deve ser considerado no caso de
aparecimento de sinais inespecíficos como cãibras musculares com perturbações digestivas,
tais como dores abdominais e astenia grave. Pode ser seguida de dispneia acidótica,
hipotermia e coma. Os resultados das análises laboratoriais revelam uma queda no pH
sanguíneo, níveis de lactato no plasma acima de 5 mmol/l, e um aumento do gap aniônico e
da relação lactato/piruvato. Caso se suspeite de acidose metabólica, a administração do
metformina deverá ser suspensa e o paciente imediatamente hospitalizado.
Função renal
Uma vez que a metformina é excretada pelo rim, recomenda-se que sejam determinados os
níveis de creatinina sérica e a depuração de creatinina antes de se dar início ao tratamento e,
posteriormente, de forma regular (pelo menos anualmente, em pacientes com função renal
normal; pelo menos duas a quatro vezes por ano, em pacientes com depuração de creatinina
no limite inferior da normalidade e em idosos). Diminuição da função renal em idosos é
frequente e assintomática. Deve-se ter especial cuidado em situações nas quais a função renal
possa ser afetada, tais como início de tratamento com anti-hipertensivos, diuréticos ou anti-
inflamatórios não esteroidais.
Administração de contrastes iodados
Considerar que a administração intravascular de contrastes iodados em exames radiológicos
pode ocasionar insuficiência renal, podendo induzir o acúmulo de metformina, que pode
expor a acidose lática, dependendo da função renal. O uso de metformina tem que ser
interrompido 48 horas antes ou na ocasião do exame, somente podendo ser reiniciado após 48
horas da realização do mesmo, e apenas depois da função renal ter sido reavaliada e se
apresentar normalizada.
Cirurgia
O uso de metformina terá que ser interrompido 48 horas antes de cirurgias eletivas maiores,
podendo ser reiniciado não antes de 48 horas após a cirurgia, e somente após a função renal
ter sido reavaliada como normal.
Gravidez e lactação
Categoria de risco B. O diabetes sem controle durante a gravidez (gestacional ou permanente)
é associado com aumento do risco de anomalias congênitas e mortalidade perinatal. Uma
quantidade limitada de dados sobre a utilização de metformina em mulheres grávidas não
indica um risco aumentado de anomalias congênitas. Estudos em animais não indicam efeitos
prejudiciais à gestação, desenvolvimento embrionário ou fetal, parturição ou desenvolvimento
pós-natal. Entretanto, ao planejar uma gravidez e durante o período gestacional, o diabetes
não deve ser tratado com metformina, devendo-se utilizar insulina para manter os níveis
glicêmicos o mais próximo dos valores normais, de forma a reduzir o risco de malformações
fetais associadas a níveis anormais da glicemia. Foi observado que a metformina é excretada
no leite humano. Nenhum efeito adverso foi observado em recém-nascidos amamentados. No
entanto, como os dados disponíveis são limitados, a amamentação não é recomendada durante
o tratamento com metformina. Deve-se decidir entre interromper a lactação ou descontinuar o
tratamento com metformina, levando-se em conta os benefícios do aleitamento materno, a
importância do medicamento para a mãe e o risco potencial de efeitos adversos no lactente.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica
ou do cirurgião-dentista.
Efeito na habilidade de dirigir e operar máquinas
A metformina como monoterapia não causa hipoglicemia e, portanto, não tem efeito na
habilidade de dirigir ou operar máquinas. Entretanto, pacientes devem ser alertados para o
risco de hipoglicemia quando a metformina é utilizada em combinação com outro agente
antidiabético (sulfonilureia, insulina, meglitinida).
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Idosos: uma vez que o envelhecimento está associado com redução da função renal e a
metformina é eliminada, fundamentalmente pelos rins, o produto deve ser usado com cautela
em pacientes idosos. A dose de metformina deve ser ajustada com base na função renal. Em
geral, pacientes idosos não devem receber a dose máxima do produto.
Crianças e adolescentes: o diagnóstico da diabetes mellitus tipo 2 deve ser confirmado antes
de se iniciar o tratamento com metformina. Durante estudos clínicos controlados com a
duração de um ano, não foram observados efeitos sobre o crescimento e puberdade, não
havendo, contudo, informação disponível a longo prazo nestes pontos específicos. Por isso,
recomenda-se acompanhamento cuidadoso destes parâmetros em crianças tratadas com
metformina, especialmente na pré-puberdade.
Crianças com idades compreendidas entre 10 e 12 anos: Somente 15 crianças com idade
compreendida entre 10 e 12 anos foram incluídas nos estudos clínicos controlados conduzidos
em crianças e adolescentes. Embora a eficácia e segurança da metformina nestas crianças não
difiram daquelas em crianças mais velhas e adolescentes, recomenda-se um cuidado especial
na prescrição a crianças com idades compreendidas entre 10 e 12 anos.
Este medicamento não é indicado para crianças abaixo de 10 anos.
Outras precauções
Todos os pacientes devem prosseguir em sua dieta, com distribuição regular de consumo de
carboidratos ao longo do dia. Pacientes com excesso de peso devem continuar com dieta de
restrição calórica. As análises laboratoriais habituais para controle do diabetes devem ser
realizadas regularmente. A metformina, utilizada isoladamente, não causa hipoglicemia,
embora se recomende precaução ao utilizá-la em associação com insulina ou outros
antidiabéticos orais (ex. sulfonilureias ou meglitinidas). A metformina, em associação com a
insulina, tem sido utilizada no tratamento do diabetes Tipo 1, em pacientes selecionados; os
Associações contraindicadas
Meios de contraste iodados: dependendo da função renal, a metformina tem que ser
interrompida 48 horas antes do exame, ou na ocasião do exame, não devendo ser reiniciada
antes de 48 horas.
Associações não recomendadas
Álcool: aumento do risco de acidose lática no caso de intoxicação alcoólica aguda,
especialmente em situações de: jejum ou má-nutrição, insuficiência hepática. Deve-se evitar o
consumo de álcool e a utilização de medicamentos contendo álcool.
Associações a serem empregadas com cautela
Medicamentos com atividade hiperglicêmica intrínseca, como glicocorticoides, tetracosactida
(vias sistêmica e local), agonistas beta-2, danazol, clorpromazina em altas doses de 100 mg ao
dia, diuréticos: pode ser necessário um controle mais frequente da glicose sanguínea,
notadamente no início do tratamento. Caso necessário, ajustar a dose de metformina durante
tratamento com o outro medicamento e após sua interrupção.
Diuréticos, especialmente os de alça: podem aumentar o risco de acidose lática devido ao seu
potencial para diminuir a função renal.
Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (inibidores da ECA): podem provocar uma
redução nos níveis de glicose no sangue. Desta forma, o ajuste da dose de metformina poderá
ser necessário durante e após a adição ou interrupção destes medicamentos.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da umidade. Prazo de
validade: 24 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características do medicamento:
Glifage®
500 mg: comprimidos revestidos brancos, redondos, biconvexos e com um sulco em
uma das faces
850 mg: comprimidos revestidos brancos, redondos, biconvexos e lisos.
1 g: comprimidos revestidos brancos, alongados e com um sulco em uma das faces.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Não existe regime posológico fixo para o tratamento da hiperglicemia no diabetes mellitus
com a metformina ou qualquer outro agente farmacológico. A posologia da metformina deve
ser individualizada, tomando como bases a eficácia e a tolerância ao produto. Não deve ser
excedida a dose máxima recomendada que é de 2.550 mg. Em crianças acima de 10 anos a
dose máxima diária de metformina não deve exceder 2.000 mg. O produto deve ser
administrado de forma fracionada, junto com as refeições, iniciando-se o tratamento com
doses pequenas, gradualmente aumentadas. Isto permite reduzir a ocorrência de efeitos
colaterais gastrointestinais e identificar a dose mínima necessária ao controle adequado da
glicemia do paciente. No início do tratamento devem-se medir os níveis plasmáticos de
glicose, em jejum, para avaliar a resposta terapêutica à metformina e determinar a dose
mínima eficaz para o paciente. Posteriormente, deve-se medir a hemoglobina glicosilada a
cada três meses. As metas terapêuticas devem ser a redução dos níveis de glicose plasmática
em jejum e de hemoglobina glicosilada, para níveis normais, ou próximos dos normais,
utilizando a menor dose eficaz de metformina, isoladamente ou em combinação com outros
agentes.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Posologia
Comprimidos de 500 mg
A dose inicial é de um comprimido duas vezes ao dia (no café da manhã e no jantar), em
adultos. Se necessário a dose será aumentada, semanalmente, de um comprimido até chegar
ao máximo de cinco comprimidos diários, equivalentes a 2.500 mg de metformina (dois no
café da manhã, um no almoço e dois no jantar). Em crianças acima de 10 anos a dose inicial é
de um comprimido ao dia e a dose máxima diária de metformina não deve exceder 2.000 mg.
Comprimidos de 850 mg
A dose terapêutica inicial é de um comprimido no café da manhã, em adultos e crianças acima
de 10 anos. Conforme a necessidade, a dose será aumentada, a cada duas semanas, de um
comprimido, até chegar ao máximo de três comprimidos, equivalentes a 2.550 mg de
metformina (um no café da manhã, um no almoço e um no jantar). Em crianças acima de 10
anos a dose máxima diária de metformina não deve exceder 2.000 mg.
Comprimidos de 1 g
Em pacientes fazendo uso de doses altas de metformina, é possível substituir dois
comprimidos de 500 mg por um comprimido de 1 g. Em crianças acima de 10 anos a dose
máxima diária de metformina não deve exceder 2.000 mg.
Pacientes diabéticos tipo 2 (não-dependentes de insulina)
A metformina pode ser usada isoladamente ou em combinação com outros agentes
antidiabéticos, como as sulfonilureias. Se a metformina for usada em substituição ao
tratamento com outros hipoglicemiantes orais (exceto a clorpropamida), a troca pode ser feita
imediatamente. Não há necessidade de redução prévia das doses do hipoglicemiante oral, nem
de intervalo de tempo entre o fim do tratamento com o hipoglicemiante oral e o início do
tratamento com a metformina. Se o agente hipoglicemiante usado for a clorpropamida, na
passagem para a metformina, durante duas semanas, deve-se estar atento à possibilidade de
reações hipoglicêmicas, devido à retenção prolongada da clorpropamida no organismo.
Metformina e insulina podem ser usadas em combinação para que seja alcançado um melhor
controle da glicemia. A metformina é administrada na dose inicial usual de um comprimido
de 500 mg duas a três vezes ao dia, ou um comprimido de 850 mg ao dia, enquanto que a dose
de insulina é ajustada com base nas determinações da glicemia.
Pacientes diabéticos tipo 1 (dependentes de insulina)
A metformina e a insulina podem ser utilizadas em associação, no sentido de se obter um
melhor controle da glicemia. A metformina é administrada na dose inicial usual de 500 mg ou
850 mg 2 a 3 vezes por dia, enquanto que a dose de insulina deve ser ajustada com base nos
valores da glicemia.
Síndrome dos Ovários Policísticos (Síndrome de Stein-Leventhal)
A posologia é de, usualmente, 1.000 a 1.500 mg por dia (2 ou 3 comprimidos de 500 mg)
divididos em 2 ou 3 tomadas. Aconselha-se iniciar o tratamento com dose baixa (1
comprimido de 500 mg/dia) e aumentar gradualmente a dose (1 comprimido de 500 mg a cada
semana) até atingir a posologia desejada. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de 1
comprimido de 850 mg 2 a 3 vezes ao dia (1.700 a 2.250 mg/dia). Para a apresentação de 1g,
recomenda-se o uso de 1 a 2 comprimidos ao dia.
Doses perdidas
Não se deve dobrar a dose seguinte caso haja esquecimento de uma das doses. Deve-se tomar
a próxima dose normalmente.
Podem ocorrer as reações indesejáveis descritas a seguir (as frequências são definidas em
muito comuns (> 1/10); comuns (> 1/100 e < 1/10); incomuns (> 1/1.000 e < 1/100); raras
(> 1/10.000 e < 1/1.000); muito raras (< 1/10.000).
Metabolismo e nutrição
Muito raras: acidose lática (ver Advertências e precauções). Diminuição da absorção de
vitamina B12, com redução dos níveis séricos durante tratamento a longo prazo com
metformina. Recomenda-se levar em consideração tal etiologia caso o paciente apresente-se
com anemia megaloblástica.
Sistema nervoso central:
Comuns: distúrbios do paladar.
Distúrbios gastrointestinais:
Muito comuns: náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e inapetência. Estas reações ocorrem
mais frequentemente durante o início do tratamento e regridem espontaneamente na maioria
das vezes. Para prevení-las, recomenda-se que o produto seja administrado em 2 ou 3 tomadas
diárias, durante ou após as refeições. Um aumento gradual da dose também pode melhorar a
tolerabilidade gastrointestinal.
Pele e tecido subcutâneo:
Muito raras: reações cutâneas como eritema, prurido e urticária.
Distúrbios hepatobiliares:
Muito raros: casos isolados de alterações nos testes da função hepática ou hepatite, que
regridem com descontinuação do tratamento.
Nos dados provenientes da literatura, da farmacovigilância e de estudos clínicos controlados
com população pediátrica limitada (com idade entre 10 e 16 anos e tratada durante um ano),
as reações adversas relatadas foram similares, em natureza e gravidade, àquelas reportadas em
adultos.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Não se observou hipoglicemia com doses de até 85 g, embora tenha ocorrido acidose lática
em tais circunstâncias. Superdose elevada de metformina ou riscos concomitantes podem
conduzir à acidose lática. A acidose lática é uma emergência médica e deve ser tratada em
ambiente hospitalar. O método mais eficaz para remoção do lactato e da metformina é a
hemodiálise.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.